35% das mortes de mulheres são causadas por
doenças cardíacas
Não é segredo para
ninguém que muitas doenças podem ser prevenidas com bons hábitos de vida como
uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas. Contudo, por mais
que essas atitudes promovam uma melhor qualidade de vida, elas não são suficientes
para afastar o mal por completo: muitas mulheres esbarram em desafios da
própria genética que afetam a saúde cardiovascular e colocam as vidas delas em
risco.
De acordo com a World
Heart Federation - WHF (Federação Mundial do Coração, atualmente as doenças
cardiovasculares (DCVs) são responsáveis por 35% das mortes de mulheres todos
os anos, mais do que todos os tipos de cânceres juntos. “Isto acontece porque as
DCVs nas mulheres continuam a ser seriamente subestudadas, sub-reconhecidas,
subdiagnosticadas e subtratadas devido a vários equívocos, incluindo a visão
generalizada de que afetam mais os homens”, explica Cristina Milagre,
cardiologista integrante do Grupo de Estudos de Doenças Cardiovasculares em
Mulheres (DCVM) do Hcor.
A cada 100 mulheres
entre 25 e 40 anos, 42 não apresentam dor no peito quando estão infartando e
por isso têm seus diagnósticos errados. “Alguns sintomas de doenças cardíacas
nas mulheres podem ser diferentes. Com isso, quando elas dão entrada em algum hospital
com queixas de cansaço, problemas para dormir e respiração curta é muito comum
que associem a problemas psicológicos, como a ansiedade”, aponta a
especialista.
De acordo com o estudo
Global Burden of Disease 2019 (GBD-2019), do Institute for Health Metrics and
Evaluation, da Universidade de Washington (EUA), entre 1990 e 2019, a taxa de
mortalidade por doenças cardiovasculares agudas subiu 7,6% entre mulheres de 15
a 49 anos. A mortalidade proporcional por doença cardiovascular foi maior nas
mulheres, em relação aos homens, durante todo o período de 1990 a 2019. “O
crescimento pode estar atrelado a fatores de risco tradicionais, como
hipertensão arterial, obesidade, diabetes e tabagismo, que são mais letais para
as mulheres em comparação com os homens, somados a outras condições exclusivas
ou predominantes no gênero feminino”, analisa a médica.
Fatores de risco
Entre os principais
fatores de risco não convencionais que impactam na saúde cardiovascular das
mulheres, estão:
• Menopausa ou menarca precoces;
• Síndrome dos ovários policísticos;
• Diabetes e/ou hipertensão na gestação;
• Pré-eclâmpsia e eclampsia;
• Doenças reumatológicas, como artrite
reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico.
Segundo dados do GBD
2019, as doenças hipertensivas da gravidez foram a segunda maior causa de
mortalidade e morbidade nas mulheres em idade fértil.
Outra situação que tem
se tornado um sinal de alerta para os médicos é o crescimento da adesão das
mulheres ao “Chip da Beleza”. “Os implantes hormonais também podem prejudicar a
saúde cardiovascular, uma vez que contêm diversos hormônios (testosterona, gestrinona,
ocitocina, estradiol, oxandrolona, entre outros) e com diferentes doses,
aumentando o risco de trombose, infarto e acidente vascular cerebral”, alerta a
especialista.
Para evitar
complicações, a médica reforça a importância de ter hábitos saudáveis, como
alimentação equilibrada, prática de exercício físico e consulta médica de
rotina. “No mais, é importante ressaltar que as manifestações de infarto podem
ser diferentes nas mulheres. Por isso, na dúvida, busque um pronto-socorro.
Receber o atendimento o mais rápido possível é fundamental para diminuir os
danos ao coração e preservar a vida”, encerra.
Sintomas de infarto
nas mulheres
Dor, pressão ou
desconforto no peito nem sempre são os sintomas mais perceptíveis. Nas
mulheres, a dor pode ser mais difusa, espalhando-se pelos ombros, pescoço,
mandíbula, braços, abdômen e costas. Elas podem sentir dores mais parecidas com
azia ou indigestão, bem como ansiedade sem razão, náuseas, tonturas, falta de
ar, palpitações e suor frio. Os ataques cardíacos em mulheres podem ser
precedidos por fadiga inexplicável.
Em comparação com os
homens, as mulheres tendem a apresentar sintomas com mais frequência quando
descansam, realizam atividades diárias regulares ou mesmo durante o sono.
Comer apenas 3 porções desta fruta
protege contra ataque cardíaco
De acordo com um
estudo publicado pela American Heart Association, comer pelo menos três porções
de mirtilos pode salvar as mulheres de ataques cardíacos. Isso se deve aos altos níveis de flavonoides
da fruta.
Esses compostos também
estão presentes nas uvas, morangos e em outros vegetais.
Os mirtilos são ricos
em um tipo específico de flavonoide, a antocianina, que ajuda a dilatar as
artérias e combater o acúmulo de placas, de acordo com o estudo.
• Detalhes do estudo
Os pesquisadores
analisaram os hábitos alimentares de frutas vermelhas de 93.600 mulheres com
idades entre 25 e 42 anos ao longo de 18 anos.
No final do estudo,
concluíram que as mulheres que comeram três ou mais porções de mirtilos por
semana reduziram o risco de ataque cardíaco em até um terço.
No entanto, as
mulheres que seguiram uma dieta rica em outras frutas e vegetais não tiveram os
mesmos riscos reduzidos de ataque cardíaco.
Os resultados
ocorreram independentemente de outros fatores de risco, como idade, pressão
alta, histórico de doença cardíaca na família, índice de massa corporal, nível
de atividade física, tabagismo e consumo de álcool e cafeína.
De acordo com a
American Heart Association, incluir frutas vermelhas, como mirtilos e morangos,
além de outros vegetais e cereais integrais, é essencial para uma dieta
saudável.
A entidade destaca que
uma alimentação variada é fundamental para garantir a ingestão adequada de
nutrientes.
Fonte: Boa
Forma/Catraca Livre
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