quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Ministro de Lula defende avanço da cooperação do Brasil com a China e o Sul Global

Durante a 1ª Cúpula de Mídia e Think Tanks do Sul Global, realizada nesta segunda-feira (11) em São Paulo, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, defendeu o desenvolvimento das relações sino-brasileiras, que completam 50 anos em 2024.

Segundo ele, "é um ano de comemorações e grande celebração" para os dois países.

Padilha afirmou que a união continua a gerar "avanços significativos tanto econômicos quanto culturais", revelando "futuros promissores e novas parcerias e projetos".

O ministro também destacou a relevância do G20, cuja cúpula será sediada no Brasil na próxima semana, saudando os "chefes de Estado de outras nações" que estarão presentes.

Ele afirmou que o encontro reflete "um mundo cada vez mais interligado", em que a cooperação entre as nações é essencial para o desenvolvimento global.

Além disso, comentou o contexto econômico brasileiro, descrevendo-o como "um momento impressionante dos setores agrícolas brasileiros".

Padilha disse que o crescimento do setor agrícola e os investimentos em cultura, energia, inovação tecnológica têm sido fundamentais para "impulsionar o crescimento e a modernização da nossa economia".

Segundo o ministro, há uma certeza de que "o governo brasileiro quer que essa cooperação vá ainda mais longe".

Por fim, ele reforçou que o governo pretende ampliar suas parcerias com a China e com "outros países que compõem o Sul Global", buscando fortalecer as relações internacionais e impulsionar ainda mais o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil.

"Os principais desafios que o mundo tem pelo século XXI passam pelo Sul Global. [...] Passa pelo Sul Global o maior potencial de projetos de matrizes renováveis energéticas, chamada transição energética. Passa pelo Sul Global a grande maioria de pessoas que vivem na situação de pobreza extrema, que tem impacto direto nos países do Sul Global e impacto também no Hemisfério Norte, através dos movimentos migratórios, refugiados, já impactam socioeconomicamente também os países do Hemisfério Norte. Passa pelo Sul Global os desafios de melhoria da educação, de qualificação profissional, para inserir essa grande população no mundo da tecnologia de informação, no mundo da troca de experiências internacionais. Então eu diria que o G20 estar sendo realizado em um país do Sul Global faz toda a diferença para os desafios que o mundo tem pela frente", disse o ministro em declaração à Sputnik Brasil.

Mais cedo, no mesmo evento, os presidentes da China e do Brasil, Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva, enviaram uma carta ao fórum, reforçando o compromisso com o fortalecimento do multilateralismo e a cooperação entre os países em desenvolvimento.

"O Sul Global é um conceito que reflete a importância dos países em desenvolvimento. Somos atores centrais da nova geopolítica global e estamos prontos para desempenhar papel condizente com seu jeito político, econômico e demográfico. Construir o planeta mais inclusivo e próspero que queremos está em nossas mãos", declarou Lula.

<><> Revista Time lista Haddad entre os 100 líderes climáticos mais influentes

Publicação aponta o ministro da Fazenda como "a força por trás da missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer do Brasil um líder climático global".

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi listado pela revista Time como uma das 100 personalidades globais mais influentes no tema da sustentabilidade.

A lista foi divulgada nesta terça-feira (12) e aponta o ministro na categoria "titã", ao lado de nomes como o empresário Bill Gates, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, e Wang Chuanfu, CEO e fundador da montadora de carros elétricos chinesa BYD.

A revista aponta Haddad como "a força por trás da missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de transformar o maior país da América Latina, que antes estava atrasado em prioridades ambientais, em um líder climático global".

"O plano de transformação climática de Haddad visa criar milhões de novos empregos verdes e impulsionar um crescimento econômico significativo", diz a revista.

O texto acrescenta que um dos planos da agenda de Haddad é "cortar a enorme dependência do setor agrícola brasileiro de fertilizantes estrangeiros investindo em produção doméstica mais verde".

"Outra [proposta de Haddad] impulsionaria o crescimento em regiões mais pobres, construindo capacidade solar e linhas de transmissão para lugares com pouca eletricidade", diz o texto.

A revista lembra ainda que Haddad espera arrecadar, por meio de um fundo inovador, US$ 125 bilhões (cerca de R$ 723 bilhões) para florestas tropicais ao redor do mundo durante a reunião do G20 no Brasil, prevista para ocorrer no Rio de Janeiro, nos próximos dias 18 e 19, e a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), prevista para o ano que vem, em Belém, no Pará.

