Casos de Covid-19 disparam e doença já mata
mais que dengue em São Paulo
O número de casos
registrados de Covid-19 voltou a aumentar na cidade de São Paulo, com um total
de 10.369 apenas nas três primeiras semanas de fevereiro, representando um
aumento de 3,3 mil casos em comparação com janeiro. Até a última quarta-feira
(21), o total de casos chegou a 17.413. Também tem aumentado o número de
pessoas que procuram os postos de saúde pensando estar com dengue.
No entanto, em muitos
desses casos, após realizarem os testes, descobrem que estão infectadas com
Covid. Neste início de ano, a doença já causou a morte de 25 pessoas na
capital, e ambas as doenças compartilham alguns sintomas, como febre, dor de
cabeça, dor muscular e diarreia, mas elas também apresentam sintomas distintos.
Por exemplo, uma
pessoa com dengue pode experimentar dores intensas atrás dos olhos, enquanto
problemas respiratórios, como tosse e falta de ar, são características da
Covid-19. Até o momento, o coronavírus tem sido mais letal, visto que a capital
registrou apenas uma morte confirmada por dengue.
De acordo com
informações da plataforma Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da
Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), a cidade de São Paulo teve um aumento de 140% no número de casos
positivos para a Covid-19 na última semana.
Com base nos dados da
Prefeitura de São Paulo, o estudo alerta para um crescimento preocupante na
média móvel semanal de casos de Covid na capital paulista. Entre 21 de janeiro
e 4 de fevereiro, por exemplo, os números mais que dobraram, passando de 168 para
404 casos.
Embora a média móvel
de casos de Covid em São Paulo esteja em alta, especialistas acreditam que o
impacto em internações e óbitos não será proporcional em razão da ampla
cobertura vacinal.
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Vacinação contra Dengue e Covid
# Para dengue:
• Rede pública: disponível em algumas
cidades para crianças de 10 a 14 anos.
• Rede particular: disponível para pessoas
de 4 a 60 anos.
# Para Covid-19:
• Disponível apenas no SUS para toda a
população.
# Para ambas as
doenças:
• Esquema vacinal: É importante completar
as doses em um posto de saúde.
• Dose de reforço contra Covid-19: Vacina
bivalente, que protege contra mais cepas.
• Grupos prioritários: tomar vacinas
anualmente ou a cada seis meses.
RAIMUNDO BONFIM: O descaso de Nunes com a
dengue é uma política
A cidade de São Paulo
vive uma explosão de dengue, tendo sido registrados até agora mais de 14 mil
casos em 2024, com uma morte confirmada. E o prefeito de São Paulo, Ricardo
Nunes, não planeja nada, corre atrás do prejuízo, mas o que ele não perde é a oportunidade
de superfaturar, mesmo quando se trata de uma área tão delicada como a
saúde.
No início do ano, o
Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um inquérito civil para
apurar suposto ato de improbidade administrativa praticado pela prefeitura de
São Paulo na compra de armadilhas contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor
da dengue.
É que a administração
Ricardo Nunes gastou R$ 400 por unidade de uma armadilha contra o mosquito. O
problema é que existe uma versão similar desenvolvida pela Fiocruz (Fundação
Oswaldo Cruz) ao custo de R$ 10.
A Covisa
(Coordenadoria de Vigilância em Saúde) comprou as armadilhas gastando um total
de R$ 19 milhões, o que representa 28% do valor empenhado pelo órgão em 2023.
Se a gestão municipal tivesse optado pela versão da Fiocruz, a despesa teria
sido de apenas R$ 200 mil.
A falta de
planejamento também é a marca dessa gestão, principalmente na área social.
