Europa não consegue enfrentar a Rússia sem
ajuda dos EUA, diz mídia norte-americana
Os meios militares
atuais dos países europeus são insuficientes para combater Moscou "em um
conflito de alta intensidade", de acordo com um artigo do Politico.
A Europa não está em
condições de enfrentar a Rússia sem a ajuda dos Estados Unidos, escreveu na
quarta-feira (24) o jornal norte-americano Politico.
"Todos concordam
com uma coisa: neste momento a Europa está vulnerável. Sem os EUA, a UE não tem
nem o equipamento militar nem o pessoal para enfrentar Moscou em um conflito de
alta intensidade", escreve o jornal, especulando sobre o possível retorno
ao cargo do ex-presidente Donald Trump (2017-2021), que já expressou
repetidamente a ideia de que a Europa deve enfrentar suas responsabilidades
militares sozinha.
Daniel Fried,
ex-embaixador dos EUA na Polônia, é da mesma opinião.
"Os europeus não
têm capacidade de defesa", disse Fried, destacando que a defesa dos Países
Bálticos "exigiria sérios recursos militares americanos".
O Politico nota que as
forças armadas europeias, que dependem principalmente de militares contratados,
estão tendo problemas em recrutar pessoas. A situação difícil é sentida não
apenas na Alemanha, Espanha, França e Reino Unido, mas também em países mais
próximos da Rússia, como a Bulgária, Polônia e Romênia.
A publicação
acrescenta que vários países bálticos e do norte da Europa começaram a voltar a
recrutar tropas, mas os números alcançados ainda não são suficientes para
enfrentar a Rússia.
"Embora os níveis
de tropas estejam aumentando, eles ainda não atingiram um nível que permitiria
grandes destacamentos no caso de um ataque russo", advertiu a mídia
norte-americana.
"Mas para a
Europa, reverter décadas de subinvestimento nas Forças Armadas e reconstruir
uma base industrial exigiria enormes quantias de dinheiro e de cinco a dez
anos, disseram vários responsáveis militares atuais e antigos."
O Politico apontou que
a Europa continua sem ter entrado de fato em uma economia de guerra, apesar do
conflito na Ucrânia, e que a promessa de um ano atrás de fornecer à Ucrânia um
milhão de projéteis até março deste ano "parece quase certo que não será
cumprida".
·
EUA e aliados querem reforçar produção de
urânio para reduzir dependência da Rússia
O país
norte-americano, junto com o Canadá, França, Japão e o Reino Unido, disse estar
trabalhando para ajudar a reduzir a dependência de Tóquio do urânio pouco
enriquecido da Rússia.
Os EUA pretendem
trabalhar com seus aliados para possibilitar a produção de urânio pouco
enriquecido, que é usado para abastecer usinas nucleares, para se livrar da
dependência dos suprimentos russos, disse Kathryn Huff, chefe do Escritório de
Energia Nuclear dos EUA no Departamento de Energia dos EUA, ao jornal japonês
Yomiuri Shinbun.
Huff disse ao jornal
que os EUA, em cooperação com o Canadá, França, Japão e o Reino Unido,
pretendem criar uma rede de fornecimento internacional para se livrar da
dependência da Rússia. Atualmente, a participação da energia nuclear nos EUA é
de 20% e podem abastecer seu combustível em 30%, enquanto os suprimentos de
combustível da Rússia representam cerca de 20% do volume total.
No final de 2023, os
EUA e os quatro países alinhados concordaram em investir US$ 4,2 bilhões (R$
20,7 bilhões) em três anos de forma a livrar o Japão da dependência da Rússia
para o fornecimento de urânio pouco enriquecido.
Huff afirmou que a
Rússia "não tem vergonha de usar o fornecimento de energia para outros
países como uma 'arma'".
