Gonet vai formalizar denúncias contra
Bolsonaro e "vem chumbo grosso", afirma Elio Gaspari
A Procuradoria-Geral
da República (PGR) está prestes a apresentar uma nova denúncia contra Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal
(STF). O procurador-geral Paulo Gonet deverá formalizar as acusações nas
próximas semanas, imputando a Bolsonaro participação nas manobras
antidemocráticas que culminaram nos violentos ataques de 8 de janeiro deste
ano, conforme informações publicadas pelo jornalista Elio Gaspari na Folha de
S.Paulo.
A denúncia da PGR se
soma a outras acusações já em andamento. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia
Federal em dois inquéritos separados: um relacionado ao suposto recebimento
indevido de joias sauditas e outro envolvendo a emissão de atestados falsos de vacinação
contra a Covid-19. Ambos os casos têm potencial de agravar as disputas
judiciais do ex-presidente, já que podem dificultar ainda mais seu caminho para
reverter a inelegibilidade.
Segundo fontes
próximas ao caso, “vem chumbo grosso” na sequência dos processos, sinalizando
que as provas reunidas pela PGR não deixaram margem para dúvidas sobre o
envolvimento de Bolsonaro em práticas questionáveis. A Procuradoria, no
entanto, optou por adiar o envio da denúncia ao STF até o término do recente
processo eleitoral, para evitar qualquer interferência no cenário político.
Essa movimentação
jurídica reforça os obstáculos que Bolsonaro terá de enfrentar nos tribunais
para reverter a sua situação eleitoral.
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"Não vamos permitir esse negócio de anistia: Bolsonaro vai ser
preso", diz Rogerio Correia
Em entrevista ao
programa Bom Dia 247, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) reforçou sua
oposição à possibilidade de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe e nos
esquemas investigados contra a democracia brasileira. Correia declarou que
espera ver punições severas aos responsáveis, incluindo a prisão do
ex-presidente Jair Bolsonaro, e apontou a necessidade de mobilização para
garantir que esses processos avancem sem concessões.
"Vai dar prisão.
Não tem outra. Bolsonaro vai ser preso. O que não podemos é criar um clima de
anistia no Brasil, que é o que eles querem fazer," disse Correia. Ele
destacou a euforia da extrema direita com a vitória de Donald Trump nas eleições
americanas, e como isso tem influenciado os defensores da anistia no Brasil.
"Estão eufóricos com a vitória do maluco lá nos EUA, Trump. Estão
eufóricos achando que isso influenciará para que tenha anistia aqui."
O deputado enfatizou a
importância de resistir à pressão pela anistia e de mobilizar a sociedade na
defesa da democracia: "Nós não podemos deixar de fazer a disputa na
sociedade. Sempre falo isso. Não podemos ficar olhando a extrema direita jogar
e deixar eles jogarem sozinhos. Eles vão para as redes, inventam versões. Se a
esquerda não se preocupa em fazer a defesa enfática da democracia e pedir a
punição, eles vão ficando em um terreno livre para agir."
Correia defendeu a
criação de um movimento que reforce a oposição à anistia e que cobre agilidade
na análise dos processos: "É preciso criar um movimento sem anistia e que
seja célere na apreciação dos processos que estão na Polícia Federal. Acho que
a partir da entrega pela Polícia Federal dos inquéritos no mês de novembro,
teremos material muito farto para fazer as denúncias, retomar o processo sem
anistia, ir para as ruas, ir para as redes, mostrar o significado de acabar com
a democracia."
Correia também
criticou a postura dos envolvidos nas tentativas de golpe que agora disputam
cargos públicos, ressaltando a contradição na atitude desses candidatos:
"Eles são cara de pau. Aquele que disputou a eleição aqui, um dia, no
debate, falei com ele: você está disputando a eleição depois de ter tentado dar
um golpe? Ou seja, agora, as urnas eletrônicas valem? Porque não valia na época
em que Lula ganhou do Bolsonaro? Era só para tumultuar."
Convocando a esquerda
para a mobilização, Correia usou a entrevista no 247 para lançar um chamado:
"Aproveito o programa no 247 para lançar para toda a esquerda esse
desafio. Vamos para cima. Não vamos permitir esse negócio de anistia, não vamos
arriar nossas lutas." Correia também reforçou a importância de o PT e a
esquerda manterem suas bandeiras: "Esse negócio do PT ir para o centro, de
esquecermos nossas bandeiras… se negócio fosse ir para o centro e vencer a
eleição, a Kamala tinha dado de goleada. Ela nem foi para o centro, foi para a
direita."
• Bolsonaristas golpistas planejaram
raptar Lula e fizeram dossiê sobre armamento de seguranças
Informações
recuperadas de arquivos eletrônicos que estavam em posse do tenente coronel
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, mostram
detalhes do planejamento do golpe de Estado que previa o rapto de Lula e do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
As informações foram
divulgadas por Thais Bilenky e José Roberto de Toledo no portal Uol nesta
sexta-feira (8) e foram baseadas nas novas informações obtidas pela Polícia
Federal (PF) após a recuperação dos arquivos deletados por Cid por meio de um
software israelense.
