Bactéria
presente no sêmen pode estar associada à infertilidade, diz estudo
Um
novo estudo mostrou que pode existir uma ligação entre a saúde do microbioma do
sêmen – ou seja, o conjunto de bactérias que vivem naturalmente no esperma – e
a fertilidade masculina. A pesquisa foi publicada no periódico Scientific
Reports.
A pesquisa descobriu
que níveis altos da bactéria Lactobacillus iners (ou L.
iners) no sêmen podem estar relacionados à baixa motilidade do
esperma, que se caracteriza pela habilidade dos espermatozoides de se
locomoverem pelo sistema reprodutor feminino e atingir um óvulo,
fertilizando-o.
Para
chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram o sêmen de 73
homens que estavam ou procurando por tratamento para fertilidade, ou por
vasectomia, um dos principais métodos contraceptivos masculinos.
O
estudo descobriu que 27 homens que estavam enfrentando problemas reprodutivos
apresentavam um número maior de Lactobacillus iners no
sêmen em comparação com os 46 homens que estavam buscando por vasectomia, já
que não queriam mais ter filhos, e que apresentavam um sêmen saudável.
Além
disso, de acordo com o estudo, os participantes com sêmen “anormal” tinham
níveis mais altos das bactérias Pseudomonas stutzeri e Pseudomonas
fluorescens. Ao mesmo tempo, esses homens também apresentavam níveis
reduzidos de Pseudomonas putida em comparação com os
participantes com sêmen saudável.
·
Ligação entre microbioma e fertilidade
No
sêmen, existem vários elementos que podem ajudar na saúde do esperma, como
enzimas e a frutose. Além disso, existe uma comunidade de bactérias que podem
atuar positivamente ou negativamente na saúde reprodutiva. Esse grupo é chamado
de microbioma.
Além
da Lactobacillus iners, outras bactérias são encontradas no sêmen,
como a Enterococcus faecalis, a Corynebacterium
tuberculostearicum, a Staphylococcus epidermidis e a Finegoldia
magna.
De
acordo com Vadim Osadchiy, principal autor do estudo e urologista especializado
na saúde e fertilidade masculina, em
entrevista ao Medical News Today, ainda não é conhecida de que forma a Lactobacillus
iners influencia na infertilidade.
Por
isso, são necessários mais estudos para explorar o papel do microbioma no sêmen
e na fertilidade, o que poderia ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos
para infertilidade.
Ø Amor pode deixar marcas químicas no cérebro, mostra estudo
Um
novo estudo publicado na revista científica Current Biology sugeriu que o
sentimento do amor pode deixar marcas químicas no cérebro.
O
objetivo inicial do estudo foi descobrir sobre o que se passa dentro do cérebro
humano para tornar possíveis relacionamentos íntimos e como superam isso,
neuroquimicamente falando, se esses laços são rompidos.
A
pesquisa mostrou que o encontro com pessoas muito queridas pode ativar
fortemente a dopamina, conhecida por ser o
hormônio da felicidade. De acordo com a descoberta, a liberação da substância
química ainda é responsável por fazer um indivíduo superar obstáculos para
manter vivo esse vínculo único.
“O
que descobrimos, essencialmente, é uma assinatura biológica do desejo que nos
ajuda a explicar por que queremos estar mais com algumas pessoas do que com
outras”, disse a autora do estudo Zoe Donaldson, professora associada de
neurociência comportamental na Universidade do Colorado.
*Sobre
o estudo
O
estudo utilizou arganazes, roedores que, assim como os humanos, formam laços
monogâmicos, partilham um lar, criam descendentes e experimentam o sentimento
de luto quando perdem o parceiro.
“Como
humanos, todo o nosso mundo social é basicamente definido por diferentes graus
de desejo seletivo de interagir com pessoas diferentes, seja seu parceiro
romântico ou seus amigos próximos”, disse Donaldson. “Esta pesquisa sugere que
certas pessoas deixam uma marca química única no nosso cérebro que nos leva a
manter essas ligações ao longo do tempo.”
