segunda-feira, 7 de abril de 2025

Lula mantém favoritismo apesar da perda de popularidade

O filósofo e general chinês Sun Tzu (544-496 a.C.) foi um estrategista militar do Rei Hu Lu, que escreveu A Arte da Guerra, um tratado militar no século IV a.C. O primeiro imperador da China unificada, Qin Shi Huang, inspirou-se na obra para pôr fim ao Período dos Reinos Combatentes. O livro foi introduzido no Japão por volta do ano de 760, sendo adotado pelos daimyos (senhores feudais) Oda Nobunaga (1534-1532) e Toyotomi Hideyoshi (1537-1598) e pelo shogun Tokugawa Ieyasu (1543-1516).

O famoso almirante Togo Heihachiro, que liderou a vitória do Japão na Guerra contra a Rússia, de 1904 e 1905, era ávido leitor de Sun Tzu. Mao Tsé-Tung atribuiu parte da sua vitória sobre Chiang Kai-shek e o Kuomintang em 1949 à Arte da Guerra. O livro também foi adotado por Vo Nguyen Giap na Guerra do Vietnã, depois de traduzido por Ho Chi Min. Não por acaso os generais Norman Schwarzkopf e Colin Powell puseram em prática os princípios de Sun Tzu na Guerra do Golfo: engano, velocidade e ataque aos pontos fracos do inimigo. O livro é estudado nas academias militares norte-americanas.

Dos ensinamentos da obra de Sun Tzu, talvez o que mais se aplique ao atual momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra seja aquele no qual o estrategista chinês afirma: "Derrotar o inimigo em cem batalhas não é a excelência suprema; a excelência suprema consiste em vencer o inimigo sem ser preciso lutar". É o que mostra a pesquisa Genial/Quaest sobre os cenários eleitorais de 2026, na qual Lula aparece em empate técnico com Bolsonaro, 44% a 40% de intenções de votos. Entretanto, o ex-presidente está inelegível.

Num cenário em que a popularidade de Lula está em queda, a pesquisa preserva uma expectativa de poder sem a qual o líder petista seria um pato manco. Para 62% dos entrevistados, Lula não deveria disputar a reeleição, um aumento de 10 pontos percentuais em relação à pesquisa realizada em janeiro.

A vantagem de Lula se ancora no sentimento de rejeição a Bolsonaro: 44% têm mais medo da sua volta ao poder, contra 41% que temem a continuidade do governo Lula. O mesmo sentimento que decidiu o segundo turno das eleições de 2022.

A realidade é que a eleição está aberta. A maioria dos eleitores (80%) ainda não tem um nome preferido para 2026. Na pesquisa espontânea, apenas três nomes ultrapassaram 1% das menções: Lula (9%), Bolsonaro (7%) e Tarcísio de Freitas (1%) — mesmo percentual de "outros" nomes. Na consulta induzida, o adversário mais forte contra Lula seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 15% das preferências. Supera Michelle Bolsonaro (PL), com 14%, e Eduardo Bolsonaro (PL), com 4%.

Simulações

No segundo turno, a rigor, todos os possíveis adversários de Lula se tornam competitivos. Sem Bolsonaro, a vantagem de Lula contra Michelle Bolsonaro é de seis pontos percentuais (44% x 38%); contra Tarcísio de Freitas, também (43% x 37%).

De janeiro a março, Tarcísio saiu de 34% para 37%. Lula ficou estável (43%) no período. Sua vantagem era de 9 pontos. A diferença para Ratinho Jr. é de 7 pontos (42% x 35%). Na simulação entre Lula e o governador de MG, Romeu Zema, a distância diminuiu um pouco mais: 43% x 31%. A vantagem de Lula caiu de 17 para 12 pontos. Para Pablo Marçal (44% x 35%), está em 9 pontos; Eduardo Bolsonaro (45% x 34%), 10 pontos. Para Caiado, diminuiu 5 pontos (44% x 30%), ou seja, caiu para 14 pontos.