A descoberta fez com
que os investigadores ouvissem novas testemunhas, entre elas o ex-diretor da
Abin, Alexandre Ramagem, e o general Nilton Diniz Rodrigues, que na época era
coronel e se formou nas Forças Especiais do Exército - os chamados Kids Pretos,
que participaram ativamente do golpe.
As novas informações
mostram que os golpistas prepararam um dossiê detalhado com informações sobre a
rotina de Lula, além de nomes e até armamentos dos seguranças do presidente,
que tomou posse em 1º de janeiro de 2023.
"O planejamento
do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos
golpistas", diz a reportagem do Uol, que teve acesso às informações.
A PF acredita que
pelas informações levantadas havia, por parte dos golpistas, a previsão de um
possível confronto armado com os seguranças de Lula e Moraes.
O ministro do STF
teria autorizado a PF a prorrogar as investigações por mais 60 dias diante das
novas evidências. Assim, o indiciamento de Bolsonaro e da organização criminosa
golpista, previsto para este mês de novembro, só deve acontecer no início de 2025.
<><> Novas
condenações
Na terça-feira (5), o
STF condenou mais 14 participantes dos atos golpistas do 8 de Janeiro, que não
haviam aceitado o acordo de não persecução penal proposto pela
Procuradoria-Geral da República (PGR).
Essa nova leva incluía
apenas golpistas que permaneceram no acampamento em frente ao quartel-general
do Exército em Brasília durante os atos de terror na Praça dos Três Poderes e
por isso foram condenados por crimes de menor gravidade.
Segundo Moraes, que
teve voto acompanhado de todos os ministros - incluindo Kássio Nunes Marques e
André Mendonça - essas pessoas sabiam previamente das ações e deram suporte à
tentativa de golpe.
Eles foram condenados
por associação criminosa, com um ano de cadeia, e incitação ao crime - por
pedir intervenção de militares - com pena de multa de 10 salários mínimos.
Todos eles tiveram os
passaportes retidos e terão que prestar 225 horas de serviços à comunidade.
• “Militar que participa de golpe é
traidor e tem que ser punido”, diz Pedro Serrano sobre plano para capturar Lula
e Moraes
Revelações recentes da
Polícia Federal (PF) trazem à tona detalhes alarmantes sobre a tentativa de
golpe de 8 de janeiro de 2023, que incluíam planos para a captura do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Alexandre de Moraes. O jurista Pedro Serrano reagiu com indignação às
descobertas, defendendo que qualquer militar envolvido em ações
antidemocráticas deve ser considerado "um traidor da pátria".
“Militar que participa de golpe contra a democracia é um traidor da pátria e da
própria farda”, afirmou Serrano, ressaltando que tais atos exigem punições
exemplares, incluindo expulsão e processo criminal.
De acordo com
informações publicadas pelo UOL, o plano golpista incluía um levantamento
minucioso das rotinas de segurança de Lula e Moraes, com detalhes que iam desde
os nomes até o armamento dos agentes encarregados de proteger as autoridades. A
reportagem, assinada por José Roberto de Toledo e Thais Bilenky, destacou que a
intenção era emboscar o presidente e o ministro, possivelmente desencadeando um
confronto armado com suas equipes de segurança. "O planejamento do golpe
previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas.
Pelo tipo de informações coletadas por eles, fica evidente que os golpistas se
preparavam para a eventualidade de um confronto armado e violento com os
seguranças do presidente e do ministro", detalha a reportagem.
As investigações
sugerem que integrantes das Forças Armadas, incluindo militares de operações
especiais, apelidados de “caveiras” ou “caveiras pretos”, participaram
ativamente do planejamento. Serrano observou que, além do envolvimento direto,
os golpistas teriam monitorado ilegalmente autoridades públicas, visando a
capturá-las. “A participação de militares na tentativa de golpe parece que foi
intensa conforme as últimas notícias”, disse o jurista. Para ele, se os fatos
forem confirmados, “todos os militares envolvidos, inclusive os comandantes,
devem ser punidos criminalmente além de expulsos das Forças Armadas”.
No dia do ataque, no
entanto, tanto Lula quanto Moraes estavam fora de Brasília: o presidente
visitava Araraquara, no interior de São Paulo, enquanto o ministro estava em
Paris. A ausência das autoridades na capital pode ter frustrado a execução do
plano, ainda que os apoiadores tenham invadido e depredado prédios dos Três
Poderes, o que deixou claro o nível de organização e a potencial gravidade da
ação planejada.
Em resposta às novas
descobertas, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o inquérito da PF por
mais 60 dias, permitindo que a investigação avance para a identificação de
líderes, executores e financiadores da tentativa de golpe. A expectativa é que
os resultados sejam apresentados entre o final de dezembro e o início de 2025,
com uma possível denúncia que pode incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
entre os implicados. Bolsonaro, de acordo com o UOL, estaria articulando uma
anistia no Congresso, mesmo antes de enfrentar possíveis acusações judiciais.
