Qual foi o fruto proibido que expulsou Adão e Eva do paraíso? o pecado que cometeram fez os olhos deles se
abrirem?
Inteligência, discernimento.
Existem duas árvores principais no Jardim do Éden,
a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e, contrastando com ela, a Árvore da
Vida. Adão e Eva são avisados por Deus que ao comerem os frutos da primeira
árvore "certamente morrerão".
Qual é a característica que nos separa de modo
abissal de todos os outros animais? Nossa inteligência extremamente
desenvolvida a ponto de criar uma linguagem complexa, permitir uma consciência
muito mais ampla de si e do entorno e de fazer essa consciência perceber qual
grau de causalidade ocorre nos estímulos bons e ruins existentes na realidade.
Ou seja, a consequência final de nossa inteligência é o discernimento moral,
saber que uma pedra caindo da ribanceira na cabeça de alguém é diferente de uma
pedra lançada propositalmente na cabeça dessa mesma pessoa por um agente
intencionado.
Comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e
do Mal nada mais é do que vasculhar e vasculhar o mundo querendo conhecer todos
os seus aspectos, querendo saber mais e mais, querendo "ser como
Deus", onisciente. Por isso a serpente, que representa a própria força
vital de "mudança de estado", "troca de pele",
"renovação", promete que eles serão sim como Deus se comerem daquela
árvore. O problema é que essa mudança de estado na direção dos atributos
divinos jamais atinge a onisciência, dadas as limitações do mundo físico e da
humanidade. Então, atinge-se apenas uma inteligência cada vez maior, mais
faminta de conhecimento - inclusive sobre si mesma. Ela vai se tornando
insaciável e, portanto, autofágica, autodestrutiva, causadora de uma morte mais
sofrida e angustiante do que a "morte natural".
No momento em que Adão e Eva desobedecem Deus, que
nas palavras de Aristóteles seria "noesis noeseos", a
"autoconsciência da autoconsciência", eles desrespeitam a voz interna
que os alerta de que aquele acúmulo de informação, de conhecimento, precisava
de um limite, que a ida precipitada e gananciosa do ser humano em direção à
inteligência resultaria numa ruptura entre o homem e a natureza: a divisão
entre "bem e mal naturais" e "bem e mal morais". O casal
primordial comete um erro, um tropeço que resulta numa "queda do
Paraíso", um rebaixamento de "em harmonia com o todo" para
"em desarmonia com o todo". O bônus da maior inteligência não vem sem
o ônus da angústia, da busca por sentido, da insatisfação, do vazio
existencial.
Expulsos do Paraíso pela "autoconsciência da
autoconsciência", retirados por si próprios daquele estado de harmonia, os
seres humanos se condenam à ilusão da liberdade, se condenam a buscar em todos
os cantos aquilo que estava na frente deles o tempo todo, a Árvore da Vida, a
árvore que os exime da responsabilidade moral da mesma forma que um leão não
tem responsabilidade moral alguma ao comer uma zebra. A amoralidade é a
liberdade plena, é "ser como se é sem saber que assim o sendo faz algo que
não deveria ser feito". Em outras palavras, é ser inocente. Onde há
inocência, o mal moral não pode ser realizado, por isso não colocamos na cadeia
uma criança de 3 anos que acaba matando um irmãozinho ao empurrá-lo pela janela
numa briga.
Ganhamos o mundo e perdemos essa inocência,
passamos a cobrir nossos corpos nus e a sentir culpa, nos demos conta de que o
corpo do outro servia como mero objeto para as nossas satisfações, um
playground sem sentimentos que pode ser usado e deixado de lado. No exato
momento que a "autoconsciência da autoconsciência" nos cobra sobre
ter comido o fruto, já passamos a usar a inteligência para o mal, Adão joga a
culpa em Eva, ela joga a culpa na serpente, todos querendo fugir da
responsabilidade pelos próprios atos, todos automaticamente clamando pela
inocência perdida. A partir de um "alimentar-se daquilo que poderia nos
nutrir, mas também nos destruir", nossa relação com a natureza e com
nossos instintos é completamente modificada, é trocada por uma nova, da mesma
forma que a serpente troca de pele. Não éramos mais os mesmos, embora fôssemos
os mesmos. Estávamos agora cobertos pela pele do pecado, uma que só pode ser
trocada pela pele da salvação, do renascimento em Cristo, que é "o
caminho, a verdade e a vida", aquele que pode nos colocar diante da Árvore
da Vida e nos devolver a inocência e a pureza.
