segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Casos de Covid-19 disparam e doença já mata mais que dengue em São Paulo

O número de casos registrados de Covid-19 voltou a aumentar na cidade de São Paulo, com um total de 10.369 apenas nas três primeiras semanas de fevereiro, representando um aumento de 3,3 mil casos em comparação com janeiro. Até a última quarta-feira (21), o total de casos chegou a 17.413. Também tem aumentado o número de pessoas que procuram os postos de saúde pensando estar com dengue.

No entanto, em muitos desses casos, após realizarem os testes, descobrem que estão infectadas com Covid. Neste início de ano, a doença já causou a morte de 25 pessoas na capital, e ambas as doenças compartilham alguns sintomas, como febre, dor de cabeça, dor muscular e diarreia, mas elas também apresentam sintomas distintos.

Por exemplo, uma pessoa com dengue pode experimentar dores intensas atrás dos olhos, enquanto problemas respiratórios, como tosse e falta de ar, são características da Covid-19. Até o momento, o coronavírus tem sido mais letal, visto que a capital registrou apenas uma morte confirmada por dengue.

De acordo com informações da plataforma Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a cidade de São Paulo teve um aumento de 140% no número de casos positivos para a Covid-19 na última semana.

Com base nos dados da Prefeitura de São Paulo, o estudo alerta para um crescimento preocupante na média móvel semanal de casos de Covid na capital paulista. Entre 21 de janeiro e 4 de fevereiro, por exemplo, os números mais que dobraram, passando de 168 para 404 casos.

Embora a média móvel de casos de Covid em São Paulo esteja em alta, especialistas acreditam que o impacto em internações e óbitos não será proporcional em razão da ampla cobertura vacinal.

<<<< Vacinação contra Dengue e Covid

# Para dengue:

•        Rede pública: disponível em algumas cidades para crianças de 10 a 14 anos.

•        Rede particular: disponível para pessoas de 4 a 60 anos.

# Para Covid-19:

•        Disponível apenas no SUS para toda a população.

# Para ambas as doenças:

•        Esquema vacinal: É importante completar as doses em um posto de saúde.

•        Dose de reforço contra Covid-19: Vacina bivalente, que protege contra mais cepas.

•        Grupos prioritários: tomar vacinas anualmente ou a cada seis meses.

 

       RAIMUNDO BONFIM: O descaso de Nunes com a dengue é uma política

 

A cidade de São Paulo vive uma explosão de dengue, tendo sido registrados até agora mais de 14 mil casos em 2024, com uma morte confirmada. E o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, não planeja nada, corre atrás do prejuízo, mas o que ele não perde é a oportunidade de superfaturar, mesmo quando se trata de uma área tão delicada como a saúde.  

No início do ano, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um inquérito civil para apurar suposto ato de improbidade administrativa praticado pela prefeitura de São Paulo na compra de armadilhas contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

É que a administração Ricardo Nunes gastou R$ 400 por unidade de uma armadilha contra o mosquito. O problema é que existe uma versão similar desenvolvida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) ao custo de R$ 10.

A Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) comprou as armadilhas gastando um total de R$ 19 milhões, o que representa 28% do valor empenhado pelo órgão em 2023. Se a gestão municipal tivesse optado pela versão da Fiocruz, a despesa teria sido de apenas R$ 200 mil.

A falta de planejamento também é a marca dessa gestão, principalmente na área social. Recentemente, o infectologista Gonzalo Vecina, fundador e ex-presidente da Anvisa, acusou a secretaria municipal de Saúde de ter se atrasado na realização das atividades para o combate à doença. Ele lembrou que havia 2 mil agentes comunitários de saúde e da noite para o dia foram contratados mais 12 mil. “Se fossem contratados mais 100 agentes, eu entenderia que estaria aumentando a força de trabalho, mas sair de 2 mil para 12 mil significa que alguma coisa está errada”, afirmou o especialista.

Essa descarada desfaçatez da atual gestão com a saúde pública revela um parentesco ideológico de Ricardo Nunes com Jair Bolsonaro, o negacionista cuja política no enfrentamento à Covid-19 foi criminosa, tendo sido responsável por pelo menos 700 mil mortos.

Infelizmente, o descaso das autoridades com a saúde pública tem sido comum na história do Brasil. Em geral, os governos sempre temeram que o reconhecimento público de uma epidemia pudesse atrapalhar os negócios, prejudicando a economia.

Esse, aliás, foi o principal “argumento” de Bolsonaro para tentar impedir o isolamento social enquanto a Covid chegava a matar quatro mil pessoas por dia.

Tivemos no passado o caso da meningite, que se alastrou no país na década de 1970. Sem estratégicas de prevenção e tratamento, a ditadura militar escondia os números assombrosos. Das favelas, a meningite se expandiu para áreas mais ricas, o que tornou insustentável a continuidade do acobertamento dos casos. Às pressas, as autoridades tomaram medidas como a suspensão de aulas e a importação de vacinas, a partir de 1975.

O Brasil se redimiu desta triste marca ao empreender o combate à Aids, com a criação do SUS, nas décadas de 1980/1990, tornando o país uma referência mundial no controle da doença, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Especialistas dizem que um dos aspectos mais marcantes da luta contra a Aids é a sua relação com os direitos humanos, com a mobilização da sociedade civil e dos governos e agências multilaterais na elaboração de políticas públicas de prevenção e tratamento.

É preciso que resgatemos essa tradição de engajamento no combate às epidemias. Por isso, políticos negacionistas como Ricardo Nunes e Jair Bolsonaro precisam ser banidos da vida política. Afinal, sabemos que eles nada têm de incompetentes, pois trata-se de um projeto político de desmantelamento dos serviços públicos.  

 

       Explosão de casos de dengue gera colapso em rede de saúde do DF

 

As redes de saúde pública e privada do Distrito Federal (DF) entraram em colapso com a explosão de casos de dengue, segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB) em coletiva de imprensa.

“Os hospitais tanto da rede pública como da privada do DF já entraram em colapso. Nós estamos vivendo uma crise muito grande. Com foco em reduzir esses impactos, nós publicamos na quarta (21) um decreto ampliando o atendimento nas unidades básicas de saúde e das tendas de hidratação. O momento é grave, mas nós ainda não chegamos no pico da epidemia. O que nós queremos agora é acolher a população da melhor maneira possível”, declarou Ibaneis.

O Distrito Federal está em situação de emergência desde 25 de janeiro e já soma 81.408 casos classificados como prováveis, contabilizados até 17 de fevereiro. O número representa um aumento de  1.351,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além disso, já foram 38 mortes contabilizadas pela Secretaria de Saúde e o DF lidera o ranking no país. A situação, porém, deve ser ainda pior, já que o pico de casos normalmente acontece nos meses de março, maio e abril.

•        Reforço no atendimento

Na quarta-feira (21), o governo do DF anunciou a contratação de 741 profissionais de saúde para reforçar o atendimento à população: 200 médicos temporários, 180 técnicos de enfermagem, 156 enfermeiros, 115 agentes comunitários de saúde e 90 médicos especialistas.

Além disso, a Secretaria de Saúde também pediu a instalação de mais 11 tendas de hidratação e atendimento a pacientes com dengue, que se somarão às nove já em funcionamento.

 

Fonte: Fórum

 

 

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