Lula defende fim do conflito na Ucrânia e
deseja que Putin recupere 'direito de andar pelo mundo'
Em entrevista o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
afirmou que é preciso trabalhar para encerrar o conflito que paira entre Rússia
e Ucrânia.
Além disso, ele também declarou que deseja que o presidente russo,
Vladimir Putin, volte a conquistar "o direito de andar pelo mundo".
Essas declarações foram dadas em uma entrevista do chefe do Executivo
brasileiro à CNN Internacional. Lula disse que não é bom para a democracia ter
um país como a Rússia isolado do mundo.
"O que eu acho é que nós precisamos trabalhar para que essa guerra
acabe de uma vez por todas e o Putin volte a conquistar o direito de forma
civilizada de andar no mundo e participar dos eventos", complementou o
líder brasileiro.
O Brasil ocupa a presidência do G20 desde 1º de dezembro de 2023. A
cúpula de chefes de Estado, no Rio de Janeiro, será realizada nos próximos dias
18 e 19 de novembro.
O governo brasileiro vinha trabalhando para tornar possível a visita do
presidente Putin à cúpula do G20 em meio a um "mandado de prisão" do
Tribunal Penal Internacional (TPI).
O Brasil enviou um documento à Comissão de Direito Internacional da ONU
com argumentos legais a favor da visita de Putin, apesar do mandado do TPI. A
intenção do governo brasileiro era desenvolver disposições sobre imunidade para
chefes de Estado, a fim de garantir que os mesmos não fossem processados
durante visitas internacionais.
O TPI emitiu em março de 2023 um mandado de prisão para Putin e a
comissária russa para os direitos da criança, Maria Lvova-Belova, pela suposta
"deportação ilegal" de crianças ucranianas para a Rússia. A Rússia,
por sua vez, disse que suas vidas estavam em risco, enquanto o porta-voz
presidencial, Dmitry Peskov, disse que Moscou não reconhecia a decisão do
tribunal.
Estabelecido em 2002, o TPI só tem jurisdição sobre Estados que
assinaram o Estatuto de Roma, o que não foi o caso da Rússia, dos Estados
Unidos, de Israel, China, Iraque e outros países.
<><> Banho de sangue na Ucrânia está chegando
ao fim, diz Elon Musk, conselheiro de Trump
O empresário Elon Musk afirmou que o conflito na Ucrânia pode estar
perto de uma resolução. "A matança sem sentido [na Ucrânia] terminará em
breve. O tempo acabou para os mercadores da guerra", escreveu Musk na rede
social X, em resposta a notícias sobre os planos do presidente eleito dos EUA,
Donald Trump, para o conflito ucraniano.
A declaração de Musk foi divulgada pela agência russa Tass nesta quarta-feira
(8).Segundo o portal Axios, Musk participou de uma ligação telefônica entre
Trump e o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, evidenciando seu papel como
conselheiro próximo de Trump em questões estratégicas. O plano de Trump, segundo
reportagem do The Wall Street Journal (WSJ), envolve a criação
de uma zona desmilitarizada de 1.300 quilômetros ao longo da linha de frente
atual, mas sem a presença de tropas de paz norte-americanas.
O projeto também inclui a exigência de que a Ucrânia se abstenha de
buscar adesão à OTAN por pelo menos 20 anos, em troca do contínuo apoio bélico
de Washington para evitar uma retomada das hostilidades.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, considerou a reportagem do WSJ como
abstrata, sinalizando que o plano ainda pode passar por ajustes e discussões
diplomáticas mais aprofundadas.
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Trump já começa a mudar o rumo em relação à Ucrânia e a Israel antes da
posse, diz mídia
A posse do novo presidente dos EUA Donald Trump vai ocorrer em 20 de
janeiro de 2025, mas líderes de Estados por todo o mundo já estão ajustando
suas políticas de acordo com as expectativas das ações do presidente eleito
norte-americano, relatou a agência Bloomberg.
A especificidade do atual período de transição entre a eleição e a posse
é que, desta vez, um candidato venceu outra, Kamala Harris, com muita certeza,
descartando completamente a linha da política do atual governo de que a outra
faz parte.
Portanto, chefes de Estado por todo o mundo estão reagindo a esse
acontecimento se preparando para a mudança drástica nas relações com a grande
potência mundial.
Isso se aplica principalmente às crises no Oriente Médio e ucraniana,
tendo os líderes dos dois Estados envolvidos parabenizado Trump pela vitória.
"O presidente eleito Donald Trump não vai assumir o cargo por mais
de dois meses, mas já está moldando a política dos EUA em dois grandes pontos
críticos: Israel e Ucrânia", diz a Bloomberg.
