quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

EUA caminham em direção ao 'abismo' devido à alta recorde da dívida pública, diz economista

O presidente e CEO do banco norte-americano JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse que a economia norte-americana caminha para o "abismo" devido ao crescimento recorde da dívida pública, que atualmente ultrapassa US$ 34 trilhões (cerca de R$ 167,1 trilhões).

Na quinta-feira (25), a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, classificou o montante da dívida pública nacional dos EUA como um "número assustador", mas administrável.

"É um penhasco, vemos o penhasco. Faltam cerca de dez anos, estamos indo a 60 milhas por hora [em direção a ele]", disse Dimon na sexta-feira (26) de acordo com a Fox News.

Ele observou que a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) está agora acima de 100%, enquanto em 1982 era de 35%.

A dívida do governo federal dos EUA era de pouco mais de US$ 30 trilhões (cerca de R$ 147,5 trilhões) no final de janeiro de 2022, tendo atingido um novo recorde de US$ 33 trilhões (aproximadamente R$ 162,2 trilhões) em 15 de setembro. O serviço da dívida poderia custar aos Estados Unidos quase um terço das receitas orçamentárias, calcularam anteriormente especialistas em conversa com a Sputnik.

·        Busca de Biden por plenos poderes para lidar com imigração é bastante perigosa, diz analista

Analista político dos EUA afirma à Sputnik que conceder poderes ilimitados a presidentes é sempre repleto de riscos.

O presidente dos EUA, Joe Biden, vem tentando aprovar no Senado americano um projeto bipartidário que concede a ele poderes emergenciais para lidar com a crise de imigração na fronteira do estado do Texas com o México.

O projeto garante a Biden autoridade para fechar a fronteira quando esta estiver sobrecarregada. O presidente americano afirmou que pretende usar este poder assim que for aprovado.

O historiador e analista político dos EUA Dan Lazare afirmou à Sputnik que a medida ambicionada por Biden é "inquestionavelmente perigosa", uma vez que "dar ao presidente poderes emergenciais basicamente ilimitados é sempre repleto de riscos".

"Mesmo que Biden não abuse deles, isso abre um precedente para outros que o farão. Portanto, isso definitivamente inclina a balança a favor do autoritarismo que Trump representa", disse Lazare.

Segundo o analista, as ações de Biden confirmam que o seu antecessor presidencial e rival, Donald Trump, estava correto ao insistir que "são necessárias medidas mais severas" para enfrentar a crise fronteiriça, o que não é um bom presságio para o atual residente da Casa Branca.

"Admitir que o seu oponente está certo dá aos eleitores mais motivos para votar nele, e não menos", observou o historiador.

Lazare sublinhou que "a crise fronteiriça não pode ser resolvida sem uma nova versão do Muro de Berlim", o que seria um empreendimento bastante desafiador devido à enorme extensão – cerca de 3.141 quilômetros – da fronteira EUA-México.

Outro fator que complica ainda mais a situação é a disparidade econômica entre os Estados Unidos e os seus vizinhos do sul.

"O PIB per capita dos EUA é agora de US$ 76.330 [R$ 375.543], de acordo com os dados mais recentes do Banco Mundial. Enquanto isso, o do México é de US$ 11.496 [R$ 56.560], o da Nicarágua é de US$ 2.255 [R$ 11.094], o do Haiti é de US$ 1.748 [R$ 8.600], enquanto o da Venezuela é de apenas US$ 482 [R$ 2.371]", disse Lazare, afirmando que essa é a razão do aumento da imigração pela fronteira com o México.

Os imigrantes que procuram entrar nos EUA, observou Lazare, estão simplesmente "desesperados por melhorar as suas vidas e as dos seus filhos" e estão dispostos a fazer "o que for preciso" para alcançar esse objetivo.

"Entretanto, a guerra contra as drogas dos EUA agrava o problema ao incentivar a guerra de gangues em grande parte da América Latina, numa escala que faz com que a Chicago de Al Capone pareça uma disputa de escola. Como consequência, países inteiros estão se afogando na violência, sendo o Equador o exemplo mais recente. Isso incentiva ainda mais a imigração, mas a resposta de Washington é intensificar ainda mais a guerra às drogas", acrescentou.

Lazare também observou que os EUA não são o único país no mundo que enfrenta atualmente o problema dos imigrantes, uma vez que as "intermináveis ​​guerras apoiadas pelos EUA no Oriente Médio" resultaram na fuga de um grande número de imigrantes para países da União Europeia.

