sábado, 2 de março de 2024

Estudo revela ligação entre uso de pesticidas e Doença de Parkinson

Um estudo preliminar divulgado na terça (27) revelou uma ligação entre o uso de pesticidas e herbicidas na agricultura e a incidência da doença de Parkinson nas regiões das Montanhas Rochosas e Grandes Planícies dos Estados Unidos. A pesquisa, que será apresentada na 76ª Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, agendada para ocorrer de 13 a 18 de abril de 2024, em Denver e on-line, empregou métodos geográficos para examinar as taxas da doença de Parkinson e compará-las com os níveis regionais de utilização de pesticidas e herbicidas.

A Dra. Brittany Krzyzanowski, do Barrow Neurological Institute em Phoenix, Arizona, autora do estudo, explica: “Nossos métodos nos permitiram identificar partes do país onde havia uma relação entre o uso de pesticidas e a doença de Parkinson e, subsequentemente, identificar onde essa relação era mais forte, possibilitando-nos explorar pesticidas específicos naquela região. Na vasta extensão das Montanhas Rochosas e Grandes Planícies, identificamos 14 pesticidas associados à doença de Parkinson.”

A pesquisa abrangeu uma análise dos registros de 21,5 milhões de pessoas inscritas no Medicare em 2009, visando determinar a taxa de incidência da doença de Parkinson em várias regiões do país. Os pesquisadores investigaram a possível relação entre essas taxas e o uso de 65 pesticidas.

Descobriu-se que os pesticidas e herbicidas simazina, atrazina e lindano apresentaram a relação mais significativa com a doença de Parkinson. Em condados com maior exposição ao herbicida simazina, por exemplo, as chances de desenvolver a doença eram 36% maiores em comparação com aqueles com menor exposição. Resultados semelhantes foram observados para atrazina e lindano, com incrementos de 31% e 25% nas chances de desenvolver a doença, respectivamente.

Esses resultados se mantiveram consistentes mesmo após ajustes para fatores como exposição à poluição do ar. A Dra. Krzyzanowski expressa preocupação: “É alarmante que estudos anteriores já tenham identificado outros pesticidas e herbicidas como potenciais fatores de risco para a doença de Parkinson. Além disso, há centenas de pesticidas ainda não estudados quanto a qualquer relação com a doença. Mais investigações são necessárias para determinar essas relações e, esperançosamente, motivar ações para reduzir o risco de doenças, diminuindo os níveis desses pesticidas.”

Uma limitação do estudo foi sua dependência de estimativas em nível de condado, uma vez que informações detalhadas sobre a exposição a pesticidas em nível individual não estavam disponíveis para a população estudada.

 

       Substituir carne vermelha por proteínas vegetais pode aumentar expectativa de vida e reduzir emissões de gases de efeito estufa

 

Um estudo recente conduzido na Universidade McGill, em colaboração com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, oferece evidências convincentes de que a substituição parcial de proteínas de origem animal por vegetais pode aumentar a expectativa de vida e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Vale ressaltar que os benefícios variam de acordo com o tipo de proteína animal substituída.

O estudo, intitulado “Substituições Parciais de Proteínas de Origem Animal por Vegetais nas Dietas Canadenses: Sinergias e Compensações entre Nutrição, Saúde e Resultados Climáticos“, foi publicado na revista Nature Food. Utilizando dados de uma pesquisa nacional de nutrição, os pesquisadores analisaram os registros alimentares dos canadenses e modelaram substituições parciais (25% e 50%) de carne vermelha e laticínios por proteínas vegetais como nozes, sementes, legumes, tofu e bebidas fortificadas de soja, considerando resultados nutricionais, de saúde e climáticos.

A carne vermelha e os laticínios destacam-se como os principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa relacionadas à dieta no Canadá, como evidenciado por estudos anteriores. Este estudo revelou que a pegada de carbono associada à dieta pode diminuir em 25% quando metade do consumo de carne vermelha é substituído por proteínas vegetais. Em contrapartida, as substituições de laticínios resultaram em reduções menores, em torno de 5%.

Olivia Auclair, primeira autora do estudo e recente doutora graduada no Departamento de Zootecnia da McGill, afirma: “Demonstramos que os benefícios para a saúde humana e planetária não requerem mudanças drásticas nas dietas, como adotar padrões alimentares restritivos ou excluir completamente certos grupos alimentares. Podemos alcançar tais benefícios através de simples substituições parciais de carne vermelha, especialmente por proteínas vegetais”.

É conhecido que dietas ricas em produtos de origem animal aumentam o risco de doenças cardíacas, diabetes e certos tipos de câncer. Este estudo sugere que substituir metade da carne vermelha da dieta por proteínas vegetais pode prolongar a vida em quase nove meses, em média, devido a um menor risco de doenças crônicas.

Quando os benefícios são analisados por gênero, os homens tendem a se beneficiar mais com a mudança, com um aumento duplo na expectativa de vida em comparação com as mulheres. Por outro lado, a substituição parcial de laticínios por proteínas vegetais resultou em ganhos menores na expectativa de vida e em um aumento da inadequação de cálcio em até 14%.

Sergio Burgos, autor sênior do estudo e professor associado do Departamento de Ciência Animal da McGill, além de cientista do Instituto de Pesquisa do Centro de Saúde da Universidade McGill, expressa sua esperança: “Espero que nossas descobertas auxiliem os consumidores a fazerem escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis e influenciem as futuras políticas alimentares do Canadá”.

À medida que mais pessoas buscam dietas conscientes da saúde e sustentáveis, as conclusões deste estudo servem como um guia, capacitando indivíduos a fazerem escolhas informadas que beneficiam tanto o bem-estar pessoal quanto o do planeta.

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Patricia Eustachio Colombo, coautora e Pesquisadora Honorária do Centro de Mudanças Climáticas e Saúde Planetária da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, destaca: “Aumentar o consumo de alimentos vegetais, juntamente com a redução de carne vermelha/processada, traria benefícios consideráveis para a saúde e o meio ambiente, envolvendo mudanças relativamente pequenas nas dietas da maioria dos canadenses”.

 

Fonte: eCycle

 

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