Andrew Fishman: ‘Os melhores ladrões de
eleições ou a ‘maior democracia do mundo’?’
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¨ Falsa democracia: presidentes dos EUA sofrem mais atentados que
o 'comum'; confira os mais marcantes
A história eleitoral
dos Estados Unidos é marcada por episódios de violência que desafiam o ideal
democrático do país. Desde que a nação foi fundada, presidentes, candidatos e
figuras políticas têm sido alvos de atentados e assassinatos, refletindo um
clima de tensão e polarização.
Recentemente, Donald
Trump foi alvo de violência durante sua presidência e em eventos relacionados à
sua candidatura.
O ataque ao Capitólio
em 6 de janeiro de 2021, embora não um atentado direto, simboliza a escalada da
violência política nos Estados Unidos, muitas vezes capitaneada pelas próprias
lideranças, fazendo da frágil democracia norte-americana um exemplo do que não
seguir em termos ocidentais.
Confira os casos mais
memoráveis:
Ainda no século XIX,
destaca-se o assassinato de Abraham Lincoln, em 1865. Enquanto assistia a uma
peça no Teatro Ford, em Washington, o 16º presidente americano foi atingido por
tiros disparados por John Wilkes Booth. O impacto desse ato de violência reverberou
por toda a nação.
O século XX não ficou
imune a essa violência. William McKinley, o 25º presidente, foi assassinado em
1901 por Leon Czolgosz durante uma exposição em Buffalo, Nova York. McKinley
morreu dias após o ataque, um ato que escandalizou a sociedade americana.
Outro marco trágico
ocorreu em 1963, quando John F. Kennedy, o 35º presidente, foi assassinado em
Dallas, Texas, por Lee Harvey Oswald. Esse evento não apenas chocou a nação,
mas também deixou uma marca indelével na história americana.
Além dos presidentes,
outros líderes políticos enfrentaram tentativas de assassinato. Em 1981, Ronald
Reagan sobreviveu a um atentado em Washington, quando John Hinckley Jr.
disparou várias vezes, ferindo o presidente e outros ao redor.
Esses episódios
revelam a complexa relação entre política e violência na história eleitoral
americana, desafiando o conceito de uma democracia estável e segura. A
persistência desse fenômeno sugere que a luta por uma política civilizada e
democrática é uma batalha em aberto.
¨ 'Truques do ofício': como a Casa Branca e a mídia tradicional
inventam narrativas pró-democratas
Donald Trump anunciou
recentemente que pretende processar a CBS News em US$ 10 bilhões (R$ 10,7
bilhões), alegando que a edição da entrevista de Kamala Harris no programa 60
minutos constitui "interferência eleitoral".
Em um movimento
paralelo, os republicanos da Câmara dos Representantes realizam uma
investigação sobre como a Casa Branca teria editado um comentário onde o
presidente Joe Biden chama de "lixo" apoiadores de Trump. Segundo os
parlamentares, isso pode representar uma violação legal.
O partido Republicano
alega que tanto a Casa Branca quanto a mídia estão engajadas em mostrar Biden e
Harris de forma mais favorável à medida que o dia da eleição se aproxima. Isso
parece ser parte de uma tendência maior de colaboração entre a imprensa e a
equipe da Casa Branca que já está em andamento há algum tempo.
Em meados de agosto, o
The National Interest criticou duramente a grande mídia dos EUA pelo que chamou
de "rebranding" de Kamala Harris. A publicação destacou que Harris
recebeu "perfis de capa glamorosos" e cobertura positiva, apesar de
seus índices de aprovação historicamente baixos como vice-presidente e sua
incapacidade de lidar com a crise fronteiriça após ser nomeada por Biden como
"czar da fronteira".
Já em meados de
outubro, o âncora da Fox News, Bret Baier, confrontou Harris com uma série de
perguntas desafiadoras sobre imigração, sua agenda econômica e seu histórico de
vice-presidente. Essa linha de questionamento levou os assessores de Harris a
interromper a entrevista após menos de 30 minutos.
Anteriormente, a Casa
Branca já vinha minimizando e tratando de forma branda as "gafes" de
Joe Biden, incluindo a que diz respeito à "defesa militar" dos EUA em
Taiwan.
Em julho, a Civic
Media, uma estação de rádio em Milwaukee, reconheceu que havia feito duas
edições em uma gravação no dia 3 daquele mês de uma entrevista com Biden que
foi ao ar mais tarde, após um pedido de sua campanha. Esta entrevista foi ao ar
logo após o fraco desempenho de Biden em seu debate de 27 de junho contra
Trump.
A primeira edição
dizia respeito à alegação de Biden de que seu governo incluía mais autoridades
negras do que "todos os outros presidentes juntos". A segunda edição,
por sua vez, removeu seus comentários sobre o pedido de Trump pela pena de morte
para os adolescentes do Central Park Five, que foram posteriormente exonerados.
