quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Blefaroplastia é a melhor opção para rejuvenescer a área dos olhos?

Quando a região dos olhos começa a adquirir um aspecto cansado e envelhecido devido ao processo de envelhecimento, a grande maioria das pessoas logo busca um cirurgião plástico para realizar uma blefaroplastia, ou cirurgia das pálpebras, acreditando se tratar de um problema de flacidez das pálpebras. Porém, o que poucos sabem é esse não é o único fator responsável pela aparência envelhecida da região.

“Além da flacidez das pálpebras, a queda dos supercílios, ou sobrancelhas, também pode conferir alguns anos à aparência da região. Esse problema ocorre devido a um enfraquecimento dos músculos da região da testa, fazendo com que a sobrancelha, principalmente a região da cauda, desça para uma posição inferior à normal, conferindo um aspecto triste ao olhar, além de piorar a percepção de excesso de pele nas pálpebras”, afirma a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Nesses casos, realizar apenas a blefaroplastia pode não ser suficiente para rejuvenescer o olhar, podendo gerar um resultado insatisfatório e até artificial. “Um erro muito comum durante a execução da blefaroplastia é retirar o excesso de pele sem levar em consideração a posição das sobrancelhas. Se a causa do excesso de pele for a queda dos supercílios, o ar triste e cansado gerado pela flacidez não melhorará apenas com a cirurgia das pálpebras”, diz.

É preciso, então, investir em procedimentos que foquem especificamente na elevação dos supercílios. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da aplicação de toxina botulínica.

“A toxina botulínica paralisa alguns músculos envolvidos na movimentação e queda das sobrancelhas para suspendê-las e arqueá-las, além de ainda reduzir a aparência de rugas presentes na região”, aconselha a médica.

Porém, Beatriz ressalta que a substância tem efeito temporário, durando cerca de seis meses, e ação limitada. “Por isso, geralmente, a aplicação de toxina botulínica é indicada apenas para pacientes que possuem uma queda leve da cauda dos supercílios, seja devido ao processo de envelhecimento ou mesmo pela genética”, acrescenta.

Já em casos mais graves, nos quais há uma queda significativa das sobrancelhas, apenas a aplicação de toxina botulínica pode não ser suficiente para conferir resultados satisfatórios. Nessas situações, a melhor opção é realizar a elevação dos supercílios de maneira cirúrgica.

“O procedimento é realizado por meio de pequenas incisões próximas ao couro cabeludo pelas quais é possível reposicionar os tecidos da região, como músculos, ligamentos e pele, de forma a promover tração com consequente redução da flacidez e elevação das sobrancelhas”, diz a médica, que ressalta que as cicatrizes são pequenas e pouco perceptíveis.  “E os resultados são muito naturais.”

Mas, quando a flacidez das pálpebras é muito acentuada, a blefaroplastia é realmente necessária, sendo, na maioria dos casos, combinada à elevação cirúrgica dos supercílios.

“Os procedimentos trazem melhores resultados quando associados, pois, conseguimos tratar, de uma só vez, diferentes fatores envolvidos no processo de envelhecimento da área dos olhos”, afirma a especialista, que diz que a blefaroplastia pode ser realizada nas pálpebras superiores e inferiores, eliminando bolsas de gordura e excesso de pele para rejuvenescer a região.

“Podemos ainda utilizar enxerto de gordura e preenchedores injetáveis para solucionar os sulcos abaixo dos olhos que também podem conferir um aspecto cansado à aparência”, acrescenta.

Ou seja, o grande segredo para rejuvenescer os olhos de maneira eficaz e natural é o diagnóstico adequado e a indicação correta dos procedimentos. Apenas o médico especializado, após uma avaliação aprofundada, poderá recomendar a melhor opção para cada caso.

“Por isso, é importante que o paciente converse bastante com o cirurgião e entenda todas as possibilidades disponíveis para alcançar o resultado desejado, seja por meio de tratamentos injetáveis ou intervenções cirúrgicas”, finaliza Beatriz Lassance.

 

•                                    Entenda o que são varizes exóticas, que surgem no rosto, seios e braços

Veias dilatadas e tortuosas que perderam sua função causando danos estéticos e circulatórios, as varizes surgem geralmente na região das pernas – mas isso não significa que essa é a única região em que ela ocorre.

“Essa frequência nos membros inferiores acontece, em grande parte, porque é mais difícil para o fluxo sanguíneo circular no sentido contrário ao da gravidade (de baixo para cima)”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. “Dessa forma, há um esforço maior do organismo e quando as veias não estão com a estrutura em perfeito estado, elas cedem à pressão que o sangue exerce em suas paredes, facilitando o surgimento das varizes. Mas veias inestéticas também podem aparecer na face, colo, seios, braços, abdômen, costas, bumbum, no pé e até nas partes íntimas.”

