Castanha-do-Pará
ajuda no combate à inflamação e à obesidade, diz estudo
Conhecida como castanha-do-pará, ela se apresenta ao mundo como
castanha-do-brasil e é assim que aparece no título de um trabalho recente,
realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, que
comprova seus poderes contra inflamações e na prevenção da obesidade. O artigo
foi publicado em setembro no periódico científico The Journal of Nutrition.
Para o estudo, foram recrutadas 56 mulheres com sobrepeso e
obesidade, que receberam tratamento para perda de peso, com orientação
dietética e restrição calórica. A turma foi dividida em duas, sendo que uma
parte consumiu a castanha-do-Pará diariamente e a outra não ingeriu a
oleaginosa.
Após oito semanas, por meio de análises de sangue, concluiu-se
que, entre aquelas que comeram o alimento, as concentrações de marcadores
inflamatórios eram menores. O grupo apresentou valores mais baixos para a
proteína C-reativa, o fator de necrose tumoral e a interleucina 1-beta, por
exemplo.
Embora a castanha-do-Brasil apresente uma rica mistura de
nutrientes e fitoquímicos, credita-se tais resultados especialmente à sua alta
quantidade de selênio. “Oferecemos castanhas com teores ainda maiores do
mineral, mas seguras”, conta a nutricionista Helen Hermana Miranda Hermsdorff,
professora da UFV e uma das coordenadoras do projeto Castanhas Brasileiras, que
tem pesquisado as propriedades de variedades nativas do país.
Dentre os mecanismos envolvidos destaca-se a função
antioxidante. “Em processos inflamatórios também ocorre um maior estresse
oxidativo”, diz a professora. Assim, a atuação contra as moléculas conhecidas
como radicais livres é muito oportuna.
Outros achados da pesquisa apontam para a saúde do intestino.
“Exames mostraram benefícios na integridade intestinal”, revela Hermsdorff.
Isso ajuda a brecar a passagem de substâncias nocivas para a circulação.
Combater inflamações é fundamental para reduzir risco de doenças
cardiovasculares, diabetes tipo 2 e problemas nas articulações, como a artrite.
Entusiasta da valorização de ingredientes nacionais, a
nutricionista Giuliana Modenezi, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do
Hospital Israelita Albert Einstein, enfatiza a importância de ter as castanhas
como aliadas dentro do tratamento da obesidade.
“O estudo reforça o papel da alimentação balanceada, com espaço
privilegiado para itens in natura”, avalia. Merece destaque a melhora dos
parâmetros inflamatórios, sem a necessidade de se ingerir cápsulas com
suplementação, até porque o excesso de selênio pode ser tóxico. Extrapolar nas
doses desencadeia diarreia, dor de cabeça, entre outros sintomas.
• A
riqueza da castanha
Ainda que o teor do mineral possa variar de acordo com o local e
o tipo de solo, dificilmente haverá algum perigo de toxicidade a partir do
consumo equilibrado do alimento. Aliás, basta uma ou duas unidades para atingir
as recomendações diárias do micronutriente.
Embora o selênio seja a estrela, a castanha-do-pará reúne
vitaminas, sobretudo a E, sem contar fibras e outros minerais como o magnésio,
o parceiro contra o mau-humor. Cabe salientar a parcela de proteína encontrada
no alimento, ajudando a incrementar o prato dos veganos.
Assim como nozes, amêndoas e avelãs, ela faz parte da família
das oleaginosas e, como o nome do grupo denuncia, a castanha-do-pará concentra
gorduras benéficas, entre as quais as mono e as poli-insaturadas, promotoras da
saúde das artérias e que contribuem para o aumento da sensação de saciedade.
“O alimento também é importante fornecedor de energia e pode
ajudar a suprir o aporte calórico em casos de pacientes com dificuldades
alimentares”, comenta Giuliana Modenezi.
Aliás, para quem não quer ganhar peso, é preciso redobrar a
atenção com as calorias, daí a recomendação de não extrapolar na quantidade.
Ela pode ser saboreada junto de outras oleaginosas, num punhado com 30 ou 40
gramas, nos lanches da tarde.
Também fica ótima moída e salpicada em saladas de frutas ou
folhas. Entra ainda nas mais diversas receitas, salgadas ou doces, de tortas,
pães, sobremesas e afins. Outra sugestão é incluir no molho pesto, junto de
manjericão e azeite, e despejar em massas como o espaguete. Fica ao gosto do
freguês, só não pode exagerar.
• 5
benefícios da semente para a saúde e como consumir
Rica em minerais essenciais e antioxidantes, a castanha-do-Pará
tem conquistado cada vez mais espaço na alimentação de quem busca saúde e
bem-estar.
Também conhecida como castanha do Brasil, a semente pode ser
fonte nutricional, repleta de propriedades que fazem bem ao organismo. “Ela é
rica em três minerais importantíssimos: selênio, magnésio e potássio“, diz a
nutricionista e chef de alimentação saudável Giovanna Agostini à CNN.
Sabina Donadelli, nutricionista clínica e aromaterapeuta
especializada em longevidade saudável, ainda destaca: “Ela contém gorduras
saudáveis (especialmente ácidos graxos mono e poli-insaturados), proteínas,
fibras, magnésio, zinco e vitamina E”.