Enquanto Israel se beneficia muito com a chegada de Trump, segundo o
artigo, até o ponto de seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parabenizar
Trump com muita alegria chamando sua vitória de "o maior retorno da
história", o mesmo evento faz o líder atual da Ucrânia Vladimir Zelensky
repensar sua abordagem ao termino do conflito.
A vice-diretora do Centro da Eurásia do Conselho Atlântico Shelby Magid
disse à Bloomberg que a retórica e o planejamento de negociações com Moscou das
autoridades ucranianas já se alteraram.
"A Ucrânia está caminhando na direção, sabendo que Trump venceu, de
aceitar que as negociações são uma realidade", ressaltou.
Por isso, de acordo com os autores do material, Zelensky já está
tentando aumentar a atividade para criar melhores condições para si mesmo.
Por sua vez, a situação de hoje abre uma margem de manobra mais ampla
para Israel.
Netanyahu têm tido relações tensas com o governo Biden no que se trata
de ataques contra o Irã e execução de operações militares na Faixa de Gaza e no
Líbano.
"Trump já sinalizou que deixaria Israel mais livre para atacar o
programa nuclear do Irã, especialmente se Teerã indicar que pode mudar sua
política e buscar obter uma arma nuclear", destaca.
A Bloomberg enfatiza que a eleição de Trump como presidente foi um
alívio para muitos países, que finalmente saíram do limbo anterior à eleição e
agora podem definir claramente seus vetores políticos.
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Ucrânia espera apoio de Trump na guerra
"Trump prometeu acabar com a guerra em 24 horas. Por isso, nossa
companhia tem planos ambiciosos para o fim de semana", escreve o
jornalista Pavlo Kazarin, atualmente soldado das Forças Armadas da Ucrânia, em
tom de brincadeira no Facebook. Desde ficou claro que o republicano Donald Trump venceu a eleição
presidencial nos EUA, muitas
piadas e memes desse tipo passaram a circular nas redes sociais ucranianas.
Algumas postagens falavam de um "dia negro para a Ucrânia".
"O mundo mais uma vez virou na direção errada", escreve o banqueiro
Serhij Fursa, vice-diretor da Dragon Capital, um grupo ucraniano de
investimentos e serviços financeiros. Ele afirma que Vladimir Putin, Viktor Orbán e Elon Musk estão agora comemorando.
Outras postagens afirmam ser possível colaborar com qualquer governo dos
EUA. Alguns ucranianos comparam a vitória eleitoral de Trump com a do
presidente Volodimir Zelenski e
seu partido, Servo do Povo, em 2019, que sozinho detém uma maioria no
Parlamento ucraniano.
Zelenski foi um dos primeiros a parabenizar Trump por sua vitória nas
urnas. Ele não fez isso no Telegram, onde geralmente publica suas declarações,
mas usou a rede social X, que é Elon Musk, apoiador do republicano.
"Lembro-me de nossa maravilhosa reunião com o presidente Trump em
setembro, quando conversamos longamente sobre a parceria estratégica entre a
Ucrânia e os EUA, o Plano de Vitória e as formas de acabar com a agressão russa
contra a Ucrânia. Eu aprecio o fato de o presidente Trump ser a favor da
abordagem 'paz por meio da força' para assuntos globais. Esse mesmo princípio
pode realmente tornar mais próxima uma paz justa na Ucrânia. Espero que
possamos implementá-la juntos", escreveu Zelenski, chamando a vitória de
Trump de "impressionante".
O ministro do Exterior da Ucrânia, Andrii Sybiha, expressou a esperança
de que Kiev e Washington trabalhem juntos para fortalecer a parceria
estratégica ucraniano-americana e alcançar uma paz abrangente, justa e
duradoura.
O ex-presidente do país Petro Poroshenko, agora líder do grupo de
oposição Solidariedade Europeia, também parabenizou Trump, afirmando ter
esperança de que, sob sua presidência, seja possível "pôr fim à guerra de agressão russa contra a Ucrânia e todo o
mundo livre".
<><> Esperança por armas de longo alcance
Oleksandr Kraiev, do centro de análise Ukrainian Prism, especializado em
política externa e segurança internacional, acredita que não se pode esperar
paz na Ucrânia tão rapidamente quanto Trump prometeu durante a campanha
eleitoral. Ele afirma que inicialmente Trump terá outros problemas além da
Ucrânia. Por isso, avalia que Kiev deve usar a janela de oportunidade até
que Trump assuma o cargo para promover seus próprios interesses, especialmente
em relação à autorização para o uso de armas ocidentais de longo alcance contra
alvos militares na Rússia.
