Putin
aprova doutrina russa atualizada de dissuasão nuclear
O presidente russo Vladimir Putin acaba de aprovar os
fundamentos da política nacional da Rússia no campo da dissuasão nuclear, de
acordo com o decreto publicado no site oficial de atos legais.
"A fim de aprimorar a política nacional da Rússia no campo
da dissuasão nuclear, decreto: Aprovar os fundamentos anexos da política
nacional de dissuasão nuclear", indica o documento.
O decreto entra em vigor a partir do dia de sua assinatura, 19
de novembro.
Ele contém, entre outros, os seguintes parágrafos:
# A política nacional no campo da dissuasão nuclear é de
natureza defensiva;
# A Rússia vê as armas nucleares como um meio de dissuasão, cujo
uso é uma medida extrema e forçada;
# Dissuadir um potencial adversário de agredir a Rússia e seus
aliados está entre as principais prioridades do Estado;
# A Rússia pode usar armas nucleares em caso de agressão que
represente uma ameaça crítica à integridade territorial da Federação da Rússia
ou de Belarus;
# A agressão de qualquer Estado de uma coalizão militar contra a
Rússia ou seus aliados é considerada como agressão dessa coalizão como um todo;
# A Rússia se reserva o direito de usar armas nucleares em
resposta à utilização de armas de destruição em massa contra ela ou seus
aliados;
# A Rússia exerce dissuasão nuclear contra um potencial
adversário, quer sejam Estados, blocos e alianças que vejam a Rússia como
adversário;
# A dissuasão nuclear tem como objetivo garantir que um
potencial adversário entenda a inevitabilidade da retaliação em caso de
agressão contra a Rússia;
# A política nacional no campo da dissuasão nuclear em caso de
um conflito militar garante a cessação das hostilidades em termos aceitáveis
para a Rússia;
O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, comentou a
assinatura do documento dizendo que ele deve ser objeto de uma análise
aprofundada tanto na Rússia quanto no exterior.
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Rússia muda sua
doutrina nuclear: o que mudou e por que Ocidente deve ser cauteloso?
A nova doutrina nuclear russa, recentemente assinada pelo
presidente da Rússia Vladimir Putin, apresenta vários artigos notáveis que não
estavam presentes nas versões anteriores da doutrina, disse à Sputnik o
analista militar russo e coronel aposentado Viktor Litovkin.
A primeira caraterística distintiva da doutrina atualizada é que
agora implica o status de Belarus em que a Rússia implantou armas nucleares,
explicou ele.
A segunda trata da possibilidade de usar armas nucleares no caso
de a Rússia ser atacada por um país não nuclear apoiado por um Estado nuclear.
Segundo Litovkin, a Rússia envia, assim, um aviso direto aos
Estados Unidos e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que
fornecem mísseis de longo alcance à Ucrânia e incentivam Kiev a usá-los,
travando efetivamente uma guerra por procuração contra a Rússia.
O especialista lembrou que tais mísseis podem ser programados
apenas por militares da OTAN, uma vez que os ucranianos não têm capacidades e
experiência para usá-los eficazmente.
"Esse é um aviso sério de que, se eles forem longe demais e
mísseis de longo alcance forem usados contra o território russo, [...] teremos
o poder de atacar os locais de onde esses mísseis forem lançados",
conclui.
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EUA fomentam conflito
nuclear ao instalar mísseis na Europa, diz mídia turca
Os Estados Unidos estão deliberadamente alimentando um possível
conflito nuclear com a Rússia ao instalar mísseis na Europa, no entanto, as
consequências de suas ações vão ser catastróficas, primeiramente na União
Europeia (UE), diz o artigo do site turco dikGAZETE.
Na opinião do autor, Washington está usando a dissuasão da
Rússia como pretexto para modernizar as armas de destruição em massa.
"Em meio às tensões entre a Rússia e o Ocidente, enquanto o
conflito na Ucrânia continua, os EUA estão apostando na instalação de mísseis
nucleares no território dos países da UE. [...] Eles estão deliberadamente
alimentando as tensões nas fronteiras ocidentais da Rússia", disse ele.
De acordo com o político, os Estados Unidos esperam conduzir uma
"escalada controlada" do conflito com Moscou para que as
consequências devastadoras das ações de Washington recaiam apenas sobre seus
aliados na Europa.
No entanto, as elites norte-americanas não levam em conta que a
Rússia considerará todo o bloco da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) como seu adversário no caso de um possível confronto com o Ocidente.
Portanto, os ataques nucleares afetariam não apenas a Europa,
mas também os Estados Unidos, enfatizou Unver Sel.
"O comportamento irresponsável, cínico e descaradamente
misantrópico da Casa Branca, disposta a sacrificar a população civil de países
aliados, pode levar a uma escalada descontrolada com consequências
catastróficas em escala global", concluiu Sel.
Em julho, os Estados Unidos disseram que vão começar a instalar
armas na Alemanha a partir de 2026, o que incluirá os mísseis interceptores
SM-6 e os balísticos Tomahawk, anteriormente implantados principalmente em
navios, e novos mísseis hipersônicos.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei
Ryabkov, disse na época que Moscou responderá à instalação desses mísseis, sem
descartar nenhuma opção, incluindo a implantação de sistemas semelhantes com
capacidade nuclear.
