quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Heba Ayyad: Uma análise inicial da política externa de Trump

Ao analisar a política externa do presidente eleito Donald Trump, partimos de dois pressupostos. O primeiro é que ele é inconstante e, muitas vezes, toma decisões sem premeditação ou avaliação das consequências. Qualquer pessoa que deseje descrever Trump com uma única palavra recorre ao termo “imprevisível”, o que indica que ele é uma pessoa temperamental, cujas decisões não podem ser previstas ou antecipadas.  

O segundo pressuposto é que ele tentará construir para si uma nova imagem, um pouco diferente daquela do seu primeiro mandato, mas não necessariamente rompendo completamente com ela. Isso se deve, possivelmente, à sua obsessão com o legado que deseja deixar e pelo qual quer ser lembrado após sua partida.  

O quadragésimo sétimo presidente dos Estados Unidos foi eleito não por causa de sua popularidade absoluta, mas como resultado de uma punição coletiva ao Partido Democrata. Os resultados indicam que Trump não obteve um aumento significativo de votos em relação às eleições de 2020, com apenas cerca de 476 mil votos adicionais. Por outro lado, Kamala Harris perdeu aproximadamente dez milhões de votos em comparação com o número obtido por Joe Biden em 2020.  

Uma análise rápida das nomeações anunciadas pelo presidente eleito aponta para a direção da política externa de sua nova administração, especialmente na região do Oriente Médio. Entre os indicados, estão Mike Waltz como embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Alice Stefanik, e Mike Huckabee como embaixador dos EUA em Israel. Há também a possibilidade de que a chefia do Departamento de Estado seja assumida por Mike Rubio. Isso destaca que os principais articuladores da política externa são alguns dos mais fervorosos defensores da entidade sionista, bem como apoiadores das ações em Gaza, sem esforços para reduzir ou proibir as quantidades e os tipos de armamentos utilizados.  

Uma revisão das nomeações anunciadas pelo presidente eleito indica que os mais ferozes defensores da entidade sionista, apoiadores dos massacres em Gaza e do fracasso na redução das quantidades de armamentos, são aqueles que controlam as articulações da política externa.

O presidente eleito enfrenta agora quatro grandes crises que impõem desafios urgentes à sua presidência: a guerra entre Rússia e Ucrânia, a guerra de aniquilação em Gaza, o conflito mais amplo no Oriente Médio — envolvendo Líbano, Síria, Iêmen, Iraque e Irã — e, por último, o desafio que a China representa à hegemonia estadunidense, especialmente em relação às novas alianças que buscam impor um sistema internacional multilateral, como o grupo BRICS+, a Organização de Cooperação de Xangai, o G20 e outros. Gostaria de fazer algumas observações preliminares sobre a política externa em relação ao Oriente Médio, abrangendo os aspectos mencionados acima. Como já dissemos, espera-se que, desta vez, Trump seja mais criterioso na escolha de seus assessores e do pessoal encarregado da política externa, considerando a lealdade pessoal como um dos critérios importantes para as nomeações, de forma a manter controle total sobre os assuntos, sem disputas e demissões, como ocorreu anteriormente.

<><> Gaza e Palestina

Se a administração Biden não conseguir, em seus últimos dias, pôr fim à guerra em Gaza e no Líbano, Trump será obrigado a lidar com este ponto crítico e explosivo, especialmente com a tragédia humanitária em Gaza. Ele buscará interromper a guerra, mas de uma maneira que agrade a Netanyahu, particularmente por meio da libertação de reféns e da prevenção do retorno do Hamas ao poder em Gaza. Trump poderá aceitar mudanças fundamentais nas fronteiras de Gaza, inicialmente conferindo a Israel um papel central na segurança, na reconstrução e no retorno dos deslocados. Ele também mencionou a necessidade de encerrar a guerra em Gaza, alegando em agosto passado que disse ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para "declarar vitória" rapidamente, pois "a matança precisa parar".

