EUA caminham em direção ao 'abismo' devido
à alta recorde da dívida pública, diz economista
O presidente e CEO do
banco norte-americano JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse que a economia
norte-americana caminha para o "abismo" devido ao crescimento recorde
da dívida pública, que atualmente ultrapassa US$ 34 trilhões (cerca de R$ 167,1
trilhões).
Na quinta-feira (25),
a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, classificou o montante da dívida
pública nacional dos EUA como um "número assustador", mas
administrável.
"É um penhasco,
vemos o penhasco. Faltam cerca de dez anos, estamos indo a 60 milhas por hora
[em direção a ele]", disse Dimon na sexta-feira (26) de acordo com a Fox
News.
Ele observou que a
relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) está agora acima de 100%, enquanto
em 1982 era de 35%.
A dívida do governo
federal dos EUA era de pouco mais de US$ 30 trilhões (cerca de R$ 147,5
trilhões) no final de janeiro de 2022, tendo atingido um novo recorde de US$ 33
trilhões (aproximadamente R$ 162,2 trilhões) em 15 de setembro. O serviço da
dívida poderia custar aos Estados Unidos quase um terço das receitas
orçamentárias, calcularam anteriormente especialistas em conversa com a
Sputnik.
·
Busca de Biden por plenos poderes para
lidar com imigração é bastante perigosa, diz analista
Analista político dos
EUA afirma à Sputnik que conceder poderes ilimitados a presidentes é sempre
repleto de riscos.
O presidente dos EUA,
Joe Biden, vem tentando aprovar no Senado americano um projeto bipartidário que
concede a ele poderes emergenciais para lidar com a crise de imigração na
fronteira do estado do Texas com o México.
O projeto garante a
Biden autoridade para fechar a fronteira quando esta estiver sobrecarregada. O
presidente americano afirmou que pretende usar este poder assim que for
aprovado.
O historiador e
analista político dos EUA Dan Lazare afirmou à Sputnik que a medida ambicionada
por Biden é "inquestionavelmente perigosa", uma vez que "dar ao
presidente poderes emergenciais basicamente ilimitados é sempre repleto de riscos".
"Mesmo que Biden
não abuse deles, isso abre um precedente para outros que o farão. Portanto,
isso definitivamente inclina a balança a favor do autoritarismo que Trump
representa", disse Lazare.
Segundo o analista, as
ações de Biden confirmam que o seu antecessor presidencial e rival, Donald
Trump, estava correto ao insistir que "são necessárias medidas mais
severas" para enfrentar a crise fronteiriça, o que não é um bom presságio
para o atual residente da Casa Branca.
"Admitir que o
seu oponente está certo dá aos eleitores mais motivos para votar nele, e não
menos", observou o historiador.
Lazare sublinhou que
"a crise fronteiriça não pode ser resolvida sem uma nova versão do Muro de
Berlim", o que seria um empreendimento bastante desafiador devido à enorme
extensão – cerca de 3.141 quilômetros – da fronteira EUA-México.
Outro fator que
complica ainda mais a situação é a disparidade econômica entre os Estados
Unidos e os seus vizinhos do sul.
"O PIB per capita
dos EUA é agora de US$ 76.330 [R$ 375.543], de acordo com os dados mais
recentes do Banco Mundial. Enquanto isso, o do México é de US$ 11.496 [R$
56.560], o da Nicarágua é de US$ 2.255 [R$ 11.094], o do Haiti é de US$ 1.748
[R$ 8.600], enquanto o da Venezuela é de apenas US$ 482 [R$ 2.371]", disse
Lazare, afirmando que essa é a razão do aumento da imigração pela fronteira com
o México.
Os imigrantes que
procuram entrar nos EUA, observou Lazare, estão simplesmente "desesperados
por melhorar as suas vidas e as dos seus filhos" e estão dispostos a fazer
"o que for preciso" para alcançar esse objetivo.
"Entretanto, a
guerra contra as drogas dos EUA agrava o problema ao incentivar a guerra de
gangues em grande parte da América Latina, numa escala que faz com que a
Chicago de Al Capone pareça uma disputa de escola. Como consequência, países
inteiros estão se afogando na violência, sendo o Equador o exemplo mais
recente. Isso incentiva ainda mais a imigração, mas a resposta de Washington é
intensificar ainda mais a guerra às drogas", acrescentou.
Lazare também observou
que os EUA não são o único país no mundo que enfrenta atualmente o problema dos
imigrantes, uma vez que as "intermináveis guerras
apoiadas pelos EUA no Oriente Médio" resultaram na fuga de um grande número de imigrantes para países da União Europeia.
·
Trump chama fronteira dos EUA de 'arma de
destruição em massa' por 'recorde histórico' de imigrantes
O provável candidato
do Partido Republicano à presidência dos EUA condenou a política fronteiriça do
mandatário em exercício, que caracterizou ser "uma ferida aberta em nosso
outrora grande país".
