quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

'O ano de 2023 foi o pior ano do governo do PT na Bahia', afirma ACM Neto

O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), avaliou, nesta segunda-feira (29), o primeiro ano do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Líder da oposição no estado, Neto disse que o ano de 2023 foi o pior ano do governo do PT na Bahia, que administra o estado há 17 anos.

“O primeiro ano do governo Jerônimo foi muito abaixo das expectativas do povo baiano. E foi o pior ano dentre esses 17 anos que o PT governou a Bahia. As áreas essenciais para o baiano nada mudou. Ao contrário, as coisas pioraram. A gente vê um governador, às vezes, com foco equivocado. Um governador que muitas vezes sequer consegue encarar os problemas. Quando a coisa aperta, ele se esconde. A Bahia merecia muito mais do que Jerônimo vem entregando”, afirmou Neto.

A declaração ocorreu durante a cerimônia de entrega da Casa das Histórias de Salvador e Arquivo Público, pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil). Neto também ponderou sobre o primeiro ano do governo do Lula (PT). Para ele, o presidente da República também ficou “abaixo” das expectativas.

“Na política, ele poderia ser mais amplo. Ele foi eleito com um sentimento dos brasileiros de um país dividido e ele pouco fez para unir o Brasil. Fora da política, algumas oportunidades foram perdidas. Programas do passado foram reativados, o.k. Mas a gente não vê novidades”, ressaltou.

Questionado em coletiva sobre uma fala recente do governador de Goiás, Roberto Caiado, também do União Brasil, acerca da independência do partido nas eleições presidenciais de 2026, Neto afirmou que considera natural que o União Brasil pense em construir um projeto próprio para o próximo sufrágio.

"Se isso acontecer, é óbvio que o projeto não será o da reeleição do atual presidente. Agora, tudo no seu tempo. Inclusive, Caiado é um nome que reúne as melhores condições possíveis para liderar esse projeto. Como a gente tem uma vida interna partidária pautada pela democracia, todas as opções vão ser pensadas, ponderadas na hora certa", disse.

Sobre as eleições deste ano, Neto afirmou que o partido atuará em todo o estado, mas que é preciso ter foco. "É natural que nosso foco esteja concentrado nas grandes e médias cidades. Cidades que exercem influência regional. Nas pequenas cidades, onde já temos grupos políticos consolidados. Então, esse trabalho é de amplo alcance".

Segundo ele, todo o seu esforço vai ser no sentido de tentar ter um único palanque nos 20 maiores municípios. “Um só candidato a prefeito da nossa base política. Neto, vai ser possível? Não sei. Eu acho que na grande maioria, sim. Talvez, em algumas poucas, não. Mas o meu trabalho vai ser para tentar unificar em todos os 20 maiores municípios do estado", antecipou.

•        Violência

O ex-prefeito falou também sobre os índices de violência na Bahia, divulgados pelo relatório anual do Instituto Fogo Cruzado. Segundo a pesquisa, Salvador e Região Metropolitana (RMS) registraram 1.804 tiroteios em 2023, dos quais 659 foram em ações e operações policiais.

"Infelizmente, a gente passou o ano de 2023 inteiro comentando e chamando a atenção para o que vem acontecendo em relação à violência na Bahia, em especial, em Salvador. Os dados todos foram destacados todos. E agora a gente começa 24 infelizmente também abordando dados extremamente negativos na segurança pública. Lembrando que a gente está começando o 18º ano de governos do PT e, a cada ano, as notícias foram só piorando. Entra ano e sai ano e a pauta da segurança pública está presente pelo lado negativo”, afirmou o presidente da Fundação Índigo.

 

       Políticos baianos comentam operação contra filho de Bolsonaro

 

A operação da Polícia Federal (PF) sobre a suposta “Abin paralela”, que tem como um dos alvos o vereador do Rio de Janeiro e “filho 02” de Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro (Republicanos), foi bastante repercutida entre políticos baianos. Opiniões divergentes foram expressas, com alguns condenando a ação e outros a defendendo. 

