Oposição francesa diz que Paris deve parar
de financiar Ucrânia por escândalo de corrupção
Florian Philippot,
líder do partido de direita francês, Patriotas, exigiu neste domingo (28) que o
governo pare de enviar armas e dinheiro para a Ucrânia, onde um novo escândalo
de corrupção parece estar surgindo.
"A corrupção está
extremamente disseminada na Ucrânia, é hora de parar de enviar armas e
dinheiro, que são em grande parte desviados! Vamos escolher a Paz! Já
basta!", escreveu o político em sua conta no X (anteriormente Twitter).
A mídia ucraniana
informou durante a noite que o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, em
ucraniano) estava investigando o roubo de quase 1,5 bilhão de grívnias (cerca
de R$ 196,6 milhões) em um esquema de aquisição de armas falso. Atuais e
antigos funcionários da defesa, bem como gestores do fornecedor de armas do
Lvov Arsenal, teriam sido colocados sob investigação por ganharem dinheiro com
um contrato de compra de 100.000 morteiros para o Exército ucraniano, o que
nunca se materializou.
Philippot classificou
a nova revelação de corrupção dentro das Forças Armadas ucranianas como
"inaceitável".
A Ucrânia tem lutado
para manter a sua posição junto dos doadores ocidentais após uma série de
escândalos de corrupção que abalaram o país desde o início do conflito em 2022.
Demitiu o ministro da Defesa e vários dos seus adjuntos no ano passado, em meio
a acusações de corrupção relacionadas com compras de equipamentos.
O senador
norte-americano JD Vance instou esta semana os seus colegas republicanos a
rejeitarem qualquer ajuda adicional à Ucrânia porque a corrupção estava
"fora de controle", depois de o Pentágono ter admitido em um
relatório que não conseguiu rastrear adequadamente mais de bilhões de dólares
em armas enviadas para a Ucrânia dizendo que não estava claro se alguma arma
foi desviada.
·
Revelado na Ucrânia esquema de corrupção
que privou Kiev de 100.000 projéteis para as Forças Armadas
As autoridades
ucranianas descobriram um caso de corrupção massiva, que impediu a chegada de
munições às Forças Armadas, tendo parte do dinheiro sido enviado a empresas no
exterior.
O Serviço de Segurança
da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano) anunciou no sábado (27) ter descoberto
um esquema de corrupção na compra de armamentos pelas Forças Armadas do país,
no valor de cerca de R$ 195,07 milhões, informa a agência britânica Reuters.
O SBU disse que a
investigação "expôs funcionários do Ministério da Defesa e gerentes do
fornecedor de armas Lvov Arsenal, que roubaram quase 1,5 bilhão de grívnias
destinado à compra de projéteis".
"De acordo com a
investigação, antigos e atuais funcionários de alto escalão do Ministério da
Defesa e diretores de empresas afiliadas estão envolvidos no desfalque". O
próprio Ministério da Defesa ucraniano confirmou a notícia.
O SBU disse que se
tratava de um contrato de fornecimento de 100.000 projéteis para as Forças
Armadas da Ucrânia, fechado com o Lvov Arsenal em agosto de 2022, e que o
pagamento foi feito antecipadamente.
Segundo o comunicado,
nenhuma munição chegou ao destino e alguns fundos foram transferidos para
contas fora da Ucrânia.
A declaração
acrescentou que cinco indivíduos receberam "notificações de
suspeita", o primeiro estágio dos procedimentos legais ucranianos, tanto
no ministério quanto no fornecedor de armas. Um dos suspeitos, segundo o
comunicado, teria sido detido ao tentar atravessar a fronteira ucraniana.
Ø
UE desfere duro golpe em agricultores
poloneses em benefício da Ucrânia, diz ministro polonês
Em entrevista, Czeslaw
Siekierski diz que o governo polonês já está negociando com a Ucrânia e a
Comissão Europeia a limitação da exportação de produtos ucranianos para o
mercado europeu.
A decisão da União
Europeia (UE) de abolir os direitos aduaneiros sobre os produtos agrícolas
ucranianos prejudica agricultores poloneses. É o que afirmou, neste domingo
(28), o ministro da Agricultura polonês, Czeslaw Siekierski, em entrevista ao
portal wPolityce.
"A liberalização
comercial introduzida em 2022, com base na qual a Ucrânia pode exportar os seus
produtos sem direitos aduaneiros, é muito benéfica para a economia ucraniana,
mas não pode ser um golpe para os agricultores poloneses", disse o ministro.
