terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Apenas 7% das pessoas no mundo recebem tratamento para saúde mental

Em todo o mundo, apenas cerca de 7% das pessoas com transtornos mentais ou uso de substâncias recebem tratamentos eficazes para seus transtornos. A estimativa é de uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira (7) na revista científica JAMA Psychiatry e realizada por pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica e da Escola Médica de Harvard.

Segundo o estudo, a maior barreira para o tratamento eficaz é a dificuldade do próprio paciente em reconhecer que precisa de ajuda profissional. No entanto, mesmo aqueles que entram em contato com o sistema de saúde, muitas vezes, não recebem tratamento eficaz.

“Os dados desta pesquisa nos permitiram criar o único indicador de tratamento eficaz que existe para saúde mental e uso de substâncias”, diz o autor principal do estudo Daniel Vigo, professor associado do departamento de psiquiatria e escola de população e saúde pública da Universidade da Colúmbia Britânica, em comunicado à imprensa. “Decisões políticas e decisões de alocação para financiamento devem ser guiadas por dados, e isso nem sempre foi o caso no reino da saúde mental e uso de substâncias”.

Os pesquisadores analisaram dados de pesquisas de quase 57 mil participantes em 21 países coletados ao longo de um período de 19 anos. O objetivo era entender o que pode interromper o caminho para um tratamento eficaz para nove transtornos comuns de ansiedadehumor e uso de substâncias.

Para isso, eles analisaram quatro etapas principais e porcentagem de pessoas que passaram de cada etapa para a seguinte: reconhecer sua necessidade de tratamento; entrar em contato com o sistema de saúde; receber um nível mínimo de tratamento adequado; e receber tratamento eficaz.

Segundo os pesquisadores, apenas 46,5% das pessoas que atendiam aos critérios para um transtorno reconheceram a necessidade de tratamento. Dentre eles, somente 34,1% recorreram ao sistema médico em busca de ajuda.

A maioria dos que procuraram ajuda (82,9%) recebeu um nível mínimo de tratamento adequado. Cerca de 47% das pessoas que receberam tratamento minimamente adequado acabaram recebendo tratamento eficaz.

No entanto, a perda de pacientes em vários pontos ao longo do caminho significou que apenas 6,9% acabaram recebendo tratamento eficaz.

“Entender onde estão os gargalos para cada um desses distúrbios fornece um modelo único e anteriormente indisponível para que os tomadores de decisão entendam os problemas objetivamente e tentem ajustar o sistema”, afirma Vigo.

O estudo revelou uma queda significativa na continuidade do tratamento após os pacientes contatarem o sistema de saúde, mas antes de receberem tratamento eficaz. Como os clínicos gerais e médicos de família são normalmente seus primeiros pontos de contato com o sistema, é essencial garantir que esses médicos tenham treinamento apropriado, na visão do pesquisador.

“Melhorar a capacidade desses clínicos gerais e médicos de família de diagnosticar e tratar as formas leves a moderadas, e saber quando encaminhar pessoas mais gravemente afetadas para especialistas, torna-se a pedra angular do sistema”, afirma.

¨      Saúde mental é melhor durante a manhã, sugere estudo

Seus pais podem estar certos: durma um pouco e você se sentirá melhor pela manhã, de acordo com uma nova pesquisa.

“Nosso estudo sugere que a saúde mental e o bem-estar das pessoas podem flutuar ao longo do dia”, disse o autor principal do estudo, Dr. Feifei Bu, pesquisador principal em estatística e epidemiologia na University College London, em um e-mail. “Em média, as pessoas parecem se sentir melhor no início do dia e pior tarde da noite.”

Para descobrir como a saúde mental e o bem-estar diminuíram e aumentaram, os pesquisadores analisaram dados da University College London de 49.218 pessoas que foram entrevistadas mais de uma dúzia de vezes entre 2020 e 2022, de acordo com o estudo publicado no periódico BMJ Mental Health.

Os dados mostraram uma tendência de pessoas geralmente relatando melhor saúde mental e bem-estar no início do dia, com sintomas depressivos menos graves e maior felicidade, satisfação com a vida e senso de autoestima, disse Bu.

<><> As limitações da pesquisa

É importante notar que, embora uma correlação tenha sido encontrada, os pesquisadores não podem dizer com certeza que a hora do dia fez com que as pessoas tivessem melhor saúde mental e bem-estar, acrescentou Bu.

 “A hora do dia pode afetar a saúde mental e o bem-estar das pessoas, mas o estado mental das pessoas também pode afetar quando elas escolhem responder à pesquisa“, disse ela.

“Embora nossas descobertas sejam intrigantes, elas precisam ser replicadas em outros estudos que abordem totalmente essa possibilidade.”