"Não há confiança
no fornecedor como fonte, precisa ser criada uma rede de fornecimento
internacional estável", argumentou ela, apesar de a Rússia ter declarado
repetidamente que nunca usou a energia como chantagem, e que todas essas
acusações do Ocidente foram consideradas infundadas.
Segundo a chefe do
Escritório de Energia Nuclear norte-americano, os EUA pretendem alocar US$ 2,2
bilhões (R$ 10,84 bilhões) para o apoio material a empresas que produzam urânio
de baixo enriquecimento.
A corporação estatal
russa Rosatom detém 50% da participação mundial no enriquecimento de urânio,
destaca o Yomiuri Shinbun.
Ele escreve que a
dependência do Japão dos suprimentos de urânio da Rússia não é alta, mas que a
capacidade da usina de enriquecimento de urânio na prefeitura de Aomori será
aumentada em seis vezes.
Ø
Tropas ucranianas comparam novamente
situação no campo de batalha à 'missão suicida', diz mídia
As tropas ucranianas
estão sendo desarmadas pelas Forças Armadas da Rússia, admitiram recentemente
os principais meios de comunicação dos EUA, acrescentando que não havia
possibilidade de reabastecer os arsenais de munições em rápido declínio, em
meio a perspectivas sombrias com relação a futuros pacotes de ajuda a Kiev.
Tentativas inúteis de
atacar posições militares russas foram comparadas a missões suicidas levadas a
cabo por um soldado ucraniano em entrevista ao Le Figaro.
Com os militares
russos em sua ofensiva contínua na área de Kupyansk, na região de Carcóvia, as
tropas ucranianas têm cada vez menos munições para resistir ao ataque. É como
um suicídio, disse um sargento sênior das Forças Armadas da Ucrânia chamado
Mikhail a um jornalista do meio de comunicação francês.
As Forças Armadas
ucranianas, que sofreram enormes baixas e perdas de equipamento desde a
fracassada contraofensiva de verão (Hemisfério Norte), não têm "nada com
que reagir", de acordo com a publicação, e são forçadas a se esconder e a
fugir enquanto "os projéteis russos atingem posições abaixo dos 500 metros
de distância deles".
"Não temos mais
munição. Só podemos disparar três projéteis por dia", disse o soldado
ucraniano.
Ele afirmou que,
embora "racionados", os projéteis poderiam ser suficientes para
manter posições, mas qualquer tentativa de atacar os militares russos está fora
de questão. As Forças Armadas ucranianas simplesmente não têm os recursos,
disse ele.
"Se quisermos
partir para a ofensiva na primavera [Hemisfério Norte], precisaremos de mais
pessoas, munições, caças F-16 e mísseis de cruzeiro SCALP. Partir para um
ataque sem apoio aéreo é suicídio", disse o militar.
Outro soldado
ucraniano entrevistado, o sargento Sergei, acrescentou que a Ucrânia está
"ficando sem munição, mas estamos aguentando por enquanto. Temos à nossa
disposição apenas 40% do número de projéteis de que necessitamos. Se os russos
lançarem uma ofensiva séria aqui, não duraremos muito", observou.
Os soldados ucranianos
não demonstraram entusiasmo quanto ao futuro resultado dos confrontos na frente
de batalha.
"Se formos
solicitados a atacar, atacaremos. Mas seria suicídio. Não temos pessoas ou
munições suficientes", disse o meio de comunicação francês citando as
tropas ucranianas, acrescentando que estão "sofrendo perdas colossais de
pessoal".
No ano passado, em
meados de dezembro, a mesma expressão, "missão suicida", foi usada
pelos fuzileiros navais ucranianos ao descreverem uma tentativa de cruzar o rio
Dniepre, segundo o The New York Times.
Recentemente, Celeste
Wallander, secretária adjunta de Defesa para Assuntos de Segurança
Internacional, disse que o Pentágono está ciente das preocupações dos militares
ucranianos de que "não há estoques e as reservas de munições de que
necessitam". Referindo-se ao impasse no Congresso em relação a mais ajuda
a Kiev, Wallander acrescentou que "sem financiamento, não seríamos capazes
de acompanhar o ritmo que proporcionamos à Ucrânia desde o início deste
conflito", ponderou.