Siekierski disse que o
governo polonês está negociando com a Ucrânia e a Comissão Europeia a limitação
da exportação de produtos ucranianos para o mercado europeu. O órgão executivo
já permitiu que a Polônia emitisse licenças para determinados volumes de
exportação para determinados destinatários.
"Acreditamos que
é necessário introduzir instrumentos de proteção para proteger os mercados dos
países europeus [dos produtos ucranianos]", enfatizou o ministro.
Na quarta-feira (24),
os agricultores poloneses organizaram um protesto contra a entrada de
mercadorias provenientes da Ucrânia. Os manifestantes exigiram limitar a
exportação de produtos agrícolas ucranianos para a UE e rever a Política
Agrícola Comum do bloco no sentido de abandonar as restrições ambientais.
Ø
Sem energia russa, dependência da UE do GNL
dos EUA está repleta de riscos, diz mídia
As sanções do Ocidente
contra a Rússia levaram, em particular, à interrupção do fornecimento de
energia russa à Europa, bem como à expansão da influência dos EUA no que
respeita ao gás natural liquefeito (GNL) no continente.
A crescente
dependência da Europa do GNL dos EUA está "ficando mais arriscada a cada
dia" em meio à decisão do presidente norte-americano Joe Biden de
suspender a aprovação de novas licenças de exportação para o combustível,
informou a Bloomberg.
A agência de notícias
dos EUA alertou que, embora os EUA continuem sendo o "principal aliado da
UE no G7 [Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino
Unido], com grande influência econômica e relativa estabilidade política, uma
tão grande dependência, mesmo de uma nação amiga, traz riscos".
"A decisão da
Europa de substituir o gás russo pelo GNL norte-americano [...], significa que
a sua segurança energética continua dependente de fatores muito fora de seu
controle, como a temporada de furacões no Atlântico ou o jogo político em
Washington, DC", segundo a Bloomberg.
Agora, prosseguiu o
meio de comunicação, os comerciantes de energia na Europa vão ter de levar em
conta eventos que estão localizados a milhares de quilômetros de distância,
incluindo interrupções nas usinas da costa do Golfo ou ondas de frio repentinas
de Houston a Guangzhou, que "podem redesenhar o mapa de negociações
lucrativas durante a noite."
A Bloomberg também
cita o pesquisador associado sênior Ira Joseph, do Centro de Política
Energética Global da Universidade de Columbia, dizendo que a dependência
europeia do GNL dos EUA crescerá ainda mais se "o gás russo não reaparecer
e os catarianos decidirem não se envolver em uma guerra de preços por uma
participação de mercado".
"A vantagem para
a Europa é um conjunto diversificado de fornecedores dos EUA. O risco é uma
grande mudança na política dos EUA no futuro", destacou Joseph, em uma
aparente referência ao possível fracasso do presidente Biden nas eleições
presidenciais de novembro de 2024 nos Estados Unidos.
No ano passado, Ditte
Juul Jorgensen, diretora-geral de energia da Comissão Europeia, disse que a
intenção da UE de diversificar o gás natural russo significa que será forçada a
depender do GNL dos EUA nas próximas décadas.
Após a interrupção do
fornecimento de gás russo em 2022 devido às sanções ocidentais a Moscou em
função da operação militar especial da Rússia, a Europa viu-se a braços com
contas de energia mais caras e uma inflação acelerada.
A Alemanha, por
exemplo, importou 2,5 vezes menos gás entre janeiro e setembro de 2023 em
comparação com o mesmo período de 2021, mas não conseguiu fazer quaisquer
poupanças, uma vez que os preços também cresceram 2,5 vezes, de acordo com
cálculos da Sputnik baseados em dados do serviço estatístico alemão.
Também no ano passado,
o ministro da Energia russo, Nikolai Shulginov, disse à Sputnik que as
exportações de GNL do país já aumentaram significativamente desde o início de
2023. "Existem compradores de GNL russo em todo o mundo. E estes não são
apenas os nossos novos parceiros no Sudeste Asiático, mas também os
consumidores europeus", sublinhou Shulginov.
·
Rússia forneceu 76 bilhões de metros
cúbicos de gás a países parceiros em 2023
No ano passado, a
Rússia exportou 76 bilhões de metros cúbicos de gás natural para países
parceiros, de acordo com uma apresentação do primeiro vice-ministro de Energia,
Pavel Sorokin, no Dia da Energia na exposição e fórum Rússia.