O destaque, segundo as profissionais, vai para o selênio, que
desempenha papel importante indo desde o combate ao envelhecimento precoce e
doenças degenerativas até grande atuação na tireoide. “Os minerais atuam
diretamente em estimular o hormônio tireoestimulante (TSH) e, consequentemente,
melhorar o metabolismo, a hidratação da pele, a firmeza, força dos cabelos e
das unhas”, ressalta Giovanna Agostini.
<><> Como consumir a castanha-do-Pará
As nutricionistas afirmam que o mais recomendável é consumir
duas a três castanhas por dia. “O excesso também é prejudicial. Pode causar o
excesso de selênio e provocar vômito, diarreia, mal estar e dor de cabeça,
cansaço, alteração das unhas e dermatite”, diz Giovanna.
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“Elas podem ser incluídas em iogurtes, vitaminas, saladas ou
mesmo consumidas como um lanche rápido. Outra opção é adicioná-las picadas em
preparações como farofas ou em receitas de cookies e granolas caseiras”, indica
Sabina.
>>>> Veja 5 benefícios da castanha-do-Pará para a
saúde:
Junto a CNN, Sabina Donadelli elencou os principais benefícios
da castanha-do-Pará para a saúde:
<><> Proteção antioxidante
O selênio combate o estresse “oxidativo”, retardando o
envelhecimento celular e ajudando a proteger contra doenças crônicas.
<><> Suporte à tireoide
Essencial para a síntese dos hormônios tireoidianos, o selênio
da castanha auxilia no funcionamento ideal da tireoide e no equilíbrio
hormonal.
<><> Redução de inflamação
As gorduras saudáveis e a vitamina E ajudam a diminuir processos
inflamatórios, promovendo a saúde do coração e reduzindo o risco de doenças
crônicas.
<><> Fortalecimento do sistema imunológico
A castanha-do-pará ajuda a melhorar a resposta imunológica,
devido à combinação de selênio, zinco e vitamina E.
><> Saúde cognitiva
O selênio também desempenha um papel importante na função
cognitiva, ajudando na prevenção de doenças neurodegenerativas, como o
Alzheimer, e melhorando a memória e o foco.
• Dieta
baseada no DNA pode reduzir risco de diabetes tipo 2, sugere estudo
É consenso que uma alimentação saudável e equilibrada é uma
forma de prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas e metabólicas. Agora,
um novo estudo sugere que uma dieta personalizada de acordo com o DNA de um
indivíduo pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e reduzir as
chances de diabetes tipo 2.
O trabalho foi publicado na revista científica Scientific
Reports, no início de março. Os pesquisadores queriam entender se uma dieta
baseada na genética de cada paciente poderia ser benéfica para reduzir o risco
de desenvolver a doença crônica.
O diabetes tipo 2 é caracterizado pela resistência à insulina,
hormônio que regula o nível de açúcar no sangue. Estudos anteriores já haviam
sugerido que fatores genéticos estão relacionados a um risco maior de
desenvolver diabetes e, com isso, algumas mudanças de hábitos podem ajudar
pessoas que estão nesse risco, como uma dieta pobre em açúcares e
ultraprocessados, e rica em verduras, legumes, proteínas e carboidratos
complexos.
<><> Como o estudo foi feito?
Para o estudo, os pesquisadores recrutaram 148 indivíduos com
níveis elevados de açúcar no sangue e realizaram testes medindo a glicose em
jejum e a hemoglobina glicada. Além disso, os participantes tiveram que
preencher um questionário para fornecer detalhes sobre a dieta e o consumo
regular de alimentos específicos.
Em seguida, os participantes foram divididos em três grupos:
controle (que recebeu orientação de um nutricionista sobre a alimentação, com
base nas orientações no NICE, instituto de saúde do Reino Unido), de
intervenção (que recebeu a orientação de um nutricionista e um plano alimentar
adaptado ao DNA) e exploratório (que não recebeu nenhum treinamento e utilizou
um aplicativo para seguir a dieta por conta própria).
O app permitiu que os participantes digitalizassem o código de
barras dos produtos que consumiam e recebessem sugestões de alimentos e bebidas
com base em seu DNA durante as compras. Os pesquisadores reavaliaram os níveis
de glicemia em jejum e hemoglobina glicada mais três vezes durante o
experimento, com intervalos de 6, 12 e 26 semanas.
Ao final desse período, as pessoas que seguiam uma dieta baseada
no DNA (através da orientação nutricional ou do uso do aplicativo) apresentaram
melhorias nos níveis de açúcar no sangue em comparação com o grupo controle,
que não seguiu essa dieta especial.
Com isso, o estudo sugere que uma dieta personalizada de acordo
com características genéticas de cada um pode ser mais eficaz para reduzir as
chances de desenvolver diabetes tipo 2.
“Antes da progressão para diabetes tipo 2, as pessoas e seus
profissionais de saúde têm a oportunidade de reduzir o risco. As orientações do
NICE para a mudança de estilo de vida – por exemplo, a inclusão de frutas,
vegetais, gorduras saudáveis e cereais integrais – são baseadas em evidências e
são eficazes para uma população, mas as nossas descobertas sugerem que a
personalização através da adaptação genética dos conselhos dietéticos a um
indivíduo pode ter um impacto ainda maior. efeito maior”, afirma Nick Oliver,
professor e consultor clínico em diabetes e endocrinologia do Imperial College
London, e autor sênior do estudo, em comunicado.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que o estudo possui
limitações e que mais pesquisas devem ser feitas para confirmar os achados, com
um grupo de participantes maior, em métodos randomizados e controlados.
Fonte: CNN Brasil
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