Economia, imigração e aborto: como 3
temas-chave das eleições nos EUA favorecem ou prejudicam Trump e Kamala
"A economia,
idiota".
Esta folclórica frase
do assessor político James Carville orientou a campanha de Bill Clinton rumo à
Casa Branca, em 1992. E poderia ser facilmente o lema da disputada corrida
presidencial de 2024, entre o republicano Donald Trump e a
democrata Kamala
Harris.
A economia é o tema que
mais interessa aos eleitores nos Estados Unidos – e
o que mais irá influenciar sua decisão, na hora de comparecer às urnas.
Uma pesquisa do
instituto Gallup, publicada em 9 de outubro, indica que a economia é o
principal assunto desta eleição, de um total de 22 temas, e "pode ser um
fator importante para 9 em cada 10 eleitores".
As campanhas de Trump
e Harris sabem muito bem disso e colocaram a economia no centro da agenda
eleitoral, ao lado de outros temas como o aborto e a imigração.
Mas qual será o peso
real destes tópicos? E até onde eles poderão influenciar o resultado das
eleições?
Detalhamos a resposta
abaixo – e incluímos a possível influência de outro tema espinhoso imposto pela
política externa à atual campanha: a crise no Oriente Médio e a guerra na Faixa de Gaza.
·
Votando com o bolso
Em abril de 2021, a
inflação nos Estados Unidos atingiu 4,2% e continuou a subir, até chegar ao
teto de 9,1%, em junho de 2022. Foi a maior taxa em 40 anos, muito acima dos 2%
estabelecidos como meta pelo Federal Reserve, o banco central americano.
Desde então, o índice
de preços ao consumidor diminuiu sensivelmente, até chegar a 2,4% em setembro
passado.
Por outro lado, a taxa
de desemprego está agora em 4,1% e vem se mantendo abaixo de 5% desde setembro
de 2021. Os especialistas consideram que este nível indica uma situação de
pleno emprego.
Mesmo assim e
considerando que o país não entrou em recessão, como temiam muitos
especialistas, os americanos ainda estão preocupados com a economia, como
comprovam as pesquisas.
No estudo do Gallup,
90% dos consultados destacaram que a economia é "muito importante" ou
"extremamente importante". E este é o único tema em que a maioria
(52%) concorda que é "extremamente importante".
Esta é a primeira vez,
desde a crise financeira de 2008, que a maioria dos eleitores considera a
economia "extremamente importante" na hora de decidir seu voto
(naquele ano, o índice foi de 55%).
Uma análise publicada
em setembro pelo think tank (centro de pesquisa e debates) Pew Research Center
também destacou a economia como o tema central desta campanha: 81% dos
eleitores consultados afirmaram que a economia é "muito importante"
para sua decisão nesta eleição.
Mas qual candidato sai
favorecido desta situação?
Segundo o Gallup, 54%
dos eleitores acreditam que Donald Trump pode administrar melhor a economia do
que Kamala Harris.
"O motivo que
leva os eleitores a se aproximar de Trump, em grande parte, é simplesmente uma
reação contra o alto custo de vida", declarou à BBC News Mundo (o serviço
em espanhol da BBC) a assessora política republicana Liz Mair, presidente da empresa
de consultoria Mair Strategies. "As pessoas vão votar com o bolso."
A especialista explica
que, embora a inflação tenha ocorrido em muitos lugares do mundo e não possa
ser atribuída exclusivamente ao presidente Joe Biden, os eleitores acabam
responsabilizando o partido que está no governo.
"Como analista,
sei quanto tempo leva para que as medidas tenham efeito sobre a inflação e que
a metade da inflação que tivemos pode ser facilmente atribuída a Trump",
explica ela, "mas o que o eleitor médio considera é que ele viu subir
muito os preços em meados de 2022."
O pesquisador
republicano Whit Ayres, presidente da empresa de pesquisas North Star, destaca
que definir em quem os eleitores mais confiam para administrar a economia é um
dos indicadores mais importantes na hora das pesquisas eleitorais.
Neste momento, muitos
eleitores percebem que a economia com Trump antes da pandemia era melhor para
eles do que com Biden, segundo Ayres.
"E era para
muitas pessoas", explica ele. "As taxas de juros e das hipotecas eram
um terço do que são agora."
