Por que os católicos acreditam em santos?
Esta pergunta parte de
duas premissas falsas e graves:
1. Que seja errado acreditar em santos
2. Que a Bíblia nada diga a respeito de
santos.
Ambas demonstram o
preconceito que católicos sofrem de algumas poucas denominações protestantes,
sem se preocuparem em entender a questão antes de tecer julgamento (algo sobre
que a Bíblia também fala contra).
Começo pela segunda:
• A Bíblia fala sobre santos?
A Bíblia fala sobre
santos. A Bíblia fala muito sobre santos. Há várias menções e referências, mas
trago aqui algumas que tenham mais a ver com este contexto, o de que hajam
santos.
São Paulo, em sua
carta aos Efésicos, diz, "Portanto, já não sois estrangeiros e
adventícios, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus. Estais
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, do qual é Cristo
Jesus a pedra angular. Nele bem articulado, todo o edifício se ergue como
santuário santo, no Senhor", Ef 2,19–21
João, no Apocalipse,
também diz, ""O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique
impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda
mais.", Ap 22,11
E Pedro acrescenta,
"Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a
vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou
santo.", 1 Pd 1,15–16
O que se pode entender
sobre isto é que "ser santo" é algo não apenas desejável, mas também
recomendado por Jesus.
E o que é ser santo?
Ser santo é ser perfeito? É não cometer pecados? É não cometer erros?
Bem, se considerarmos
que Jesus foi O Santo, sim. A todos os demais humanos (com exceção de Maria
Santísssima… mas isto é outra discussão polêmica) é impossível ser santos por
sua força e vontade próprias, pois todos nós nascemos com o pecado orignal, com
uma tendência a articular e a cometer pecados. O que nos salva deles é a pura
graça e misericórdia de Deus, que pode atuar livremente e desimpedidamente
quando reconhecemos nossa fraqueza e nossa dependência a Ele.
E esta é a figura de
um santo… alguém que luta contra seus próprios desejos de pecado e tendências a
fazer o mal para buscar a santidade. Erramos, caímos, e logo levantamos,
reconhecendo os erros e seguindo adiante.
Neste sentido, ser
santo é a imagem do próprio cristão praticante e que leve sua fé a sério. Notem
que a santidade não é ser infalível e superior e acusar as falhas dos demais.
Ao contrário, ao contrário! Ser santo é não julgar os demais por saber que eu
próprio tenho tendência a pecar, se deixado sem o amparo divino.
E aqui chegamos à
premissa número 1:
• É errado acreditar-se em santos?
O que é um Santo, para
a Igreja Católica? Se todos, enquanto caminhantes, enquanto povo que busca a
salvação, estamos a caminho da santidade, santo é alguém que já tenha alcançado
a santidade. Para os Católicos, quaisquer e todas as pessoas que estão no Céu,
no Paraíso, na Glória de Deus são santos. Precisam ser, pois se tivessem a
menor impureza se sentiriam envergonhados de contemplar a perfeição divina.
Nosso exemplo máximo
de santidade vem de Jesus. Mas Jesus, apesar de humano, também é Deus. Assim,
podemos nos identificar com ele com respeito à bondade, à humildade, e a outros
aspectos que lhe são espontâneos. Mas não podemos nos identificar com Ele na
luta contra o pecado, porque simplesmente Ele não cometeu pecados.
Então a Igreja usa a
figura de santos reconhecidos (já que todo o que está no Céu é um santo) para
inspirar aos fiéis como exemplos de vida. Em todas as histórias de santos são
presentes as dificuldades e a luta de cada um deles contra o pecado pessoal. E
com isso podemos nos inspirar.
Um dos mais injustos
ataques caluniosos que Católicos recebem é de que "adoram santos".
Isto nunca foi verdade. É triste que muitos acreditem nisso, porque a própria
doutrina Católica é clara quanto a isso. Entendo que muitos possam ver em atos
extremos de devoção como que adoração a santos. Isso é uma falha de algumas
pessoas, que as comete em caráter puro, mas sem conhecer a doutrina correta. O
católico consciente jamais adora santos.
Santos, para nós, são
como a foto de seus pais ou parentes falecidos. Sabe a foto que você guarda de
seus pais, e que você olha e usa para se lembrar deles e se inspirar? É isso!
Um santo é uma lembrança inspiradora de alguém que, como nós, batalhou contra o
pecado, contra sua própria fraqueza. E só!
O único extra é que,
não podemos saber se uma pessoa está ou não nos céus para a declarar santo.
Não, ao menos, de forma banal.
Isto confiamos ao
processo de batificação e de santificação, que investigam a fundo a vida de um
cristão já falecido, recolhem relatos e, mediante a ocorrência de um milagre
nominalmente ocorrido por intercessão do postulante, se reconhece que ela deva
mesmo estar na glória.