A verdade é que a desaprovação ao governo tem impactado a imagem de Lula. Sua rejeição chegou a 55%, um aumento de 10 pp desde dezembro passado. Mas é salvo pelo gongo: nas simulações de segundo turno contra qualquer candidato, há entre 14% e 18% que desaprovam o governo, mas ainda preferem votar em Lula. Entre 17% e 32% preferem anular ou se abster.

Tarcísio continua desconhecido por 42% dos eleitores; Ratinho, por 51%; Zema, por 61%; e Caiado, por 63%. Isso significa que o piso do adversário no segundo turno estará em torno de 30% dos votos. Segundo a pesquisa, Tarcísio (15%) e Michelle (14%) seriam os melhores nomes para substituir Bolsonaro na disputa com Lula. Marçal (11%) aparece em terceiro, junto com Ratinho Jr. (9%).

E o Sun Tzu com isso? De todos os possíveis adversários de Lula, aquele que tem mais a perder é Tarcísio de Freitas, com uma reeleição ao Palácio dos Bandeirantes ao alcance das mãos, ao contrário de Ratinho Jr., Zema e Caiado, que estão no segundo mandato. Com sua "sombra de futuro" maior do que a de qualquer outro, Tarcísio é o adversário a ser dissuadido por Lula, sem luta.

¨      Lula lidera em todos os cenários e vence qualquer candidato, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5) aponta que, além de ter conseguido melhorar seus índices de aprovação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria qualquer candidato se as eleições presidenciais fossem hoje. 

Segundo o levantamento, Lula derrotaria todos os nomes da direita e extrema direita que são cotados para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026. O presidente, que está em seu terceiro mandato, também venceria a disputa se Jair Bolsonaro fosse candidato. O ex-presidente, contudo, está inelegível até 2030 e não poderá participar da eleição. 

>>>> Confira abaixo todos os cenários eleitorais simulados pela pesquisa Datafolha: 

<><> Cenário 1

  • Lula (PT): 36%
  • Jair Bolsonaro (PL): 30%
  • Ciro Gomes (PDT): 12%
  • Pablo Marçal (PRTB): 7%
  • Eduardo Leite (PSDB): 5%
  • Em branco/nulo/nenhum: 9%
  • Não sabem: 2%

<><> Cenário 2 

  • Lula (PT): 35%
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 15%
  • Ciro Gomes (PDT): 11%
  • Pablo Marçal (PRTB): 11%
  • Ratinho Junior (PSD): 5%
  • Eduardo Leite (PSDB): 3%
  • Romeu Zema (Novo): 3%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 2%
  • Em branco/nulo/nenhum: 11%
  • Não sabem: 3%

 <><> Cenário 3 

  • Lula (PT): 35%
  • Ciro Gomes (PDT): 12%
  • Eduardo Bolsonaro (PL): 11%
  • Pablo Marçal (PRTB): 10%
  • Ratinho Junior (PSD): 6%
  • Romeu Zema (Novo): 4%
  • Eduardo Leite (PSDB): 4%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 3%
  • Em branco/nulo/nenhum: 12%
  • Não sabem: 3%

<><> Cenário 4 

  • Lula (PT): 35%
  • Michelle Bolsonaro (PL): 15%
  • Ciro Gomes (PDT): 12%
  • Pablo Marçal (PRTB): 10%
  • Ratinho Junior (PSD): 5%
  • Romeu Zema (Novo): 4%
  • Eduardo Leite (PSDB): 3%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 3%
  • Em branco/nulo/nenhum: 10%
  • Não sabem: 2%

<><> Cenário 5 

  • Lula (PT): 43%
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 24%
  • Pablo Marçal (PRTB): 15%
  • Em branco/nulo/nenhum: 16%
  • Não sabem: 2%

<><> Pesquisa espontânea (quando os nomes dos candidatos não são citados) 

  • Lula (PT): 20%
  • Jair Bolsonaro (PL): 14%
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 1%
  • Ciro Gomes (PDT): 1%
  • “No atual”: 1%
  • Vota no PT/candidato do PT: 1%
  • Não vota: 1%
  • Não sabe: 52%
  • Outras respostas: 4%
  • Em branco/nulo/nenhum: 6%

>>> Aprovação do governo Lula sobe 5 pontos

A aprovação do governo Lula subiu cinco pontos percentuais entre fevereiro e abril, segundo nova pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira (5). O índice de brasileiros que avaliam a gestão como ótima ou boa passou de 24% para 29%, interrompendo uma trajetória de queda observada desde o início do ano.