Espera-se que Trump apoie a decisão de Israel de proibir a UNRWA, eliminando completamente o papel da agência e suspendendo qualquer apoio material à mesma. Vale destacar que, em seu mandato anterior, ele cortou o financiamento à agência, alterando uma política dos EUA que a sustentou por mais de 68 anos. Isso provavelmente gerará um forte ponto de discórdia com a União Europeia e a comunidade internacional, que apoiam amplamente a UNRWA.

Quanto à solução de dois Estados, Trump pode retomar o “Acordo do Século”, mas introduzindo alterações favoráveis a Israel. Ele pode adotar uma postura mais permissiva em relação à expansão dos assentamentos e à anexação de partes essenciais da Cisjordânia, especialmente o Vale do Jordão e áreas estratégicas de Jerusalém, como a área E-1. Além disso, ele pode revogar o Acordo de Custódia Hachemita sobre os locais sagrados cristãos e islâmicos em Jerusalém. O Estado palestino seria reduzido a uma entidade fragmentada, composta por enclaves e postos avançados conectados por uma faixa subterrânea ao que restar de Gaza. Trump não se importará se os palestinos chamarem essas áreas de "Estado". É possível que alguns líderes palestinos ligados às forças de segurança israelenses-americanas aceitem tal proposta.

<><> Irã

Falando aos jornalistas em setembro passado, Trump afirmou estar aberto a fechar um novo acordo com o Irã para impedir o país de desenvolver uma arma nuclear. Ele declarou: “Temos de concluir um acordo, porque as consequências são impossíveis”. Segundo ele, é isso que o Irã deseja e busca seriamente. Essa tendência pode abrir portas para a formação de um novo Oriente Médio, baseado na paz, no desenvolvimento e na prosperidade.  

Essa iniciativa exige que os Estados Unidos retirem suas bases do Iraque e da Síria, que hoje representam focos de desafios e conflitos, levando as forças de resistência a atacá-los repetidamente. Não há dúvida de que a nova liderança iraniana pretende virar a página das sanções, iniciar uma fase de cooperação com os países vizinhos e com os Estados Unidos, e abandonar o eixo da resistência, desde que consiga garantir a segurança do país e de seu programa nuclear pacífico. Caso contrário, não haverá força capaz de impedir o Irã de desenvolver suas capacidades armamentistas.  

O regime iraniano tem o direito de trabalhar para se proteger das constantes ameaças israelenses à sua existência, além do perigo representado pelas bases militares americanas espalhadas pelos países vizinhos. No entanto, o Irã, “provocativo e ameaçado por Israel e pelos Estados Unidos”, continuou desenvolvendo seu programa nuclear e está perto de produzir armas. Não se descarta a possibilidade de Israel realizar grandes operações provocativas com o objetivo de envolver a administração Trump em uma guerra abrangente contra o Irã, visando destruir suas capacidades nucleares.  

Por grandes operações provocativas, entende-se ações como atingir o Líder Supremo Khamenei, bombardear instalações petrolíferas essenciais ou atacar instalações relacionadas ao programa nuclear. Tais ações poderiam forçar o Irã a reagir com força massiva, incluindo ataques a alvos estratégicos como o Complexo de Dimona, o fechamento do Estreito de Ormuz ou bombardeios de instalações vitais em países aliados dos Estados Unidos na região. Esse cenário é o que Israel almeja: uma guerra abrangente que ele desencadearia, atraindo os Estados Unidos e forçando os países árabes a se juntarem como instrumentos e combustível do conflito.  

<><> Estados do Golfo

Todos os planos anteriores poderão fracassar se houver uma posição séria, real e sólida dos três principais países árabes: Arábia Saudita, Egito e Jordânia. Se a liderança saudita levar realmente a sério a ideia de não normalizar as relações com Israel, exceto mediante a definição das características, da história e das fronteiras do Estado palestino, com apoio egípcio e jordaniano, além de outros países islâmicos influentes como Turquia, Indonésia e Paquistão, Trump e seus conselheiros poderiam reconsiderar o plano anterior. Nesse caso, o “acordo do século”, em sua nova configuração, seria baseado no estabelecimento de um Estado palestino em troca de uma ampla normalização árabe-islâmica liderada pela Arábia Saudita, abrangendo desde a Indonésia até a Mauritânia.  

