Além de Brasília, Lula pede atos regionais para marcar 8 de janeiro
Além de convocar as celebrações para marcar um ano
do 8 de janeiro em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a
líderes ligados ao PT e a outros partidos de esquerda que façam também
mobilizações regionais para a data.
O objetivo, disse à CNN um interlocutor
do presidente, é pulverizar as manifestações pelo país, para contemplar parte
da militância que não puder se deslocar até a capital federal.
Em São Paulo, a tarefa foi repassada à Frente
Brasil Popular, que mantém vínculo com o PT e a Central Única dos Trabalhadores
(CUT), e também à Frente Povo sem Medo, que tem relação próxima com o PSOL.
A previsão inicial dos organizadores é que o ato
reúna entre 10 mil e 15 mil pessoas, na Avenida Paulista, próximo ao Masp.
Ainda nesta semana, os organizadores do ato devem se reunir para bater a lista
de lideranças que irão comparecer. A ideia é que o evento seja marcado por
cartazes, faixas e discursos em defesa da democracia.
O objetivo de Lula, segundo os relatos, é dar
ressonância ao tema também em capitais e cidades menores, apesar da ordem para
que a celebração fique concentrada prioritariamente em Brasília.
Ø Não se
confunde manifestação democrática com ataque aos Poderes, diz Cappelli sobre
8/1
O ministro da Justiça e Segurança Pública em
exercício, Ricardo
Cappelli, afirmou nesta quinta-feira (4) que não se pode confundir manifestações
democráticas com ataque aos Poderes, como visto no dia 8 de janeiro passado.
“Não se confunde manifestação democrática com
ataque aos Poderes. Não se confunde manifestação democrática com depredação do
patrimônio público, histórico, material e imaterial do Brasil. Passadas as
eleições, não interessa em quem você votou”, declarou o ministro durante o
evento em Brasília que assinou o protocolo de segurança para o próximo dia 8.
Em seu discurso, Cappelli disse não haver hipótese
de as invasões às sedes dos Três Poderes se repetir neste ano.
“Aquilo foi inaceitável. O Brasil é um país livre.
A imprensa tem me perguntado se serão permitidas manifestações. Eu tenho dito:
‘O Brasil é um país livre e democrático. Aqui todo mundo vota em quem quiser.
Todo mundo manifesta sua preferência política e ideológica livremente e é ótimo
que seja assim”.
Ø Sem ameaça
identificada, 8 de janeiro terá 2 mil PMs na Esplanada
Mesmo sem identificar ameaças à segurança do evento
marcado para o próximo dia 8 de janeiro, mais de 2 mil policiais militares do
Distrito Federal devem fazer o patrulhamento ostensivo em Brasília na próxima
segunda-feira (8). O número é quase quatro vezes superior ao do último dia 8 de
janeiro, quando foram empregados 580 PMs na Esplanada, segundo relatório da
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos golpistas
daquele dia.
A estratégia para a segurança da Esplanada no
próximo 8 de janeiro foi pactuada nesta quinta-feira (8) pelo Ministério da
Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Governo do Distrito Federal (GDF),
que assinaram um protocolo de ações de segurança no Palácio do Buriti, sede do
GDF, em Brasília. As informações são da Agência Brasil.
O ministro interino da Justiça e Segurança Pública,
Ricardo Cappelli, afirmou que até o momento não há nenhuma informação que gere
preocupação maior. “Claro, isso é monitorado dia a dia e todas as providências
estão sendo tomadas para que tenhamos um dia 8 de celebração democrática
histórica no Brasil”, destacou.
Cappelli acrescentou que não há hipótese do 8 de
janeiro de 2023 se repetir porque “a reação da sociedade e dos Poderes foi
muito forte e essa reação estabeleceu um limite muito claro”. O documento
assinado pelos governos federal e do DF “define o planejamento e as prioridades
de atuação de cada órgão, como efetivo policial e organização do trânsito, com
foco no evento alusivo à data que ocorrerá no Senado”.
Além dos 2 mil agentes da Polícia Militar do DF que
devem ser mobilizados, o plano de segurança prevê o emprego de 250 agentes da
Força Nacional que ficarão de prontidão no Ministério da Justiça. A Esplanada
ficará fechada no dia 8 na altura da Avenida José Sarney, que é a pista
anterior à Alameda dos Estados, próxima ao Congresso Nacional.