 

¨      A troco de nada, Equador está prestes a ceder sua soberania territorial aos EUA, notam analistas

O Equador, pequeno país sul-americano rico em recursos naturais, não se encontra em seus melhores dias. Com um grave problema de segurança pública, crise energética e uma economia completamente dolarizada, agora o presidente Daniel Noboa quer entregar partes do país para controle dos Estados Unidos.

Em um recente anúncio feito nas redes sociais, Daniel Noboa anunciou que quer restabelecer bases militares estadunidenses no território equatoriano como forma de combater os narcotraficantes.

Em um vídeo feito na base aérea de Eloy Alfaro, em Manta, justamente a que foi ocupada pelos EUA entre 1999 e 2009, o presidente classificou como um erro a saída dos militares norte-americanos. Na época, sob o governo de Rafael Correa, uma nova Constituição foi escrita para o país, proibindo a presença de bases estrangeiras no país.

Os motivos e as consequências desse restabelecimento foram exploradas no episódio desta terça-feira (12) do Mundioka, podcast da Sputnik Brasil apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho.

<><> O que está acontecendo no Equador?

De uma nação tranquila, o Equador nos últimos anos viu sua taxa de homicídio subir exponencialmente devido à atenção que passou a receber dos narcotraficantes que usam seus portos para transportar a cocaína plantada na Colômbia e no Peru.

Aliados a isso, sérios problemas econômicos de infraestrutura abalaram o país a ponto de o ex-presidente Guilherme Lasso (2021–2023) não conseguir terminar seu mandato, abdicando do Executivo com apenas dois dos quatro anos servidos.

Para que o resto do mandato fosse cumprido, uma nova eleição foi realizada. Marcada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio, Noboa adotou uma posição de enfrentamento à criminalidade que o tirou da retaguarda e garantiu a vitória eleitoral. Dessa forma, ele se tornou o presidente mais jovem da história do país e o terceiro membro de sua família a ocupar a presidência equatoriana.

Desde então, Noboa governa através de decretos de estado de exceção. "É algo muito grave, é praticamente uma declaração de que o país vive uma guerra civil", disse ao podcast Thiago Rodrigues, professor de relações internacionais do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (Inest/UFF).

O estado de emergência, traduz Rodrigues, mobiliza todas as capacidades de segurança de um país, além de suspender temporariamente os direitos civis "como habeas corpus e a presunção de inocência".

"Esses estados de exceção não serviram absolutamente para nada. Pelo contrário, a violência criminal continua", afirmou ao Mundioka o analista político e ativista de direitos humanos equatoriano Luis Ernesto Guerra.

<><> Base militar para combater a criminalidade?

Assim como é crítico aos estados de emergência decretados por Noboa, Guerra também é cético quanto às vantagens de estabelecer uma base militar norte-americana no Equador.

A ideia é repetir o mesmo experimento realizado em 1999, com os norte-americanos assumindo novamente o controle da base de Manta, localizada na região central do país. A partir dela, espera-se que os militares estadunidenses ajudem a vigiar o tráfego marítimo e coíbam a ação dos narcotraficantes.

Mas não foi isso que se viu no passado, argumenta Guerra. O controle da base de Manta pelos EUA não representou nenhum aporte e nenhuma ajuda para o Equador, "e ainda se cometeram terríveis violações de direitos humanos".

"Até agora, existem pescadores artesanais que demandam a presença de seus familiares que desapareceram em suas pequenas embarcações."

"E, ao contrário, com a saída da base […] de Manta, foi possível exercer um melhor controle.

Por outro lado, a Colômbia tem pelo menos sete bases sob cuidado dos EUA, e por lá tampouco se viu uma redução no narcotráfico. "E o Plano Colômbia significou terríveis violações de direitos humanos: jovens denominados falsos positivos no governo do ex-presidente Álvaro Uribe", lembra Guerra.

A presença dessas bases por toda a América do Sul também é questionada por Bruno Lima Rocha, jornalista, cientista político e professor de relações internacionais. "Essas bases vão trazer pessoal financiado pelo Tesouro dos Estados Unidos para combater o crime organizado, o varejo do crime ou o crime avulso no Equador? Evidente que isso não vai acontecer."

"Vai perdoar a dívida do Equador? Não vai. Vai financiar projetos de infraestrutura energética de que o país está precisando? Não vai. Vai fazer alguma coisa que preste para melhorar a vida das pessoas? Não vai. Então pra quê?"