Acreditamos que Trump começará a tratar da guerra russo-ucraniana, que ele considera uma ameaça à segurança nacional. Se ele conseguir apagar os incêndios na Europa Oriental, isso poderá lhe dar o ímpeto necessário para dedicar mais atenção ao Oriente Médio. Ele poderá ouvir o conselho de alguns amigos árabes, caso tenha algum, para juntos enfrentarem as questões do Oriente Médio.  

Primeiro, seria necessário extinguir os conflitos, depois tratar de questões humanitárias e de reconstrução urgentes, e por fim apelar por uma solução abrangente, duradoura e justa que garanta aos palestinos o direito à liberdade, dignidade e independência nacional, com Jerusalém como capital. Do contrário, a série de conflitos continuará.

"Está se expandindo, e todos estão pagando o preço, inclusive o povo estadunidense."

 

¨      Uma nova era começa. Os “tech bros” da América agora desfilam nos corredores do poder. Por Carole Cadwalladr

Em retrospectiva, 2016 foi o início do início. E 2024 é o fim desse início e o começo de algo muito, muito pior.

Tudo começou como uma fenda no espaço da informação, uma percepção nascente de que o mundo como o conhecíamos (estável, sustentado por fatos, cercado por evidências) era agora um rasgo no tecido da realidade. E a turbulência que Trump está prestes a desencadear, juntamente com dor, crueldade e dificuldade, é possível porque é onde já vivemos: no caos da informação.

Já faz exatamente oito anos desde que percebemos que havia correntes invisíveis fluindo sob a superfície de nosso mundo. Ou talvez eu deva falar por mim. Foi quando percebi. Uma semana antes da eleição presidencial dos EUA de 2016, notei uma estranha constelação de eventos e pesquisei no Google “disrupção tecnológica” + “democracia”, não encontrei um único resultado e propus um artigo ao meu editor.

Foi publicado em 06-11-2016. Nele, citei a “hipótese do deslizamento tecnológico”, um conceito inventado por Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, que cunhou o termo “disrupção” – um processo incessantemente fetichizado nos círculos de tecnologia, no qual um pequeno iniciante como a Microsoft poderia derrubar um colosso como a IBM.

Quem quer que ganhasse, escrevi, esta eleição representava “a Grande Disrupção. Com Trump como o Grande Disruptor.” E, para completar, lancei algumas perguntas: “A democracia sobreviverá? A OTAN? É possível uma eleição livre e justa em um mundo pós-verdade?”

Esse artigo foi o começo da minha própria queda no buraco do coelho de Alice no País das Maravilhas, e o reli com o conhecimento desalentador de que esse próximo mandato presidencial pode, ainda, fornecer essas respostas. Se parece que estou me gabando, bem que eu gostaria. Não é exatamente um “eu avisei”; é um lembrete de aniversário de oito anos para que acordemos. E um aviso: a primeira fase desse processo está agora completa. E precisamos entender o que isso significa.

Passamos esses oito anos aprendendo um novo léxico: “desinformação”, “fake news”, “microtargeting”. Aprendemos sobre a guerra de informação. Como jornalistas, nós, assim como os investigadores do FBI, usamos evidências para mostrar como as redes sociais eram uma “superfície de ameaça” vulnerável que agentes mal-intencionados, como a Cambridge Analytica e o Kremlin, poderiam explorar. Teses de doutorado foram escritas sobre a transformação das redes sociais em armas. Mas nada disso nos ajuda agora.

Já existe um subcomissão judicial sobre a “transformação do governo federal em arma” no Congresso para investigar o “complexo industrial de censura” – a ideia de que as grandes empresas de tecnologia estão “censurando” vozes republicanas. Nos últimos 18 meses, ele tem convocado acadêmicos. Na semana passada, Elon Musk tuitou que a próxima etapa seria “processos criminais”. Um amigo meu, professor em uma Ivy League que está na lista, me envia uma mensagem dizendo que o dia em breve chegará “em que terei que decidir se fico ou vou embora”.

