GERAÇÃO
PRÓPRIA DE ENERGIA SOLAR NA BAHIA ATINGE MAIS DE R$ 5,9 BILHÕES EM
INVESTIMENTOS ACUMULADOS
A Bahia
acaba de ultrapassar a marca de R$ 5,9 bilhões em investimentos acumulados na
geração própria de energia solar, segundo mapeamento da Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). O estado possui mais de 1,1 gigawatt
(GW) de potência instalada em cerca de 130 mil conexões operacionais em
telhados, fachadas e pequenos terrenos, espalhadas por 417 cidades, ou 100% dos
municípios da região.
De acordo
com o mapeamento, atualmente são mais de 207 mil consumidores de energia
elétrica que já contam com redução na conta de luz, maior autonomia e
confiabilidade elétrica. A potência instalada de energia solar distribuída na
Bahia coloca o estado na oitava posição do ranking nacional da ABSOLAR. Desde
2012, a modalidade já proporcionou à Bahia a geração de mais de 35 mil empregos
e a arrecadação de mais de R$ 1,3 bilhão aos cofres públicos.
Para
Santiago Gonzalez Gil, coordenador estadual da ABSOLAR na Bahia, o avanço da
energia solar no País é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e
ambiental do Brasil e ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do
País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco da ocorrência de
bandeira vermelha na conta de luz da população.
“Vale
destacar, portanto, que o estado da Bahia é atualmente um ator principal na
transição energética para contribuir com a descarbonização e o combate às
mudanças climáticas na região. Por ser um relevante centro de desenvolvimento
da energia solar, mantém um enorme potencial de geração de emprego e renda, com
capilaridade para todos os municípios no estado, sendo uma atração de
investimentos privados”, aponta o novo coordenador estadual da ABSOLAR na
Bahia, Santiago Gonzalez.
Para o
presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, o crescimento da geração
própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, o protagonismo
internacional do Brasil, alivia o orçamento das famílias e amplia a
competitividade dos setores produtivos brasileiros.
“A fonte
solar é uma alavanca para o desenvolvimento do País. Em especial, temos uma
imensa oportunidade de uso da tecnologia em programas sociais, como casas
populares do programa Minha Casa Minha Vida, na universalização do acesso à
energia elétrica pelo programa Luz para Todos, bem como no seu uso em prédios
públicos, como escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas,
museus, parques, entre outros, ajudando a reduzir os gastos dos governos com
energia elétrica para que tenham mais recursos para investir em saúde,
educação, segurança pública e outras prioridades da sociedade brasileira”,
conclui Sauaia.
Ø
MINERAÇÃO BAIANA TEM RETRAÇÃO DE QUASE 12%
EM VOLUME DE INVESTIMENTOS PREVISTOS
O
Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram) reduziu em US$ 3,1 bilhões as
expectativas de investimentos na produção de bauxita entre 2024 e 2028. Em
entrevista ao Jornal Correio, Júlio Nery, diretor de sustentabilidade e
assuntos regulatórios do Ibram explicou que o projeto anunciado em 2010, da
gigante anglo-australiana Rio Tinto Alcan, que prometia US$ 4 bilhões para
exploração da substância mineral e a construção de uma refinaria de alumina em
Amargosa é um dos que não foram para frente. A fala foi durante a apresentação
dos dados consolidados da mineração em 2023. Outra queda registrada na Bahia
aconteceu no faturamento, de 4,3%. Nacionalmente, houve uma retração de 0,7%.
O volume
de investimentos previstos para a mineração baiana para os próximos cinco anos
registrou queda de quase 12% em relação aos números apresentados um ano atrás.
Ainda assim, espera-se do setor mineral na Bahia um volume de investimentos um
pouco acima de US$ 9 bilhões – o equivalente a mais de R$ 45 bilhões.