Apesar do avanço, a reprovação do governo ainda supera a aprovação: 38% classificam a administração como ruim ou péssima, contra 41% em fevereiro. Já 32% dos entrevistados consideram a gestão regular, número que se manteve estável.

Os dados mostram que o governo se mantém no segundo pior patamar de avaliação desde o início do terceiro mandato de Lula. Em dezembro de 2023, por exemplo, a aprovação era de 35%, contra 34% de reprovação. 

A queda na popularidade ao longo do primeiro trimestre é atribuída a pressões inflacionárias, principalmente pela alta nos preços dos alimentos, e problemas de comunicação, como no caso do Pix, quando surgiram boatos inventados pela extrema direita sobre uma suposta taxação.

Para tentar conter os danos, o presidente nomeou o marqueteiro Sidônio Palmeira para chefiar a Secretaria de Comunicação Social (Secom). A mudança começa a mostrar seus primeiros efeitos agora.

O atual nível de aprovação de Lula é semelhante ao registrado em 2005, durante a crise do chamado mensalão. Naquele momento, ele também marcou 28% de avaliação positiva.

Para fins de comparação, em maio de 2021, Jair Bolsonaro marcava 24% de ótimo ou bom e 45% de ruim ou péssimo, durante a crise da pandemia de Covid-19.

A recuperação mais significativa foi observada entre pessoas com ensino superior, cuja aprovação subiu de 18% para 31%. Também houve crescimento entre quem ganha acima de dois salários mínimos. Entre os que recebem entre 5 e 10 salários, por exemplo, a avaliação positiva foi de 18% para 31%.

Já entre os mais pobres (até dois salários), a aprovação se manteve praticamente estável: 30%, contra 29% em fevereiro. No Nordeste, a taxa de aprovação é de 38%, mantendo a região como o principal reduto do petista, embora abaixo dos 49% registrados em dezembro.

>>> Aprovação 

A pesquisa mostra que, no momento, 49% dos entrevistados desaprovam o governo Lula, enquanto 48% aprovam, configurando um empate técnico dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Os indecisos somam 3%.

A pesquisa Datafolha foi realizada presencialmente entre os dias 1º e 3 de abril, com 3.054 entrevistados com 16 anos ou mais, em 172 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

¨      Lula e Haddad venceriam Bolsonaro e Tarcísio em eventual 2º turno, diz Datafolha

O Datafolha divulgou neste sábado (5) levantamento que traz números sobre o governo Lula e outros que traçam cenários para a disputa presidencial de 2026.

A pesquisa traz uma boa notícia para o governo federal: Lula vence com folga em todos os cenários de segundo turno e o seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se sairia bem. Claro, com uma margem mais apertada, mas tanto o presidente quanto o chefe da Fazenda venceriam o ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

<><> Confira abaixo os cenários estimulados pelo Datafolha:

  • Lula 49%
  • Bolsonaro 40%
  • Lula 48%
  • Tarcísio 39%
  • Lula 50%
  • Michelle 38%
  • Lula 51%
  • Eduardo Bolsonaro 34%
  • Haddad 45%
  • Bolsonaro 41%
  • Haddad 43%
  • Tarcísio 37%

Apesar do bom desempenho do ministro Fernando Haddad no segundo turno, ele tem desafios para chegar à segunda rodada do pleito presidencial em 2026. Segundo o Datafolha, ele aparece empatado com Ciro e Tarcísio:

  • Ciro 19%
  • Tarcísio 16%
  • Haddad 15%

>>>> Quase 70% rejeitam Bolsonaro como candidato, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal "Folha de S.Paulo" no sábado (5) aponta que 67% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria desistir de uma candidatura nas eleições de 2026.

O levantamento ouviu 3.054 pessoas com 16 anos ou mais em 172 municípios, de terça (1º) até quinta-feira (3). A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

<><> Veja os números a seguir:

  • Deveria abrir mão e apoiar outro candidato: 67%
  • Deveria manter a candidatura à Presidência: 28%
  • Não sabem: 5%

Atualmente, Bolsonaro está inelegível. Mesmo assim, ele afirma que irá se registrar como candidato nas eleições presidenciais do próximo ano.