O questionamento evidenciado por Rocha ilustra o ceticismo dos especialistas convidados, que afirmam que os militares estadunidenses não chegarão no Equador com a função de combater o narcotráfico e a criminalidade, mas sim dar apoio à elite que comanda o país, hoje muito bem representada em Noboa, notam.

"Não faz sentido algum. A não ser que o sentido seja esse mesmo, inviabilizar o país de modo a ter a presença de uma força estrangeira em solo soberano, diminuir sua soberania."

Segundo Guerra, Daniel Noboa, descendente do clã econômico mais poderoso do país, "é praticamente um norte-americano", uma vez que ele nunca estudou no Equador e nasceu em Miami. "Então aqui o que se quer é violentar a soberania do Equador. E isso é submetido a interesses geoeconômicos."

"O Equador, sendo um país pequeno, é muito rico em recursos naturais energéticos, em gás, em petróleo, em minério metálico e não metálico."

Dessa forma, diz Rocha, a chegada do Comando Sul dos Estados Unidos ao Equador visa "expandir o máximo possível a sua presença física no continente, até para, como força dissuasória, disputar recursos estratégicos".

"A general Laura Richardson [ex-comandante do Comando Sul] diz com todas as letras que o Triângulo do Lítio, entre a Argentina, o Chile e a Bolívia, é um problema para a segurança nacional. Precisamos nos adonar desses recursos. Não é de espantar o que está acontecendo, nem um pouco."

 

¨      Maduro diz concordar com opinião de Lula: cada país que resolva seus próprios assuntos

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (11) que concorda com a opinião do homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de que cada "país deve resolver seus próprios assuntos internos".

"Me parece muito bem. Estou de acordo com Lula, cada país deve buscar uma maneira de resolver seus assuntos, seus conflitos, seus problemas. O Brasil com suas instituições e sua dinâmica nacional, e a Venezuela com nossas instituições", disse Maduro.

O presidente brasileiro afirmou em entrevista que Maduro é um problema da Venezuela, e não do Brasil.

"Quero que a Venezuela viva bem, que eles cuidem de seu povo com dignidade. Eu me preocupo com o Brasil, Maduro que se preocupe com ele. O povo venezuelano que se preocupe com Maduro", declarou Lula.

Maduro considerou ainda que essa é uma reflexão acertada. "Me parece que foi uma reflexão sábia do Lula. Posso dizer: ponto a favor do Lula", comentou.

As relações entre Venezuela e Brasil permanecem tensas desde que o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que o país não reconhece a reeleição de Maduro.

Amorim alegou que essa decisão se deve ao fato de que "o princípio de transparência não foi respeitado" nas eleições de 28 de julho passado.

Em resposta, o governo Maduro chamou para consultas o encarregado de negócios do Brasil em Caracas, Breno Hermann, e seu embaixador em Brasília, Manuel Vadell. Além disso, Caracas considerou que o ex-chanceler age como um "mensageiro" dos EUA.

A medida ocorreu dias após o governo brasileiro ainda vetar a entrada da Venezuela no BRICS durante a cúpula que ocorreu em Kazan, na Rússia, no mês passado.

<><> Petrolífera venezuelana PDVSA diz que explosão em usina de gás pode ter sido provocada por ataque

A estatal Petróleos de Venezuela S.A (PDVSA) alertou nesta segunda-feira (11) que a recente explosão no gasoduto do Complexo Operacional Muscar, na região leste do país, pode ter sido causada por um ataque contra a indústria venezuelana.

"A equipe técnica está tomando medidas para o controle total do evento, ao mesmo tempo que investiga as estranhas circunstâncias do incidente, que o apontam como um ataque à nossa indústria", afirmou a PDVSA em comunicado divulgado nas redes sociais.

A companhia assegurou que o pessoal técnico realiza operações de acordo com os protocolos de segurança para proteger a integridade dos trabalhadores e das comunidades próximas.

De acordo com o comunicado, uma equipe composta por diversas organizações da indústria petrolífera, Defesa Civil, Guarda Nacional Bolivariana, Corpo de Bombeiros e da PDVSA permanece no local desde o momento em que o incidente foi reportado para realizar os trabalhos pertinentes e mitigar o evento.

A empresa informou que o incêndio ocorreu pela manhã no gasoduto 26 do Complexo Operacional Muscar.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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