quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Mesmo diante das provas incontestáveis, Bolsonaro insiste em mentir ao negar funcionamento de Abin paralela

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu-se das acusações de que o governo tinha uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “paralela”, conforme indicado por investigação da Polícia Federal (PF).

Segundo Bolsonaro a operação que mirou o filho dele Carlos Bolsonaro, nesta segunda-feira (29/1), se trata de uma de “uma perseguição implacável”. “No meu entender, o objetivo e esculachar”, disse em entrevista à rede de televisão Jovem Pan na tarde desta segunda.

Ele ainda indicou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como o responsável pela perseguição. Ele ainda negou que tenha utilizar a estrutura da Abin para perseguir alguém.

“Eu tinha minha inteligência particular. O que é a minha inteligência? Não é um braço da Abin. Não é um braço da PF. Ninguém. A minha inteligência particular são as pessoas que eu conheço não só no Brasil como ao redor do mundo. Sempre que algo acontece, eu ligo para essas pessoas”, defendeu-se.

A Operação Vigilância Aproximada, deflagrada nesta segunda, teve entre os alvos o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). A investigação da PF apura suposto esquema de uso ilegal de ferramentas Abin para espionagem de adversários políticos.

Os agentes da PF cumpriram mandados contra na residência de Carlos e no gabinete dele na Câmara dos Vereadores, na capital do Rio de Janeiro. Em seguida, os policiais foram à casa de praia da família, em Angra dos Reis, onde Carlos Bolsonaro estava com outros irmãos e com o pai.

A PF apreendeu o celular do vereador e mais três computadores. A corporação cumpriu mandados têm como alvo o “núcleo político” do esquema que utilizava a estrutura da Abin para supostamente beneficiar a família do então presidente da República.

A espionagem teria ocorrido com uso do software FirstMile, que permite monitorar a geolocalização de celulares.

 

Ø  Bolsonaro surta, foge da pauta do dia na Jovem Pan e ataca Moraes: “Inacreditável”

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou acusar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de manipular as eleições presidenciais de 2022 a favor de Lula (PT), eleito presidente pela terceira vez.

Em entrevista cedida à Jovem Pan após seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos) ser alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal, o ex-presidente afirmou que é “inacreditável” o que Moraes faz. “Ele quer impor que dia 8 de janeiro houve um golpe, e na verdade desvia-se a atenção do trabalho parcial que o TSE fez contra mim ao longo das eleições, tomando as medidas mais absurdas contra a minha pessoa”, afirmou.

Enquanto o apresentador do programa JP News tentava puxar a pauta do dia para o cerne do assunto, Bolsonaro seguiu desabafando contra o ministro do STF, citando que o TSE teria pago uma agência para incentivar jovens a votarem, sabendo que sua campanha era focada na população idosa.

O líder da extrema-direita também comentou que o Supremo o teria impedido de usar imagens dele nas manifestações de 7 de setembro, considerada um ato de campanha ilegal, e sobre sua viagem à Londres para acompanhar o velório da rainha Elizabeth em 2023.

Além disso, Bolsonaro também reclamou de ter o “direito” de difamar o seu concorrente anulado. “Não deixaram eu colocar o Lula falando que defendia o aborto, que o Lula falava sobre roubar o celular para tomar uma cervejinha”, lamentou. “Me impediram de fazer tudo, até live na minha casa.

Por fim, Bolsonaro fez alegações de que uma aproximação do ministro do TSE Benedito Gonçalves com Moraes deveria ser explicada. O ex-presidente afirmou que, no dia da certificação de Lula como presidente, Gonçalves teria declarado ao ministro que “missão dada é missão cumprida”.

“Que missão dada foi essa? E depois a gente vê se algumas autoridades, também colega do senhor Alexandre de Moraes, dizerem que ‘atacamos a Lava Jato’ e que ‘se não fosse nós, o Lula não seria presidente”.

 

Ø  PF suspeita que Carluxo recebia os materiais da espionagem de Bolsonaro na Abin

 

A Polícia Federal (PF) deu início a uma nova operação nesta segunda-feira, 29, relacionada ao alegado esquema de espionagem ilegal conduzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) estava à frente do órgão.

Os mandados cumpridos nesta segunda-feira têm como alvo o “núcleo político” de Ramagem, incluindo aliados tanto da época em que ele comandava a Abin quanto do seu atual mandato como deputado federal.

Um dos principais alvos da operação é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro, que está sendo submetido a mandados de busca e apreensão, inclusive em seu gabinete na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.

Segundo informações de Camila Bomfim, do G1, a suspeita é de que Carlos Bolsonaro era o destinatário de “materiais” obtidos ilegalmente pela Abin.

As investigações da PF, que já perduram por meses, visam esclarecer se a Abin foi “instrumentalizada” para monitorar ilegalmente diversas autoridades, incluindo figuras públicas e pessoas comuns envolvidas em investigações, além de desafetos de Jair Bolsonaro.

Na semana passada, Alexandre Ramagem já havia sido alvo de buscas, resultando na apreensão de quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives em seus endereços. Entre os itens confiscados, destacam-se um notebook e um celular pertencentes à Abin.

As investigações indicam que os crimes em questão envolvem o uso indevido do software “First Mile”, uma ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio de seus dispositivos celulares, sem autorização judicial.

Antes de morrer, Bebianno alertou sobre suposta relação de Carluxo com ‘Abin paralela’

A Polícia Federal realizou uma operação hoje focando Carlos Bolsonaro, investigando atividades suspeitas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o mandato de Jair Bolsonaro.