A saúde mental e o bem-estar podem precisar ser analisados separadamente, disse a Dra. Pamela Rutledge, diretora do Media Psychology Research Center e professora emérita de psicologia da mídia na Fielding Graduate University em Santa Barbara, Califórnia.

“Saúde mental e bem-estar são duas construções sobrepostas, mas distintas. A saúde mental é uma parte crucial do bem-estar, mas o bem-estar é mais do que apenas saúde mental”, explicou.

bem-estar é um estado positivo determinado por condições sociais, econômicas e ambientais que incluem qualidade de vida e um senso de significado e propósito, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

Faz sentido que a saúde mental e o bem-estar estejam no foco deste estudo, já que estudos anteriores analisaram principalmente associações com o humor, disse Rutledge.

“O humor é um estado afetivo temporário, enquanto a saúde mental e o bem-estar são condições mais amplas e estáveis que incluem avaliações emocionais, psicológicas e cognitivas”, acrescentou.

<><> Quando os recursos estão disponíveis

Saber como a saúde mental e o bem-estar flutuam pode dar uma nova visão sobre como os recursos devem ser disponibilizados.

“Os serviços de suporte à saúde mental podem considerar ajustar os recursos para corresponder às necessidades flutuantes ao longo do dia — por exemplo, priorizando a disponibilidade tarde da noite”, disse Bu em um e-mail.

Este último estudo confirma o que pesquisas anteriores já descobriram: “A demanda por intervenções e cuidados, especialmente entre os jovens, aumenta à noite e sazonalmente, influenciada pela temperatura, duração do dia e diferenças culturais, regionais e individuais”, acrescentou Rutledge.

<><> Enfrente as coisas difíceis quando for melhor para você

A pesquisa mostra que é melhor simplesmente ir para a cama e lidar com coisas emocionalmente difíceis pela manhã, então? O estudo é conflitante, mas a maioria das evidências aponta para o final da manhã como o melhor momento para esse tipo de solução de problemas, disse Rutledge.

“A pesquisa sugere que o humor é relativamente estável no final da manhã, o que torna mais fácil lidar com tópicos difíceis com a cabeça fria e distância emocional”, acrescentou.

meio da tarde é quando os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, podem ser mais baixos, mas essa diminuição é neutralizada por pesquisas que mostram que o humor cai e a fadiga de decisão se instalam nessa hora do dia, disse Rutledge.

“O início da noite pode ser melhor para o processamento emocional pessoal, como diário e reflexão, uma vez que o equilíbrio emocional é recuperado. Também pode ser um bom momento para ouvir com empatia em vez de ter essas conversas difíceis”, disse.

Embora haja mudanças fisiológicas ao longo do dia que podem influenciar a maneira como você lida com as coisas, há correlações maiores entre saúde mental e bem-estar e época do ano, de acordo com Rutledge.

Além disso, estresse, autonomia, apoio social e condições ambientais também têm impacto no humor, acrescentou ela. E se você não é uma pessoa matutina, essa pesquisa não significa que você deva reorganizar sua vida, disse Bu.

“Sua experiência pessoal pode variar. Se você é uma coruja noturna que se sente [em] sua melhor forma à meia-noite, não entre em pânico”, disse.

¨      Quando medos da infância viram transtornos de ansiedade? Saiba identificar

Podem ter sido monstros embaixo da cama, ladrões invadindo a casa ou fantasmas espreitando na escuridão que causavam arrepios quando você era jovem.

Muitas pessoas podem se lembrar vividamente de seus medos mais perturbadores da infância, mas tendem a superar as preocupações que antes causavam noites sem dormir. Para algumas crianças e seus pais, no entanto, pode ser difícil determinar quando os medos são típicos e quando estão se desenvolvendo em fobias mais sérias ou transtornos de ansiedade.

Os medos são uma parte normal do desenvolvimento humano e servem como mecanismos de sobrevivência, ajudando a impedir que crianças e adultos se envolvam em comportamentos arriscados. Mas quando os medos se tornam debilitantes ou prejudicam o funcionamento diário, podem ser classificados como fobia ou transtorno de ansiedade, disse Thomas Ollendick, Professor Emérito Distinto de Psicologia da Virginia Tech, conhecido por seu trabalho com crianças e adolescentes.

Se os transtornos de ansiedade e fobias não forem tratados, as crianças correm o risco de desenvolver problemas psiquiátricos ou médicos adicionais, que podem acompanhá-las até a idade adulta, segundo Wendy Silverman, diretora do Programa de Transtornos de Ansiedade e Humor do Centro de Estudos da Criança de Yale, professora de psiquiatria infantil do Alfred A. Messer e professora de psicologia na Escola de Medicina de Yale.