O porta-voz do
Pentágono, major-general Pat Ryder, também reconheceu que o Departamento de
Defesa dos EUA tinha colocado em "pausa" o envio de armas adicionais
para a Ucrânia a partir dos seus inventários, "dadas as implicações para a
nossa própria prontidão militar".
"É claro que isso
nos impede de atender às necessidades mais urgentes do campo de batalha,
incluindo coisas como cartuchos de artilharia", disse Ryder na última
terça-feira (23).
Na sequência da
fracassada contraofensiva ucraniana, as Forças Armadas russas têm eliminado
rotineiramente o armamento de qualidade de Kiev fornecido pela Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN), destruindo o mito da superioridade do
equipamento ocidental em relação aos seus homólogos fabricados na Rússia. Em
meio ao declínio do interesse em ajudar o governo de Vladimir Zelensky, os seus
aliados ocidentais têm-se desfeito de armas obsoletas e mal condicionadas,
enviando-as para os militares ucranianos. Assim, depois de dezenas dos muito
elogiados tanques de batalha principais Leopard 2 terem sido dizimados pela
Rússia, devido às suas limitações, o Ocidente começou a enviar T-72
"atualizados" da era soviética para Kiev.
Ø
Ocidente prepara provocações na Ucrânia em
meio a derrotas, diz diretor de inteligência da Rússia
Sergei Naryshkin se
pronunciou sobre o conflito na Ucrânia, que diz estar revelando as fraquezas do
Ocidente, devido à falta de vitórias.
A probabilidade de
novas provocações antirrussas devido às derrotas do Ocidente na Ucrânia é muito
alta, mas não se deve esperar um efeito duradouro delas, disse o diretor do
Serviço de Inteligência Externa (SVR, na sigla em russo) da Rússia, em uma entrevista
à Sputnik.
"Hoje, quando o
Ocidente está sendo derrotado no território da Ucrânia, a probabilidade de
realizar uma variedade de provocações é muito alta. [...] No entanto, gostaria
de sublinhar que o efeito de tais provocações e sua duração são muito curtos, especialmente
porque em nosso mundo moderno qualquer informação secreta, incluindo mentiras,
vem rapidamente à tona", opinou Sergei Naryshkin.
A crise na Ucrânia
provocada pelo bloco ocidental "dá muitos exemplos do fato de que os EUA,
o Reino Unido e seus aliados estão prontos para fazer as provocações mais
hediondas a fim de mudar o curso dos acontecimentos a seu favor", disse
ele.
"Lembremo-nos
pelo menos do Boeing malásio [Voo 17, de 17 de julho de 2014] abatido pelas
Forças Armadas ucranianas, ou da provocação repugnante em Bucha, pela qual
tentaram culpar a Rússia. Lembremo-nos também do ataque com mísseis em abril de
2022 contra a estação ferroviária de Kramatorsk, que o Ocidente imediatamente
culpou a Rússia, embora tenha ficado claro rapidamente que o míssil pertencia
às Forças Armadas da Ucrânia", recordou o diretor do SVR.
"Nem estou
falando do constante apoio e provocação do Ocidente às formações armadas
ucranianas, do bombardeio de artilharia contra a usina nuclear de
Zaporozhie", concluiu.
Em uma reunião de
dezembro de 2023 entre chefes de agências de segurança e inteligência dos
países da Comunidade de Estados Independentes (CEI) em Minsk, Belarus,
Naryshkin disse que o Ocidente coletivo, ao perder sua hegemonia, corre furioso
como um animal ferido, atacando em todas as direções. Para Sergei Naryshkin, os
EUA e seus aliados estão prontos para arrastar o resto do mundo para o
precipício se não forem detidos.
Fonte: Sputnik Brasil
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