Moisés Mendes: Mauro Cid, o perdedor,
fracassa de novo como mandalete
Aconteceu o que até o
estagiário do gabinete do golpe poderia prever. Mauro Cid caiu na armadilha de
advogados e ex-chefes que tentaram usá-lo para confundir o cerco da Polícia
Federal e de Alexandre de Moraes.
Cid está preso de
novo, depois de espalhar gravações com acusações à PF e ataques ao ministro do
Supremo. É um sujeito fragilizado e ainda sob o comando dos que o usaram como
mandalete no Palácio do Planalto.
O que Mauro Cid
poderia ganhar, ao dizer que sua delação havia sido manipulada pela Polícia
Federal, porque os interrogadores o obrigaram a confirmar o que seria uma
narrativa?
O que ele ganharia
estendendo os ataques a Alexandre de Moraes, apontado como autoritário e
fabricante de sentenças prontas?
Faltou alguém que o
alertasse de que ele não ganharia nada. Que estava apenas fazendo o trabalho
sujo de tentar embaralhar as investigações e colocar as informações das
delações sob suspeita.
Mauro Cid se prestou
de novo a fazer o que os outros mandam que faça. É o mesmo coronel que se
submetia a todas ordens sujas de Bolsonaro e até ao comando de Michelle como
pagador de continhas. Mauro Cid prova mais uma vez que é um bem mandado.
Não há como perceber
como um desabafo, num cenário que em nada o favorece, a decisão de atacar a PF
e Moraes. Não pode ter sido um impulso a produção de áudios com os ataques.
Mauro Cid procurou
jornalistas amigos e cumpriu mais uma vez o que determina sua vocação como
subserviente. Foi orientado a atrapalhar, para que PF e Supremo sejam olhados
com desconfiança e seus chefes tentem escapar.
É da índole de Mauro
Cid a subserviência, como está provado em suas trapalhadas com as muambas das
arábias, a fraude dos cartões da vacina e a intermediação de conversas para a
articulação do golpe.
O coronel talvez só
não tenha fracassado na tarefa de bom pagador das contas da mulher do seu
empregador. No resto, foi sempre um perdedor, que deixou rastros por onde
passou.
Cid é um faz-tudo
trapalhão que estava a caminho do generalato, o que conduz a muitas
interrogações sobre a qualidade dos nossos altos oficiais.
O coronel volta para a
solitária por descumprimento de medidas cautelares e por obstrução à Justiça.
Mais uma vez, paga todos os custos por ter sido obediente.
Cid jogou para a
torcida da extrema direita e tentou fazer média com seus superiores, levando a
muamba da confusão para dentro do inquérito que investiga os golpistas.
Sua situação se
complica, enquanto Moraes, o Ministério Público e a Polícia Federal se preparam
para outras tentativas de invertidas dos que esperam que as sindicâncias
tropecem em novas armadilhas.
Qual 'verdade' a PF não quis saber, Mauro
Cid? Por Aquiles Lins
O tenente-coronel
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que expôs toda a trama do
fracassado golpe de Estado de 8 de janeiro, fez graves acusações à atuação da
Polícia Federal no acordo de delação premiada firmado com a corporação. Em
áudio divulgado pela revista Veja, Cid diz que investigadores da PF estariam
com a “narrativa pronta” no inquérito sobre os atos golpistas e “não queriam
saber a verdade”. Seu acordo de colaboração premiada com a PF foi homologado
pelo Supremo Tribunal Federal em setembro de 2023.
“Eles (os policiais)
queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. Você pode falar
o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão
não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo. Eles
estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só
que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam”, disse
o militar.
Qual seria essa
verdade, Mauro Cid? Conte ao país o que teria sido diferente do que já se sabe
sobre a organização e realização dos atos golpistas de 8 de janeiro. Qual é a
‘narrativa’ que você queria revelar e que não teria conseguido em razão da
atuação da Polícia Federal? Há provas disto que você queria revelar para
amparar sua narrativa?