<><> Ataque a mísseis ATACMS contra território russo
equivale a declaração de guerra, diz especialista
O ataque com mísseis ATACMS, promovido nesta terça-feira (19)
contra a região de Bryansk, na Rússia, significa que os EUA declararam guerra
de fato à Rússia, diz o especialista militar e historiador na área de defesa
aérea Yuri Knutov.
"Este é essencialmente um ato de declaração de guerra ao
nosso país", disse o analista à Sputnik.
De acordo com Knutov, é exatamente por isso que o governo Biden
e o Pentágono se abstiveram de confirmar oficialmente a permissão de Kiev para
usar esses mísseis contra a Rússia, para evitar fazer uma declaração oficial de
guerra.
Ele argumenta que isso é parte de um esquema de três países —
EUA, França e Reino Unido — para, de fato, travar uma guerra contra a Rússia,
apontando que Paris e Londres também se moveram para permitir que a Ucrânia
usasse mísseis French Scalp e British Storm Shadow contra território russo.
Em relação ao recente ataque ATACMS em solo russo, Knutov alerta
que esses mísseis são um alvo difícil para as defesas aéreas russas, em grande
parte devido ao fato de que muitos desses mísseis fornecidos à Ucrânia pelos
EUA apresentam ogivas de fragmentação.
Assim, mesmo que tal míssil seja interceptado, há sempre o risco
de sua ogiva detonar no processo e atingir o alvo pretendido ou causar danos a
qualquer coisa no alcance com submunições cluster.
"Os sistemas de defesa aérea S-400, que são capazes de
interceptar alvos mais rápidos e manobráveis, são bastante bem-sucedidos contra
eles [ATACMS]", observa Knutov. "E nosso sistema de defesa aérea
Pantsir, que é uma arma universal capaz de interceptar drones e mísseis táticos
como ATACMS, também é bastante bem-sucedido."
O sucesso da Rússia na interceptação dos mísseis ATACMS
fabricados nos EUA, incluindo a última tentativa da Ucrânia e seus
manipuladores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de atacar a
região de Bryansk com essas armas, podem levar ao aumento na demanda por
sistemas de defesa aérea russos no mundo, acrescenta Knutov.
O especialista ressalta que muitos países no mundo não têm armas
como S-300V4, S-350 Vityaz, S-400, Buk-M3 ou Pantsir, "ou seja, sistemas
que podem combater, com sucesso, mísseis ATACMS especificamente".
"Nós provamos que a Rússia possui a melhor defesa aérea do
mundo, e é por isso que, na minha opinião, o interesse em nossas defesas aéreas
cresce tanto", explica.
Embora a demanda por sistemas de defesa aérea russos no mundo
seja prejudicada pelas sanções ocidentais, Knutov também prevê que, se o
conflito ucraniano acabasse, "a demanda por nossos sistemas de defesa
aérea aumentaria muito".
Ele também menciona que os fabricantes de defesa russos melhoram
constantemente os sistemas de defesa aérea para torná-los mais eficientes no
combate a ameaças como mísseis ATACMS.
Como os dados de telemetria dos voos de mísseis são acumulados
por especialistas em defesa aérea, são então usados para aperfeiçoar o software dos sistemas de defesa aérea, aprimorando assim a capacidade dessas
armas de interceptar ameaças recebidas.
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ONU diz estar
preocupada com escalada contínua após ataque com ATACMS
A Organização das Nações Unidas (ONU) demonstrou estar
preocupada que o conflito na Ucrânia escale após o ataque ucraniano contra a
região russa de Bryansk usando mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA.
"[Nós] sempre expressamos nossa preocupação com a escalada
e com o fato desse conflito continuar", disse o porta-voz da ONU Stéphane
Dujarric aos repórteres.
Mais cedo, o Ministério da Defesa russo disse que as Forças
Armadas ucranianas atacaram a região de Bryansk com seis mísseis ATACMS.
Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram cinco mísseis, um
foi danificado. Seus fragmentos caíram no território técnico de uma instalação
militar na região de Bryansk, causando um incêndio, que foi prontamente
eliminado, disse o ministério. Não houve vítimas ou destruição.
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Uso de ATACMS em
Bryansk é sinal de que EUA querem escalada no conflito, diz Lavrov
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, deu
uma coletiva de imprensa às margens da Cúpula do G20. Entre os principais
pontos perguntados estão a inclusão de parágrafos sobre conflitos na declaração
final dos chefes de Estado e a suposta autorização norte-americana para ataques
profundos na Rússia.
Iniciando a coletiva, Lavrov classificou como positivos os
resultados do encontro do G20 no Rio de Janeiro. "Eu acredito que os
resultados são muito positivos. Acordos significativos foram feitos, isso é
muito importante."
Nesse ponto, Lavrov destacou a iniciativa da Aliança Global
contra a Fome e a Pobreza, à qual a Rússia foi uma das primeiras nações a
aderir.