Funciona mais ou menos
assim… já que não podemos afirmar se alguém está ou não no céu, quando uma
pessoa de pública e conhecida virtude morre, muitas pessoas que o conheciam
podem pedir sua intercessão a Deus. Se aquela pessoa não estiver no céu, não
estará próxima de Deus, e nada ocorrerá. Mas se aquela pessoa estiver no céu,
ocorrerão alguns milagres, para fins de comprovação. Deus permite que estes
milagres ocorram por intercessão de um santo, para que se demonstre com certeza
que ele esteja no céu. Isto, somado a uma investigação detalhada de sua vida e
com resultados positivos, permite que a Papa afirme que tal pessoa é um Santo
reconhecido. E, a partir daí, pode servir como exemplo de vida para inspirar
fiéis que se identifiquem com sua história.
Morrer em martírio,
sem negar a fé, também é um sinal de santidade.
E é isto, amigos, um
santo nada mais é que uma figura de vida exemplar e com quem, por sua fraqueza
e luta contra o pecado, podemos nos identificar e nos inspirar em nossa própria
luta.
Se não há nada na Bíblia nesse sentido,
por que então os católicos acreditam em santos?
Porque não seguem à
Palavra de Deus mas aos costumes de homens.
Desde o princípio
quando Deus se revelou ao povo de Israel ele se fez distinguir dentre outros
aspectos dos deuses pagãos justamente por ser "um Deus invisível"
(Colossenses 1:15), isto é, do qual não se tinha representações em imagens de
escultura ou pinturas como os ídolos dos povos pagãos.
E o motivo disso é
porque qualquer tentativa de se representar a Deus resultaria em um inevitável
rebaixamento da sua glória uma vez que nós estaríamos representando em termos
do finito algo infinito e cuja beleza e poder ultrapassam a concepção humana mais
ousada possível a respeito.
“A quem me
assemelhareis, e com quem igualareis, e me comparareis, para que sejamos
semelhantes? Gastam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças; assalariam o
ourives, e ele faz um deus, e diante dele se prostram e se inclinam. Sobre os
ombros o tomam, o levam, e o põem no seu lugar; ali fica em pé,do seu lugar não
se move; e, se alguém clama a ele, resposta nenhuma dá, nem livra alguém da sua
tribulação.” (Isaías 46:5–7)
Outro motivo é porque
a natureza corrupta humana tende à idolatria na medida que o seu foco se prende
em torno de objetos tidos por sagrados ou por representação de algo sagrado e
nesse caso as pessoas inevitavelmente estariam prestando a adoração e a honra
unicamente devida a Deus aos objetos tidos por sua representação. Na prática os
católicos fazem isso.
“Então disse o Senhor
a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem
corrompido, e depressa se tem desviado do caminho que eu lhe tinha ordenado;
eles fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e ofereceram-lhe
sacrifícios, e disseram: Este é o teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do
Egito.” (Êxodo 32:7–8)
Também se faz
necessário esclarecer que quando falamos em santos essa definição bíblica se
aplica a todos os servos de Deus que o amam, crêem Nele e seguem sua Palavra
(Levítico 20:7–8, Deuteronômio 33:3, I Samuel 2:9, Salmos 16:3, Romanos 15:25,
I Coríntios 6:2) de maneira que tanto eu, quanto você e quem mais amar e seguir
a Jesus é um santo pois é nascido de novo mediante a fé no sacrifício de Cristo
por meio do qual ele redime todo aquele que Nele crê e a Ele obedece.
Como santos, os
crentes não são perfeitos que não pecam mas são pecadores arrependidos que
procuram não viver no pecado e, eventualmente caindo nele, têm a escapatória
através da confissão e do abandono do seu erro em Jesus Cristo, nosso advogado
(I João 2:1–2).
Os santos de Deus,
tanto os que já viveram quanto os que existem hoje, são chamados à adoração a
Deus e não a receberem adoração ou mesmo a interceder por ninguém pois a Bíblia
declara enfaticamente que Deus não divide sua glória com ninguém e que não existe
outro intercessor pelos homens diante de Deus a não ser Nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo.
“Eu sou o Senhor; este
é o meu nome; a minha glória, pois, a outro não darei, nem o meu louvor às
imagens de escultura.” (Isaías 42:8)
“Porque há um só Deus,
e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (I Timóteo 2:5)
Portanto, tão errado
quanto ter imagens de santos em casa é prestar culto a esses santos lhes
dirigindo orações e pedindo sua intercessão pois seja Maria, João, Pedro,
Mateus, Lucas ou irmã Dulce, nenhum deles tem poder para interceder por nós
senão Jesus Cristo!
A Bíblia também diz:
“À lei e aos Profetas!
Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.” (Isaías
8:20)
A Lei aludi a Moisés e
os profetas ao restante das Escrituras divinamente inspiradas como os Salmos,
os Provérbios, Isaías, Jeremias, Zacarias, etc.