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Gleisi condena plano golpista para raptar Lula e Moraes: “a democracia não pode
relaxar 1 minuto”
A presidente nacional
do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou neste sábado (9)
que os golpistas que tramaram um plano para raptar o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF). Segundo o UOL, a Polícia Federal identificou que os criminosos
levantaram informações detalhadas sobre as rotinas dos seguranças do presidente
e do ministro em um movimento que faria parte da trama golpista de 8 de janeiro
de 2023.
“A PF descobriu que os
golpistas da extrema direita fizeram levantamento dos nomes, da rotina e até
das armas de seguranças de Lula e do então presidente do STF, Alexandre de
Moraes. Claramente o objetivo era atacar pessoalmente os chefes dos poderes. É pra
essa gente e para ele mesmo que o chefe do golpe, o inelegível Bolsonaro, pede
anistia ao Congresso. O Brasil e a democracia não podem relaxar a vigilância.
Muito menos deixá-los impunes. Sem anistia!”, escreveu Gleisi.
Entre as informações
buscadas pelos golpistas, estão os nomes dos seguranças e o tipo de armamento
usado pelos agentes. Fontes ligadas à investigação afirmam que o levantamento
era parte de um plano que previa confrontos armados com os responsáveis pela segurança
das autoridades. Essas descobertas resultaram na prorrogação do inquérito por
mais 60 dias, decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes.
• Cappelli volta a pedir punição para
golpistas ao divulgar relato de PM ferido no 8 de janeiro: "enfrentamos
homens treinados"
O presidente da
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli,
publicou neste domingo (10) o relato de um policial militar ferido nos atos
golpistas de 8 de janeiro. Naquele dia, Capelli foi nomeado o interventor
federal na Segurança Pública do Distrito Federal para conter as invasões nos
prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo ele, o
policial relatou que os golpistas envolvidos no ato eram treinados e tinham
conhecimento de técnicas de combate, o que prova que foi uma tentativa de golpe
premeditada. "’Interventor, nós enfrentamos homens profissionais,
treinados, com equipamentos e conhecimento de táticas de combate’. Relato de um
policial militar ferido no dia 8/01”, escreveu Cappelli em sua conta no X.
Na sequência, o
ex-interventor pede que os envolvidos nos atos golpistas sejam exemplarmente
punidos. Está em tramitação na Câmara dos Deputados projeto de lei que concede
anistia aos condenados por participação na tentativa de golpe, o PL da Anistia.
“Não foi um passeio no parque. Tinha plano e método. Todos os envolvidos devem
ser exemplarmente punidos”, protesta Cappelli.
• Paulo Pimenta: "Não vamos
normalizar golpe de Estado. Sem anistia!"
Em postagem nas redes
sociais, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta
(PT), classificou como "estarrecedoras" as revelações de que a
Polícia Federal encontrou novos arquivos no celular de Mauro Cid, ex-ajudante
de ordens de Jair Bolsonaro, que mostram que os golpistas do 8 de janeiro
monitoraram os nomes, rotinas e até as armas dos seguranças do presidente Lula.
Segundo reportagem do
UOL, a PF ainda apontou que as investigações apontam que grupos de militares
conhecidos como 'Kids pretos' planejavam uma emboscada para prender o ministro
Alexandre de Moraes.
"Não podemos
aceitar a narrativa da extrema direita que tenta anistiar terroristas como se
fossem inocentes. Não vamos normalizar golpe de Estado. Sem anistia!",
escreveu o ministro.
• Chefe da ‘máfia do Pix’ no 8 de janeiro
é preso pela PRF
A Polícia Rodoviária
Federal (PRF) prendeu um homem suspeito de ser um dos financiadores dos atos
antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023. O homem de 46 anos, natural de
Cuiabá, no Mato Grosso, transitava pela BR-290, no Rio Grande do Sul, quando
foi abordado pelos agentes na noite dessa sexta-feira (8/11).
O homem é acusado de
ser um dos líderes do acampamento do QG do Exército em Brasília, conhecido por
ser organizador da “máfia do Pix”, que arrecadava recursos para manter a
alimentação do local. Aos policiais, o cuiabano afirmou que estava foragido no
Uruguai e que havia retornado ao Brasil para comprar uma geladeira.
Os agentes abordaram o
suspeito após acompanharem a rota do veículo que tentava desviar o trajeto e
evitar os postos da PRF. Ao consultarem a documentação do indivíduo nos
sistemas, foi encontrado um mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) por diversos crimes, incluindo abolição violenta do Estado
Democrático de Direito.
O homem também está
associado aos crimes de terrorismo, ameaça, perseguição, dano qualificado,
incêndio, descumprimento de determinação do poder público para impedir a
propagação de doença contagiosa, associação criminosa com uso de armas,
destruição de bem especialmente protegido por lei, e pichação ou degradação de
local público.
Até o momento, 265
pessoas foram condenadas pelo STF por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Do
total, 223 condenações foram pelos crimes mais graves e envolvem quem depredou
a praça dos Três Poderes - três pessoas foram absolvidas.
O STF também já firmou
476 acordos de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República
(PGR). No caso, os acusados pagam multa e fazem cursos sobre a democracia brasileira,
além de cumprirem uma série de outras medidas restritivas.
Fonte:
Brasil 247/Correio Braziliense
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