A lista de inimigos de Trump não é teórica. Ela já existe. Meu amigo está nela. Em 2022, Trump anunciou uma ordem executiva do “primeiro dia” instruindo “o Departamento de Justiça a investigar todas as partes envolvidas no novo regime de censura online e a processar agressivamente quaisquer crimes identificados”. E meus amigos em outros países sabem exatamente aonde isso leva.

Outra mensagem chega de Maria Ressa, a jornalista filipina ganhadora do Prêmio Nobel. Nas Filipinas, o governo é modelado nos moldes americanos, e ela escreve sobre o que aconteceu quando o presidente Duterte controlou todos os três poderes do governo. “Seis meses depois que ele assumiu o cargo, nossas instituições desmoronaram”. E então ela foi presa.

O que fizemos durante a primeira onda de disrupção, 2016-2024, não funcionará agora. Você pode “armar” as redes sociais quando as redes sociais são a arma? Lembra do filósofo Marshall McLuhan – “o meio é a mensagem”? Bem, o meio agora é Musk. O homem mais rico do mundo comprou uma plataforma de comunicação global e é agora o chefe de estado sombra do que foi a maior superpotência do mundo. Essa é a mensagem. Você já entendeu?

A hipótese do deslizamento tecnológico agora faz sentido? De como uma pequena inovação pode eventualmente interromper uma marca de legado? Essa marca é a verdade. É a evidência. É o jornalismo. É a ciência. É o Iluminismo. Um conceito de nicho que você encontrará atrás de um paywall no New York Times.

Você tem uma assinatura? Aproveite seu noticiário limpo, higiênico e verificado. Depois venha comigo para os esgotos da informação, onde vamos atravessar a sujeira que todos os outros consomem. Trump é cólera. Seu ódio, suas mentiras – é uma infecção que está agora na água que bebemos. Nosso sistema de informação é como as ruas fétidas de Londres antes do milagre vitoriano do saneamento. Corrigimos isso com engenharia. Mas não corrigimos isto: tivemos oito anos para responsabilizar o Vale do Silício. E falhamos. Totalmente.

Porque isto, agora, não é política no sentido que entendemos. Os jovens que apoiaram Trump estavam votando tanto em whey protein e levantamento de peso quanto em um criminoso condenado de 78 anos. Estavam votando em bitcoin e agachamentos com peso. Em vídeos curtos do YouTube e transmissões do Twitch. Em “podcast bros”, “crypto bros” e “tech bros” e o bro dos bros: Elon Musk.

A mídia social é agora a mídia mainstream. É onde a maioria do mundo obtém suas notícias. Embora quem se importe com notícias? É onde o mundo obtém seus memes e piadas e consome suas tendências mutantes. Esqueça “cultura da internet”. A internet é cultura. E é aqui que esta eleição foi travada e vencida… muito antes que uma única pessoa votasse.

Steve Bannon estava certo. A política está a jusante da cultura. Chris Wylie, o denunciante da Cambridge Analytica, citou seu antigo chefe para mim em nossa primeira conversa telefônica. Eleições estão a jusante de homens brancos conversando em plataformas que homens brancos construíram, alimentados por algoritmos invisíveis que nossos “broligarchs” controlam. Esta é a cultura agora.

As reportagens do Observer sobre o Facebook e a Cambridge Analytica pertencem à velha ordem mundial. Uma ordem que terminou em 06-11-2024. Essa foi a primeira onda de disrupção algorítmica que nos deu o Brexit e o primeiro mandato de Trump, quando nossas normas baseadas em regras rangiam, mas ainda se aplicavam.