No início de julho,
Andrea Lawful-Sanders, apresentadora da rádio WURD da Filadélfia, conduziu uma
entrevista a parte com Biden e mais tarde admitiu que quatro das oito perguntas
feitas por ela foram elaboradas pelos assessores de Biden. Michael LaRosa, ex-secretário
de imprensa da primeira-dama Jill Biden, comentou ao Axios que a prática de
"pré-enviar perguntas" para os entrevistados tem sido uma estratégia
da equipe de Biden há muito tempo.
Em fevereiro de 2024,
a Casa Branca pressionou a Fox News para revisar sua cobertura de alegações de
corrupção contra o presidente Biden, argumentando que as denúncias eram
baseadas em dados enganosos fornecidos pelo informante do FBI Alexander
Smirnov, que supostamente inventou as acusações contra o presidente.
A Fox News recusou o
pedido, citando casos de corrupção mais amplos apresentados pelos
investigadores da Câmara sobre a família Biden.
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Como
Trump Financia a Corrida Presidencial sem Um Centavo do Próprio Dinheiro
Já se passaram mais de
30 anos desde que o Trump Shuttle encerrou suas atividades, mas Donald Trump
encontrou uma maneira de ganhar dinheiro fácil enquanto faz campanha: com a
aviação.
Até o final de
setembro, a campanha do ex-presidente e os comitês políticos que apoiam sua
candidatura pagaram US$ 7,1 milhões (R$ 41 milhões) para os negócios de Trump,
de acordo com registros da Comissão Eleitoral Federal (FEC). A maior parte
desses pagamentos, US$ 5,9 milhões (R$ 34 milhões), foi pelo uso do Boeing 757
de 1991 de Trump. No total, 16 empresas pertencentes ao ex-presidente receberam
dinheiro de seus comitês políticos por serviços que também incluem hospedagem,
alimentação, transporte terrestre e estacionamento.
Uma parte
significativa desse montante provavelmente teve origem no dinheiro dos
contribuintes. O Serviço Secreto, que precisa viajar com o ex-presidente e
atual candidato à presidência, pagou US$ 1,6 milhão (R$ 9 milhões) à campanha
de Trump por viagens aéreas até 30 de setembro. A campanha, por sua vez, paga à
Trump Organization pelo uso de seu avião. Esse valor deve aumentar: a agência
deve à Donald J. Trump for President 2024, Inc. mais US$ 2,9 milhões (R$ 16
milhões), de acordo com um registro da FEC. A campanha de Trump também paga a
empresa do candidato pelo uso do avião.
Mar-a-Lago, o clube
privado e residência de Trump em Palm Beach, na Flórida, tem sido seu segundo
maior gerador de receita, arrecadando US$ 907.000 (R$ 5 milhões). Mais de 40%
desse total foi pago pelo Comitê Conjunto de Arrecadação de Fundos Save America
de Trump em um único dia de fevereiro pelo aluguel do clube e catering. O clube
de golfe de Trump em Bedminster, Nova Jersey, onde ele reside durante o verão,
recebeu US$ 106 mil (R$ 613 mil).
A maior parte dos
pagamentos — 144 das 183 transações, totalizando US$ 5,5 milhões (R$ 31
milhões) — veio da campanha de Trump. Seu fundo de arrecadação (PAC), batizado
de Save America, contribuiu com mais US$ 377 mil (R$ 2 milhões), enquanto três
comitês de arrecadação conjunta que beneficiam sua campanha foram responsáveis
pelo restante.
Esses US$ 7,1 milhões
(R$ 41 milhões), é claro, não incluem os US$ 60 milhões (R$ 346 milhões) que
Trump direcionou de seu PAC de liderança para cobrir despesas legais, embora
isso certamente ajude a manter suas obrigações sob controle.Em uma declaração,
Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha, não abordou os pagamentos
políticos de Trump para suas empresas.
“O presidente Trump se
afastou de seu império imobiliário de bilhões de dólares para se candidatar ao
cargo e abriu mão de seu salário do governo, tornando-se o primeiro presidente
a realmente perder patrimônio líquido enquanto servia na Casa Branca”, disse
Leavitt. “Ao contrário da maioria dos políticos, o presidente Trump não entrou
na política por lucro — ele está lutando porque ama o povo deste país e quer
fazer a América grande novamente.”
Trump, é claro, não se
afastou realmente de seus negócios enquanto estava no cargo. Na verdade, ele
apenas colocou seus ativos em um truste revogável do qual era o único
beneficiário.
Embora ele tenha
renunciado ao seu salário, o pagamento anual de US$ 400 mil (R$ 2,3 milhões)
era uma quantia insignificante em comparação com a quantia de dinheiro público
que ele direcionou para seus negócios. E, embora seu patrimônio líquido tenha
diminuído enquanto ele estava no cargo, isso foi mais resultado de suas
decisões de investimento do que de qualquer sacrifício em nome da nação. Além
disso, ele conseguiu alavancar seu capital político em um aumento muito maior
após a Casa Branca, graças à sua participação majoritária no Truth Social.
Fonte: The Intercept/Sputnik
Brasil
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