Recentemente, o infectologista Gonzalo Vecina, fundador e ex-presidente da
Anvisa, acusou a secretaria municipal de Saúde de ter se atrasado na realização
das atividades para o combate à doença. Ele lembrou que havia 2 mil agentes
comunitários de saúde e da noite para o dia foram contratados mais 12 mil. “Se
fossem contratados mais 100 agentes, eu entenderia que estaria aumentando a
força de trabalho, mas sair de 2 mil para 12 mil significa que alguma coisa
está errada”, afirmou o especialista.
Essa descarada
desfaçatez da atual gestão com a saúde pública revela um parentesco ideológico
de Ricardo Nunes com Jair Bolsonaro, o negacionista cuja política no
enfrentamento à Covid-19 foi criminosa, tendo sido responsável por pelo menos
700 mil mortos.
Infelizmente, o
descaso das autoridades com a saúde pública tem sido comum na história do
Brasil. Em geral, os governos sempre temeram que o reconhecimento público de
uma epidemia pudesse atrapalhar os negócios, prejudicando a economia.
Esse, aliás, foi o
principal “argumento” de Bolsonaro para tentar impedir o isolamento social
enquanto a Covid chegava a matar quatro mil pessoas por dia.
Tivemos no passado o
caso da meningite, que se alastrou no país na década de 1970. Sem estratégicas
de prevenção e tratamento, a ditadura militar escondia os números assombrosos.
Das favelas, a meningite se expandiu para áreas mais ricas, o que tornou insustentável
a continuidade do acobertamento dos casos. Às pressas, as autoridades tomaram
medidas como a suspensão de aulas e a importação de vacinas, a partir de 1975.
O Brasil se redimiu
desta triste marca ao empreender o combate à Aids, com a criação do SUS, nas
décadas de 1980/1990, tornando o país uma referência mundial no controle da
doença, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Especialistas dizem
que um dos aspectos mais marcantes da luta contra a Aids é a sua relação com os
direitos humanos, com a mobilização da sociedade civil e dos governos e
agências multilaterais na elaboração de políticas públicas de prevenção e
tratamento.
É preciso que
resgatemos essa tradição de engajamento no combate às epidemias. Por isso,
políticos negacionistas como Ricardo Nunes e Jair Bolsonaro precisam ser
banidos da vida política. Afinal, sabemos que eles nada têm de incompetentes,
pois trata-se de um projeto político de desmantelamento dos serviços
públicos.
Explosão de casos de dengue gera colapso
em rede de saúde do DF
As redes de saúde
pública e privada do Distrito Federal (DF) entraram em colapso com a explosão
de casos de dengue, segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB) em coletiva de
imprensa.
“Os hospitais tanto da
rede pública como da privada do DF já entraram em colapso. Nós estamos vivendo
uma crise muito grande. Com foco em reduzir esses impactos, nós publicamos na
quarta (21) um decreto ampliando o atendimento nas unidades básicas de saúde e
das tendas de hidratação. O momento é grave, mas nós ainda não chegamos no pico
da epidemia. O que nós queremos agora é acolher a população da melhor maneira
possível”, declarou Ibaneis.
O Distrito Federal
está em situação de emergência desde 25 de janeiro e já soma 81.408 casos
classificados como prováveis, contabilizados até 17 de fevereiro. O número
representa um aumento de 1.351,4% em
relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, já foram
38 mortes contabilizadas pela Secretaria de Saúde e o DF lidera o ranking no
país. A situação, porém, deve ser ainda pior, já que o pico de casos
normalmente acontece nos meses de março, maio e abril.
• Reforço no atendimento
Na quarta-feira (21),
o governo do DF anunciou a contratação de 741 profissionais de saúde para
reforçar o atendimento à população: 200 médicos temporários, 180 técnicos de
enfermagem, 156 enfermeiros, 115 agentes comunitários de saúde e 90 médicos
especialistas.
Além disso, a
Secretaria de Saúde também pediu a instalação de mais 11 tendas de hidratação e
atendimento a pacientes com dengue, que se somarão às nove já em funcionamento.
Fonte: Fórum
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