Propaganda contra Rússia e China não
funciona na África, avalia especialista
Após receber uma
visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o ministro de Relações
Exteriores da Nigéria, Yusuf Tuggar, declarou que o país quer se unir ao BRICS.
Para o jornalista e cientista político nigeriano Is'haq Modibbo Kawu, a declaração
reforçou o desejo da nação africana de se manter independente na arena
internacional.
Em entrevista à
Sputnik, Kawu, que chefiou a Comissão Nacional de Radiodifusão da Nigéria,
discutiu o papel que o Ocidente vem desempenhando na África para impedir que o
continente se aproxime das potências emergentes mundiais, como Rússia, China e
Índia.
Segundo Kawu, a ideia
de aderir ao BRICS é muito popular no país, e os esforços dos Estados Unidos,
como a visita de Blinken, não influenciarão nessa decisão.
"Os nigerianos
querem fazer parte do nova ordem mundial. Essa nova ordem será multipolar e
permitirá o desenvolvimento das economias dos países tanto do mundo em
desenvolvimento como do mundo desenvolvido", avaliou.
O especialista
sublinhou que fazer parte da nova ordem mundial é "crítico" para o
país, já que no passado a Nigéria rumou caminhos que lhe foram impostos pela
ordem mundial neoliberal, o que afetou negativamente o desenvolvimento do país.
"Se não fizermos parte desta nova ordem multipolar, teremos problemas. É
por isso que é muito importante que a Nigéria faça parte do BRICS."
O presidente de
Uganda, Yoweri Museveni, recentemente acusou "alguns países" de
utilizar o progresso tecnológico para reprimir nações que têm valores
diferentes. O líder ugandense se referia aos EUA e à suspensão dos benefícios
econômicos oferecidos pela Lei de Crescimento e Oportunidades para a África,
que beneficiava países como Níger, Uganda e a República Centro Africana.
"Essa ideia de
sancionar continuamente os países já não vai funcionar", destacou Kawu.
"Vão surgir
oportunidades para as pessoas fazerem escolhas diferentes em termos de
parceiros de desenvolvimento, em termos de agendas de desenvolvimento, em
termos de relações no sistema internacional. E isso é algo claro para as
pessoas em diferentes partes do continente africano."
O cientista político
afirmou ainda que a geração mais jovem está "farta de um continente
sustentado pelos legados do colonialismo e neocolonialismo" e querem ver o
crescimento de suas pátrias.
Nesse sentido, países
como Brasil, Índia, China, Rússia e Irã, apesar das sanções ocidentais,
"estão se unindo para fornecer uma nova plataforma de desenvolvimento para
o mundo". "A África quer fazer parte dessa nova ordem mundial",
destacou.
"Queremos fazer
parte de um mundo de progresso, um mundo onde possamos ter este enorme talento
de jovens africanos altamente qualificados, fazer parte de um processo de
desenvolvimento que utilize os recursos da África para trabalhar para África",
disse à Sputnik.
Para Kawu, essa
questão está no cerne do declínio da influência do Ocidente na África: centenas
de anos de escravidão, colonialismo e a atual exploração dos recursos naturais.
"Temos a memória
de uma relação que não funcionou para nós. Uma relação que nos manteve
subdesenvolvido. Este é o pano de fundo, a base pela qual o mundo ocidental já
não é tão popular na África."
Os países do BRICS,
pelo contrário, não exploraram a África, e têm ajudado os países africanos no
seu desenvolvimento. Além disso, a União Soviética participou nas lutas de
libertação do continente. É por isso que, na opinião de Kawu, "toda
propaganda contra a Rússia, contra a China, nunca ressoou no povo
africano".
·
Wang Yi diz a conselheiro de Biden que
maior risco para relação China-EUA é independência de Taiwan
Entre sexta-feira (26)
e sábado (27), o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, manteve
uma "comunicação estratégica franca, substantiva e frutífera" com o
conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, segundo a
chancelaria chinesa.
