terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Qual foi o fruto proibido que expulsou Adão e Eva do paraíso?  o pecado que cometeram fez os olhos deles se abrirem?

Inteligência, discernimento.

Existem duas árvores principais no Jardim do Éden, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e, contrastando com ela, a Árvore da Vida. Adão e Eva são avisados por Deus que ao comerem os frutos da primeira árvore "certamente morrerão".

Qual é a característica que nos separa de modo abissal de todos os outros animais? Nossa inteligência extremamente desenvolvida a ponto de criar uma linguagem complexa, permitir uma consciência muito mais ampla de si e do entorno e de fazer essa consciência perceber qual grau de causalidade ocorre nos estímulos bons e ruins existentes na realidade. Ou seja, a consequência final de nossa inteligência é o discernimento moral, saber que uma pedra caindo da ribanceira na cabeça de alguém é diferente de uma pedra lançada propositalmente na cabeça dessa mesma pessoa por um agente intencionado.

Comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal nada mais é do que vasculhar e vasculhar o mundo querendo conhecer todos os seus aspectos, querendo saber mais e mais, querendo "ser como Deus", onisciente. Por isso a serpente, que representa a própria força vital de "mudança de estado", "troca de pele", "renovação", promete que eles serão sim como Deus se comerem daquela árvore. O problema é que essa mudança de estado na direção dos atributos divinos jamais atinge a onisciência, dadas as limitações do mundo físico e da humanidade. Então, atinge-se apenas uma inteligência cada vez maior, mais faminta de conhecimento - inclusive sobre si mesma. Ela vai se tornando insaciável e, portanto, autofágica, autodestrutiva, causadora de uma morte mais sofrida e angustiante do que a "morte natural".

No momento em que Adão e Eva desobedecem Deus, que nas palavras de Aristóteles seria "noesis noeseos", a "autoconsciência da autoconsciência", eles desrespeitam a voz interna que os alerta de que aquele acúmulo de informação, de conhecimento, precisava de um limite, que a ida precipitada e gananciosa do ser humano em direção à inteligência resultaria numa ruptura entre o homem e a natureza: a divisão entre "bem e mal naturais" e "bem e mal morais". O casal primordial comete um erro, um tropeço que resulta numa "queda do Paraíso", um rebaixamento de "em harmonia com o todo" para "em desarmonia com o todo". O bônus da maior inteligência não vem sem o ônus da angústia, da busca por sentido, da insatisfação, do vazio existencial.

Expulsos do Paraíso pela "autoconsciência da autoconsciência", retirados por si próprios daquele estado de harmonia, os seres humanos se condenam à ilusão da liberdade, se condenam a buscar em todos os cantos aquilo que estava na frente deles o tempo todo, a Árvore da Vida, a árvore que os exime da responsabilidade moral da mesma forma que um leão não tem responsabilidade moral alguma ao comer uma zebra. A amoralidade é a liberdade plena, é "ser como se é sem saber que assim o sendo faz algo que não deveria ser feito". Em outras palavras, é ser inocente. Onde há inocência, o mal moral não pode ser realizado, por isso não colocamos na cadeia uma criança de 3 anos que acaba matando um irmãozinho ao empurrá-lo pela janela numa briga.

Ganhamos o mundo e perdemos essa inocência, passamos a cobrir nossos corpos nus e a sentir culpa, nos demos conta de que o corpo do outro servia como mero objeto para as nossas satisfações, um playground sem sentimentos que pode ser usado e deixado de lado. No exato momento que a "autoconsciência da autoconsciência" nos cobra sobre ter comido o fruto, já passamos a usar a inteligência para o mal, Adão joga a culpa em Eva, ela joga a culpa na serpente, todos querendo fugir da responsabilidade pelos próprios atos, todos automaticamente clamando pela inocência perdida. A partir de um "alimentar-se daquilo que poderia nos nutrir, mas também nos destruir", nossa relação com a natureza e com nossos instintos é completamente modificada, é trocada por uma nova, da mesma forma que a serpente troca de pele. Não éramos mais os mesmos, embora fôssemos os mesmos. Estávamos agora cobertos pela pele do pecado, uma que só pode ser trocada pela pele da salvação, do renascimento em Cristo, que é "o caminho, a verdade e a vida", aquele que pode nos colocar diante da Árvore da Vida e nos devolver a inocência e a pureza.