O desafio agora é entender que esse mundo se foi. Mark Zuckerberg largou o terno, deixou crescer o corte de cabelo “Caesar” e comprou uma corrente de ouro estilo rapper. Ele disse que um de seus maiores arrependimentos é ter se desculpado demais. Porque ele – como outros no Vale do Silício – leu os sinais. Peter Thiel, cofundador do PayPal, se esgueirando nas sombras, garantiu que seu homem, JD Vance, entrasse na chapa presidencial. Musk fez uma aposta no estilo do Vale do Silício apostando tudo em Trump. Jeff Bezos, atrasado para a festa, pulou no barco a poucos dias do final, garantindo que o Washington Post não endossasse nenhum candidato.

Esses “bros” sabem. Eles não têm mais medo de jornalistas. Agora, os jornalistas aprenderão a temê-los. Porque isto é oligarquia agora. Esta é a fusão do poder estatal e comercial em uma elite dominante. Não é coincidência que Musk repita os pontos de discussão do Kremlin e converse com Putin ao telefone. O caos da Rússia dos anos 90 é o modelo; bilhões serão feitos, pessoas morrerão, crimes serão cometidos.

Nosso desafio é perceber que o primeiro ciclo de disrupção está completo. Passamos para o outro lado do espelho. Estamos todos atravessando os esgotos da informação. Trump é um bacilo, mas o problema são os canos. Podemos e devemos corrigir isso.

 

¨      Efeitos do deslumbramento de Milei por Trump. Por Márcia Carmo

Na noite de quinta-feira, o presidente argentino Javier Milei voltou a demonstrar seu deslumbramento por Donald Trump. Milei fez questão de participar da Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC), encontro de conservadores promovido por Trump em sua mansão de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida. Na festa de abertura, os dois se abraçaram e, sorridentes, trocaram elogios.

Para Trump, Milei é seu “presidente favorito” e está realizando um governo “admirável”. Nesta sexta-feira, após sua palestra, Milei dançou ao som de YMCA, do Village People, que foi o ‘hino’ da campanha trumpista. E disse: “É uma alegria saber que nos Estados Unidos o senso comum e a razão primaram sobre o delírio comunista”. O argentino tem afinidade ideológica com Trump e considera o empresário Elon Musk, da rede X e outras empresas, aliado do presidente eleito, um “amigo”. 

A expectativa de Milei é que Trump ajude a Argentina a conseguir um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no ano que vem. O valor do novo empréstimo poderia rondar US$ 18 bilhões, de acordo com economistas. Os Estados Unidos têm voto decisivo no diretório do organismo internacional. A posse de Trump será em janeiro. 

Enquanto isso, Milei intensifica suas medidas ‘libertárias’, em sintonia com o que acredita que seu ídolo fará depois que assumir a Casa Branca. Nesta semana, o presidente argentino determinou que a delegação do país na conferência sobre mudanças climáticas COP-29, no Azerbaijão, abandonasse o encontro. A delegação de apenas quatro técnicos o obedeceu. 

Foi a primeira vez que a Argentina deixou uma conferência de meio ambiente. Trump também abandonou o Acordo de Paris quando foi presidente pela primeira vez. Os dois presidentes negam o aquecimento global e as pautas sobre proteção do meio ambiente. O governo Milei rejeitou ainda, nesta semana, uma resolução das Nações Unidas relativa a uma proposta da Bolívia e do Equador para proteger as comunidades indígenas e o meio ambiente. Foi uma semana de ratificação dos pensamentos de Milei. 

Na ONU, a Argentina foi também o único país a votar contra o combate à violência contra as mulheres. Assim que tomou posse, Milei eliminou o Ministério do Meio Ambiente e pouco depois o das Mulheres. 

Para completar, pouco antes de embarcar para o encontro com Trump, Milei disse a uma emissora de rádio de Buenos Aires que pretende que a Argentina assine acordo de livre comércio com os Estados Unidos – o que vai contra os pilares do Mercosul, do qual a Argentina é, junto com o Brasil, um dos países fundadores. Vai ser importantíssimo (para o Brasil, o Mercosul e o planeta) acompanhar atentamente os passos e efeitos da dupla Milei-Trump.

 

Fonte: Brasil 247/The Guardian/Sputnik Brasil

 

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