As duas autoridades se
encontraram na capital tailandesa, Bangkok, e concordaram em lidar
adequadamente com questões importantes e sensíveis nas relações
sino-americanas, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês.
De 26 a 27 de janeiro,
o chanceler Wang Yi teve diálogos francos, substantivos e produtivos com o
conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, em Bangkok.
A questão sobre Taiwan
foi abordada, com o ministro enfatizando a Sullivan que a "independência
de Taiwan" representava o maior risco para os laços EUA-China. Ao mesmo
tempo, sublinhou que a ilha é um assunto interno chinês e que sua recente eleição
"não pode mudar o fato básico de que Taiwan faz parte da China".
"O maior risco
para a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan é a 'independência de Taiwan'
e o maior desafio para as relações China-EUA é também a 'independência de
Taiwan'", disse Wang.
A pasta chinesa também
divulgou que os presidentes Xi Jinping e Joe Biden "manterão contato
regular para fornecer orientação estratégica para as relações bilaterais e
fazer bom uso dos atuais canais de comunicação estratégica".
Em São Francisco,
durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), Xi e Biden
concordaram em abrir uma linha direta presidencial, retomar as comunicações
entre militares e trabalhar para reduzir a produção de fentanil, mas
permaneceram em desacordo sobre Taiwan.
A Casa Branca, em um
comunicado citado pela Reuters, disse que tanto Wang como Sullivan reconheceram
o progresso recente na retomada da comunicação entre militares e a importância
de manter esses canais. O conselheiro de Biden também "ressaltou a importância
de manter a paz e a estabilidade através do estreito de Taiwan", disse o
comunicado.
Washington acrescentou
na nota que "Sullivan enfatizou que embora os Estados Unidos e a China
estejam em competição, ambos os países precisam evitar entrar em conflito ou
confronto".
A China e os EUA
tiveram um início difícil em 2023, mas reuniram-se com mais frequência na
segunda metade do ano para tentar estabilizar os laços antes das eleições
taiwanesas e de uma campanha eleitoral potencialmente cáustica nos EUA em 2024.
A reunião desses dois
dias foi o mais recente encontro silencioso entre Wang e Sullivan. O último
aconteceu em maio do ano passado. A ideia, segundo a Reuters, é manter esses
encontros longe da mídia para tentar diminuir a temperatura entre as duas potências.
·
China sentenciou a prisão empresário do
Reino Unido por 'fornecer inteligência ilegal', relata mídia
Um cidadão britânico
perdeu há meses uma apelação, após ser detido por acusações de espionagem. Ian
Stones trabalhou durante décadas em operações de empresas ocidentais na China.
A China disse na
sexta-feira (26) que condenou um cidadão britânico em 2022 a cinco anos de
prisão por "fornecer inteligência ilegal", informou na quinta-feira
(25) o jornal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ).
O empresário britânico
Ian Stones, segundo as fontes da mídia, havia desaparecido em 2018 após décadas
de trabalho na China, onde, segundo dados publicamente revelados, trabalhou
para as operações na China de grandes empresas multinacionais europeias e norte-americanas,
incluindo BP, Pfizer Pharmaceuticals e General Motors.
"Ele também foi
consultor sênior na China do Conference Board, uma empresa de pesquisa de
negócios sediada em Nova York, onde foi fundamental no desenvolvimento de
relacionamentos com agências como o Escritório Nacional de Estatísticas da
China e o Banco Central da China, de acordo com sua biografia no portal do
Conference Board", cita o WSJ.
Questionado na
sexta-feira (26) sobre a notícia, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores da China, comentou que um tribunal de Pequim "condenou
em primeira instância o réu britânico [...] a cinco anos de prisão pelo crime
de obtenção ilegal de inteligência para atores estrangeiros" em 2022.
Após uma apelação,
referiu, o julgamento foi confirmado em setembro de 2023.