A alegoria do Jardim do Éden nada mais é do que uma DENSA E PROFUNDA REFLEXÃO sobre a condição humana na existência, sobre nossa evolução de um ser primitivo, selvagem, amoral, para um capaz de matar por prazer, ciente do que está fazendo. Mas, ao mesmo tempo, um que também sabe o que é o bem e como realizá-lo, um que produz a beleza moral de dar a vida para salvar um completo estranho. Lembra do "alimentar-se daquilo que poderia nos nutrir, mas também nos destruir"? Pois é, o homem pode usar a inteligência para construir máquinas modernas da medicina, que salvam vidas, tanto quanto pode criar uma bomba atômica que varra a humanidade da face da Terra. Nossa jornada aqui é uma constante luta entre o sentimento de culpa e o de "estar certo", "estar no caminho certo", "em harmonia".

Há gente sem preparo intelectual que toma a história como uma bobagem ridícula de uma serpente falante, mas basta esta breve resposta aqui (breve se comparada à complexidade da pergunta) para deixar bem evidente que a bíblia não é um livro qualquer, ela é sem sombra de dúvidas o maior manual de psicologia já produzido, o mergulho mais profundo já feito na alma humana. Há tantas bobagens e erros nela quanto em qualquer outro livro, o próprio Aristóteles que citei falava bobagem, Einstein falava bobagem, todos nós falamos bobagens. Mas só alguns de nós falam coisas sábias além de bobagens, e muitos dos homens que escreveram a bíblia tinham extrema sabedoria.

 

       Há contradições na Bíblia?

 

Já li a Bíblia inteira várias vezes, e até hoje não encontrei uma contradição sequer. O que existem são aparentes contradições. Mas essas logo são esclarecidas com uma análise cuidadosa do contexto e por se comparar o ponto em questão com outros versículos da Bíblia.

A Bíblia é o livro mais coerente e confiável que existe. Isso porque "toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra." (2 Timóteo 3:16, 17) Cuide-se e fique bem.

 

       A Bíblia contém afirmações falsas?

 

Na verdade é um compilado de afirmações que não condizem com a realidade, por isso a bíblia é tratada como um livro de lendas e mitos.

Uma afirmação falsa na bíblia é onde deus cria o homem já com a capacidade de falar e entender, porque deus conversa com adão, mas já é fato de que o homem desenvolveu a comunicação que temos hoje, depois de milhares de anos de evolução, falar é um ato comum hoje, mas é muito complexo, nos comunicávamos apenas com sons sem qualquer significado padrão, assim como os macacos atuais.

 

       Qual é a origem dos hebreus e por que a Biblia refere a Abraão como um hebreu e não cita outros hebreus?

 

Os hebreus são um povo de origem semita que, segundo a narrativa bíblica, estabeleceu-se em Canaã por meio do patriarca Abraão, vindo da Mesopotâmia por volta do século XX a.C. A história hebraica, conforme descrita na Biblia, é marcada por três grandes períodos: dos patriarcas, dos juízes e dos reis.

Os hebreus migraram para o Egito, aonde teriam sido escravizados e, após a libertação por Moisés, retornaram a Canaã, onde empreenderam uma campanha militar para conquistar a terra. A origem do povo hebreu é controversa, mas a narrativa bíblica fala de certos patriarcas, como Abraão, Isaque e Jacó, que teriam iniciado a linhagem dos hebreus. Os hebreus foram um dos primeiros povos a cultuar um único Deus, professando uma religião monoteísta, o que é a origem das três maiores religiões monoteístas do mundo.

Agora quanto a Abraão , a Bíblia o refere como um hebreu e não como um israelita ou judeu, porque o termo "hebreu" era usado para descrever os descendentes de Éber, um antepassado de Abraão.

A palavra "hebreu" vem da raiz BR’, que significa "atravessar". Abraão é chamado de hebreu porque, em um nível literal, ele "atravessou" o rio Eufrates e foi viver na Terra de Canaã, e em um nível mais profundo, ele "atravessou" sua adoração de ídolos para se tornar o primeiro a crer em um único Deus.

Atenção, acredita-se que originalmente os hebreus se chamavam a si mesmos de israelitas, mas esse termo caiu em desuso após a segunda metade do século X a.C.. Abraão é considerado o fundador do povo de Israel, mas a Bíblia o chama de hebreu para destacar sua importância e sua jornada única.

 

Fonte: Quora

 

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