Putin: crimes hitleristas não têm prazo de
validade, foram atrocidades, não ações de combate
O presidente russo
abordou o conflito ucraniano e a invasão nazista da União Soviética durante a
Segunda Guerra Mundial, condenando os crimes de Kiev e dos nazistas.
A Rússia fará de tudo
para suprimir o nazismo e finalmente erradicá-lo, afirmou neste sábado (27) o
presidente russo Vladimir Putin.
"Sem precedentes
na escala de crueldade e cinismo foi o cerco de Leningrado – a decisão dos
nazistas de exterminar uma cidade inteira. Mais de um milhão de habitantes de
Leningrado, civis em particular, foram vítimas da fome, do frio, de bombardeios
intermináveis", explicitou o alto responsável.
"Faremos tudo
para suprimir e erradicar o nazismo de uma vez por todas. Os seguidores dos
carrascos nazistas, seja qual for o nome que tenham hoje, estão
condenados", pronunciou Putin durante a cerimônia de abertura de um
memorial às vítimas do genocídio nazista na URSS durante a Grande Guerra pela
Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941
e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a
Alemanha nazista e seus aliados).
Segundo ele,
"nada será capaz de deter a aspiração de milhões de pessoas, não apenas em
nosso país, mas em todo o planeta, pela verdadeira liberdade, justiça, paz e
segurança".
"Memória por
todos aqueles que morreram. Glória ao soldado soviético que esmagou o
nazismo", disse Putin.
Serão realizadas
investigações sobre todos os crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda
Guerra Mundial contra cidadãos da URSS, garantiu Vladimir Putin, observando que
mais de um milhão de moradores da cidade foram vítimas dos nazistas durante o cerco
de Leningrado.
"Esses dados
foram obtidos no decorrer de pesquisas por historiadores e cientistas
prestigiados, documentos, comprovados em tribunal. Esse trabalho será realizado
com todos os outros crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra contra os
civis de nosso país", segundo o presidente.
Ele disse que o
memorial foi dedicado a "todos os civis da União Soviética cujas vidas
foram ceifadas pelo monstro do genocídio nazista".
"O objetivo é que
se torne um dos símbolos de nossa memória, de nosso dever moral e sagrado de
investigar todos os crimes e determinar os culpados. É importante para nós
hoje, é importante para o futuro", disse o presidente russo.
Traçando paralelos
modernos
Em alguns países,
disse, os neonazistas adotaram métodos hitleristas, e Kiev continua matando
civis.
"Vemos como em
nossos dias os resultados do processo de Nuremberg [julgamento dos principais
nazistas em 1945 e 1946], no qual o nazismo recebeu uma avaliação legal
inequívoca, estão sendo revisados. Alguns países não estão apenas reescrevendo
a história e justificando os carrascos. Os revanchistas e neonazistas adotaram
a ideologia e os métodos dos nazistas."
Ele sublinhou que nos
Países Bálticos agora "dezenas de milhares de pessoas estão sendo
declaradas subumanas e privadas dos direitos mais básicos, sujeitas a
assédio".
"O regime em Kiev
glorifica os cúmplices de Hitler, a [Waffen-]SS, usa o terror contra todos os
indesejáveis, bombardeios bárbaros em cidades e vilarejos civis, continuam
assassinatos de idosos, mulheres e crianças. Em vários países europeus a russofobia
está sendo promovida como uma política de Estado", destacou o presidente
da Rússia.
·
Esnobada em Davos, Kiev volta a pedir a
Pequim para entrar em discussões sobre a 'fórmula da paz'
Um membro do gabinete
de Zelensky instou a China a discutir o plano de dez pontos da Ucrânia sobre o
conflito, ou a chamada "fórmula da paz", após a ausência de contatos
em Davos.
A Ucrânia convidou Xi
Jinping, presidente da China, a participar de uma planejada "cúpula de
paz" de líderes mundiais na Suíça, disse um conselheiro diplomático do
presidente Vladimir Zelensky.
"Estamos
definitivamente convidando a China para participar da cúpula, no mais alto
nível, no nível do presidente da República Popular da China", disse Igor
Zhovkva em uma entrevista à agência britânica Reuters nesta semana.
"A participação
da China será muito importante para nós. Estamos trabalhando com o lado chinês.
