Deputado lamenta impactos das chuvas em
municípios baianos
O deputado estadual
Manuel Rocha (União Brasil) lamentou neste sábado (27) os graves impactos das
chuvas em diversos municípios baianos, em especial no Oeste do Estado. Na
cidade de Muquém do São Francisco, parte do centro ficou submerso diante do
elevado volume de chuva. Em Wanderley, a situação também foi grave. Rocha
também lamentou a morte de duas crianças após um carro ser arrastado pela
enxurrada e bater em uma pedra na BR-242, entre as cidades de Castro Alves e
Santa Terezinha.
“Lamento profundamente
os impactos das chuvas, ainda mais quando vemos essa triste notícia da morte de
duas crianças. Me solidarizo também com o povo de Muquém do São Francisco e de
outros municípios da Bahia, em especial na região Oeste e também no Sul do
Estado. As imagens que estamos vendo são tristes e preocupantes. Já são
centenas de pessoas desabrigadas. Somente em Muquém do São Francisco, são mais
de 500 pessoas desalojadas. No Oeste, são mais de 600 desalojados”, disse o
deputado.
Para ele, é preciso
uma união de esforços entre todos os níveis de governo para amenizar a situação
e dar apoio às pessoas que estão sendo afetadas. “É preciso adotar uma série de
medidas urgentes para amenizar essa situação, com uma união de esforços dos
municípios, do Governo do Estado e da União. As pessoas que estão desabrigadas
precisam de muito apoio neste momento”, salientou.
Em Muquém do São
Francisco, as imagens aéreas são impressionantes e mostram diversos imóveis
submersos diante do nível da água. Em Wanderley, também no Oeste, mais de 20
casas foram completamente destruídas pelas chuvas. Os desalojados em ambos os
municípios foram encaminhados para escolas, equipamentos municipais e igrejas.
·
Fortes chuvas em Feira de Santana: deputado
solicita apoio do Governo da Bahia
Feira de Santana
registrou um volume de mais de 120mm de chuva entre as 17h de sexta-feira, 26,
e as 5h da manhã deste sábado, 27. As fortes chuvas trouxeram consequências
danosas em diversos pontos da cidade. Muitas casas foram invadidas pela água,
ocasionando perda de móveis, e deixando moradores desalojados. Diante dessa
lamentável situação, o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB), encaminhou
ofício ao governador Jerônimo Rodrigues, solicitando apoio ao governo baiano
para que possa unir esforços junto ao governo municipal, com o objetivo de
minimizar os graves efeitos ocasionados pelas fortes chuvas.
O deputado chama atenção para os locais da sede do município que foram
alagados, mas também para os acessos aos distritos de Feira de Santana, que
foram bloqueados, conforme informações do Poder Público Municipal. “Esse quadro
demonstra um grave cenário na estrutura do município que, infelizmente, não
possui capacidade para suportar prolongadas chuvas, desde a sua região central
e, ainda mais especificamente, em bairros populares e distritos”, explica Pablo
Roberto.
Este é um cenário que
causa prejuízo material aos cidadãos – que perdem as suas casas, bens, e ficam
desalojados – mas também favorece a transmissão de doenças como leptospirose,
tétano, hepatite, entre outras. “Diante dessa problemática, é fundamental que
haja a atuação conjunta do Poder Público (estadual e municipal) em busca das
soluções para os danos causados. “Não é possível que eventual incapacidade
econômico-financeira do município seja justificativa para a manutenção desse
quadro”, explica o parlamentar, que conclui afirmando ser imprescindível que o
Estado e o Município mapeiem as principais medidas a serem tomadas para que não
continue ocorrendo o alagamento nas diversas regiões da cidade em casos de
fortes chuvas como as recentes. “A partir disso, que invistam na infraestrutura
necessária para a solução dessa problemática que se arrasta há anos em nosso
município”.