A alegoria do Jardim do Éden nada mais é do que uma
DENSA E PROFUNDA REFLEXÃO sobre a condição humana na existência, sobre nossa
evolução de um ser primitivo, selvagem, amoral, para um capaz de matar por
prazer, ciente do que está fazendo. Mas, ao mesmo tempo, um que também sabe o
que é o bem e como realizá-lo, um que produz a beleza moral de dar a vida para
salvar um completo estranho. Lembra do "alimentar-se daquilo que poderia
nos nutrir, mas também nos destruir"? Pois é, o homem pode usar a
inteligência para construir máquinas modernas da medicina, que salvam vidas,
tanto quanto pode criar uma bomba atômica que varra a humanidade da face da
Terra. Nossa jornada aqui é uma constante luta entre o sentimento de culpa e o
de "estar certo", "estar no caminho certo", "em
harmonia".
Há gente sem preparo intelectual que toma a
história como uma bobagem ridícula de uma serpente falante, mas basta esta
breve resposta aqui (breve se comparada à complexidade da pergunta) para deixar
bem evidente que a bíblia não é um livro qualquer, ela é sem sombra de dúvidas
o maior manual de psicologia já produzido, o mergulho mais profundo já feito na
alma humana. Há tantas bobagens e erros nela quanto em qualquer outro livro, o
próprio Aristóteles que citei falava bobagem, Einstein falava bobagem, todos
nós falamos bobagens. Mas só alguns de nós falam coisas sábias além de
bobagens, e muitos dos homens que escreveram a bíblia tinham extrema sabedoria.
Há
contradições na Bíblia?
Já li a Bíblia inteira várias vezes, e até hoje não
encontrei uma contradição sequer. O que existem são aparentes contradições. Mas
essas logo são esclarecidas com uma análise cuidadosa do contexto e por se
comparar o ponto em questão com outros versículos da Bíblia.
A Bíblia é o livro mais coerente e confiável que
existe. Isso porque "toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa
para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em
justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente
equipado para toda boa obra." (2 Timóteo 3:16, 17) Cuide-se e fique bem.
A
Bíblia contém afirmações falsas?
Na verdade é um compilado de afirmações que não
condizem com a realidade, por isso a bíblia é tratada como um livro de lendas e
mitos.
Uma afirmação falsa na bíblia é onde deus cria o
homem já com a capacidade de falar e entender, porque deus conversa com adão,
mas já é fato de que o homem desenvolveu a comunicação que temos hoje, depois
de milhares de anos de evolução, falar é um ato comum hoje, mas é muito
complexo, nos comunicávamos apenas com sons sem qualquer significado padrão,
assim como os macacos atuais.
Qual é
a origem dos hebreus e por que a Biblia refere a Abraão como um hebreu e não
cita outros hebreus?
Os hebreus são um povo de origem semita que,
segundo a narrativa bíblica, estabeleceu-se em Canaã por meio do patriarca
Abraão, vindo da Mesopotâmia por volta do século XX a.C. A história hebraica,
conforme descrita na Biblia, é marcada por três grandes períodos: dos
patriarcas, dos juízes e dos reis.
Os hebreus migraram para o Egito, aonde teriam sido
escravizados e, após a libertação por Moisés, retornaram a Canaã, onde
empreenderam uma campanha militar para conquistar a terra. A origem do povo
hebreu é controversa, mas a narrativa bíblica fala de certos patriarcas, como
Abraão, Isaque e Jacó, que teriam iniciado a linhagem dos hebreus. Os hebreus
foram um dos primeiros povos a cultuar um único Deus, professando uma religião
monoteísta, o que é a origem das três maiores religiões monoteístas do mundo.
Agora quanto a Abraão , a Bíblia o refere como um
hebreu e não como um israelita ou judeu, porque o termo "hebreu" era
usado para descrever os descendentes de Éber, um antepassado de Abraão.
A palavra "hebreu" vem da raiz ἉBR’, que significa "atravessar". Abraão é chamado de hebreu
porque, em um nível literal, ele "atravessou" o rio Eufrates e foi
viver na Terra de Canaã, e em um nível mais profundo, ele
"atravessou" sua adoração de ídolos para se tornar o primeiro a crer
em um único Deus.
Atenção, acredita-se que originalmente os hebreus
se chamavam a si mesmos de israelitas, mas esse termo caiu em desuso após a
segunda metade do século X a.C.. Abraão é considerado o fundador do povo de
Israel, mas a Bíblia o chama de hebreu para destacar sua importância e sua
jornada única.
Fonte: Quora
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