"Trump não lidará com a política externa imediatamente, porque
primeiro ele tem de sondar o Congresso, chegar a um acordo sobre a formação de
seu ministério e lidar com muitas reformas domésticas", diz Kraiev,
acrescentando que enquanto Joe Biden ainda for presidente, Kiev deve sinalizar para ele
que deve, pelo menos, ser mais corajoso agora e tomar as decisões difíceis que
a Ucrânia está esperando.
O especialista acredita que Trump poderia continuar nesse caminho mais
tarde se Kiev mostrar disposição para negociar a paz e Moscou insistir em suas
exigências em relação à Ucrânia. "O retorno de Trump não é uma catástrofe
ou apocalipse para a Ucrânia, mas há riscos, porque com Trump nunca se pode ter
certeza dos resultados que serão alcançados, e é por isso que a Ucrânia tem
muito trabalho pela frente", enfatiza.
<><> Haverá negociações de paz?
Muitos observadores na Ucrânia não estão descartando a possibilidade de
Trump e sua equipe usarem, após seu retorno à Casa Branca, várias alavancas
para forçar os lados ucraniano e russo a chegarem a um acordo de paz. É o que
prevê Petro Burkovskiy, da Fundação Ilko Kucheriv "Iniciativas
Democráticas", think tank baseado em Kiev.
O especialista em política internacional aponta que a vitória de Trump
aumentou a incerteza sobre a política dos EUA para a Ucrânia. Burkovskiy
acredita que Kiev será pressionada a entrar em negociações de paz.
"Se, nas circunstâncias atuais, a equipe de Trump propuser o plano
de definir a linha de frente como a nova fronteira da Ucrânia e encontrar
argumentos para forçar a Rússia a concordar com isso, então teremos que aceitar
essas condições. Outro cenário seria se a equipe de Trump não conseguir forçar
a Rússia a encerrar a guerra, então a Ucrânia poderia obter todos os meios para
continuar a guerra e derrotar a Rússia. Porque a última coisa que Trump quer é
parecer fraco na política externa", avalia Burkovskiy.
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Militares ucranianos já desertam em grupo e não individualmente, diz
mídia
Os efetivos das Forças Armadas da Ucrânia se ausentam sem licença e já
desertam em grupos, e não sozinhos como antes, informou o portal ucraniano
Novosti.Live, com referência ao psicólogo militar ucraniano Andrei Kozinchuk.
"Algo deve ser feito com o abandono voluntário de uma unidade: se
antes era uma coisa isolada, agora vão em grupos", aponta uma mensagem do
portal publicada no canal de Telegram.
De acordo com a notícia, Kozinchuk afirma que os militares estão
deixando o serviço exclusivamente por causa de conflitos internos e
mal-entendidos com comandantes, e não devido a fatores políticos ou externos.
No final de outubro, a deputada da Suprema Rada (parlamento ucraniano)
Anna Skorokhod disse que mais de 100 mil militares ucranianos desertaram do
Exército ucraniano ou abandonaram voluntariamente suas unidades.
Na semana passada, o ex-vice-secretário do Conselho de Segurança e
Defesa Nacional da Ucrânia e general aposentado Sergei Krivonos disse que
apenas dez em cada 100 pessoas mobilizadas na Ucrânia chegam à linha de frente
devido a deserções em massa e treinamento insuficiente.
<><> Chefe da Defesa britânica: ciclo de vida
de tecnologias militares ucranianas é de apenas 2 meses
O secretário de Defesa britânico, John Healey, afirmou que o ciclo de
vida das tecnologias militares usadas por Kiev é de apenas dois meses até que
os militares russos encontrem uma maneira de combatê-las. Segundo o chefe da
Defesa, ele descobriu isso durante uma visita à Ucrânia.
"Essencialmente, o ciclo de vida das tecnologias no front é agora
de cerca de dois meses. Ao longo de dois meses, depois de os ucranianos criarem
uma produção e entregarem novos drones para seus militares, os russos
encontrarão uma maneira de combatê-los", disse Healey em entrevista ao
Telegraph.
O secretário britânico acrescentou que a reeleição do presidente dos EUA
Donald Trump não mudará os planos do Reino Unido de apoiar a Ucrânia.
"Também reconheço que, independentemente de quem fosse eleito,
Harris ou Trump, os EUA estão mudando sua prioridade estratégica e foco, e vão
fazer isso daqui para a frente rumo à região do Indo-Pacífico. Esta é uma
realidade que todos os países da OTAN devem reconhecer", disse Healey.
Donald Trump, que já foi presidente dos EUA após a eleição de 2016,
venceu a eleição presidencial que ocorreu no dia 5 de novembro. Ele foi o
primeiro político nos EUA desde o século XIX a retornar à Casa Branca após um
hiato de quatro anos.
Fonte: Sputnik Brasil
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