Programa
Bahia sem Sonda visa zerar fila das 'cirurgias benignas da próstata'
O programa
'Bahia sem Sonda', lançado pelo Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), completou
um mês e já beneficiou mais de 100 pacientes com a realização de cirurgias de
próstata.
Os
procedimentos são realizados no turno da noite, quando o Hospital do Homem,
unidade do HGRS, abre suas salas cirúrgicas com o objetivo de zerar a fila de
espera dos pacientes que precisam de uma cirurgia “benigna de próstata”.
Joabe
Carneiro, urologista coordenador do Hospital do Homem, explica que o programa é
voltado para pacientes que estão em uso de sonda, com trocas regulares e
aqueles que têm uma “certa brevidade em realizar a cirurgia”. Ele acrescenta
que a ação será mantida para zerar a fila.
Um dos
pacientes atendidos pela iniciativa é o senhor João Evangelista de Oliveira,
morador da zona rural de Monte Santo, que fica a 370 quilômetros da capital
baiana. Ele contou estar há três meses esperando pela cirurgia de próstata e
nem as fortes chuvas na região esta semana impediram que ele viesse para “a
capital realizar o procedimento que esperei por tanto tempo”.
Doenças da
próstata: quando se fala em próstata, é comum as pessoas associarem de imediato
ao câncer, mas existem as chamadas “doenças benignas da próstata”, que precisam
de tratamento e cuidados. Um exemplo é a hiperplasia prostática benigna, que
acomete os homens a partir dos 50 anos e tem como sintomas: sensação de
esvaziamento incompleto, alterações no jato de urina (jato fraco), micção
frequente e até retenção urinária.
Há também
a prostatite, condição inflamatória, cuja estimativa indica que cerca de 30%
dos homens poderão ter a doença em alguma fase da vida.
·
Hospital baiano utiliza técnica inédita
para tratamento da próstata aumentada
Uma nova
técnica, minimamente invasiva, que utiliza vapor de água para tratar a
hiperplasia prostática benigna, também conhecida como próstata aumentada, foi
usada pela primeira vez na Bahia e no Norte/Nordeste nesta quarta-feira (31/1).
Conhecido como Rezum, o equipamento usado para o procedimento é recém-chegado
no Brasil e considerado um dos mais importantes avanços tecnológicos da
urologia nos últimos anos.
O
paciente, um homem de 51 anos que apresentava Hiperplasia Prostática Benigna
e que vinha apresentando sintomas como dificuldade de urinar, jato
fraco de urina e esvaziamento incompleto da bexiga há cerca de um ano, passou
pelo procedimento realizado pela equipe de urologia do Hospital Cárdio
Pulmonar, chefiada pelo urologista Lucas Batista, que também é membro Professor
do Departamento de Cirurgia Robótica da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Segundo o
urologista, esta cirurgia apresenta inúmeros benefícios quando comparado com
outras técnicas para tratamento de Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). O
tratamento com Rezum não realiza cortes e pode ser feito em ambulatório, com
sedação ou anestesia local, dura menos de 10 minutos e o paciente recebe alta
hospitalar 02 horas após o procedimento. Também proporciona menor tempo de
recuperação e apresenta baixo risco de complicações em comparação com a
cirurgia tradicional. Uma das principais vantagens do tratamento é a
preservação da função sexual do paciente, diminuindo o risco de “perda” da
ejaculação (chamada ejaculação retrógrada).
“O Rezum
consiste na inserção de uma sonda na uretra do paciente para aplicação de vapor
de água a mais de 100º C diretamente na próstata, promovendo assim a diminuição
do seu tamanho e aliviando os sintomas da hiperplasia”, explica o especialista.
A
hiperplasia prostática benigna é uma condição comum entre os homens,
principalmente após os 60 anos. O urologista explica que, embora não seja um
câncer, o crescimento da próstata pode comprimir a uretra, causando sintomas
desconfortáveis e complicações que afetam diretamente na qualidade de vida do
homem. “Um dos principais sintomas da hiperplasia prostática benigna é a
alteração do fluxo urinário. Quando a próstata começa a aumentar, ela comprime
a uretra, tornando-a mais estreita e fina, o que acaba reduzindo o jato
urinário. A próstata aumentada eleva o risco de infecções urinárias, obstruções
graves, retenção importante de urina, cálculos urinários e até insuficiência
renal”, destaca Lucas Batista.
Outros
sintomas da HPB são sensação de bexiga cheia, urinar por diversas vezes ou não
urinar tudo de uma vez, com interrupção do jato, ardor miccional, retenção
urinária, incontinência durante o sono, necessidade súbita de urinar, com
incapacidade de reter a urina, sensação de não esvaziar completamente a bexiga,
entre outros sintomas.