De acordo com informações divulgadas pela jornalista Andréia Sadi, no G1, assessores de Carlos Bolsonaro, que também são alvos da operação, são suspeitos de solicitar informações ao ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.

Este caso traz à tona alegações feitas por Gustavo Bebianno, ex-Secretário-Geral da Presidência, que faleceu onze dias após declarar a existência de uma tentativa de criar uma “Abin paralela”, supostamente iniciada por Carlos Bolsonaro.

Bebianno, na ocasião, optou por não revelar o nome do delegado da PF envolvido, citando razões institucionais e pessoais.

Bebianno também mencionou que ele e o ex-ministro Santos Cruz, que foi demitido meses depois, aconselharam contra a continuação desses planos por Jair Bolsonaro.

A investigação atual da PF procura esclarecer essas alegações e determinar o envolvimento de Carlos Bolsonaro e outros assessores no caso.

 

Ø  Ministro de Lula fala em “organização criminosa” após operações da PF

 

Após operações que atingiram um dos filhos (Carlos) e um ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (29/1) que existia no governo anterior uma “organização criminosa” funcionando a partir do Palácio do Planalto.

“Existia uma organização criminosa a partir do Palácio do Planalto no governo anterior, que envolveu várias instituições. O clima e o ódio semeados durante quatro anos pelo governo anterior envolveu, contaminou várias instituições, civis e militares”, disse Padilha a jornalistas após reunião com o ministro Fernando Haddad (Fazenda).

O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal (PF), nesta segunda. A operação apura suposto esquema de uso ilegal de ferramentas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem de adversários políticos.

·        Relação com o 8 de Janeiro

Padilha ainda defendeu o prosseguimento das investigações da Polícia Federal e citou os atos preparatórios e o próprio ato de 8 de Janeiro de 2023. Segundo ele, os processos de apuração não se restringem à Abin, mas envolvem todos os órgãos civis e militares.

“A apuração sobre envolvimento individual em todas as instituições tem que continuar. Cada vez que a Polícia Federal faz uma operação como essa se revela mais crimes cometidos, traz mais detalhes da cena do crime do que foram os atos criminosos preparatórios para o dia 8 de Janeiro e o ato criminoso 8 de Janeiro”, prosseguiu ele.

O auxiliar do presidente Lula (PT) defendeu “a apuração e a devida punição” para “barrar de vez esses criminosos e esclarecer a cena do crime”.

“Não descansaremos enquanto todos aqueles que planejaram, financiaram ou executaram a tentativa de golpe de 8 de Janeiro e todos os atos criminosos preparatórios para o 8 de Janeiro sejam punidos”, completou Padilha.

·        Operação Vigilância Aproximada

Na manhã de segunda (19), agentes da PF cumpriram mandados de busca na residência de Carlos e no gabinete dele na Câmara dos Vereadores, na capital do Rio. Em seguida, os policiais foram à casa de praia da família, em Angra dos Reis, onde Carlos Bolsonaro estava com outros irmãos e com o pai.

O vereador é suspeito de ter recebido dados da chamada “Abin paralela”. Além de Carlos, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços da assessora do filho de Bolsonaro, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida; da assessora de Alexandre Ramagem, Priscila Pereira e Silva; e do militar do Exército cedido para a Abin na gestão de Ramagem, Giancarlo Gomes Rodrigues.

·        Uso político da Abin

Segundo as investigações, a Abin foi utilizada para espionar adversários. Políticos e até ministros do STF teriam sido espionados com o uso do software FirstMile, que permite monitorar a geolocalização de celulares.

De acordo com a PF, policiais que estavam na cúpula da Abin também usavam serviços ilícitos para beneficiar filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Abin teria sido usada para produzir provas favoráveis a Renan Bolsonaro e relatórios de defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em investigação sobre “rachadinhas”.

Na última quinta-feira (25/1), o deputado e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL) foi alvo de buscas em seu apartamento funcional e em seu gabinete na Câmara dos Deputados, em Brasília. As duas operações fazem parte da mesma investigação. Policiais federais suspeitos de envolvimento no esquema de espionagem foram afastados.

 

       Giancarlo Rodrigues: quem é o militar suspeito de atuar no Abingate de Ramagem

 

Giancarlo Gomes Rodrigues foi um dos alvos da operação da Polícia Federal que investiga o Abingate de Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

O militar do exército que trabalhou na Abin tinha mais de 10 celulares, uma arma e três computadores em sua residência, que, segundo as investigações, podem ser da agência de inteligência.

Ele trabalhou sob a liderança de Alexandre Ramagem, mas sua história na área de segurança remonta ao período do governo do ex-presidente Michel Temer, quando foi lotado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Casado com uma servidora ativa da Abin, Giancarlo é investigado por ter colaborado com o esquema de espionagem operado sob a batuta do bolsonarismo.

Os aparelhos sob posse de Giancarlo se somam ao celular e três computadores apreendidos pela Polícia Federal com Carlos Bolsonaro.

•        O que é o Abingate?

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é o serviço de inteligência civil do Brasil, sendo o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN).

O escândalo do Abingate é uma investigação da Polícia Federal que apura se o órgão, sob comando de Alexandre Ramagem no governo Bolsonaro, investigava opositores.

Na Operação Vigilância Aproximada, a 'Abin paralela' teria como colher dados privados para chantagear opositores de Bolsonaro e inimigos.

 

Fonte: Metrópoles/DCM

 

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