segunda-feira, 4 de março de 2024

'ESCOLA SEM MILÍCIA': Ligações entre milícia e Estado do Rio de Janeiro contam com empresa que atua em escolas

As já conhecidas ligações, quase umbilicais, entre o Estado do Rio de Janeiro e milícias que atuam na capital fluminense agora têm a participação de uma empresa que fornece serviços de acesso à internet para escolas públicas e é utilizada por um importante miliciano para lavar dinheiro. É o que diz a coluna do Guilherme Amado, no site Metrópoles.

Na última quarta-feira (28) a Estrelar Web foi alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio. Um dos grupos envolvidos é o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), especializado em lavagem de dinheiro e criado em parceria pelos governos e ministérios públicos federais e estaduais.

A empresa é legalizada pela Anatel e presta serviços para a Secretaria de Educação do governo do Rio de Janeiro, encabeçado pelo bolsonarista Cláudio Castro (PL-RJ). A pasta teria autorizado o repasse de dinheiro público a 4 escolas estaduais que contrataram a empresa. Os pagamentos, que vão de R$ 50 a R$ 159 mensais, foram feitos entre abril e dezembro do ano passado.

Três dessas escolas estão nos bairros de Santa Cruz e Inhoaíba, em áreas dominadas pelo Bonde do Zinho, a milícia mais poderosa do Rio. Mas as coincidências não param por aí.

A investigação aponta que a Estrelar Web é usada justamente para lavagem de dinheiro pelo próprio Zinho, registrado como Luis Antônio da Silva Braga.

A Justiça determinou que a Estrelar Web e as demais empresas que foram alvo da investigação tivessem seus bens e funcionamento bloqueados. Por sua vez, a Secretaria de Educação afirmou ao site supracitado que não se responsabiliza pela fiscalização dos contratos das escolas.

 

       O desmonte por trás da parceria de “inovação” entre Tarcísio e o Google

 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou com entusiasmo uma “parceria estratégica” com o Google “para impulsionar inovação no estado”, em uma solenidade no Palácio dos Bandeirantes, no dia 21 de fevereiro. Contudo, o Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq) alerta que a ação tem como plano de fundo a submissão do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) à gigante das buscas.

Um dos pontos altos da parceria prevê a criação do segundo “centro de engenharia” do Google no Brasil, que deve ser construído no campus do IPT, localizado na Cidade Universitária. Com isso, supostos 400 funcionários da BigTech devem ocupar o prédio 1 da entidade, o edifício histórico “Adriano Marchini”. Para isso, foi autorizada a transferência da biblioteca do IPT para outro local.

Segundo a avaliação do SINTPq, esse e outros pontos do acordo levantam dúvidas sobre os reais impactos positivos da parceria, que “parece mais uma privatização disfarçada do instituto público de pesquisas”.

“A reforma desse prédio para acomodar os interesses da Google levanta questionamentos sobre os verdadeiros benefícios para a instituição. O investimento anunciado pela Google não se reverte em melhorias para o IPT, mas na valorização imobiliária para a multinacional”, afirma Priscila Leal, diretora do SINTPq.

Leal destaca que o prédio escolhido para sediar o centro de engenharia da Google é “parte fundamental do patrimônio histórico do instituto, tendo abrigado importantes laboratórios de pesquisa que contribuíram significativamente para o desenvolvimento industrial brasileiro”. Sendo assim, “a iniciativa é um contraponto ao discurso oficial de desenvolvimento, sendo na verdade um ato de submissão aos interesses do capital estrangeiro e das grandes empresas de tecnologia”, alerta.

A expectativa é que o centro de engenharia da Google comece a operar em 2026. Para o sindicato, “essa data representa não apenas o início de uma nova fase para o IPT, mas também o aprofundamento de um processo de desmonte que ameaça a própria existência e relevância do instituto na cena científica e tecnológica nacional”.

Na esteira da concessão da sede do IPT, o sindicato também contesta a promessa de que a Google deve apresentar soluções inovadoras ao setor, uma vez que investimentos em Ciência e Tecnologia são prioritariamente financiados pelo Estado.

“A parceria com a Google não apenas ignora essa premissa básica, mas também não se traduz em benefícios concretos para a instituição de pesquisa (…) É sempre uma dificuldade muito grande conseguir aprovação para realização de concurso público. O último grande concurso foi fruto de denúncia do Sindicato ao Ministério Público sobre a terceirização da atividade fim, e já se vai mais de uma década. Enquanto isso, o governo de São Paulo entrega o IPT para iniciativa privada, sob o pretexto da lei paulista de inovação. O IPT vem abrigando diversas empresas em seu campus, inclusive uma universidade foi instalada lá. Agora é a vez da Google entrar pela porta da frente e ocupar um patrimônio histórico dentro do IPT”, completa Leal.