Donald Trump, o
provável candidato republicano à presidência nos EUA, atacou no sábado (27) o
governo de Joe Biden por este permitir que o aumento da entrada de imigrantes
na fronteira sul continue.
"Nossa fronteira
se tornou uma arma de destruição em massa – nossa destruição", declarou o
ex-presidente dos EUA (2017-2021).
Trump, que busca a
reeleição como presidente do país norte-americano em 2024, escreveu que as
autoridades fronteiriças dos EUA registraram 302.000 entradas de imigrantes em
dezembro, algo que ele descreveu como "um recorde histórico".
"Há apenas três
anos, tínhamos a fronteira mais forte e segura da história dos EUA. Hoje temos
uma catástrofe iminente. É a PIOR FRONTEIRA DA HISTÓRIA DO MUNDO, uma ferida
aberta em nosso outrora grande país", argumentou Trump.
Ele afirmou que
"terroristas" estavam entrando nos Estados Unidos sem controle,
vindos de todas as partes do mundo, e que agora havia "100% de
chance" de um grande ataque terrorista acontecer no país.
A disputa quanto à
segurança fronteiriça entre os republicanos e os democratas no Congresso dos
EUA escalou nesta semana, depois que a Suprema Corte permitiu que os agentes
federais de patrulha da fronteira removessem as barreiras físicas colocadas
pelo Texas. Greg Abbott, governador do estado, disse que estava pronto para um
conflito com as autoridades federais.
Uma grande parte dos
governadores republicanos expressaram solidariedade ao Texas no seu impasse com
o governo federal, defendendo a proteção da fronteira do estado com o México
contra a imigração ilegal.
·
Quantidade ou qualidade? Marinha dos EUA
reduz padrões de entrada para atingir meta de recrutamento
A Marinha dos EUA
conseguiu recrutar menos de 32.000 pessoas das cerca de 38.000 esperadas para
2023, com o objetivo subindo agora para 40.600, obrigando o ramo militar a
tomar medidas drásticas.
A Marinha dos EUA está
começando a alistar pessoas que não concluíram o ensino médio para atingir as
metas de alistamento, informou na sexta-feira (26) a agência norte-americana
Associated Press (AP).
De acordo com o novo
plano, os recrutas da Marinha sem credenciais educacionais poderão se alistar
desde que obtenham 50 pontos ou mais no teste de qualificação, de um máximo de
99. A última vez que o serviço aceitou indivíduos sem credenciais educacionais
foi em 2000.
"Milhares de
pessoas vêm aos nossos centros de recrutamento todos os anos para se alistar na
Marinha, mas não têm qualificações educacionais e nós simplesmente as
recusamos", disse à AP o vice-almirante Rick Cheeseman, chefe de gabinete
da Marinha.
A meta de recrutamento
de 2023 era de 37.700 pessoas, mas apenas 31.834 se alistaram. Agora, a meta é
recrutar 40.600 candidatos este ano. A força total da Marinha dos EUA é de
337.800 efetivos.
A Marinha é o único
serviço que recruta e agora admite recrutas da categoria quatro, ou seja,
aqueles que obtiveram 30 pontos ou menos no teste de qualificação. Os outros
serviços resistiram amplamente a essas mudanças.
A decisão segue uma
iniciativa de dezembro de 2022 para aceitar mais recrutas com pontuação muito
baixa no Teste de Qualificação das Forças Armadas dos EUA.
Carlos del Toro,
secretário da Marinha dos EUA, recomendou na sexta-feira (26) que o Reino Unido
invista mais em sua Marinha, e também em reforçar suas Forças Armadas, à luz
dos recentes acontecimentos globais.
Ø
Caracas pede aos EUA que deixem a Venezuela
resolver seus problemas internos por vias democráticas
Afirmação foi feita em
resposta à decisão dos EUA de revisar as sanções, recentemente aliviadas,
contra a Venezuela após candidatos da oposição serem impedidos de disputar as
eleições deste ano.
O governo venezuelano
exortou os Estados Unidos a deixarem que a Venezuela resolva seus problemas
internos pelas vias democráticas, em resposta à decisão de Washington de
revisar as sanções contra o país, recentemente aliviadas, após a Justiça
venezuelana barrar dois candidatos da oposição de concorrerem às eleições deste
ano.
"Podemos
discordar de coisas que se passam nos Estados Unidos, mas elas são questões
soberanas dos Estados Unidos. Que os Estados Unidos deixem que nós,
venezuelanos, resolvamos nossos problemas pelas vias democráticas", disse
o porta-voz do governo, Héctor Rodríguez, em coletiva dada a jornalistas neste
sábado (27).