Ø Em palanque que une partidos do governo e da oposição, prefeito
de Euclides da Cunha lança candidato à sucessão
Num palanque formado
por lideranças de oito partidos, inclusive do PT e do União Brasil, o prefeito
de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro (PDT), lançou como candidato à sucessão,
na noite da última sexta-feira (26), o atual secretário de Obras do município,
Helder Macedo (PDT). A chapa para 2024 será completada pela vereadora Simone
Matos (PSD). Também foram apresentados cerca de 40 pré-candidatos a vereador.
“Estou profundamente
grato pela confiança depositada em mim, e, junto com nossa futura vice-prefeita
Simone Mattos, continuaremos a trabalhar incasavelmente por nossa cidade, dando
continuidade ao excelente trabalho do melhor prefeito que Euclides da Cunha já
teve, Luciano Pinheiro”, declarou Helder.
“Deposito minha
confiança e, com muita fé em Deus, nosso futuro prefeito será Heldinho Macedo.
Afinal, o trabalho em nossa cidade precisa continuar”, acrescentou o prefeito,
que agradeceu de forma especial ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), ao
ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e ao deputado federal Félix Mendonça
Júnior, presidente do PDT na Bahia, pela parceria em prol de Euclides da Cunha.
Entre os presentes no
ato de lançamento da chapa, realizado numa casa de eventos do município,
estavam os deputados estaduais Marcinho Oliveira (União) e Fátima Nunes (PT),
além de lideranças locais de diversos partidos da base do governo do Estado e
da oposição.
Ø
Menor concentração de poder em elites
locais eleva desenvolvimento, diz estudo
A redução da
concentração de poder político nas mãos de elites locais exerce papel relevante
para impulsionar o desenvolvimento econômico de longo prazo, aponta um estudo
realizado com base em dados históricos de municípios brasileiros.
Cidades antes
dominadas por uma ou mais dinastias familiares e que eram mais pobres na década
de 1940 chegaram aos anos 2000 com um desempenho econômico e social melhor do
que municípios de perfil semelhante, mas onde a disputa local já era mais
pulverizada.
A virada está
diretamente relacionada a mudanças que enfraqueceram oligopólios políticos,
alteraram o equilíbrio de forças e ampliaram a competição no plano eleitoral.
Segundo os autores,
essas transformações melhoraram a governança local e, consequentemente, os
indicadores de renda per capita, mortalidade infantil e alfabetização.
A pesquisa foi
conduzida pelos pesquisadores Claudio Ferraz, professor da Universidade da
Colúmbia Britânica e da PUC-Rio, Frederico Finan, professor da Universidade da
Califórnia em Berkeley, e Monica Martinez-Bravo, professora do Centro de
Estudos Monetários e Financeiros em Madrid (Espanha).
Em um contexto em que
dinastias familiares ainda exercem grande poder de influência em regiões do
Brasil, o estudo traz evidências de como os municípios e seus cidadãos tendem a
permanecer mais pobres quando os mesmos grupos dominam a cena política local.
Ferraz explica que,
sob o domínio de uma ou poucas famílias, a concorrência política fica bastante
reduzida, uma vez que seus descendentes podem usar o capital político do clã
para serem eleitos, em detrimento de uma disputa baseada em características ou
habilidades —o que gera uma “concorrência desleal”.
“A segunda questão é
que, dentro da família, está selecionando [o candidato] em um universo de
qualidade muito menor. É um entre cinco pessoas, por exemplo, não na sociedade
como um todo. Na média, vai ser muito pior”, diz.
Para dar sustentação
aos argumentos, o grupo partiu de um levantamento de nomes de prefeitos que
comandaram municípios brasileiros entre os anos 1940 e 2000.
Em meio à dificuldade
de resgatar registros mais antigos, sobretudo em cidades menores, os
economistas conseguiram completar as informações para três estados brasileiros:
Ceará, Minas Gerais e Paraíba.
O passo seguinte foi
mapear as dinastias locais, a partir do sobrenome familiar, e o grau de domínio
ou alternância em cada município no período pré-ditadura.
