Folha chega ao fundo do poço ao abrir
espaço para Bolsonaro, que tentou golpe de estado, dar “aula de democracia”
Nesta segunda-feira,
11 de novembro, a Folha de S.Paulo se colocou na vanguarda do fascismo
brasileiro, ao abrir espaço para um artigo de Jair Bolsonaro, ex-presidente do
Brasil e protagonista central da crise democrática que culminou com a tentativa
de golpe de 8 de janeiro de 2023. A ação, que envolveu a invasão das sedes do
Supremo Tribunal Federal (STF), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional,
incluía a prisão do ministro Alexandre de Moraes e até mesmo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Bolsonaro, agora próximo de ser denunciado pela Procuradoria-Geral
da República (PGR) como líder dessa ofensiva contra as instituições
democráticas, busca reposicionar sua imagem com discursos que se apresentam
como uma defesa da democracia.
No artigo intitulado
“Aceitem a democracia”, Bolsonaro tenta resgatar seu papel como líder da
direita brasileira, argumentando que as recentes eleições em diferentes partes
do mundo, especialmente nos Estados Unidos e na Argentina, de Donald Trump e
Javier Milei, mostram uma "onda conservadora" irreprimível. Ele
afirma que onde o povo tem sido convocado a opinar, opta por "ordem,
progresso, liberdade econômica e de expressão, respeito às famílias e à
religião". Em sua visão, a direita resiste heroicamente contra um
"aparelhamento midiático" que tenta silenciar esses valores.
Bolsonaro ainda
critica a esquerda, apontando que ela seria incapaz de aceitar resultados
eleitorais desfavoráveis, citando, entre outros exemplos, a situação na
Venezuela e a reação ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados
Unidos. “A moda é nos acusar de inimigos da democracia. Mas quem mostra
dificuldade de aceitar a democracia é a esquerda”, escreve ele, invertendo
narrativas e rebatendo críticas que ele próprio enfrenta há anos.
O ex-presidente, que
sempre buscou se posicionar como um bastião contra o que chama de “ameaças
autoritárias”, insiste em um argumento que soa irônico: a defesa da liberdade e
do povo. Mesmo com as crescentes evidências e acusações formais, Bolsonaro segue
afirmando que a direita é a verdadeira portadora dos anseios populares e acusa
a esquerda de querer "fraudar" ou "reprimir" tais vontades.
Para muitos, a publicação desse artigo em um dos principais jornais do país,
que outrora se apresentou como crítico do bolsonarismo, representa uma escolha
editorial que pode ser interpretada como um endosso cada vez mais explícito ao
retorno da extrema-direita.
<><> Folha
é detonada nas redes após abrir alas para a volta do fascismo
A decisão da Folha de
S.Paulo de publicar um artigo de Jair Bolsonaro, ex-presidente associado à
tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, gerou uma onda de indignação nas
redes sociais. Bolsonaro, que está prestes a ser denunciado pela
Procuradoria-Geral da República como líder desse ataque às instituições
democráticas, usou o espaço para se promover como defensor da democracia,
gerando uma reação avassaladora entre intelectuais, jornalistas e formadores de
opinião.
A publicação foi
amplamente criticada por permitir que Bolsonaro, protagonista de um dos
momentos mais sombrios da recente história política brasileira, voltasse a
expor suas ideias sob a justificativa de liberdade de expressão. Muitos
apontaram que dar voz a um político acusado de conspirar contra a ordem
democrática representa um perigoso precedente para a normalização de discursos
antidemocráticos e fascistas.
• 'Sensacionalista' ironiza artigo de
Bolsonaro na Folha: 'é como Suzane von Richthofen falar sobre cuidado com os
pais'
O jornal satírico
Sensacionalista ironizou em postagem no X, antigo Twitter, nesta segunda-feira
(11), a publicação de um artigo de Jair Bolsonaro na Folha de S. Paulo em
defesa - supostamente - da democracia. O Sensacionalista sugeriu que Bolsonaro
escrever sobre democracia é como Suzane von Richthofen - condenada pelo
assassinato dos próprios pais - falar sobre "cuidado com os pais".