María Corina Machado,
principal candidata da oposição, e Henrique Capriles foram impedidos de
concorrer às eleições na última sexta-feira (26). O Supremo Tribunal de Justiça
da Venezuela informou que a candidatura de Machado foi barrada por conta da
ligação da candidata a uma conspiração contra o governo, liderada por Juan
Guaidó, em 2019. O tribunal também ratificou uma decisão que impede Capriles de
concorrer às eleições até 2032.
No comunicado deste
sábado, Rodríguez disse que "a oposição extremista venezuelana" não
cessou "sua intenção de retirar o povo venezuelano do caminho democrático".
Ø
EUA e Israel acreditam que até 80% dos
túneis do Hamas estão intactos após 114 dias de guerra
Autoridade israelense
estima que só 20% da rede de túneis do Hamas foi danificada ou se encontra fora
de serviço após as operações de Tel Aviv.
Após 114 dias de
combates, cerca de 80% do sistema de túneis do Hamas sob a Faixa de Gaza ainda
pode permanecer intacto, informou o Wall Street Journal (WSJ) neste domingo
(28).
Enquanto as Forças de
Defesa de Israel (FDI) têm se engajado em "combates de alta
intensidade" em Khan Yunis, no sul de Gaza, esforços diplomáticos
liderados pelos EUA visam desenvolver um plano em duas fases para a libertação
de mais de 130 reféns ainda detidos na Faixa pelo grupo palestino, em troca de
uma pausa nos combates de até dois meses.
Segundo a apuração do
WSJ, autoridades israelenses e norte-americanas afirmaram ser difícil avaliar
que parte do labirinto subterrâneo foi destruída pelas tropas de Israel até
agora, mas estimou que 20% a 40% dele foi danificado ou inutilizado.
Desde o lançamento de
uma ofensiva terrestre na sequência do ataque de 7 de outubro, em que
militantes do movimento palestino Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e
fizeram cerca de 250 reféns, as forças israelenses têm tentado destruir os
túneis, descobrindo cada vez mais a abrangência das forças da organização que
governa Gaza.
Alguns dos túneis
foram bombardeados, enquanto outros foram inundados. No entanto, o progresso da
operação tem sido lento, uma vez que as passagens subterrâneas devem ser
mapeadas e verificadas em busca de armadilhas e reféns antes que as forças de
Tel Aviv possam destruí-las.
Acredita-se que o
líder do Hamas, Yahya Sinwar, e outros comandantes terroristas estejam
escondidos no subsolo. Ainda segundo a mídia, autoridades israelenses afirmaram
acreditar que o chefe do terrorismo em Gaza esteja em um centro de comando em
um túnel sob Khan Yunis, junto com alguns dos reféns.
No início deste mês,
foi relatado que altos responsáveis da defesa israelense avaliam agora que a
rede de túneis do Hamas em Gaza tem entre 360 e 720 quilômetros de comprimento,
muito mais longa do que se acreditava anteriormente.
A estimativa divulgada
pelo The New York Times é marcadamente superior à avaliação das FDI no mês
passado, de que existiam cerca de 400 quilômetros de túneis do Hamas sob a
Faixa de Gaza, e um número surpreendente, dado que o enclave tem apenas 140
quilômetros quadrados de tamanho total.
Na maior operação em
um mês, as FDI cercaram e avançaram nos últimos dias através de Khan Yunis,
onde muitos palestinos tinham se abrigado depois de deixar o Norte de Gaza, o
foco inicial da guerra.
Os palestinos,
entretanto, têm fugido mais para sul de Khan Yunis em direção a Rafah, perto da
fronteira egípcia, onde as Nações Unidas afirmam estar agora a maior parte dos
estimados 1,7 milhão de deslocados de Gaza.
Diversas organizações
internacionais têm ecoado as preocupações da Organização Mundial da Saúde
(OMS), que emitiu alertas urgentes sobre a calamidade vivida pelos palestinos,
chamando a atenção para a condição dramática dos poucos hospitais da região, que
mal conseguem funcionar.
O grupo Médicos Sem
Fronteiras (MSF) disse que a capacidade cirúrgica no Hospital Nasser em Khan
Younis era "virtualmente inexistente".
A Sociedade do
Crescente Vermelho Palestino afirmou que o hospital Al-Amal também estava
"sob cerco com fortes tiros".
Os militares
israelenses acusam o Hamas de operar a partir de túneis sob os hospitais de
Gaza e de utilizar as instalações médicas como centros de comando, divulgando
imagens dos túneis do Hamas descobertos sob vários hospitais.
O primeiro-ministro de
Israel, Benjamin Netanyahu, que enfrenta uma pressão interna crescente pela
forma como lidou com o conflito, redobrou a sua promessa de remover o Hamas de
Gaza.
"Se não
eliminarmos os terroristas do Hamas [...] o próximo massacre é apenas uma
questão de tempo", disse ele em um comunicado televisionado no sábado
(27).
Fonte: Sputnik Brasil
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