·        Trump chama fronteira dos EUA de 'arma de destruição em massa' por 'recorde histórico' de imigrantes

O provável candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA condenou a política fronteiriça do mandatário em exercício, que caracterizou ser "uma ferida aberta em nosso outrora grande país".

Donald Trump, o provável candidato republicano à presidência nos EUA, atacou no sábado (27) o governo de Joe Biden por este permitir que o aumento da entrada de imigrantes na fronteira sul continue.

"Nossa fronteira se tornou uma arma de destruição em massa – nossa destruição", declarou o ex-presidente dos EUA (2017-2021).

Trump, que busca a reeleição como presidente do país norte-americano em 2024, escreveu que as autoridades fronteiriças dos EUA registraram 302.000 entradas de imigrantes em dezembro, algo que ele descreveu como "um recorde histórico".

"Há apenas três anos, tínhamos a fronteira mais forte e segura da história dos EUA. Hoje temos uma catástrofe iminente. É a PIOR FRONTEIRA DA HISTÓRIA DO MUNDO, uma ferida aberta em nosso outrora grande país", argumentou Trump.

Ele afirmou que "terroristas" estavam entrando nos Estados Unidos sem controle, vindos de todas as partes do mundo, e que agora havia "100% de chance" de um grande ataque terrorista acontecer no país.

A disputa quanto à segurança fronteiriça entre os republicanos e os democratas no Congresso dos EUA escalou nesta semana, depois que a Suprema Corte permitiu que os agentes federais de patrulha da fronteira removessem as barreiras físicas colocadas pelo Texas. Greg Abbott, governador do estado, disse que estava pronto para um conflito com as autoridades federais.

Uma grande parte dos governadores republicanos expressaram solidariedade ao Texas no seu impasse com o governo federal, defendendo a proteção da fronteira do estado com o México contra a imigração ilegal.

·        Quantidade ou qualidade? Marinha dos EUA reduz padrões de entrada para atingir meta de recrutamento

A Marinha dos EUA conseguiu recrutar menos de 32.000 pessoas das cerca de 38.000 esperadas para 2023, com o objetivo subindo agora para 40.600, obrigando o ramo militar a tomar medidas drásticas.

A Marinha dos EUA está começando a alistar pessoas que não concluíram o ensino médio para atingir as metas de alistamento, informou na sexta-feira (26) a agência norte-americana Associated Press (AP).

De acordo com o novo plano, os recrutas da Marinha sem credenciais educacionais poderão se alistar desde que obtenham 50 pontos ou mais no teste de qualificação, de um máximo de 99. A última vez que o serviço aceitou indivíduos sem credenciais educacionais foi em 2000.

"Milhares de pessoas vêm aos nossos centros de recrutamento todos os anos para se alistar na Marinha, mas não têm qualificações educacionais e nós simplesmente as recusamos", disse à AP o vice-almirante Rick Cheeseman, chefe de gabinete da Marinha.

A meta de recrutamento de 2023 era de 37.700 pessoas, mas apenas 31.834 se alistaram. Agora, a meta é recrutar 40.600 candidatos este ano. A força total da Marinha dos EUA é de 337.800 efetivos.

A Marinha é o único serviço que recruta e agora admite recrutas da categoria quatro, ou seja, aqueles que obtiveram 30 pontos ou menos no teste de qualificação. Os outros serviços resistiram amplamente a essas mudanças.

A decisão segue uma iniciativa de dezembro de 2022 para aceitar mais recrutas com pontuação muito baixa no Teste de Qualificação das Forças Armadas dos EUA.

Carlos del Toro, secretário da Marinha dos EUA, recomendou na sexta-feira (26) que o Reino Unido invista mais em sua Marinha, e também em reforçar suas Forças Armadas, à luz dos recentes acontecimentos globais.

 

Ø  Caracas pede aos EUA que deixem a Venezuela resolver seus problemas internos por vias democráticas

 

Afirmação foi feita em resposta à decisão dos EUA de revisar as sanções, recentemente aliviadas, contra a Venezuela após candidatos da oposição serem impedidos de disputar as eleições deste ano.

O governo venezuelano exortou os Estados Unidos a deixarem que a Venezuela resolva seus problemas internos pelas vias democráticas, em resposta à decisão de Washington de revisar as sanções contra o país, recentemente aliviadas, após a Justiça venezuelana barrar dois candidatos da oposição de concorrerem às eleições deste ano.

"Podemos discordar de coisas que se passam nos Estados Unidos, mas elas são questões soberanas dos Estados Unidos. Que os Estados Unidos deixem que nós, venezuelanos, resolvamos nossos problemas pelas vias democráticas", disse o porta-voz do governo, Héctor Rodríguez, em coletiva dada a jornalistas neste sábado (27).