"Após artigo de
Bolsonaro sobre democracia, Folha publica texto de Suzane Richthofen sobre
cuidado com os pais", ironizou o perfil satírico. A decisão da Folha de
publicar um artigo de Bolsonaro, associado à tentativa de golpe de 8 de janeiro
de 2023, gerou uma onda de indignação nas redes sociais. Bolsonaro, que está
prestes a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder
desse ataque às instituições democráticas, usou o espaço para se promover como
defensor da democracia, gerando uma reação avassaladora entre intelectuais,
jornalistas e formadores de opinião.
A publicação foi
amplamente criticada por permitir que Bolsonaro, protagonista de um dos
momentos mais sombrios da recente história política brasileira, voltasse a
expor suas ideias sob a justificativa de liberdade de expressão. Muitos
apontaram que dar voz a um político acusado de conspirar contra a ordem
democrática representa um perigoso precedente para a normalização de discursos
antidemocráticos e fascistas.
• Folha é leniente com Bolsonaro e ameaça
a democracia, diz Helena Chagas
A jornalista Helenas
Chagas foi às redes sociais repudiar a atitude do jornal Folha de São Paulo,
que publicou um artigo assinado por Jair Bolsonaro em que o ex-capitão,
investigado pelos atos golpistas, fala em nome da "democracia" e
exalta a extrema-direita. Segundo ela, o jornal paulistano busca reabilitar
Bolsonaro no debate político nacional para torná-lo novamente uma alternativa
eleitoral.
"O artigo de
Bolsonaro na Folha hoje falando de democracia é um escárnio. Atitudes como essa
da grande (?) mídia contribuem para normalizar a participação de golpistas como
ele no jogo político. Fizeram a mesma coisa quando deram a Marçal um espaço que
ele não deveria ter na campanha eleitoral. Isso não é democracia, é leniência
em relação àqueles que a ameaçam. Bolsonaro é um golpista e deve ser banido do
debate político", escreveu Chagas na plataforma social X, nesta
segunda-feira (11).
Mais cedo, a Folha
publicou um artigo assinado pelo ex-mandatário em que ele fala dos êxitos da
extrema-direita nas eleições municipais e prega a extinção eleitoral da
esquerda. Muitos leitores do próprio jornal criticaram a publicação, ao passo
que foi elogiada por extremistas de direita associados ao antigo governo.
• Gleisi critica artigo de Bolsonaro na
Folha: "repugnante essa tentativa de normalizar um extremista"
A presidente do PT, a
deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reagiu fortemente à publicação de um
artigo de Jair Bolsonaro (PL) na Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (11). Em
declaração contundente, Gleisi afirmou: “ler na Folha que Jair Bolsonaro defende
a democracia é parecido com ler artigo de um assassino defendendo o direito à
vida”. Ela criticou a postura editorial do jornal em abrir espaço para um
político que, segundo ela, liderou uma tentativa de golpe armado contra o
presidente Lula (PT) e as instituições brasileiras. “É repugnante essa
tentativa de normalizar um extremista”, acrescentou, reforçando que Bolsonaro
personifica uma extrema direita que “prega o ódio e pratica a violência contra
qualquer opositor”.
O artigo, intitulado
“Aceitem a democracia”, trouxe uma narrativa de Bolsonaro em defesa dos valores
conservadores. Ele argumenta que as recentes eleições em países como os Estados
Unidos e a Argentina, onde candidatos de direita tiveram vitórias expressivas,
refletem uma “onda conservadora” internacional. Bolsonaro escreve que esses
movimentos são impulsionados pelo desejo popular de “ordem, progresso,
liberdade econômica e de expressão, respeito às famílias e à religião” — em uma
clara tentativa de apresentar a direita como defensora dos interesses populares
e como oposição a uma suposta ameaça autoritária da esquerda.
Para muitos críticos,
o artigo é uma estratégia calculada de Bolsonaro para se reposicionar como
defensor da democracia, mesmo com as acusações que pesam contra ele. Bolsonaro
está próximo de ser formalmente acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
como líder da ofensiva antidemocrática que culminou com a tentativa de golpe em
8 de janeiro de 2023. O episódio, marcado pela invasão do Supremo Tribunal
Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, foi um dos
momentos mais graves da história recente do Brasil e envolveu planos para
sequestrar figuras centrais do governo e do Judiciário, incluindo o presidente
Lula (PT) e o ministro Alexandre de Moraes.