"A Rússia se juntou a esse mecanismo e já anunciou que está
introduzindo desenvolvimentos avançados, que estão incorporados em programas
para ajudar os países em desenvolvimento, no pacote de projetos que serão
implementados."
Perguntado sobre a inclusão do conflito ucraniano na declaração
final, o ministro russo destacou o papel do Brasil e de outros países do Sul
Global em impedir que a cúpula fosse apenas sobre isso.
"O Ocidente, naturalmente, tentou 'ucranizar' toda a
agenda. Ele falhou. Nenhum dos países da maioria global, o Sul Global,
apoiou."
A declaração final dos países contém um parágrafo sobre a
Ucrânia, classificado por Lavrov como bem-vindo, uma vez que "seu
principal ponto é um apelo por uma conversa honesta e razoável sobre a paz em
bases realistas".
Todo o texto responde às necessidades atuais de construir
relações internacionais baseadas no multilateralismo, no pluralismo e na
eliminação de todas as formas de desigualdade.
O Ocidente, por sua vez, estava relutante em discutir a inclusão
dos conflitos no Oriente Médio na declaração final do G20. "Houve
tentativas de colocar o parágrafo sobre Gaza logo após o da Ucrânia no
documento final", disse Lavrov.
"É claro que o Ocidente estava relutante em discutir esse
texto, mas entendeu perfeitamente bem que sem ele não poderia haver nenhuma
seção sobre conflitos."
Antes de ambos, ressaltou Lavrov, foi posto um parágrafo sobre
como os países devem agir em conflitos, com grande destaque para a
intolerabilidade de ataques à população e à infraestrutura civil.
"Esse é um ponto interessante, pois as mortes de civis
durante os ataques israelenses são de cerca de 40 mil, quase o dobro de ambos
os lados do conflito ucraniano nos dez anos desde o golpe de 2014. Isso revela
bem o que acontece na Palestina."
<><> Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia
Questionado sobre a suposta autorização norte-americana para uso
de mísseis para ataques em território russo, Lavrov disse que não iria
especular sobre a situação, ainda que todo mundo estivesse falando dela como se
fosse um fato. "Até [Josep] Borrell [chefe de política externa da União
Europeia] disse que era oficial […], mas não vou especular sobre esse
tópico."
No entanto, as recentes investidas ucranianas com mísseis ATACMS
na região russa de Bryansk são um sinal de que os EUA querem uma escalada no
conflito.
"O fato de que ATACMS foram usados repetidamente esta manhã na região de Bryansk é, claro, um sinal de que [os Estados
Unidos] querem escalar. É impossível usar esses mísseis de alta tecnologia sem os
norte-americanos."
O chanceler alemão, Olaf Scholz, se recusou recentemente a
fornecer mísseis Taurus à Ucrânia. Para Lavrov, essa decisão é
"responsável", apesar das pressões internas que o político sofre.
"Isso o difere da posição dos britânicos e dos franceses", ressaltou
Lavrov.
O chanceler russo recomendou aos líderes ocidentais que leiam a
doutrina nuclear da Rússia antes de fazerem suas decisões. "E não da
maneira como leem a Carta da ONU, escolhendo apenas o que lhes agrada, mas a
doutrina em toda sua plenitude."
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Kim Jong-un quer
ampliar laços comerciais, científicos e técnicos com a Rússia, diz mídia
O líder norte-coreano Kim Jong-un expressou a necessidade de
promover de forma abrangente a cooperação comercial, econômica, científica e
técnica com a Rússia, descrevendo as relações entre os dois países como
próximas e profundas, informou a Agência Central de Notícias Coreana (KCNA)
nesta terça-feira (19).
O líder norte-coreano se reuniu na segunda-feira (18) com o
ministro russo de Recursos Naturais e Ecologia, Aleksandr Kozlov, que liderou a
delegação do país à Coreia do Norte para participar da 11ª reunião de um comitê
intergovernamental para cooperação em comércio, economia, ciência e tecnologia.
"Ele [Kim Jong-un] disse que é necessário impulsionar mútua
e poderosamente a coprosperidade e o desenvolvimento dos dois países,
promovendo ainda mais o comércio intergovernamental, o intercâmbio econômico,
científico e tecnológico e a cooperação de uma forma mais ampla e
diversificada, pois as relações amigáveis e cooperativas entre a República
Popular Democrática da Coreia e a Rússia atingiram um novo nível
estratégico", informou a mídia estatal.
Kim Jong-un observou que "a solidariedade e a cooperação
bilaterais foram mais próximas e aprofundadas em diferentes campos" após a
conclusão de um novo acordo entre a Coreia do Norte e a Rússia.
Segundo a apuração, a conversa transcorreu em uma atmosfera
calorosa e próxima.
Anteriormente, a 10ª sessão do comitê foi realizada em Pyongyang
em novembro do ano passado. As discussões cobriram cooperação em agricultura,
proteção ambiental, transporte, educação, esportes, cultura e ciência. Neste
ano, os países assinaram um acordo intergovernamental sobre a construção de uma
ponte sobre o rio Tumen.
Fonte: Sputnik Brasil
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