A médica lembra que uma característica é marcante para identificar essas veias exóticas: “São veias feias, em locais onde não esperamos ter veias aparentes. Dependendo do local onde elas aparecem podemos investigar causas, mas na maioria das vezes são apenas de caráter estético”, explica.

Fatores hormonais, gravidez, o uso de pílula anticoncepcional, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo também contribuem para a formação de varizes exóticas, mas, na maioria dos casos, esse é um problema apenas estético e o paciente não sente dor.

“Diferentemente das pernas, região em que a alteração pode sinalizar a existência de um problema maior, nessas regiões isso é mais raro. Mas ainda assim é preciso procurar um cirurgião vascular para fazer uma avaliação e um tratamento”, destaca.

A médica enfatiza que veias dilatadas nos seios podem aparecer após a colocação de prótese de silicone; já vasos no rosto, costas e no colo tem relação com exposição solar, fatores genéticos, uso de ácidos e hormônio anticoncepcional.

“Já as veias que aparecem no bumbum e na vulva devem ser investigadas, pois podem estar relacionadas a varizes pélvicas (varizes ao redor do útero). Veias inestéticas nas mãos e braços podem estar relacionadas ao próprio envelhecimento e são mais presentes em pessoas que realizam muita atividade física”, diz.

A orientação médica especializada é importante para identificar o tipo de variz em questão, que será analisada conforme o calibre (o das microvarizes é um pouco maior e varia entre um e três milímetros) e a cor quando se aproxima do azul ou azul-esverdeada.

“Esse tom azulado é característico das varizes com mais de três milímetros de diâmetro. Essas podem causar alguns sintomas e evoluir para complicações maiores caso o tratamento não seja feito”.

Mesmo que, após avaliação do cirurgião vascular, seja constatado que o problema é somente de caráter estético, existem diversos tratamentos que podem corrigir essa alteração: “Escleroterapia (substância química injetada dentro da veia), uso de lasers e radiofrequências, espuma densa ou procedimentos que combinem as técnicas são excelentes opções”, explica.

 

•                                    Rosto descamando mesmo com hidratantes? Problema pode ser... caspa

No couro cabeludo, é fácil identificar a caspa, o nome vulgar para descrever as escamas brancas prateadas ou amareladas presentes no quadro clínico da dermatite seborreica. Mas quando o assunto é rosto, é comum que as pessoas acreditem que se trata de um quadro de ressecamento e tentar, a todo custo, aumentar a hidratação.

“Mas nem sempre isso resolve o problema. A dermatite seborreica também pode afetar o rosto em lugares como sobrancelhas, pálpebras, abaixo ou atrás das orelhas, asa do nariz, lábios e, no corpo, pode afetar o tórax, por exemplo. Então a caspa não é um problema único e exclusivo do couro cabeludo. Quando ela ocorre no rosto, também podem ocorrer quadros como coceira, ardência, desconforto e vermelhidão”, explica Lilian Brasileiro, médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Segundo a médica, o problema pode ocorrer tanto no calor quanto no frio e tem os mesmos gatilhos da caspa no couro cabeludo. “Banhos longos e quentes e o uso de produtos mais cremosos ou leitosos podem favorecer a oleosidade excessiva na pele”, diz Lilian.

“Apesar disso, a fisiopatologia da doença não é 100% esclarecida, mas há uma predisposição genética e a presença de gatilhos que precisam ser identificados pelo médico e paciente, como estresse, falta de sono, alimentação desregulada, consumo de álcool e uso de medicamentos. A presença de fungo também tem relação com a doença.”

A diferenciação entre a dermatite seborreica e o ressecamento da pele é feita pelo médico. “O diagnóstico é clínico e feito sem a necessidade de um exame laboratorial, na presença de sintomas como oleosidade na pele e no couro cabeludo, escamas que ardem, coçam ou apresentam vermelhidão na área circundante, além de uma sensação de desconforto do próprio paciente em sentir que a pele não responde bem aos hidratantes convencionais”, comenta a médica.

Segundo Lilian Brasileiro, o tratamento da dermatite seborreica pode incluir, dependendo da gravidade, o uso de medicamentos tópicos corticoides ou com ação antifúngica, mas é necessário também dar orientações sobre o estilo de vida do paciente.

“A rotina  skincare deve incluir sabonetes, hidratantes e protetores solares com ação antioleosidade, oil-free, que contam com efeito matte. Ativos importantes para incluir na rotina são o ácido salicílico, piritionato de zinco, enxofre e melaleuca”, diz médica. “Cuidar da alimentação e da microbiota da pele e do intestino também é importante.”

 

Fonte: Homework

 

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