Envolvemos nossos parceiros no mundo para que eles transmitam ao lado chinês a
importância de participar dessa cúpula", sublinhou ele.
Zhovkva também disse
que participaram das conversações sobre a chamada fórmula da paz da Ucrânia na
cidade suíça de Davos 82 conselheiros de segurança nacional.
A China tem laços
estreitos com a Rússia, mas se ofereceu a ajudar a mediar o conflito na
Ucrânia.
Como relatou em 17 de
janeiro o jornal norte-americano Politico, Li Qiang, primeiro-ministro da
China, não se encontrou com Zelensky na coletiva de imprensa em Davos, a seguir
ao que o último pareceu desvalorizar a não realização da conversa.
Ø
Ucrânia está perto de um ponto crítico
devido à diminuição da ajuda ocidental, diz portal
A Ucrânia está ficando
sem armas e a ajuda do Ocidente está acabando, escreve observador Connor Echols
no Responsible Statecraft.
"Ucrânia se
aproxima de um ponto de viragem", aponta o artigo. De acordo com o
jornalista, a Ucrânia tem escassez de armas ocidentais.
A revista também cita
a opinião dos assessores do presidente dos EUA, Joe Biden. Segundo eles, a
Rússia poderia vencer o conflito dentro de várias semanas, ou meses, se o
Congresso não der permissão para alocar dinheiro a Kiev.
"A incapacidade
em fornecer nova assistência econômica prejudicará seriamente o governo
ucraniano, que atualmente depende do dinheiro americano e europeu",
ressalta Echols.
Anteriormente, o
presidente ucraniano Vladimir Zelensky disse que o mundo carece de uma
indústria de defesa capaz de se contrapor à Rússia, acrescentando que as Forças
Armadas ucranianas têm uma escassez de drones e bombas.
·
EUA estão criando nova estratégia para
Ucrânia que desenfatiza retomada de territórios, revela mídia
Washington e seus
aliados, que forneceram armas a Kiev, não conseguiram evitar o colapso da
contraofensiva do passado verão europeu da Ucrânia.
A nova estratégia do
governo Biden este ano vai "desenfatizar" a recuperação por parte de
Kiev dos chamados "territórios perdidos" e, em vez disso, se
concentrar no apoio de Washington ao regime de Zelensky para sobreviver em meio
à operação militar especial, avança o The Washington Post citando fontes
anônimas.
As fontes estavam
aparentemente se referindo aos territórios anteriormente reunificados com a
Rússia na sequência de referendos populares.
Os interlocutores
alegaram que a administração de Biden está "ainda se recuperando" da
contraofensiva fracassada de Kiev em 2023, está "montando a nova
estratégia", que inclui ajudar o regime de Zelensky a fortalecer suas
Forças Armadas e economia diante do impasse de financiamento da Ucrânia pelo
Congresso dos EUA.
"O plano
emergente é uma mudança acentuada em relação ao ano passado, quando os
militares dos EUA e aliados apressaram [a condução de] treinamentos e [envio
de] equipamentos sofisticados para Kiev, na esperança que pudesse rapidamente
empurrar as forças russas", ressaltam especialistas.
De acordo com uma
fonte, a ideia é ajudar a Ucrânia "a manter sua posição no campo de
batalha por enquanto [...]" e "colocá-los em um caminho mais
sustentável".
Vale ressaltar que, no
início de janeiro, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que a
Rússia continuará atingindo consistentemente os objetivos da operação militar
especial. Ele relatou que em 2023 as perdas das Forças Armadas da Ucrânia excederam
215.000 homens e 28.000 peças de armamento.
Ø
UE se prepara para cenário em que a Ucrânia
não prorrogará trânsito de gás da Rússia à Europa
A Comissão Europeia
estaria em discussões para assegurar que mesmo os países supostamente mais
dependentes do gás russo possam encontrar outras fontes de suprimento.
A União Europeia (UE)
está se preparando para um possível cenário em que a Ucrânia não prorrogue o
acordo sobre o trânsito de gás russo para a Europa, de acordo com fontes
citadas na sexta-feira (26) pela agência norte-americana Bloomberg.
Anteriormente, a mídia
ucraniana citou fontes do governo ucraniano que indicavam que Kiev não
prorrogará o acordo sobre o trânsito de gás russo para a Europa, que expira no
final de 2024, a não ser que o destinatário alugue a capacidade do sistema de
transporte de gás ucraniano.