María Corina Machado, principal candidata da oposição, e Henrique Capriles foram impedidos de concorrer às eleições na última sexta-feira (26). O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela informou que a candidatura de Machado foi barrada por conta da ligação da candidata a uma conspiração contra o governo, liderada por Juan Guaidó, em 2019. O tribunal também ratificou uma decisão que impede Capriles de concorrer às eleições até 2032.

No comunicado deste sábado, Rodríguez disse que "a oposição extremista venezuelana" não cessou "sua intenção de retirar o povo venezuelano do caminho democrático".

 

Ø  EUA e Israel acreditam que até 80% dos túneis do Hamas estão intactos após 114 dias de guerra

 

Autoridade israelense estima que só 20% da rede de túneis do Hamas foi danificada ou se encontra fora de serviço após as operações de Tel Aviv.

Após 114 dias de combates, cerca de 80% do sistema de túneis do Hamas sob a Faixa de Gaza ainda pode permanecer intacto, informou o Wall Street Journal (WSJ) neste domingo (28).

Enquanto as Forças de Defesa de Israel (FDI) têm se engajado em "combates de alta intensidade" em Khan Yunis, no sul de Gaza, esforços diplomáticos liderados pelos EUA visam desenvolver um plano em duas fases para a libertação de mais de 130 reféns ainda detidos na Faixa pelo grupo palestino, em troca de uma pausa nos combates de até dois meses.

Segundo a apuração do WSJ, autoridades israelenses e norte-americanas afirmaram ser difícil avaliar que parte do labirinto subterrâneo foi destruída pelas tropas de Israel até agora, mas estimou que 20% a 40% dele foi danificado ou inutilizado.

Desde o lançamento de uma ofensiva terrestre na sequência do ataque de 7 de outubro, em que militantes do movimento palestino Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram cerca de 250 reféns, as forças israelenses têm tentado destruir os túneis, descobrindo cada vez mais a abrangência das forças da organização que governa Gaza.

Alguns dos túneis foram bombardeados, enquanto outros foram inundados. No entanto, o progresso da operação tem sido lento, uma vez que as passagens subterrâneas devem ser mapeadas e verificadas em busca de armadilhas e reféns antes que as forças de Tel Aviv possam destruí-las.

Acredita-se que o líder do Hamas, Yahya Sinwar, e outros comandantes terroristas estejam escondidos no subsolo. Ainda segundo a mídia, autoridades israelenses afirmaram acreditar que o chefe do terrorismo em Gaza esteja em um centro de comando em um túnel sob Khan Yunis, junto com alguns dos reféns.

No início deste mês, foi relatado que altos responsáveis da defesa israelense avaliam agora que a rede de túneis do Hamas em Gaza tem entre 360 e 720 quilômetros de comprimento, muito mais longa do que se acreditava anteriormente.

A estimativa divulgada pelo The New York Times é marcadamente superior à avaliação das FDI no mês passado, de que existiam cerca de 400 quilômetros de túneis do Hamas sob a Faixa de Gaza, e um número surpreendente, dado que o enclave tem apenas 140 quilômetros quadrados de tamanho total.

Na maior operação em um mês, as FDI cercaram e avançaram nos últimos dias através de Khan Yunis, onde muitos palestinos tinham se abrigado depois de deixar o Norte de Gaza, o foco inicial da guerra.

Os palestinos, entretanto, têm fugido mais para sul de Khan Yunis em direção a Rafah, perto da fronteira egípcia, onde as Nações Unidas afirmam estar agora a maior parte dos estimados 1,7 milhão de deslocados de Gaza.

Diversas organizações internacionais têm ecoado as preocupações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que emitiu alertas urgentes sobre a calamidade vivida pelos palestinos, chamando a atenção para a condição dramática dos poucos hospitais da região, que mal conseguem funcionar.

O grupo Médicos Sem Fronteiras (MSF) disse que a capacidade cirúrgica no Hospital Nasser em Khan Younis era "virtualmente inexistente".

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino afirmou que o hospital Al-Amal também estava "sob cerco com fortes tiros".

Os militares israelenses acusam o Hamas de operar a partir de túneis sob os hospitais de Gaza e de utilizar as instalações médicas como centros de comando, divulgando imagens dos túneis do Hamas descobertos sob vários hospitais.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que enfrenta uma pressão interna crescente pela forma como lidou com o conflito, redobrou a sua promessa de remover o Hamas de Gaza.

"Se não eliminarmos os terroristas do Hamas [...] o próximo massacre é apenas uma questão de tempo", disse ele em um comunicado televisionado no sábado (27).

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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