Tanto a Lei quanto os
profetas significam a Bíblia em sua totalidade pois Cristo é o assunto central
da Bíblia delineado ao longo dos rituais cerimoniais da Lei de Moisés e das
profecias dos profetas.
Jesus é o verdadeiro
significado do pão que era oferecido sobre a mesa do tabernáculo no Antigo
Testamento em Êxodo 25:30 pois Ele disse "Eu sou o pão vivo que desceu do
Céu" e que o comer do pão seria o beneficiar-se do seu sacrifício que faria
por nós tal qual dito em João 6:51.
Jesus também é o rei
que existe desde a eternidade e que viria de Belém segundo profetizado em
Miqueias 5:2, é o rei dos povos profetizado já em Gênesis 49:10, no início da
Bíblia, onde é dito que viria da tribo de Judá e é o rei humilde e manso de
Jerusalém sobre o qual o profeta Zacarias profetizou com 600 anos de
antecedência que entraria montado em uma jumentinha na cidade(Zacarias 9:9) e
que seria vendido por exatas 30 moedas de prata (Zacarias 11:12-13).
Nos Salmos foi predito
que Ele seria traído por um dos seus íntimos companheiros (Salmos 41:9), que
seria rodeado pelos malfeitores e escarnecedores após ter sido traspassado nas
mãos e nos pés por eles, isto é, crucificado (Salmos 22:16) que apostariam entre
si pela posse de sua túnica (Salmos 22:18), que ressuscitaria (Salmos 16:10) e
que ascenderia ao Céu (Salmos 68:18).
Ele é o "servo
sofredor" profetizado com 700 anos de antecedência pelo profeta Isaías o
qual seria humilhado e rejeitado (Isaías 53:2-3), que tomaria nossas dores
sobre si (Isaías 53:4-6), que não abriria sua boca diante dos seus acusadores
(Isaías 53:7), que seria sepultado com os ímpios (Isaías 53:9) e que reinaria
após ter justificado a muitos pelo seu sacrifício (Isaías 53:10-12). Ele também
é o Emanuel prometido que nasceria de uma virgem profetizado em Isaías 7:14.
Tudo isso mostra a
concordância da Bíblia por completo de maneira que a unicidade de sua mensagem
central atesta tanto a credibilidade do Velho Testamento enquanto Palavra de
Deus, quanto a credibilidade de Jesus Cristo como Filho de Deus pois Ele mesmo é
o cumprimento do Antigo Testamento e, por assim dizer, a personificação da
própria Bíblia! Não é à toa que Ele é chamado de “A Palavra de Deus” em
Apocalipse 19:13 e isso evidencia a relação íntima entre Jesus e a Bíblia de
maneira a refutar a diferenciação de importância que alguns fazem entre o
Antigo e o Novo Testamento ou entre Jesus e a Bíblia.
Dito isso, seguir às
orientações da Bíblia como única regra de fé significa permanecer na Palavra de
Deus pois quem assim procede também permanece em Cristo.
Já seguir orientações
extrabíblicas ou aceitar diretrizes externas à ela, como fazem os católicos com
seus acréscimos doutrinários (purgatório, orações pelos mortos, admissão de
outros intercessores além de Cristo, veneração aos santos, etc) estranhos à Palavra
de Deus, é que consiste no erro à luz da Palavra de Deus pois ela inclusive nos
adverte que não devemos seguir doutrinas de homens (Mateus 15:6–9, Marcos
7:7–9, Colossenses 2:8–10, Colossenses 2:18–19) mas tão somente permanecer na
verdade revelada do Evangelho.
Por que a igreja católica venera imagens?
Quando começou? A bíblia não proíbe?
A Igreja Católica
venera imagens como uma forma de expressar a fé e devoção aos santos e a Deus.
Essa prática começou nos primeiros séculos do cristianismo, quando os cristãos
começaram a usar imagens e símbolos para representar sua fé e lembrar as
histórias bíblicas. As imagens são consideradas uma forma de arte sacra, que
ajudam a transmitir a mensagem da fé e a conectar os fiéis com as histórias e
ensinamentos da Bíblia.
No entanto, é
importante ressaltar que a Igreja Católica não adora as imagens em si, mas sim
o que elas representam. A veneração das imagens é uma forma de honrar e lembrar
os santos e a Deus, mas não é uma forma de adoração. A Igreja Católica ensina
que a adoração é devida somente a Deus, e que qualquer forma de idolatria é
contrária à fé cristã.
Quanto à proibição de
imagens na Bíblia, é verdade que existem passagens que condenam a idolatria e o
culto a imagens feitas por mãos humanas. No entanto, essas passagens devem ser
entendidas no contexto histórico e cultural em que foram escritas. A Igreja
Católica interpreta essas passagens como uma proibição do culto a ídolos e
falsos deuses, mas não como uma proibição do uso de imagens na adoração cristã.
Fonte: Quora
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