No artigo, Bolsonaro
inverteu as críticas de que a direita é “inimiga da democracia”, afirmando que
é a esquerda que se recusa a aceitar os resultados eleitorais que lhe são
desfavoráveis. Ele cita, entre outros exemplos, a situação na Venezuela e o
retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Afirmando que a
esquerda “demoniza” qualquer visão contrária, Bolsonaro insiste que a direita
está resistindo a um “aparelhamento midiático” que tenta silenciar a vontade
popular e que a liberdade de expressão deve prevalecer.
A decisão da Folha de
S.Paulo de publicar o artigo de Bolsonaro gerou reações imediatas e enérgicas,
principalmente nas redes sociais. Críticos apontam que permitir que Bolsonaro
utilize um espaço de expressão em um dos maiores jornais do país é, de certa
forma, “normalizar” um discurso que muitos consideram uma ameaça à democracia.
A escolha editorial foi interpretada como uma movimentação perigosa que pode
abrir precedentes para a legitimação de lideranças autoritárias e
antidemocráticas.
Nas palavras de Gleisi
Hoffmann, que simbolizam o tom da crítica, a publicação de Bolsonaro em defesa
da democracia “é um atentado à memória do país” e representa uma tentativa de
apagar da história recente os fatos associados a ele.
<><> A
provocação de Bolsonaro a Gleisi Hoffmann
O ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) provocou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pelas redes
sociais nesta segunda-feira (11/11), após a petista criticar um artigo
publicado por ele na imprensa.
Sem citar Gleisi,
Bolsonaro escreveu no X que “a amante está raivosa”. A indireta, segundo
interlocutores do ex-presidente, seria uma referência grosseira ao apelido
atribuído a petista na chamada “lista da Odebrecht”.
A “provocação” de
Bolsonaro, explicam aliados, teria sido uma resposta à crítica feita por Gleisi
ao artigo do ex-presidente intitulado “Aceitem a Democracia”, publicado em um
jornal de grande circulação nacional.
No texto, Bolsonaro
defende que a população tem optado democraticamente por políticos de direita,
como no caso da eleição de Donald Trump, e que é a esquerda que não aceita os
resultados quando lhe são desfavoráveis.
Gleisi comparou o
artigo de Bolsonaro a um assassino defendendo o direito à vida. A presidente do
PT disse que o antigo mandatário “prega o ódio e pratica a violência contra
qualquer opositor”.
“É como apagar da
memória do país que o inelegível chefiou uma tentativa de golpe armado contra o
presidente eleito, com gente que planejava o sequestro dos presidentes da
República e do STF; que tentou sabotar o processo eleitoral e fraudar o
resultado. Ele é o chefe de uma extrema direita que prega o ódio e pratica a
violência contra qualquer opositor, até mesmo em seu campo. É repugnante essa
tentativa de normalizar um extremista”, disse Gleisi.
• Ministros do STF e TSE consideram
improvável que Bolsonaro reverta inelegibilidade até 2026
Segundo fontes ouvidas
pelo UOL, é nula a chance de Jair Bolsonaro conseguir reverter sua atual
situação para concorrer nas próximas eleições presidenciais.
Ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consideram
improvável que o ex-presidente Jair Bolsonaro consiga reverter sua condição
inelegível para disputar as eleições de 2026.
Segundo informou o
portal UOL, citando declarações dadas em anonimato, integrantes das duas cortes
afirmaram ser nula a chance de reverter a situação do ex-presidente.
Ex-presidente Michel
Temer fala com a imprensa no 1° Congresso Brasileiro de
A afirmação contraria
as esperanças cultivadas por aliados de Bolsonaro de que o ex-presidente
pudesse ser eleito novamente nas próximas eleições presidenciais, na esteira da
eleição de Donald Trump nos EUA. Segundo o UOL, alguns aliados avaliam que diante
da eleição de Trump, o STF não resistirá à pressão de suspender a
inelegibilidade do ex-presidente.
Bolsonaro está
inelegível desde junho de 2023, após ministros do TSE votarem a favor da
condenação em um julgamento que acusa o ex-presidente de abuso de poder e uso
indevido dos meios de comunicação.
O caso remete ao
discurso feito por Bolsonaro a embaixadores em 18 de julho de 2022, poucos
meses antes das eleições presidenciais, no qual lançou dúvidas sobre o processo
eleitoral brasileiro e contestou o uso das urnas eletrônicas no país sem
apresentar provas.
Fonte: Brasil
247/Metrópoles/Sputnik Brasil
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