A governadora em exercício do Distrito Federal,
Celina Leão, destacou que, mesmo sem ameaça detectada, haverá agentes
suficientes para qualquer situação. “Será um dia de tranquilidade, um dia de
monitoramento e de tranquilidade realmente aqui no Distrito Federal”, ponderou.
MANIFESTAÇÃO E GOLPE
Toda essa segurança é para o ato marcado no
Congresso Nacional, que marcará o primeiro ano do último 8 de janeiro, quando
apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com o resultado do
processo eleitoral, promoveram tentativa frustrada de golpe de Estado.
A cerimônia da próxima semana foi uma proposta do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve contar com a presença dos
presidentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de governadores,
parlamentares, representantes da sociedade civil e ministros e representantes
dos tribunais de Justiça e assembleias legislativas.
Ricardo Cappelli, afirmou que manifestações
políticas não serão reprimidas, desde que não ameacem as instituições. “Todo
mundo manifesta sua preferência política e ideológica livremente e é ótimo que
seja assim. Agora, não se confunde manifestação democrática com tentativa de
golpe de Estado, não se confunde manifestação democrática com ataque aos
Poderes”, afirmou.
O responsável pela segurança na Esplanada dos
Ministérios na próxima segunda-feira (8) será o secretário de Segurança Pública
do DF, Sandro Alencar. “(O 8 de janeiro de 2023) não vai se repetir. Não vai se
repetir em razão desse trabalho que temos feito de inteligência”, afirmou.
O planejamento da segurança para o evento vem desde
o final do ano passado, quando representantes dos órgãos de segurança do
governo federal e do GDF passaram a se reunir para definir um plano integrado
de ações a fim de evitar ameaças de ataques ao evento no Congresso.
VIATURAS
Além de assinar o protocolo de segurança para próxima segunda-feira, o
Ministério da Justiça e Segurança Pública ainda fez a entrega de 20 viaturas,
armamentos, fardas, drones e outros equipamentos para as forças de segurança do
Distrito Federal no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com
Cidadania (Pronasci 2).
Ao todo, o investimento feito foi de R$ 3,6
milhões. O Pronasci 2, lançado em março deste ano, tem desenvolvido ações de
integração entre as forças de segurança nacional e estaduais, com entrega de
equipamentos para as polícias de todo o país.
Ø Bolsonaristas
minimizam ato do 8 de janeiro e ex-presidente mantém distância
No momento em que o Governo Federal, o Supremo
Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional preparam um grande ato em defesa
da democracia para marcar um ano dos atos criminosos do dia 8 de janeiro,
os bolsonaristas minimizam o evento enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) ignora a data e planeja manter suas férias no Rio de Janeiro, segundo
auxiliares.
Lideranças e parlamentares bolsonaristas ouvidos
pela CNN disseram que não há por ora mobilização de nenhuma natureza
nas redes sociais para tentar se contrapor à cerimônia que deve reunir no
Congresso quase todos os ministros da Esplanada, governadores da base,
parlamentares, ministros do STF, movimentos sociais e 500
convidados sob o mote “Democracia Inabalada”.
O Ministério da Justiça e a Secretaria de Segurança
Pública do Distrito Federal não identificaram grande mobilização nas redes
sociais.
“Querem fazer essa a data do martírio, mas foi a da
opressão. Vão fazer o ato para uma bolha. Será um tiro no pé no Lula”, disse
à CNN o deputado federal bolsonarista Luiz Philippe de Orleans e
Bragança (PL-SP).
O parlamentar reforça que não há nenhum evento
marcado para se contrapor a “Democracia Inabalada”, mote que foi criado pelo
STF para a data.
O Palácio do Planalto convidou todos os
governadores, mas os bolsonaristas como Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de
Freitas (SP) declinaram.
·
Bolsonaro vai passar 8 de janeiro em casa na praia de Angra dos Reis
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não
planeja estar em Brasília no dia 8 de janeiro, que marca um ano dos atos
criminosos cometidos contra as sedes dos três Poderes.
Na data, estão previstos eventos
simbólicos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional, que devem
reunir autoridades de todos os Poderes.