Segundo as fontes, a
Comissão Europeia está supostamente partindo do fato de que "até mesmo os
países mais dependentes dos suprimentos russos, incluindo a Áustria e a
Eslováquia, serão capazes de encontrar fontes alternativas no caso de um corte
no fornecimento".
A Comissão Europeia
realizou uma análise preliminar dos possíveis cenários caso o acordo não seja
prorrogado, "incluindo a modelagem da capacidade de outras interconexões,
como o TurkStream, para ajudar a compensar qualquer déficit", escreve a Bloomberg.
A Comissão Europeia
deverá discutir a questão com os Estados-membros da UE em fevereiro, antes de o
plano ser formalmente apresentado aos ministros de Energia em uma reunião em
Bruxelas no dia 4 de março, continua a agência.
Uma fonte da Bloomberg
notou igualmente que os países e empresas cujos contratos não expiram no final
de 2024 poderão garantir o trânsito de gás pela Ucrânia. Em particular, a
Rússia poderia fornecer gás para a fronteira ucraniana, após o que uma organização
europeia concluiria um acordo com a operadora do sistema de transporte de gás
de Kiev para transportá-lo aos países mais dependentes do gás russo: a Áustria,
Eslováquia ou a República Tcheca.
·
Biden congela novos projetos de exportação
de GNL e líder da Câmara o acusa de 'capacitar' Rússia
Em aceno aos
ambientalistas em ano eleitoral, o governo dos Estados Unidos vai congelar
temporariamente a aprovação de novos projetos de exportação de gás natural
liquefeito (GNL) no país.
Nesta sexta-feira
(26), a administração Biden decidiu suspender as análises pendentes de licenças
para novas plantas de liquefação enquanto o Departamento de Energia
norte-americano reavalia os impactos da indústria.
"A minha
administração anuncia hoje [26] uma pausa temporária nas decisões pendentes
sobre as exportações de GNL — com exceção de emergências de segurança nacional
imprevistas e imediatas. Durante esse período, analisaremos atentamente os
impactos das exportações de GNL nos custos da energia, na segurança energética
da América e no nosso ambiente. Essa pausa nas novas aprovações de GNL vê a
crise climática como ela é: a ameaça existencial do nosso tempo", afirmou
Biden em pronunciamento oficial, segundo o Valor Econômico.
A medida, segundo a
mídia, atende as exigências de grupos ambientalistas, mas enfureceu as empresas
de petróleo e gás.
"Com essa
decisão, o presidente Biden — que já pode afirmar ter feito mais para promover
a energia limpa do que qualquer um dos seus antecessores — também fez mais para
controlar a energia não renovável, travando a maior expansão dos combustíveis
fósseis da história", disse Bill McKibben, ativista climático citado pela
mídia.
No entanto, outros não
gostaram da suspensão, como o presidente da Câmara dos Representantes, Mike
Johnson. O republicano caracterizou a ação como "ultrajante" e disse
que Biden "enfraquece a segurança energética dos Estados Unidos".
A decisão do
presidente Biden de suspender os terminais de exportação de gás natural
pendentes é ultrajante. Ao dobrar os joelhos aos ativistas climáticos, o
presidente está capacitando a Rússia a enfraquecer a segurança energética dos
EUA e a forçar a dependência da Europa nas exportações russas sujas. Um
fracasso abjeto.
O Instituto Americano
de Petróleo (API, na sigla em inglês) emitiu, na véspera do anúncio, uma carta
conjunta a outras entidades representativas do setor nos EUA alertando para os
efeitos da medida.
"O fornecimento
abundante de gás natural do nosso país é uma ferramenta geopolítica impactante,
ajudando a proteger os consumidores americanos da crescente instabilidade
global, ao mesmo tempo que promove os interesses nacionais americanos e garante
a segurança energética dos principais aliados dos EUA", escreveram os
grupos citados pela agência epbr.
A revisão do
Departamento de Energia levará meses e será seguida por um período de
comentários públicos, disseram funcionários do governo. Isso terá impacto
imediato em quatro projetos de GNL, cujas aprovações estão atualmente
pendentes.
Analistas avaliam que
essa atualização, no processo de aprovação pelo órgão, provavelmente vai adiar
as novas decisões até depois da eleição de novembro, relata o Valor Econômico.
Fonte: Sputnik Brasil
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