Mauro Cid também fez
acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Com discurso semelhante ao de Bolsonaro, Cid acusou Moraes de já ter a
“sentença pronta” e fazer o que quiser, pois ele “é a lei”. “Já tem a sentença
dele pronta, acho que essa é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele
pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente,
denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo", afirmou
o tenente-coronel.
Mauro Cid esteve no
centro da trama golpista, teve ciência e participou de várias ilegalidades para
beneficiar o clã Bolsonaro. Ao acusar a autoridade policial, e o próprio STF,
de forçá-lo a comentar fatos que não teriam acontecido, o militar bolsonarista
equiparou a atuação dos investigadores ao modus operandi da Lava Jato. Uma
embalagem perfeita para as redes sociais da extrema direita bolsonarista
reforçarem o discurso de perseguição. As acusações de Mauro Cid acontecem logo
após vir a público que o Exército já decidiu que não irá promovê-lo a coronel,
em razão de sua conduta golpista. Pode advir daí uma parte da reclamação do
militar.
O fato é que as
instituições brasileiras como a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal
não podem ser acusadas de cometer ilegalidades e violações de direitos
fundamentais, sem que o autor seja interpelado a provar o que disse, e punido
nos termos da lei. A democracia brasileira sobreviveu por pouco à tentativa de
golpe de Estado pela extrema direita do qual Mauro Cid participou. Não há
“narrativa” que modifique os atos de vandalismo e selvageria nas sedes dos Três
Poderes em 8 de janeiro. É hora da responsabilização de todos os golpistas.
Cid desmaia e precisa de socorristas após
descobrir que foi preso novamente
O ex-ajudante de
ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, passou por um momento dramático no
Supremo Tribunal Federal (STF) após receber a notícia de sua nova prisão,
ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (22). Cid desmaiou
logo após a determinação, o que provocou a intervenção imediata de socorristas
para ajudá-lo a se recompor, de acordo com a jornalista Natuza Nery, da
GloboNews.
A prisão de Cid foi
anunciada após ele prestar um novo depoimento que durou cerca de uma hora. Ele
foi convocado a se explicar após a revista Veja divulgar áudios nos quais ele
criticava o ministro Moraes e a atuação da Polícia Federal. O depoimento foi conduzido
pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, e
contou com a presença de representantes da Procuradoria-Geral da República
(PGR) e de sua defesa.
A prisão de Cid foi
decretada por descumprimento de medidas judiciais e por obstrução de justiça,
conforme afirmado pelo STF. Logo após ser comunicado de sua prisão, ele foi
encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames.
O ex-ajudante de
ordens afirmou ter sido pressionado pela Polícia Federal a fornecer informações
sobre eventos dos quais não tinha conhecimento ou que não aconteceram. Além
disso, acusou a Procuradoria-Geral da República e Alexandre de Moraes de terem
uma "narrativa pronta" e estarem aguardando o momento certo para
"prender todo mundo".
Mauro Cid havia feito
um acordo de colaboração premiada após ser preso no âmbito do inquérito que
investiga fraudes em certificados de vacinação contra a COVID-19, além de
cooperar em investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no
governo Bolsonaro.
Correia: 'Mauro Cid apresentou versões
diferentes e armou contra a investigação da trama golpista'
O deputado federal
Rogério Correia (PT-MG) publicou nesta sexta-feira (22) uma mensagem apontando
que o tenente-coronel Mauro Cid apresentou versões diferentes quando resolveu
comentar sobre a investigação da trama golpista.
De acordo com o
parlamentar, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) afirmou em áudio
que policiais federais estavam pressionando o militar a relatar sobre fatos que
não aconteceram, mas, em depoimento à PF, Cid negou ter sido alvo de coação.
"Mauro Cid acaba
de ser preso. Armou contra a investigação e caiu no próprio buraco que abriu.
Diferente do áudio, na PF ele confirmou o teor da delação premiada disse que
não houve coação. #SemAnistia para Cid, seu capitão e todos os outros golpistas",
escreveu o parlamentar na rede social X.