Durante
o experimento, os cientistas utilizaram uma tecnologia para descobrir o que
acontecia no cérebro dos roedores quando os mesmos tentavam chegar até o seu
parceiro.
Cada
vez que o sensor detectava um surto de dopamina, ele “acendia como um bastão
luminoso”, explicou Anne Pierce, cientista que também trabalhou no estudo.
Quando as ratazanas empurravam a alavanca ou escalavam o muro para ver o seu
parceiro de vida, a fibra “iluminava-se como uma rave”, disse ela.
O
mesmo não acontecia com roedores desconhecidos.
“Isto
sugere que a dopamina não só é realmente importante para nos motivar a procurar
o nosso parceiro, como também há mais dopamina a fluir através do nosso centro
de recompensas quando estamos com o nosso parceiro do que quando estamos com um
estranho”, disse Pierce.
·
Esperança para corações partidos
Em
outra camada da pesquisa, os cientistas descobriram o processo de superação por
um coração partido, ainda usando de um experimento com os roedores.
Os
roedores que “mantinham um vínculo” foram separados por quatro semanas –
extremamente longo para a vivência de um roedor. Quando voltaram a se ver, a
onda de luz no bastão provocada pela dopamina quase desapareceu.
“Pensamos
nisso como uma espécie de reinicialização no cérebro que permite ao animal
seguir em frente e potencialmente formar um novo vínculo”, disse Zoe Donaldson.
Os
estudiosos acreditam que a pesquisa poderá ter implicações importantes para
pessoas que têm dificuldade em estabelecer relacionamentos íntimos ou aquelas
que lutam para superar uma perda.
Ø Estudo: espessura da retina pode indicar risco de doenças
cardíacas e pulmonares
Pesquisadores
acreditam ser possível prever o risco de uma pessoa desenvolver doenças
cardíacas e pulmonares através de exames de retina.
Um
estudo publicado na última quarta-feira (24), pesquisadores mostraram
que pessoas com retina mais fina podem ter maior risco de
desenvolver doenças pulmonares, como bronquite ou enfisema.
A pesquisa, publicada no Science Translational Medicine,
utilizou dados do UK Biobank, um enorme banco de dados médicos que contém
detalhes anônimos sobre saúde e genética de cerca de meio milhão de pessoas no
Reino Unido. Através dele, os pesquisadores obtiveram imagem das retinas
de 44.828 participantes, capturadas por meio de um procedimento não invasivo
denominado tomografia de coerência óptica.
Essa
é uma técnica comum em consultórios de oftalmologia para determinar o
risco de um paciente desenvolver doenças oculares como glaucoma e degeneração
macular.
No
entanto, para Nazlee Zebardast, da Havard Medical School, uma dos autoras do
estudo, esse exame pode também ajudar a fornecer informações sobre a saúde
do corpo todo.
Para
a pesquisa, a equipe combinou imagens da retina, dados genéticos e big data
para estimar o risco de uma pessoa desenvolver doenças cardíacas,
metabólicas e pulmonares. Os pesquisadores descobriram que o afinamento de
camadas da retina pode estar associado a um risco aumentado dessas
condições.
A
descoberta corrobora com estudos anteriores, que já haviam estabelecido ligações entre a espessura da
retina e a saúde do corpo como um todo.
·
Mais estudos são necessários
Apesar
da novidade, os pesquisadores ainda não sabem qual é a relação entre a
espessura da retina e a saúde do corpo no geral. Ainda assim, os autores
estão otimistas em relação às implicações do estudo.
Para
Zebardast, o próximo passo é fazer estudos prospectivos, acompanhando
pessoas durante anos para avaliar o risco de desenvolver doenças cardíacas ou
pulmonares.
Se
a investigação confirmar a hipótese, exames de imagem de retina poderão ser
métodos úteis e não invasivos para acompanhar a saúde.
Fonte: CNN Brasil
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