"Uma cesta básica
que custava US$ 100 [cerca de R$ 579] em 2019 agora custa US$ 125 [R$ 724].
Isso dificultou muito a vida das pessoas de baixa renda."
Sabendo do
descontentamento dos eleitores com a economia, Harris declarou que sua
prioridade será reduzir o custo dos alimentos e de moradia para as famílias de
trabalhadores.
Para isso, ela propõe
proibir a especulação com o preço dos alimentos e estabelecer uma ajuda de US$
25 mil (cerca de R$ 145 mil) para as pessoas que comprarem sua primeira
residência. A vice-presidente também pretende criar incentivos para aumentar a
oferta de moradias.
"Harris está
colocando ênfase na economia e na sua proposta de ajuda à classe média, para
tentar reverter a falta de confiança na gestão da economia, que, agora,
favorece Trump", destaca Ayres. "É exatamente o que ela precisa
fazer."
Por outro lado, Trump
prometeu "acabar com a inflação e fazer com que os Estados Unidos voltem a
ser um país [economicamente] acessível".
O ex-presidente também
propôs uma redução das taxas de juros – o que não é tarefa do Executivo, mas do
Federal Reserve, que é uma entidade autônoma. Ele também defende que sua
proposta de deportar milhões de imigrantes sem
documentos irá ajudar a reduzir as pressões sobre o custo da moradia.
"Os temas
econômicos e a imigração são os mais favoráveis para Trump", segundo
Ayres.
·
Calor na fronteira
A imigração e a
situação na fronteira são consideradas temas "muito importantes" ou
"extremamente importantes" para sete em cada 10 eleitores americanos,
segundo o Gallup.
"Tradicionalmente,
os democratas gostariam de colocar o foco na imigração, mas, desta vez, este
não é um bom tema para eles", explica Mair. "Mais do que uma reforma
migratória completa, os eleitores querem que seja reprimida a entrada de pessoas
pela fronteira."
Os Estados Unidos têm
um sistema migratório considerado "falho" por inúmeros analistas.
A economia do país
precisa dos imigrantes, mas o sistema dificulta muito sua entrada pelas vias
legais e não permite ao país definir qual tipo de imigrantes deseja receber.
Embora 66% de todas as
autorizações de residência sejam outorgadas a familiares de cidadãos americanos
ou residentes nos Estados Unidos, apenas 14% são concedidas por motivos
trabalhistas – quase o mesmo que para asilo e razões humanitárias (13%). Este é
um problema que já se arrasta há décadas.
Ao chegar à Casa
Branca, Biden tentou impulsionar uma reforma migratória, que não conseguiu
aprovação no Congresso.
O presidente tentou
eliminar muitas das medidas tomadas por Trump para reduzir a imigração. Algumas
delas foram consideradas racistas, como a proibição de viagem para
pessoas procedentes de países majoritariamente muçulmanos.
Mas, durante o governo
Biden, houve um grande aumento das tentativas de entrar nos Estados Unidos
através da fronteira com o México. Este número atingiu o nível recorde de 2,4
milhões em 2023, embora tenha caído substancialmente este ano.
Paralelamente,
surgiram imagens de milhares de migrantes em "caravanas", caminhando
através do México e da América Central em direção aos Estados Unidos. Estas
imagens e a presença visível de imigrantes em locais simbólicos como a Times
Square, em Nova York (em muitos casos, transportados em ônibus pagos por
governadores republicanos), serviram para alavancar o discurso republicano de
que não existe controle sobre as fronteiras.
É preciso acrescentar
que Trump acusa os imigrantes de "envenenar" o sangue do país e de serem responsáveis por um suposto aumento da
criminalidade – embora as estatísticas oficiais demonstrem que houve redução
dos crimes graves e que os imigrantes não costumam cometer mais delitos que os
próprios americanos.
Tudo isso influencia
as pesquisas – e 88% dos eleitores registrados apoiam o aumento da segurança na
fronteira. Este índice inclui 96% dos seguidores de Trump e 80% dos apoiadores
de Harris, segundo um estudo publicado este mês pelo Pew Research Center.
"As pessoas estão
preocupadas com o que acontece na fronteira", afirma Mair. "Elas
acham que foi muito mal administrado."