É o caso do deputado federal Capitão Alden (PL), aliado de primeira hora de Bolsonaro. Nas redes sociais, ele afirmou que "a perseguição continua a toda força". "Mais um capítulo da tal arapongagem na Abin. O mais impressionante disso tudo é a fragilidade das provas e a omissão total das presidências das Casas Legislativas que permitem fazer busca e apreensão de parlamentares. Absurdo", comentou. 

O presidente do grupo Bahia Direita, Alexandre Moreira, pré-candidato a vereador de Salvador, seguiu a mesma linha ao declarar que Carlos Bolsonaro é "mais uma vítima da perseguição política que visa calar, por todos os meios possíveis, as vozes da oposição". 

Ele também teceu críticas em relação ao "silêncio" dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco, respectivamente. "A Abin é a narrativa da vez, tanto para colocar uma cortina de fumaça em assuntos que o sistema queira abafar quanto para tentar cavar uma justificativa para perseguir qualquer pessoa ligada a Bolsonaro", acrescentou, à Tribuna da Bahia. 

Do outro lado, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) utilizou a rede social X (antigo Twitter) para comentar a operação e cutucar os adversários políticos. Segundo a parlamentar, o “bom dia” teve “sabor amargo no clã bolsonarista”. 

“Hoje quem se levantou com a Polícia Federal na porta foi Carlos Bolsonaro, alvo de nova fase da Operação que investiga uso ilegal da Abin”, escreveu Alice. “E tem mais: a lista de envolvidos vai aumentar. ‘Toc Toc Toc’. Quem será o próximo?”, questionou Alice Portugal, com ironia. 

À reportagem, o vereador de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), avaliou que a operação da PF "envolve todo o clã Bolsonaro". "Espionagem é crime em nosso país. Os familiares do ex-presidente estão colhendo o que plantaram. E ainda tem fuga em barco. Esses caras são uns covardes. Que a Polícia Federal siga firme nas operações contra quem é contra a democracia no Brasil", contou. 

 

       Senador baiano tentou indicar baiano para a Vale

 

Nos últimos dias, uma movimentação nos bastidores políticos chamou a atenção: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para a presidência da Vale. No entanto, esse movimento gerou atrito com um dos aliados mais próximos do petista, o senador Jaques Wagner (PT), que buscava indicar um executivo baiano para o comando da mineradora.

Segundo a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, Wagner tentou emplacar um nome local, mas Lula se mostrou "irredutível" na decisão de indicar Mantega ao cargo, descartando qualquer possibilidade de diálogo com o ex-governador da Bahia sobre o assunto. Apesar da pressão inicial, Lula voltou atrás na indicação de Mantega e já descartou a realização de uma reunião para tratar do tema.

Paralelamente a esses acontecimentos, o governo Lula notificou a Vale na última sexta-feira (26 de janeiro de 2024) com uma cobrança de R$ 25,7 bilhões pela renovação antecipada dos contratos das Estradas de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM), realizada durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O valor refere-se a outorgas não pagas na renovação.

O documento de notificação foi enviado pelo Ministério dos Transportes, e a Vale confirmou ter recebido a notificação, comprometendo-se a analisar o documento. A empresa ressaltou que continua cumprindo as obrigações da renovação antecipada das ferrovias realizada em 2020.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, explicou: "Estou cumprindo uma recomendação que o TCU fez ao ministério dos Transportes". A Vale terá 15 dias para informar as providências adotadas para o "cumprimento do rito determinado pelo TCU", indicando a recomposição ao erário da indenização de ativos não amortizados abatidos da outorga por ocasião do termo aditivo de prorrogação antecipada.

Há a possibilidade de o governo acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) alegando que a renovação antecipada lesou os cofres públicos. Enquanto isso, a Vale afirmou ter entregado integralmente o compromisso cruzado da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e adquirido os equipamentos necessários para a expansão da oferta de trens de passageiros, com obras de mobilidade urbana e da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) em andamento, totalizando investimentos previstos de bilhões de reais.

 

Fonte: Correio/Tribuna da Bahia

 

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