As 6 invenções que mudaram para sempre a
história da humanidade
São inúmeros os
inventos que marcaram um antes e depois na história da humanidade. Desde a
Antiguidade, as pessoas têm feito experimentos para desenvolver produtos que
facilitem a vida cotidiana.
De olho no impacto
destas inovações, National Geographic reuniu em uma lista algumas invenções que
transformaram para sempre a existência e são um testemunho da engenhosidade
humana e sua capacidade criativa.
<><> 1. As
ferramentas de pedra
As primeiras
ferramentas de pedra foram desenvolvidas há pelo menos 2,6 milhões de anos e
são atribuídas ao período paleolítico (que se estende de 2,6 milhões de anos a
cerca de 12 mil anos atrás), segundo a Iniciativa de Origens Humanas do Museu
Nacional de História Natural do Smithsonian.
As ferramentas mais
antigas, conhecidas como Oldowan, consistiam em martelos para bater em
superfícies e lascas de pedra afiadas, as quais teriam sido usadas para cortar,
além de núcleos de pedra que mostram uma série de cicatrizes de lascas ao longo
de uma ou mais bordas.
<><> 2. A
prensa de impressão de Gutenberg
Em 1436, o ourives
alemão Johannes Gutenberg começou a projetar uma máquina capaz de produzir
páginas de texto a uma velocidade incrível.
Em 1440, ele havia
estabelecido as bases de sua prensa de impressão, incluindo o uso de um
conjunto de tipos móveis e reutilizáveis, explica o Centro de Pesquisa de
Arquivos e Coleções Especiais da Biblioteca da Universidade Estadual do Oregon,
nos Estados Unidos.
Como a instituição
ressalta, o tipo móvel permitia que as páginas de texto fossem rapidamente
compostas a partir de uma seleção de letras e símbolos pré-fabricados, em vez
de serem esculpidas em um bloco de madeira.
Em 1455, o ourives
usou essa nova ferramenta para imprimir sua famosa Bíblia de 42 linhas, o
primeiro livro impresso no Ocidente com tipos móveis.
A prensa de Gutenberg
foi uma invenção fundamental na história da humanidade e deu início à Revolução
da Impressão no mundo ocidental. “Com acesso a prensas de impressão,
cientistas, filósofos, políticos e autoridades religiosas puderam reproduzir
suas ideias rapidamente e disponibilizá-las para grandes públicos”, diz a fonte
dos EUA.
<><> 3. O
processo Bessemer
O processo Bessemer
foi o primeiro método que possibilitou a produção em massa de aço.
Aparentemente, ele foi desenvolvido simultaneamente por Sir Henry Bessemer
(inventor britânico) e William Kelly (inventor americano) na década de 1840,
informa a Encyclopaedia Britannica (uma plataforma educacional baseada no Reino
Unido).
Embora hoje sejam
usados métodos diferentes para produzir aço, o processo Bessemer foi um
elemento fundamental na construção. “Sem ele, não teríamos os arranha-céus que
temos hoje”, diz a fonte enciclopédica.
<><> 4. O
celuloide
O celuloide, criado
pelo inventor norte-americano John Wesley Hyatt em 1869, foi “o primeiro
plástico de sucesso comercial do mundo”.
Sua criação inicial
buscava imitar materiais naturais e foi usada principalmente para fazer itens
baratos, como acessórios de beleza, utensílios domésticos e até mesmo cartões
postais e propagandas, observa o Museu Smithsonian, dos Estados Unidos.
<><> 5. O
avião
Apesar de haver uma
polêmica mundial envolvendo os irmãos Wilbur e Orville Wright – dois irmãos
estadunidenses e mecânicos de bicicletas – colocaram no ar a primeira aeronave
movida por um motor, em 1903, e o inventor brasileiro Santos Dumont.
Dumont criou o 14 Bis,
considerado o primeiro avião a levantar voo por conta própria. “O voo aconteceu
em Paris, na França, em 23 de outubro de 1906", informa um artigo sobre o
inventor publicado em National Geographic.
Sobre o voo dos irmãos
Wright, “há quem questione a ausência de testemunhas no local e o fato de que o
modelo dos Wright não teria saído do chão por conta própria, precisando
supostamente do apoio de uma estrutura (não há consenso sobre essas afirmações)”,
detalha o texto de NatGeo.