Desse montante, 23
bilhões de metros cúbicos foram enviados através do gasoduto Power of Siberia
(Força da Sibéria) para a China.
Os dados incluem
fornecimentos por gasodutos e de gás natural liquefeito (GNL). Segundo o
vice-ministro, em 2020, as exportações para países parceiros ascenderam a 61
bilhões de metros cúbicos de gás. Em 2010, estas exportações tinham sido de 47
bilhões de metros cúbicos.
O fornecimento de gás
aos consumidores russos em 2023 ascendeu a 501 bilhões de metros cúbicos,
segundo o dirigente.
De acordo com o MRE
russo, os países parceiros integram, entre outros, a África do Sul, o Brasil, a
Argentina, Belarus, o Egito, a Índia, o Irã, o Cazaquistão, o Quirguistão, o
Tajiquistão, o Uzbequistão, a China, Cuba, os Emirados Árabes Unidos.
Ø
'Dexit': em alta, partido alemão AfD
considera tirar o país da União Europeia
Declarações recentes
da líder da Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, acenderam a chama
dentro do partido para uma saída germânica da União Europeia. Em entrevista à
Sputnik, deputados do partido apontam os problemas com o bloco político-econômico.
Em falas ao Financial
Times, Alice Weidel afirmou que o Reino Unido "teve razão" quando
optou por abandonar a comunidade europeia no Brexit. Seu colega de partido,
Dick Spaniel, afirmou que antes de tudo a AfD quer "trabalhar para
remediar as falhas [da UE].
"Se isto não for
bem sucedido, a opção de deixar a União Europeia também deve ser concebível
para um Estado soberano", disse Spaniel à Sputnik.
Dentre os problemas do
bloco, Spaniel cita a "deprimente proporcionalidade nas eleições para o
Parlamento Europeu" que, segundo o deputado do Bundestag, "é
incompatível" com o princípio democrático da proporcionalidade do voto.
"Um eleitor alemão tem muito menos peso do que, por exemplo, um eleitor de
um Estado pequeno, digamos Malta", afirmou.
O político também
chama a atenção para os altos empréstimos da Alemanha para o bloco. "São
cerca de € 17 bilhões (R$ 90 bilhões) em contribuições para a União
Europeia."
A Alemanha é "de
longe o maior contribuinte líquido para a UE sem receber qualquer compensação
adequada em troca", disse Christian Blex, legislador da AfD no parlamento
estadual da Renânia do Norte-Vestfália, em entrevista à Sputnik.
"Ao mesmo tempo,
as elites corruptas na UE estão a tentar destruir gradualmente a independência
nacional dos Estados-membros", afirmou Blex.
Além disso, os
legisladores apontam para problemas nas estruturas de tomada de decisão da UE,
o Conselho Europeu, a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu.
Weidel afirma que a
Comissão Europeia é um "executivo não eleito", uma vez que seus
membros são apontados pelos governos dos Estados-membros da UE. Já Blex vê na
composição do Conselho da UE "uma violação de um princípio fundamental da
separação de poderes", uma vez que é composto por ministros nacionais, do
Executivo, e age como legislador.
Atualmente, Berlim
passa por uma crise econômica após se juntar à campanha de guerra econômica
liderada pelos Estados Unidos contra a Rússia. As sanções, destinadas a
paralisar a economia russa, foram um tiro pela culatra nos países que as
aplicaram, com a Alemanha sofrendo com a perda de acesso à energia de baixo
custo russa.
Uma sondagem recente
revelou que 45% dos membros da AfD apoiariam um "Dexit", enquanto
apenas 10% da população alemã o faria.
"A maioria dos
alemães rejeitaria uma saída da União Europeia neste momento", disse Dirk
Spaniel, acrescentando que "isto se deve provavelmente ao fato da maioria
dos cidadãos não estar suficientemente consciente dos custos reais e das decisões
muito distantes [tomadas em Bruxelas]"
A AfD cresce em
popularidade na Alemanha, com expectativas de que vença as eleições nos estados
orientais de Brandemburgo, Saxônia e Turíngia. Ao mesmo tempo, o partido lidera
as pesquisas de opinião a nível nacional, com 22% do apoio.
O partido espera
vencer as eleições para o Parlamento Europeu em junho e as eleições regionais
em setembro. Ao mesmo tempo, uma onda nacional de políticos de ideologia
contrária à AfD busca proibir o partido de concorrer as eleições sob acusações
de que seria um partido de extrema direita.
Fonte: Sputnik Brasil
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