Ø
Verão e Carnaval aumentam incidência de
ISTs, que podem provocar até câncer
Chegou o
verão, a estação mais quente, agitada e aguarda do ano. É tempo de festa, de
muita curtição e paquera. E faltando poucos dias para o Carnaval, um alerta
fica ainda mais forte: em meio à onda de festas e azaração, é fundamental se
proteger quando o assunto é o sexo. É nessa temporada que os ânimos
elétricos terminam promovendo uma crescente nos números de diversas Infecções
Sexualmente Transmissíveis (ISTs). E o pior é que, como muitas delas podem ser
assintomáticas, muita gente não sabe que possui e termina passando adiante do
mesmo modo que contraiu. “O sexo seguro, com uso do preservativo, é a
maneira mais eficaz de se proteger contra as ISTs e o HIV. Muita gente não
sabe, mas algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis podem vir a causar um
problema muito mais sério, que é a infertilidade. Às vezes, a IST está ali,
assintomática e a pessoa só descobre que é portador quando identifica uma
dificuldade para engravidar”, explica a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica
do IVI Salvador.
A ausência
de sintomas e a prática sexual sem o uso de preservativos tornaram as ISTs um
problema de saúde pública mundial. Segundo a Organização mundial de Saúde
(OMS), mais de um milhão de infecções sexualmente transmissíveis são adquiridas
diariamente em todo mundo. No Carnaval, quando se juntam pessoas de diversas
partes do planeta, com bebidas alcóolicas e o frisson da festa, o perigo é
iminente. O principal grupo de risco é o de jovens em idade reprodutiva,
com alta taxa de prevalência: é exatamente nessa faixa etária que as ISTs podem
provocar infertilidade em mulheres e homens. O risco das infecções sexualmente
transmissíveis não está apenas neste problema. Algumas, como o HPV, por
exemplo, se não for adequadamente tratado, pode evoluir para um câncer. Vale
sempre lembrar que o uso de preservativos é a única forma de evitar a
transmissão de ISTs.
Para
confirmar a IST e definir o tratamento mais adequado para cada paciente, são
realizados diversos testes laboratoriais. Quando são causadas por bactérias,
como clamídia e gonorreia, a análise das secreções ou exames de urina permitem
identificar os patógenos. No entanto, se houver suspeita de DIP, o médico
também poderá solicitar a ultrassonografia transvaginal. A infecção por HPV,
por outro lado, é confirmada pelo exame Papanicolaou de rotina. O
tratamento de infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias é
realizado por antibióticos prescritos de acordo com o tipo da bactéria.
Normalmente é indicado um tratamento simultâneo para as duas infecções, uma vez
que geralmente elas ocorrem em associação. O parceiro ou a parceira também
deverá ser investigado e tratado para evitar a reinfecção.
Mulheres
que estão tentando engravidar, na maioria das vezes, conseguem obter sucesso
após a cura da infecção. Porém, quando a IST é tardiamente diagnosticada e
resulta no desenvolvimento da doença inflamatória pélvica causando maiores
danos, é indicado o tratamento por técnicas de reprodução assistida. Nos casos
em que a IST causou danos às tubas uterinas, o tratamento por fertilização in
vitro (FIV) aumenta bastante as chances de gravidez.
·
As principais ISTs
Clamídia é
a infecção sexualmente transmissível de maior incidência no mundo e é mais
prevalente entre as mulheres jovens do que entre os homens, embora possa afetar
pessoas de qualquer idade. Apesar de ser assintomática na maioria dos
casos, pode manifestar sintomas em homens e mulheres aproximadamente duas
semanas após a infecção. Nas mulheres, os mais comuns são sangramento entre
períodos menstruais, corrimento vaginal com odor forte, dor abdominal e durante
o sexo, micção com sensação de queimação, inchaço na vagina ou ao redor do ânus
e febre baixa. Já os sintomas masculinos mais comuns, são secreção peniana
aquosa e leitosa, inchaço e sensibilidade dos testículos, dor e queimação ao
urinar, irritação no ânus e sangramento retal.
A
gonorreia, por outro lado, ao mesmo tempo que afeta os órgãos genitais, pode
afetar ainda a uretra, o colo do útero, o reto, a garganta ou os olhos. Quando
manifesta sintomas, é comum que as mulheres apresentem corrimento aumentado com
odor forte, dor ao urinar, sangramento entre os períodos menstruais e após o
sexo, dor após o sexo ou nas regiões abdominal e pélvica. Secreção semelhante
ao pus, dor ou inchaço em um testículo e ao urinar, são os sintomas que podem
manifestar nos homens infectados.
Ambas são
importantes causas evitáveis da doença inflamatória pélvica (DIP) e infertilidade. Quando não adequadamente tratadas, cerca de 10% a
15% das mulheres portadoras desenvolverão DIP, que pode causar danos permanentes às tubas uterinas, útero e tecidos circundantes, resultando em
infertilidade. Clamídia e gonorreia também podem provocar a infertilidade masculina:
as infecções tendem
a danificar estruturas como os epidídimos, ductos em que os espermatozoides ficam abrigados até ganharem maior motilidade e a uretra,
enquanto as infecções virais podem afetar a produção e qualidade dos
espermatozoides.
Fonte: Tribuna da Bahia
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