<><> Medos comuns em diferentes estágios de desenvolvimento

As crianças podem desenvolver fobias ou transtornos de ansiedade por várias razões, incluindo genética, experiências negativas diretas com um evento ou objeto, observação de outros ou ao ouvir informações assustadoras, disse Silverman.

Transtornos fóbicos e de ansiedade também são relativamente comuns em crianças. Até 1 em cada 3 crianças e adolescentes são afetados por esses transtornos, e essas taxas aumentaram substancialmente desde o início da pandemia de Covid-19, de acordo com “The Parents’ Guide of Psychological First Aid: Helping Children and Adolescents Cope With Predictable Life Crises”, do inglês, “O Guia dos Pais de Primeiros Socorros Psicológicos: Ajudando Crianças e Adolescentes a Lidar com Crises Previsíveis da Vida”.

Novos medos e ansiedades tendem a se desenvolver e variar à medida que crianças e adolescentes crescem e se adaptam a novos ambientes, disse Silverman.

Bebês e crianças pequenas frequentemente mostram medos de barulhos altos, pessoas desconhecidas e separação de seus pais. Quando as crianças começam a se envolver em brincadeiras mais imaginativas ao atingir a idade pré-escolar, podem desenvolver medos relacionados a fantasmas, monstros e pequenos animais.

Quando as crianças chegam à adolescência e começam a ter mais experiências no mundo real, é comum desenvolverem medos relacionados à ansiedade social, particularmente quando enfrentam o escrutínio dos outros.

<><> Como distinguir o medo dos transtornos de ansiedade ou fobias

O primeiro passo para abordar um transtorno de ansiedade ou fobia é reconhecer sintomas que estão fora dos limites de um medo comum.

Os pais podem ter dificuldade em detectar certas ansiedades, especialmente se uma criança não apresenta sintomas clássicos — rejeição de alimentos, náusea ou recusa em sair de casa — ou tem reservas sobre compartilhar seus medos, observou Ollendick.

Para ajudar os pais a distinguir se um medo pode se desenvolver em um transtorno mais sério, especialistas como Ollendick e Silverman observam a frequência, intensidade e duração de um medo.

A frequência ajuda a determinar com que regularidade um medo está ocorrendo. Pais e filhos podem notar se o medo é algo que aparece uma vez por ano em comparação com uma luta diária.

Também é importante avaliar a intensidade de um medo, que os pais podem julgar com base em como seu filho responde quando uma situação não é tratada da maneira que eles desejam. Classificar as reações de seu filho em uma escala de um a dez pode ajudar pais e psicólogos a entender melhor a gravidade dessas situações.

Finalmente, a duração é crucial para saber quando pode ser hora de buscar apoio profissional. Os psicólogos recomendam dar algum tempo para os medos de seu filho se estabelecerem para ver se essas preocupações são mais uma fase ou um problema duradouro.

Citando a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Ollendick e Silverman observaram que os medos devem durar pelo menos seis meses antes de serem considerados uma fobia clinicamente significativa ou transtorno de ansiedade.

No entanto, se um medo está impedindo uma criança de se desenvolver ou funcionar adequadamente, prejudicando o funcionamento familiar ou afetando negativamente o desempenho acadêmico, é possível que o medo tenha se desenvolvido em um problema clinicamente significativo, e pode parecer irracional para os pais esperar para buscar apoio profissional, disse Silverman.

<><> Como os pais podem fornecer suporte

Ao lidar com os medos das crianças, muitos pais instintivamente querem intervir para proteger seu sofrimento. No entanto, Silverman alerta contra essa abordagem, conhecida como proteção parental ou acomodação, que proporciona alívio temporário para a criança, mas reforça o medo em vez de ajudar a superar a raiz da preocupação.

Se os pais têm ansiedades específicas que os fazem entrar em espiral e agir de forma inadequada, é essencial admitir que podem demonstrar reações mais saudáveis, o que poderia ajudar seu filho a modelar um comportamento melhor no futuro.

Além disso, os pais devem tentar encontrar um equilíbrio entre reconhecer as preocupações de seus filhos e discutir precauções de segurança e enfatizar os possíveis danos e resultados negativos de um evento ou objeto, disse Ollendick.

Pode ser especialmente difícil lidar com os medos das crianças sobre ameaças do mundo real, como tiroteios em escolas ou desastres naturais. No entanto, Ollendick e Silverman recomendam fortemente promover um diálogo aberto para ajudar a reduzir preocupações ou sentimentos de isolamento e vergonha.

Os pais também podem compartilhar suas emoções, de maneira apropriada à idade, para mostrar que é saudável falar sobre tópicos pesados e ser vulnerável com os outros.