Wang disse que o
"tribunal julgou o caso estritamente de acordo com a lei", e que
Pequim "garantiu totalmente os vários direitos legítimos" do
prisioneiro e assegurou que os funcionários do Reino Unido o visitassem e
assistissem ao seu julgamento.
"A China é um
país governado pelo Estado de direito", disse Wang.
"Os órgãos
judiciais promovem estritamente o tratamento de casos de acordo com a lei,
salvaguardando os direitos e interesses legítimos de cidadãos chineses e
estrangeiros", acrescentou.
Ø
Em reunião em Pyongyang, China e Coreia do
Norte concordam em fortalecer 'interesses em comum'
A Coreia do Norte e a
China concordaram em fortalecer a cooperação tática e defender interesses
comuns em encontro de autoridades diplomáticas de ambos os países, disse a
agência de notícias oficial do Norte, KCNA.
As medidas aconteceram
durante a reunião da ministra das Relações Exteriores norte-coreana, Choe Son
Hui, com o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Sun Weidong, na
sexta-feira (26), de acordo com a mídia.
Pequim afirmou que os
dois países se comprometeram a fortalecer as comunicações estratégicas "em
todos os níveis" e reafirmaram a "postura inabalável" sobre o
aprofundamento dos laços, enquanto Sun se reunia com o seu homólogo norte-coreano,
Pak Myong Ho, em Pyongyang.
Em 26 de janeiro de
2024, o vice-chanceler chinês Sun Weidong manteve consultas com o
vice-chanceler da Coreia do Norte, Pak Myong Ho, em Pyongyang, e fez uma visita
de cortesia a chanceler Choe Son Hui
Sun chegou
quinta-feira (25) à capital norte-coreana, passando pela cidade de Sinuiju, na
fronteira dos dois países.
Dias antes, Choe Son
Hui se encontrou com o presidente Vladimir Putin e o chanceler russo Sergei
Lavrov em Moscou, no que caracterizou a última troca entre o Norte, China e
Rússia, ao mesmo tempo que o confronto com os Estados Unidos e a Coreia do Sul
se intensifica.
A Coreia do Norte
melhorou dramaticamente os seus laços com os dois membros permanentes do
Conselho de Segurança da ONU e aliados tradicionais, que se posicionaram ao
lado de Pyongyang à medida que este acelera o desenvolvimento de uma série de
armas tácticas e estratégicas.
Pequim e Moscou,
recusam-se desde 2017 a juntar-se à imposição de mais sanções contra a Coreia
do Norte, apoiando a posição do governo de Kim Jong-un de que está o país está
exercendo seu direito à autodefesa.
Ø
'Como uma máquina de guerra': China critica
OTAN em meio a um maciço exercício militar
Um porta-voz do
Ministério da Defesa da China, ao ser perguntado sobre a Organização do Tratado
do Atlântico Norte (OTAN), criticou fortemente o bloco militar ocidental.
"É justo dizer
que a OTAN é como uma máquina de guerra ambulante, onde quer que vá haverá
instabilidade", disse o representante chinês Wu Qian sobre a aliança
militar liderada pelos EUA.
"Instamos a OTAN
a parar de inventar mentiras e cessar qualquer movimento perigoso que possa
perturbar a Ásia-Pacífico, e ter uma visão objetiva e racional do crescimento
da China e do Exército da China", acrescentou o porta-voz.
A observação dura veio
em resposta a perguntas sobre o bloco durante uma coletiva de imprensa regular.
A OTAN iniciou seu exercício Steadfast Defender 2024 na quarta-feira (24),
reunindo 90 mil militares de países-membros e da Suécia para participar de exercícios
durante o próximo semestre. Os EUA apontam que o exercício é o maior da aliança
desde o período da Guerra Fria.
"Como uma
organização militar regional, a OTAN lançou e lutou em muitas guerras em todo o
mundo desde a sua criação", disse Wu sobre o bloco, que desempenhou um
papel fundamental nas guerras na Líbia, Afeganistão e ex-Iugoslávia.
Fonte: Sputnik Brasil
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