Ex-auxiliar de
Bolsonaro, Mauro Cid é peça fundamental para que investigadores consigam mais
detalhes de três esquemas ilegais envolvendo o ex-mandatário e seus aliados -
tentativa de golpe, propagação de fake news, e venda de joias que deveriam
pertencer ao Estado brasileiro.
Gleisi: 'enquanto Bolsonaro ficou
milionário com pix, Mauro Cid foi mais um abandonado pelo inelegível'
A presidente nacional
do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), sinalizou nesta sexta-feira (22)
que um indício dos crimes cometidos pelo governo bolsonarista foi o
distanciamento de Jair Bolsonaro (PL) do seu ex-ajudante de ordens, o
tenente-coronel Mauro Cid, preso novamente por decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) após acusações de obstruir as investigações da Polícia Federal
sobre a trama golpista.
"Mauro Cid foi
preso novamente por descumprir medidas cautelares e obstrução de Justiça. A
essa altura do campeonato o ex-ajudante de ordens tentou fazer jogo duplo, mas
só esqueceu que teve celulares, computadores e documentos apreendidos com as provas
dos crimes que ele e seu chefe cometeram. Como ele bem disse nos áudios,
enquanto Bolsonaro ficou milionário com pix, Cid foi mais um abandonado pelo
inelegível", escreveu a parlamentar na rede social X.
Em gravação, o
tenente-coronel reclamou das dificuldades com a Justiça. Inicialmente, ele
sugeriu que foi pressionado pela PF a dizer coisas que não aconteceram. Depois,
em depoimento à corporação, ele disse ter feito somente um desabafo. Cid
afirmou também que Bolsonaro "ficou milionário".
O coronel já havia
dito que Bolsonaro consultou militares para saber formas de se aplicar um golpe
no Brasil. O ex-mandatário está inelegível por ter questionado, sem provas, a
segurança do sistema eleitoral brasileiro contra fraudes, durante uma reunião
com embaixadores em Brasília (DF) no ano de 2022.
“O próximo é Bolsonaro”, diz Lindbergh
Farias sobre prisão de Mauro Cid
O deputado federal
Lindbergh Farias (PT-RJ) comemorou a prisão do ex-ajudante de ordens de Jair
Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, nesta sexta-feira (22). A prisão
preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), após vazamento de áudios.“O próximo é Bolsonaro! Grande
dia”, escreveu o parlamentar em sua conta no X.
A decisão ocorre após
o vazamento de áudios em que Cid faz ataques à Polícia Federal e ao ministro
Moraes. Nas gravações divulgadas pela revista Veja, Cid acusa o magistrado e
agentes da PF de estarem com a "narrativa pronta" nas investigações sobre
a tentativa de golpe de Estado.
Cid foi preso pela
primeira vez em maio de 2023, nas investigações sobre a falsificação de cartões
de vacinação de Bolsonaro. Em setembro, após seis meses de detenção, o
ex-auxiliar fechou um acordo de delação premiada, e foi solto.
Aliados de Bolsonaro procuram STF para
negar relação com áudios de Cid
Aliados de Jair
Bolsonaro procuraram ministros do STF para negar relação com o vazamento dos
áudios em que Mauro Cid critica a Polícia Federal e Alexandre de Moraes.
Segundo apurou a
coluna, ao menos um influente ministro do Supremo foi procurado por auxiliares
de Bolsonaro ao longo desta sexta-feira (22/3), para falar sobre o assunto.
O movimento foi
deflagrado após integrantes da PF levantarem, nos bastidores, suspeitas de que
o entorno de Bolsonaro poderia ter vazado os áudios para tentar desacreditar a
colaboração premiada de Cid.
Oficialmente, a PF
também acionou o Supremo para esclarecer o que o diretor-geral da corporação,
Andrei Rodrigues, classificou como “graves acusações” feitas pelo ex-ajudante
de ordens..
Com base no pedido da
corporação, Cid prestou novo depoimento ao juiz-instrutor do gabinete de Moraes
na tarde desta sexta, de onde acabou saindo preso.
Fonte: Brasil
247/Metrópoles
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