Bolsonaro chegou no Rio de Janeiro na quarta-feira
(3) e segue para Angra dos Reis nesta quinta-feira (4).
Segundo pessoas próximas, o ex-presidente deve
ficar na Vila Histórica de Mambucaba, onde deve visitar o senador Wilder Morais
(PL-GO). Bolsonaro só deve retornar a Brasília no fim do mês.
Durante os atos criminosos de 8 de janeiro de 2023,
Bolsonaro também estava longe da capital do país.
Estava nos Estados Unidos, para onde viajou após
deixar o comando para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem fazer a passagem da
faixa presidencial ou participar da posse do petista.
Pouco tempo depois, o ex-presidente foi incluído no
inquérito do STF que investiga os atos criminosos por ordem de Moraes e a
pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Bolsonaro passou a figurar na investigação por
causa de uma publicação feita em seu perfil no Facebook em 10 de janeiro.
Na ocasião, ele postou um vídeo com desinformação
sobre as eleições e que contestava o resultado eleitoral, dizendo que o
presidente Lula não teria sido eleito pelo povo.
A defesa do ex-presidente afirmou que a postagem
foi feita de forma “acidental” e apagada “poucas horas depois”, o que mostraria
que o ex-presidente “não pretendeu insuflar qualquer forma de subversão”.
Bolsonaro chegou a prestar depoimento à Polícia Federal sobre o assunto.
Em outubro de 2023, a relatora da Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama
(PSD-MA), pediu indiciamento do ex-presidente em seu parecer final sobre a
investigação dos atos. A defesa de Bolsonaro chamou a decisão de “parcial,
tendenciosa e totalmente pavimentada por viés político e não jurídico”.
·
Um ano do 8 de janeiro
A data que marca um ano dos atos criminosos nas
sedes dos três Poderes contará com dois eventos em Brasília. À tarde, o STF
promoverá a exposição “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”.
Depois, acontecerá o Ato Democracia Inabalada no
Congresso Nacional, por iniciativa de Lula e dos presidentes do Supremo, Luís
Roberto Barroso, e Congresso, Rodrigo Pacheco.
O governo do Distrito Federal e o Ministério da
Justiça construíram um plano de segurança para o marco. Há previsão de
fechamento parcial da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e monitoramento
de ameaças e manifestações.
Até o momento, a inteligência da Secretaria da
Segurança do DF não identificou elementos que possam ensejar algum ataque. Já
os movimentos sociais devem priorizar as manifestações de rua para relembrar os
atos.
Ø Oposição
prepara documento contra ato de 8/1 com Lula; texto deve minimizar ataques
Parlamentares da oposição preparam um documento
para ser divulgado na tarde desta sexta-feira (5) como reação ao ato em
defesa da democracia marcado para lembrar os ataques de 8 de Janeiro.
Segundo apurou a CNN, o texto está sendo
construído com sugestões de senadores de direita para tentar minimizar a
invasão e a depredação das sede dos Três Poderes, citando que participantes de
outras manifestações não foram acusados de golpismo.
O manifesto, de acordo com relatos
à CNN, deve fazer críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal
(STF), que já condenou 30 pessoas por executar os atos, e também ao governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
afirmam que Lula cooptou o 8 de Janeiro como uma plataforma política contra a
direita e o bolsonarismo.
Parlamentares que participam da construção do
documento relatam que o manifesto terá um tom crítico ao ato do dia 8 e
incentivará a volta do que consideram “a normalidade democrática.”
Como mostrou a CNN, o Palácio do Planalto
quer dar um caráter institucional ao ato que marcará um ano dos ataques de 8 de
Janeiro. A estratégia é demonstrar união entre os poderes e, consequentemente,
isolar o bolsonarismo.
Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afirmam, no entanto, que o governo quer distância da polarização. Neste
momento, o Planalto pretende acessar a parcela da população que não votou em
Lula, mas estaria sensível a uma mudança de posição.
·
Cerimônia no Congresso
A cerimônia que lembrará o 8 de Janeiro reunirá o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Supremo Tribunal Federal (STF),
parlamentares e governadores.
A solenidade está marcada para 15h no Senado. Na
ocasião, ocorrerá a entrega simbólica da réplica da Constituição Federal que
foi levada da Corte por vândalos.
Fonte: CNN Brasil/Agencia Brasil
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