As informações foram
cruzadas com dados socioeconômicos das respectivas cidades. O esforço de
conclusão do trabalho foi realizado ao longo de uma década.
“Quando a gente
começou o trabalho, a hipótese era a persistência. Lugares que lá atrás, nos
anos 1940-1950, tinham muita concentração de poder político seriam lugares em
que a gente continuaria vendo coronelismo local, concentração e,
consequentemente, menor desenvolvimento econômico”, afirma Ferraz.
“A grande surpresa é
que a gente não encontrou isso. Em vários desses lugares com muita
concentração, apesar de serem mais pobres inicialmente, no longo prazo tivemos
uma reversão. Eles se tornaram mais ricos”, diz.
A explicação para a
virada vem de reformas promovidas pela ditadura militar. No artigo, os
pesquisadores ressaltam que não se trata de caracterizar como positivo um
período marcado por casos de corrupção, tortura e cerceamento de direitos, mas
de discutir fatores que explicam a transformação política e econômica dos
municípios.
O governo militar
manteve a realização de eleições municipais, no que é classificado pelos
autores como uma tentativa de sustentar uma “aparência democrática”, mas mexeu
nas estruturas locais a partir de reformas.
O interesse primário
não era ampliar a concorrência, mas sim alçar ao comando das prefeituras nomes
de confiança dos militares e enfraquecer famílias tradicionais. Isso
facilitaria a imposição da política de desenvolvimento nacional —com
substituição de importações e modernização da agricultura—, que enfrentava a
resistência dos “coronéis”, especialmente em municípios rurais e mais pobres.
No sistema
bipartidário, formado apenas por Arena (pró-governo militar) e MDB (oposição),
permitir a candidatura de representantes dessas famílias em uma chapa da
oposição trazia grande risco de derrota para o candidato da ditadura, uma vez
que os grupos locais ainda exerciam grande influência na cena política.
Para driblar esse
obstáculo, os militares lançaram um sistema de sublegenda, que permitia mais de
um candidato por partido. O mais votado dentro da sigla vencedora virava
prefeito.
Nesse desenho, membros
da elite local disputaram eleições sob o guarda-chuva da Arena, o que diluiu
sua força política e abriu caminho para a maior competição.
“O sistema de
sublegendas promoveu a competição intrapartidária, e sem querer isso aumentou a
concorrência política, permitindo a entrada de novos jogadores. A gente
argumenta que foi sem querer, foi um produto indireto”, afirma Ferraz.
Embora o sistema de
sublegendas tenha vigorado no plano nacional, os pesquisadores encontraram
evidências de que ele foi mais intensamente empregado em municípios que eram
inicialmente mais concentrados politicamente.
No estudo, os
economistas buscaram estabelecer uma medida de reeleição das famílias. No
período pré-ditadura, a probabilidade de o mesmo clã estar no poder era alta em
locais onde havia maior concentração.
Para certificar que a
mudança institucional promovida pelo regime militar é uma explicação
consistente para o resultado de maior desenvolvimento econômico, os
pesquisadores empregaram uma metodologia que compara a trajetória de municípios
com características socioeconômicas semelhantes em 1940, mas que tinham graus
distintos de concentração política.
“[Analisamos] Lugares
que tinham trajetórias de taxa de alfabetização parecidas. Só quando o regime
político muda é que, nos lugares onde [o poder político] era mais concentrado,
aumenta a taxa em relação ao [município] que não era concentrado”, afirma Ferraz.
Segundo ele, esses
resultados também foram encontrados para renda, salários na agricultura e valor
das fazendas (medidas aproximadas da atividade agrícola local).
Na avaliação do
pesquisador, compreender como mudanças institucionais podem afetar a competição
política e aprimorar a entrega de serviços públicos permanece sendo uma agenda
relevante, embora ainda haja terrenos inexplorados, como o domínio exercido por
essas famílias também sobre o Congresso.
Fonte: Classe Política/Política
Livre
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