terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Bactéria presente no sêmen pode estar associada à infertilidade, diz estudo

Um novo estudo mostrou que pode existir uma ligação entre a saúde do microbioma do sêmen – ou seja, o conjunto de bactérias que vivem naturalmente no esperma – e a fertilidade masculina. A pesquisa foi publicada no periódico Scientific Reports.

pesquisa descobriu que níveis altos da bactéria Lactobacillus iners (ou L. iners) no sêmen podem estar relacionados à baixa motilidade do esperma, que se caracteriza pela habilidade dos espermatozoides de se locomoverem pelo sistema reprodutor feminino e atingir um óvulo, fertilizando-o.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram o sêmen de 73 homens que estavam ou procurando por tratamento para fertilidade, ou por vasectomia, um dos principais métodos contraceptivos masculinos.

O estudo descobriu que 27 homens que estavam enfrentando problemas reprodutivos apresentavam um número maior de Lactobacillus iners no sêmen em comparação com os 46 homens que estavam buscando por vasectomia, já que não queriam mais ter filhos, e que apresentavam um sêmen saudável.

Além disso, de acordo com o estudo, os participantes com sêmen “anormal” tinham níveis mais altos das bactérias Pseudomonas stutzeri e Pseudomonas fluorescens. Ao mesmo tempo, esses homens também apresentavam níveis reduzidos de Pseudomonas putida em comparação com os participantes com sêmen saudável.

·        Ligação entre microbioma e fertilidade

No sêmen, existem vários elementos que podem ajudar na saúde do esperma, como enzimas e a frutose. Além disso, existe uma comunidade de bactérias que podem atuar positivamente ou negativamente na saúde reprodutiva. Esse grupo é chamado de microbioma.

Além da Lactobacillus iners, outras bactérias são encontradas no sêmen, como a Enterococcus faecalis, a Corynebacterium tuberculostearicum, a Staphylococcus epidermidis e a Finegoldia magna.

De acordo com Vadim Osadchiy, principal autor do estudo e urologista especializado na saúde e fertilidade masculina, em entrevista ao Medical News Today, ainda não é conhecida de que forma a Lactobacillus iners influencia na infertilidade.

Por isso, são necessários mais estudos para explorar o papel do microbioma no sêmen e na fertilidade, o que poderia ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para infertilidade.

 

Ø  Amor pode deixar marcas químicas no cérebro, mostra estudo

 

Um novo estudo publicado na revista científica Current Biology sugeriu que o sentimento do amor pode deixar marcas químicas no cérebro.

O objetivo inicial do estudo foi descobrir sobre o que se passa dentro do cérebro humano para tornar possíveis relacionamentos íntimos e como superam isso, neuroquimicamente falando, se esses laços são rompidos.

A pesquisa mostrou que o encontro com pessoas muito queridas pode ativar fortemente a dopamina, conhecida por ser o hormônio da felicidade. De acordo com a descoberta, a liberação da substância química ainda é responsável por fazer um indivíduo superar obstáculos para manter vivo esse vínculo único.

“O que descobrimos, essencialmente, é uma assinatura biológica do desejo que nos ajuda a explicar por que queremos estar mais com algumas pessoas do que com outras”, disse a autora do estudo Zoe Donaldson, professora associada de neurociência comportamental na Universidade do Colorado.

*Sobre o estudo

O estudo utilizou arganazes, roedores que, assim como os humanos, formam laços monogâmicos, partilham um lar, criam descendentes e experimentam o sentimento de luto quando perdem o parceiro.

“Como humanos, todo o nosso mundo social é basicamente definido por diferentes graus de desejo seletivo de interagir com pessoas diferentes, seja seu parceiro romântico ou seus amigos próximos”, disse Donaldson. “Esta pesquisa sugere que certas pessoas deixam uma marca química única no nosso cérebro que nos leva a manter essas ligações ao longo do tempo.”

Durante o experimento, os cientistas utilizaram uma tecnologia para descobrir o que acontecia no cérebro dos roedores quando os mesmos tentavam chegar até o seu parceiro.

Cada vez que o sensor detectava um surto de dopamina, ele “acendia como um bastão luminoso”, explicou Anne Pierce, cientista que também trabalhou no estudo. Quando as ratazanas empurravam a alavanca ou escalavam o muro para ver o seu parceiro de vida, a fibra “iluminava-se como uma rave”, disse ela.

O mesmo não acontecia com roedores desconhecidos.

“Isto sugere que a dopamina não só é realmente importante para nos motivar a procurar o nosso parceiro, como também há mais dopamina a fluir através do nosso centro de recompensas quando estamos com o nosso parceiro do que quando estamos com um estranho”, disse Pierce.

·        Esperança para corações partidos

Em outra camada da pesquisa, os cientistas descobriram o processo de superação por um coração partido, ainda usando de um experimento com os roedores.

Os roedores que “mantinham um vínculo” foram separados por quatro semanas – extremamente longo para a vivência de um roedor. Quando voltaram a se ver, a onda de luz no bastão provocada pela dopamina quase desapareceu.

“Pensamos nisso como uma espécie de reinicialização no cérebro que permite ao animal seguir em frente e potencialmente formar um novo vínculo”, disse Zoe Donaldson.

Os estudiosos acreditam que a pesquisa poderá ter implicações importantes para pessoas que têm dificuldade em estabelecer relacionamentos íntimos ou aquelas que lutam para superar uma perda.

 

Ø  Estudo: espessura da retina pode indicar risco de doenças cardíacas e pulmonares

 

Pesquisadores acreditam ser possível prever o risco de uma pessoa desenvolver doenças cardíacas e pulmonares através de exames de retina.

Um estudo publicado na última quarta-feira (24), pesquisadores mostraram que pessoas com retina mais fina podem ter maior risco de desenvolver doenças pulmonares, como bronquite ou enfisema.

pesquisa, publicada no Science Translational Medicine, utilizou dados do UK Biobank, um enorme banco de dados médicos que contém detalhes anônimos sobre saúde e genética de cerca de meio milhão de pessoas no Reino Unido. Através dele, os pesquisadores obtiveram imagem das retinas de 44.828 participantes, capturadas por meio de um procedimento não invasivo denominado tomografia de coerência óptica.

Essa é uma técnica comum em consultórios de oftalmologia para determinar o risco de um paciente desenvolver doenças oculares como glaucoma e degeneração macular.

No entanto, para Nazlee Zebardast, da Havard Medical School, uma dos autoras do estudo, esse exame pode também ajudar a fornecer informações sobre a saúde do corpo todo.

Para a pesquisa, a equipe combinou imagens da retina, dados genéticos e big data para estimar o risco de uma pessoa desenvolver doenças cardíacas, metabólicas e pulmonares. Os pesquisadores descobriram que o afinamento de camadas da retina pode estar associado a um risco aumentado dessas condições.

A descoberta corrobora com estudos anteriores, que já haviam estabelecido ligações entre a espessura da retina e a saúde do corpo como um todo.

·        Mais estudos são necessários

Apesar da novidade, os pesquisadores ainda não sabem qual é a relação entre a espessura da retina e a saúde do corpo no geral. Ainda assim, os autores estão otimistas em relação às implicações do estudo.

Para Zebardast, o próximo passo é fazer estudos prospectivos, acompanhando pessoas durante anos para avaliar o risco de desenvolver doenças cardíacas ou pulmonares.

Se a investigação confirmar a hipótese, exames de imagem de retina poderão ser métodos úteis e não invasivos para acompanhar a saúde.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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