Após esses inventos,
as empresas aeronáuticas começaram a formar equipes para demonstrar suas
próprias máquinas voadoras, descreve o Museu Nacional do Ar e do Espaço do
Smithsonian, dos Estados Unidos. Gradualmente, os aviões foram se popularizando
e se aperfeiçoando. Até então, os seres humanos voavam pelos céus em balões e
planadores.
Um chip de circuito
integrado de carbeto de silício com interconexão em vários níveis desenvolvido
no GRC Smart Sensors and Electronics Systems Branch, um laboratório da Nasa,
para aplicações em alta temperatura. Como a agência espacial norte-americana destaca,
os componentes eletrônicos de carbeto de silício de alta temperatura e as
tecnologias de empacotamento compatíveis são elementos-chave que abrem as
portas para a exploração da superfície de Vênus e de outros ambientes espaciais
hostis.
<><> 6.
Circuito integrado ou, como é mais conhecido, o chip
O circuito integrado é
uma “coleção de componentes eletrônicos, fabricados como uma única unidade” de
tamanho pequeno, um “chip” que pode ser tão pequeno quanto alguns centímetros
quadrados ou apenas alguns milímetros quadrados e cujos componentes individuais
geralmente são de tamanho microscópico, descreve a Britannica.
O circuito integrado
foi inventado em 1958 pelo engenheiro norte-americano Jack Kilby e tem sido
fundamental para a eletrônica moderna. Atualmente, essa tecnologia é usada em
uma grande variedade de itens, de smartphones, passando por carros e
eletrodomésticos.
Além dessas invenções,
também se pode citar outras que marcaram a história da humanidade, como a roda,
a penicilina, a máquina a vapor ou a Internet, para citar apenas alguns.
• 5 inovações tecnológicas que
transformaram o turismo pós-pandemia
Desde o início da
pandemia de covid-19, as inovações tecnológicas passaram de futurísticas a
usuais. Atualmente, é comum ir a um restaurante e visualizar o cardápio por
código QR ou apresentar comprovantes digitais de imunização.
Conforme o setor de
turismo — que em 2020 registrou um bilhão de desembarques internacionais a
menos do que em 2019 — retoma o ritmo normal, o uso de máscaras pode ficar para
trás, mas muitas tecnologias que surgiram em meio à pandemia continuarão a influenciar
as viagens.
“Os consumidores
passarão a desejar tecnologias que os deixem mais confiantes em relação às
viagens”, observa Steve Shur, presidente da Travel Technology Association.
“Algumas dessas mudanças vieram para ficar.”
Na realidade, uma
pesquisa de 2021 realizada pela Pew Research com 915 líderes políticos,
pesquisadores científicos e outros especialistas prevê que, em 2025, nossa vida
cotidiana seja ainda mais influenciada por algoritmos, trabalho remoto e o que
alguns chamam de “teletudo”.
Embora novas
intervenções tornem as viagens mais seguras e eficientes, como dispositivos de
tradução em tempo real e controle de passaportes por reconhecimento facial, há
também desvantagens, incluindo preocupações sobre privacidade, segurança de
dados e tecnologia tendenciosa. Veja algumas das inovações que os viajantes
continuarão a encontrar e utilizar.
Realidade virtual e
aumentada
Quando as viagens
foram interrompidas devido à pandemia, museus e destinos turísticos passaram a
utilizar a realidade aumentada (RA) e a realidade virtual (RV) para criar
exposições e experiências on-line. Embora algumas dessas experiências sejam
mais bem aproveitadas com um óculos de realidade virtual, a maioria pode ser
usufruída apenas com um computador ou smartphone.
O aplicativo Xplore
Petra, lançado em junho de 2020, permite aos usuários “visitar” o sítio
arqueológico mais icônico da Jordânia, projetando uma versão reduzida das
ruínas. A Lights over Lapland, uma empresa de viagens ao Ártico, lançou uma
experiência de realidade virtual para mostrar a Aurora Boreal (também conhecida
como Luzes do Norte) por meio de óculos de realidade virtual ou telas de
computador.