Boa parte
disso se deve ao projeto da Bamin, para a produção de minério de ferro em
Caetité, com a conclusão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste
(Fiol) e a construção do Porto Sul. O complexo mineral e logístico foi
apresentado diversas vezes ontem por integrantes do Ibram como o “maior
investimento em curso” do Brasil. “A Bahia tem o maior projeto de mineração do
Brasil, que é o da Bamin e este continua firme”, ressaltou Nery.
A
indústria da mineração brasileira vai precisar superar “eventos extremos”, diz
o presidente do Ibram, Raul Jungmann. Por um lado, a previsão de investimentos
no setor foi ampliada de US$ 50 bilhões para US$ 64,5 bilhões. “Este número é
simplesmente extraordinário porque o mundo demanda mais minerais,
principalmente aqueles críticos para superar a emergência climática”, destacou.
Por outro lado, acrescentou, a atividade está enquadrada entre as que serão
sobretaxadas a partir da Reforma Tributária através do chamado imposto do
pecado, a tributação seletiva que acresce em 1% a cobrança sobre determinados
produtos. “Somos favoráveis a uma reforma tributária, mas enquadrar a mineração
na tributação seletiva é um absurdo. Somos fundamentais para a transição energética”,
defendeu.
Ø
SELIC: COMO NOVA REDUÇÃO MELHORA CENÁRIO DE
CRÉDITO PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
O Comitê
de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira
(31/1) queda de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que chega a
11,25% na primeiro encontro de 2024. O indicador é o parâmetro que os bancos
comerciais utilizam para oferecer crédito. “Esse corte tem impactos importantes
para as pequenas e médias empresas que têm um grande desafio de acesso ao
crédito. Elas têm menos opções de empréstimos e capacidade de resposta aos
juros altos, então a redução é especialmente boa”, diz Joelson Sampaio,
professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
André
Sacconato, assessor econômico da FecomercioSP, concorda que o ambiente está
melhorando para empreendedores brasileiros, mas recomenda cautela: “As
condições estão melhores, mas eles não devem dar um passo maior que a perna.
Vale arriscar caso exista uma perspectiva muito boa de um negócio, mas ainda
não é o momento de fazer uma expansão muito grande.”
A Selic
está sofrendo reduções desde agosto do ano passado, quando o BC aplicou o
primeiro corte na taxa básica de juros desde 2020, também em 0,5 ponto
percentual. O indicador estava estacionado em 13,75% havia um ano e encerrou o
2023 em 11,75%. Segundo o Boletim Focus, a previsão é que a taxa encerre 2024
em 9%. Sampaio sugere que, com a expectativa de mais queda, o empreendedor adie
o pedido de empréstimo. “Quem puder esperar terá taxas mais vantajosas no final
do ano. Entretanto, muitas vezes, a necessidade vem antes. O melhor é sempre
comparar as instituições financeiras para escolher a taxa de juros mais
vantajosa.”
Certos
indicadores colaboram para que a taxa básica de juros continue caindo, dizem os
especialistas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou
2023 com alta acumulada de 4,62%, resultado que ficou dentro do intervalo da
meta da inflação — 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou
para cima. A previsão do Boletim Focus é que o indicador termine o ano em
3,81%. Para 2025 e 2026, a expectativa é de 3,5%.
Pontos
como a nova política industrial, anunciada na última semana, com o investimento
de até R$ 300 bilhões em ações de neoindustrialização até 2026, ainda podem
impactar o cenário. “O BNDES fará uma expansão do crédito que, naturalmente,
amplia a atividade econômica. Isso forçaria o Banco Central a ter uma taxa de
juros mais elevada”, explica Pedro Paulo Bastos, professor associado do
Instituto de Economia da Unicamp.
Os
especialistas acreditam que o BC ainda tem espaço para reduzir a taxa básica de
juros, mas que não deve arriscar um ritmo maior do que o já previsto 0,5% no
próximo encontro. O Copom já divulgou o calendário de reuniões para 2024. O
próximo encontro será nos dias 19 e 20 de março. De acordo com o Boletim Focus,
a projeção para a Selic no fim de 2025 e 2026 está em 8,50%.
Fonte:
Bahia Econômica
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