Em alguns casos, explicar que certos medos estão ligados a eventos de baixa probabilidade ou criar um plano pode fornecer segurança, disse Silverman.

Para aqueles que vivem em áreas costeiras mais suscetíveis a furacões, seu filho pode encontrar conforto em discutir as ações que os membros da família precisariam tomar se estivessem em perigo.

Os pais devem encorajar as crianças a enfrentar seus medos em vez de cair em comportamentos evasivos. Especialmente para os mais jovens, o reforço positivo pode ajudar as crianças a se sentirem motivadas a enfrentar seu medo. Pequenos presentes ou privilégios, como jogar um jogo ou tomar sorvete espontaneamente, devem ser oferecidos o mais rápido possível após as crianças terem se envolvido em tal comportamento para aumentar sua confiança, segundo Silverman.

<><> Procurando ajuda profissional

Se as ansiedades do seu filho persistirem além de seis meses, apesar de seus esforços em casa, é vital que os pais procurem ajuda de profissionais qualificados, disse Silverman.

Ao buscar apoio profissional, crianças mais jovens podem ter dificuldade para reconhecer e articular suas emoções. Os pais podem fornecer insights úteis aos psicólogos, rastreando comportamentos e coletando feedback de professores ou outros cuidadores, disse Ollendick.

Silverman acrescentou que a terapia cognitivo-comportamental, particularmente a terapia de exposição, provou ser altamente eficaz no tratamento de ansiedade e fobias.

A terapia de exposição introduz gradualmente o objeto ou situação temida de maneira controlada, começando pequeno e aumentando ao longo do tempo.

Se houver medo de cachorros, por exemplo, a criança pode começar olhando fotos dos animais, depois observando um através de uma janela, antes de eventualmente interagir com um cachorro pequeno e dócil, disse Silverman.

Com o tempo, você pode considerar levar seu filho a um parque para ficar perto de cachorros enquanto eles estão contidos por seus donos.

¨      Ansiedade tem tratamento. Veja principais sintomas e como cuidar; saúde mental

A gente quer melhorar de vida, crescer na profissão, vê muita coisa nas redes e se cobra demais. Isso gera ansiedade. Quase 70 por cento dos brasileiros sofrem desse mal e 55% deles ainda não buscam ajuda profissional, segundo pesquisa do Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel. Mas a doença tem tratamento e pode ser controlada. Então não perca tempo.

O tratamento para ansiedade passa por várias etapas: mudanças no modo de vida, na alimentação, terapias e, em casos específicos, medicamentos. Médicos psiquiatras e psicólogos concordam que associando as providências, a possibilidade de controlar o transtorno é alta.  E ler notícia boa ajuda, sabia?

A doença é tão grave que a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta para que todos os países passem a priorizar a saúde mental das pessoas, com atenção específica para ansiedade e estresse. Dois transtornos que costumam caminhar juntos.

<><> Causas da ansiedade

De acordo com estudos, as causas que geram ansiedade são numerosas, mas sobretudo fatores específicos podem desencadear os sintomas.

É importante estar em alerta quando se vê diante de situações que “ameaçam” seu bem-estar mental, como:

# Situações de estresse contínuo: problemas no trabalho, instabilidade no relacionamento e incertezas com moradias;

# Situações de abusos sejam de ordem física, mental ou verbal;

# Gestação seja para grávida ou para o parceiro;

# Determinadas medicações.

<><> Sintomas da ansiedade

O transtorno de ansiedade tem vários graus e é tratado como questão de saúde mental, portanto por médicos psiquiatras com suporte de psicólogos. A busca por apoio de especialista pode vir por meio de transtornos, observe então:

# Dificuldades de concentração;

# Dificuldades para dormir;

# Dificuldades para fazer realizar tarefas simples do cotidiano;

# Impaciência;

# Sensação de angústia e perda da respiração.

# Tratamento para a ansiedade

Para os especialistas, é fundamental ter uma rede de apoio ao redor para que o tratamento como um todo funcione, as principais medidas sugeridas são:

# Adotar um estilo de vida saudável;

# Reduzir a ingestão de cafeína – presente no café, chá preto e bebidas energéticas, por exemplo;

# Limitar o álcool e os cigarros;

# Escolher alimentos saudáveis;

# Dormir bem;

# Buscar relaxar e, se possível, meditar;

# Tirar um tempo para si mesmo;

# Selecionar atividades e passatempos que o (a) deixe à vontade;

# Recorrer a um especialista, caso observe que sozinho (a) não consegue dominar os sintomas.

governo da Austrália, por exemplo, mantém uma página na internet com orientações específicas sobre ansiedade, sintomas e tratamentos.

 

Fonte CNN Brasil/Só Notícia Boa

 

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