Após a pandemia, a
realidade virtual e a realidade aumentada podem aprimorar viagens reais
adicionando experiências, como a simulação de escalada no monte Matterhorn,
oferecida pelo Museu Suíço do Transporte, em Lucerna. O Museu Hunt em Limerick,
na Irlanda, tem uma atração de realidade virtual na qual os visitantes se
inserem no “Jardim das Delícias Terrenas”, uma pintura de 500 anos do artista
Hieronymus Bosch.
O Museu de História
Natural de Paris tem uma exposição de realidade aumentada que coloca os
visitantes frente a frente com animais extintos, em formato digital. O Museu
Nacional de Singapura possui uma instalação chamada “História da Floresta”,
onde os visitantes exploram uma paisagem virtual composta por quase 70 desenhos
da natureza pertencentes ao acervo do museu. O Museu Nacional de História
Natural do Instituto Smithsoniano, em Washington, D.C., nos Estados Unidos, tem
um aplicativo que usa realidade virtual para mostrar como seriam alguns dos
animais cujos esqueletos estão expostos. O aplicativo acrescenta pele e
músculos sobre os ossos, oferecendo uma nova visão de um acervo que remonta à
década de 1880.
“A realidade virtual
não substituirá as viagens e o turismo, apenas irá aperfeiçoá-los”, observa Anu
Pillai, que dirige o Centro Digital de Excelência da Wipro, uma empresa de
tecnologia.
Controle de
aglomerações
Para ajudar a reforçar
o distanciamento social, cidades, aeroportos e museus testaram ou implantaram
tecnologias para controlar aglomerações, como os ‘robôs policiais’ de
Singapura, robôs que emitem alertas se as pessoas estiverem muito próximas umas
das outras e indicam a densidade de pessoas nos portões dos aeroportos. À
medida que milhares de turistas retornam aos destinos populares, métodos e
dispositivos semelhantes podem ser implementados para evitar o turismo
excessivo nesses lugares.
Na Itália, durante a
pandemia, Veneza começou a rastrear visitantes utilizando câmeras originalmente
instaladas para capturar criminosos. Após a pandemia, a cidade planeja
aproveitá-las para manter o número de turistas em níveis administráveis, talvez
em consonância com a proposta do prefeito de adicionar portões eletrônicos nos
principais pontos de entrada (portos de navios de cruzeiro, estações de trem),
que podem ser fechados se a cidade ficar superlotada.
“A cada minuto, sabemos quantas pessoas estão
transitando e para onde estão indo”, revelou Simone Venturini, a principal
autoridade de turismo de Veneza, ao The New York Times. “Temos controle total
da cidade.”
Amsterdã, que também
luta contra o turismo excessivo, rastreia como os visitantes usam o Amsterdam’s
City Card (cartão da cidade de Amsterdã), um passe de valor fixo que permite a
entrada em museus e no transporte público. O aplicativo Beach Check UK (“Verifique
as Praias do Reino Unido”, em tradução livre) foi lançado neste semestre com
informações em tempo real sobre a lotação das dezenas de praias ao longo da
costa inglesa, possibilitando aos viajantes evitar áreas superlotadas.
“A tecnologia pode ser
utilizada para coletar dados a fim de tomar decisões melhores e comunicar essas
decisões”, afirma Christopher Imbsen, diretor de sustentabilidade do Conselho
Mundial de Viagens e Turismo.
Desinfecção por luz
UV-C
Os hospitais utilizam
luz ultravioleta tipo C (UV-C) para desinfetar e matar vírus há mais de duas
décadas. Agora, os espaços públicos internos, incluindo aeroportos, academias e
cinemas, estão implementando o uso de luz UV-C para controlar a disseminação
viral.
“A luz UV-C está sendo
amplamente utilizada”, salienta Peter Veloz, CEO da UltraViolet Devices, que
fabrica a tecnologia de desinfecção por luz ultravioleta.
A luz UV-C possui
propriedades germicidas que combatem o Sars-CoV-2 e outras partículas nocivas,
tanto no ar quanto em superfícies. Dependendo do local, a tecnologia de luz
UV-C pode ser utilizada em sistemas de climatização AVAC (aquecimento,
ventilação e ar-condicionado), corrimãos de escadas rolantes ou aeroportos e
aviões por meio de robôs equipados com a luz que realizam a desinfecção à
medida que se locomovem.