O levantamento também perguntou aos entrevistados quem Bolsonaro deveria apoiar caso não seja candidato. Confira a seguir:

  • Michelle Bolsonaro (PL): 23%
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 21%
  • Eduardo Bolsonaro (PL): 14%
  • Pablo Marçal (PRTB): 11%
  • Ratinho Junior (PSD): 7%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 4%
  • Romeu Zema (Novo): 4%
  • Nenhum: 9%
  • Não sabem: 7%

>>>> Moro 'passa pano' para Bolsonaro ao lançar Caiado à presidência

O senador Sergio Moro (União-PR) marcou presença no evento de lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), à presidência da República nas eleições de 2026. Durante o ato, no entanto, o ex-juiz da Lava Jato evitou comentar a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu antigo aliado político.

Ao ser questionado por um jornalista sobre o fato de Bolsonaro ter se tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, Moro se esquivou da resposta: "Hoje é dia da candidatura do Caiado", limitou-se a dizer.

Ministro da Justiça no governo Bolsonaro entre 2019 e 2020, Moro saiu do cargo em meio a divergências com o então presidente, mas desde então manteve-se em silêncio sobre diversas ações do ex-mandatário.

No mesmo evento, o senador afirmou esperar uma “união” da direita e centro-direita em torno do nome de Ronaldo Caiado para a disputa presidencial, sinalizando que descarta qualquer apoio a Bolsonaro.

<><> Caiado candidato 

Nesta sexta-feira (4), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lançou sua pré-candidatura à presidência da República em um evento realizado em Salvador (BA). O que poucos sabem é que, caso consiga se viabilizar como candidato, esta não será sua primeira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto.

Ele também foi candidato em 1989, a primeira eleição presidencial após o fim da ditadura civil-militar. E a transição democrática trouxe para a pauta do dia a reforma agrária, que foi tema de um plano nacional lançado pelo governo de José Sarney, que projetava sua realização dentro dos parâmetros do Estatuto da Terra, com a desapropriação sendo o principal instrumento do processo. A reação não tardou.

Em maio de 1985, surgiu a União Democrática Ruralista (UDR), definida pelo CPDOC da Fundação Getúlio Vargas (FGV) como "expressão da radicalização patronal rural contra a reforma agrária e como espaço de aglutinação das insatisfações da 'classe rural". O seu principal mote foi a defesa da "intocabilidade do regime de propriedade existente". O site da Fundação lembra também que entre as características da associação estavam a "defesa intransigente do monopólio fundiário e o uso da violência como principal instrumento de pressão contra a reforma agrária e as lutas por terra".

Em meados de 1987, a entidade dispunha de sedes em 15 estados da federação, um total de 40 regionais e mais de 40 mil associados, contando com vultosos recursos. E a figura de Ronaldo Caiado, principal articulador e primeiro presidente da entidade, era a referência mais significativa para a compreensão da natureza da UDR.

"Médico, fazendeiro, pertencente a uma tradicional família de políticos do estado de Goiás, foi o principal defensor da autonomia da entidade como condição primeira para mobilização, mentor dos leilões de gado como fonte da arrecadação de recursos e partidário da violência como o instrumento mais eficaz no enfrentamento das ocupações de terra, que começavam a ganhar importância como forma de luta", diz o site.

¨      Flávio Bolsonaro faz post desesperado e insinua abandono de seu pai

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais para fazer uma publicação dramática e um tanto desesperada. Em tom fúnebre, ele insinua que o seu pai foi abandonado.

"E você, vai abandonar o Bolsonaro agora? Depois de tudo que ele já sofreu por nós, o mínimo que podemos fazer é estar ao seu lado", questiona Flávio Bolsonaro em tom dramático.

Na sequência, ele convoca as pessoas que ainda estão com o seu pai a comparecerem ao ato que está marcado para o domingo (6), onde, novamente, bolsonaristas vão pedir anistia para os criminosos do 8 de janeiro.

 

Fonte: Correio Braziliense/Fórum

 

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