•        Tarcísio confirma leilão de privatização da Emae para 10 de abril

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou nesta quinta-feira (29), que o leilão para privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) deve ocorrer em 10 de abril.

O governador já havia dito que o leilão seria no primeiro semestre. Ele é visto como um teste prévio para a venda da Sabesp (SBSP3), que é uma operação consideravelmente maior e estava prevista para o primeiro trimestre, mas houve atraso na definição do processo.

A declaração de Tarcísio foi dada durante leilão da privatização do Trem Intercidades Eixo Norte, que vai conectar a capital paulista a Campinas, no interior do estado. O grupo Comporte, da família dos fundadores da companhia aérea Gol (GOLL4), foi o único a apresentar proposta e venceu a disputa.

O Comporte opera o sistema metroferroviário da região metropolitana de Belo Horizonte e participou do leilão em consórcio com a CRRC, de Hong Kong, que afirma ser a maior fornecedora de equipamento ferroviário do mundo. Eles ofereceram um desconto de 0,01% sobre a contraprestação máxima que o governo de São Paulo terá que desembolsar para viabilizar o projeto (cerca de R$ 8 bilhões).

•        Privatização da Emae

A Emae (EMAE4) opera atualmente cinco usinas, que somam 960,8 megawatts (MW) de potência instalada. A maior parte vem da usina hidrelétrica (UHE) Henry Borden, em Cubatão (SP), que tem 889 MW de capacidade e contrato de concessão até janeiro de 2043. Também compõem o portfólio as estações de Porto Goés, Rasgão e Pirapora.

A empresa encerrou setembro com receita líquida de R$ 603 milhões, no acumulado em 12 meses, e patrimônio líquido de R$ 1,16 bilhão. A companhia tem também diversos ativos imobiliários que serão incorporados ao processo de privatização.

 

       Michelle usa Bolsonaro como modelo para vender produtos de beleza em rede social

 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como modelo para propagandear um conjunto de produtos de beleza da linha de cosméticos dela. Em um vídeo publicado no Instagram nesta sexta-feira, 1º, ela utiliza itens da "MB" - acrônimos de Michelle Bolsonaro - no rosto do marido.

O vídeo é embalado por uma versão modificada da trilha sonora do clássico desenho animado "A Pantera Cor-de-Rosa", que fez sucesso entre as décadas de 1960 e 1980.

Na publicação, a ex-primeira-dama incentivou os seus seguidores a comprarem os itens, dizendo que os cosméticos deixam a pele dos compradores como a do "meu galego", em referência ao ex-presidente.

"Para ter a pele do meu galego, que fica lindo sem filtro em todas as fotos, é só clicar no link na minha bio", escreveu Michelle.

O conjunto de hidratante, sabonete de limpeza facial, máscara facial e sérum facial custa R$ 300, mas está sendo vendido por R$ 168.

A linha de produtos de beleza foi lançada em março do ano passado por Michelle e Agustin Fernandez, maquiador e influenciador uruguaio, amigo próximo da ex-primeira-dama.

Em agosto do ano passado, quando Fernandez e Michelle estavam em um restaurante em Brasília, o maquiador jogou um copo de água em uma mulher que provocou a ex-primeira-dama sobre o escândalo da venda ilegal de joias da Presidência da República, revelado pelo Estadão.

Naquele dia, a Polícia Federal (PF) havia deflagrado a Operação Lucas 12:2, que investiga aliados de Bolsonaro pela comercialização de joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais. A ex-primeira-dama é mencionada nas investigações. Em uma troca de mensagens para discutir a venda dos itens preciosos, auxiliares do ex-presidente disseram que Michelle havia "sumido" com uma joia recebida pelo então chefe do Executivo.

Recentemente, Bolsonaro foi alvo de outra operação da PF, que investiga o suposto planejamento de uma tentativa de golpe de Estado por ex-ministros, ex-assessores e militares de alta patente após as eleições de 2022. O ex-presidente convocou um ato na Avenida Paulista, que reuniu centenas de milhares de apoiadores no último domingo, 25, em sua defesa.

Durante a manifestação, Michelle fez um discurso com forte apelo religioso, com queixas sobre "ataques e injustiças" sofridos por ela e sua família. A presidente do PL Mulher se referiu ao público presente como o "exército de Deus nas ruas", formado por homens e mulheres "que não desistem da sua nação".

A ex-primeira-dama disse ainda que vive "um dia de cada vez" e que a família Bolsonaro somente está "de pé" por causa das orações dos apoiadores bolsonaristas. "Por um bom tempo fomos negligentes a ponto de falarmos que não poderia misturar política com religião, e o mal tomou o espaço. Chegou o momento da libertação", disse no trio elétrico na Paulista.

 

Fonte: Forum/Jornal GGN/Infomoney/Agencia Estado

 

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