Se instalado e operado
corretamente, um sistema de luz UV-C pode matar todos os tipos de bactérias e
germes. Até mesmo os vírus da gripe sazonal podem ser eliminados antes de se
espalharem. “A covid-19 pode se tornar uma doença endêmica, mas os patógenos
comuns não irão desaparecer”, observa Veloz.
Códigos QR em
restaurantes
No início da pandemia,
quando a transmissão da covid-19 ainda não era bem compreendida, os
restaurantes se apressaram em substituir os cardápios físicos por versões
digitais acessadas por códigos QR. Os quadradinhos pretos com pontos pixelados
podem ser escaneados com um smartphone para abrir o cardápio, fazer pedidos e
pagar a conta, limitando o contato físico com os funcionários do restaurante
para diminuir o risco de disseminação do vírus.
Embora tenha sido
comprovado que o vírus não é transmitido por superfícies, o uso dos códigos se
mostrou conveniente e provavelmente continuará sendo utilizado, especialmente
com a escassez de trabalhadores no fim da pandemia.
No entanto, essa
conveniência pode significar uma invasão de privacidade, uma vez que os
pequenos códigos podem potencialmente reunir uma grande quantidade de
informações dos usuários. Alguns programas de código QR apenas registram um
pedido em um restaurante, enquanto outros extraem dados como o histórico de
refeições, idade e sexo do cliente. O restaurante pode utilizar essas
informações para enviar cupons ou convites para eventos — ou vendê-las a
terceiros.
“É um exemplo de
empresas que exploram o cenário da covid-19 para estender o rastreamento”,
adverte Jay Stanley, analista sênior de políticas da União Americana pelas
Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). “Fazer tudo pelo celular
possibilita novas formas de rastreamento e controle de pessoas.”
Os turistas devem
saber que os códigos QR podem ser hackeados: é possível escanear um código,
fazer um pedido para o jantar e ter o cartão de crédito comprometido. Stanley
recomenda tratar os códigos QR da mesma maneira que links em e-mails
desconhecidos. Utilize seu celular para pesquisar o cardápio do restaurante na
internet ou instale um aplicativo de proteção como o Kaspersky QR Scanner, que
alerta os usuários caso o código não seja seguro.
Ferramentas de
rastreamento de contato
Grupos de saúde
pública utilizaram métodos de rastreamento de contatos para identificar e
rastrear pessoas que foram potencialmente expostas a doenças infecciosas, como
zika e HIV, e fornecer informações, rastreamento e tratamento. Essas
ferramentas tradicionais geralmente se baseavam em telefonemas para questionar
com quem as pessoas tiveram contato com o objetivo de continuar pesquisando a
exposição. A pandemia levou as autoridades a intensificar essas iniciativas e
implementar outras de alta tecnologia para rastrear a disseminação viral e
fornecer informações.
Por exemplo, a Apple e
o Google adicionaram funções de rastreamento de contato ao novo software dos
smartphones, permitindo que os usuários optem por receber alertas se entrarem
em contato próximo com uma pessoa infectada.
“O valor e o papel do
rastreamento de contatos para prevenção e controle de doenças infecciosas são
bastante reconhecidos”, afirma Elizabeth Ruebush, analista sênior de políticas
de imunização e doenças infecciosas da Associação de Funcionários de Saúde Territoriais
e Estaduais. “Mas nunca vimos tal estratégia sendo implementada em grande
escala, como durante a pandemia de covid-19.”
Outras tecnologias,
como textos automatizados, mapas de calor virais e até CFTV com reconhecimento
facial, podem ajudar a rastrear outras doenças infecciosas ou nos preparar para
a próxima pandemia.
Contudo, mesmo com
novos aplicativos sofisticados, as ligações telefônicas e a abordagem pessoal
ainda estarão no centro da saúde pública. “Essas ferramentas têm como objetivo
aprimorar, mas não substituir, o rastreamento de contato tradicional”, reitera
Ruebush.
A covid-19 acelerou a
adoção dessas tecnologias. A desvantagem é que pode ser ainda mais difícil para
as pessoas se desconectarem de seus smartphones durante as férias. O desejo de
viajar está mais forte do que nunca — e nenhum código digital consegue controlar
nossos sonhos ainda.
Fonte: National
Geographic Brasil
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