"A impressão é de
caos e anarquia e estes são os Estados Unidos. As pessoas supõem que deveríamos
ser capazes de fazer melhor as coisas."
Em relação a este
tema, Trump propõe terminar a construção do muro na fronteira com o México e
deportar os imigrantes sem documentos presentes no país.
Estas iniciativas
contam não só com o apoio dos eleitores republicanos, mas também de mais de um
terço dos eleitores hispânicos e 40% dos eleitores negros, segundo uma pesquisa
realizada pelo jornal The New York Times.
Os hispânicos e os
negros, historicamente, são dois grupos de eleitores fundamentais para os
democratas. A maioria ainda declara apoio a Harris, mas a vantagem frente a
Trump entre estes eleitores diminuiu, em comparação com a atingida por Hillary
Clinton, em 2016, e por Joe Biden, em 2020.
Durante a campanha,
Kamala Harris se baseou no seu passado, como procuradora-geral da Califórnia,
para garantir que irá proteger a fronteira, respeitando as leis e enfrentando
de forma rígida os grupos criminosos traficantes de drogas e pessoas.
A candidata democrata
também destacou que, este ano, houve uma proposta dos dois partidos no
Congresso, que teria permitido reforçar a segurança na fronteira. Entre seus
promotores, estava um legislador republicano.
Mas essa proposta foi
descartada a pedido de Donald Trump, que, segundo Harris, bloqueou a iniciativa
para se beneficiar eleitoralmente da situação na fronteira.
Segundo a pesquisa do
instituto Gallup, Trump tem uma vantagem de nove pontos percentuais sobre
Harris, na opinião dos eleitores sobre qual dos candidatos poderia administrar
melhor a imigração.
·
Aborto: o direito de
decidir
Quase sete em cada 10
eleitores (66%) consideram que o tema do aborto é "muito importante"
ou "extremamente importante", segundo a pesquisa do instituto Gallup.
Este tema esteve
presente há décadas nas campanhas eleitorais republicanas, que tentaram
reverter a sentença do caso Roe vs. Wade, de 1973. Foi nesta sentença que a
Suprema Corte consagrou o direito ao aborto em todo o território americano.
Esta foi uma das
promessas da campanha eleitoral de Donald Trump em 2016. E ele a cumpriu,
nomeando uma maioria de juízes conservadores para o tribunal máximo do país. E,
em 2022, uma nova sentença para o caso eliminou
a proteção federal que garantia o direito ao aborto.
"Depois de 50
anos de fracasso, sem que ninguém tivesse conseguido nada parecido, consegui
matar Roe vs. Wade, para grande surpresa de todos", escreveu o
ex-presidente em uma mensagem nas redes sociais, em 17 de maio de 2023.
Mas este triunfo
judicial da agenda republicana em 2022 logo se transformou em uma série de
derrotas eleitorais do partido sobre o tema, tanto nas eleições legislativas de
meio de mandato naquele mesmo ano, quanto em outras eleições em diferentes
Estados, como Ohio, Virgínia e Kentucky.
Nelas, os eleitores
demonstraram sua reprovação às normas extremamente restritivas de proibição do
aborto.
Nas eleições de 5 de
novembro, serão votadas propostas para proteger o direito ao aborto em pelo
menos 10 Estados. Apenas em um, haverá uma proposta para restringir este
direito.
Este é um tema que
favorece claramente os democratas e a candidatura de Kamala Harris. Segundo a
pesquisa do instituto Gallup entre os eleitores, a vice-presidente tem nove
pontos percentuais de vantagem sobre Donald Trump, quando a questão é quem
teria mais competência para administrar o tema do aborto. É uma percepção
compartilhada por 16% dos republicanos.
Liz Mair destaca que
Harris detém muitos pontos fortes nesta questão, incluindo o próprio fato de
ser mulher, sua formação jurídica e seu histórico como procuradora-geral.
Além de ser um tema
que mobiliza tradicionalmente os eleitores democratas, Mair acredita que o
aborto prejudica o apoio a Trump por
duas vertentes distintas nas fileiras republicanas.
Uma delas são as
mulheres conservadoras, que passaram décadas fazendo campanhas para conseguir a
proibição total do aborto. Agora, elas rejeitam as tentativas de moderação
feitas por Trump durante a campanha.
"Estas são as
pessoas que costumavam se oferecer como voluntárias para trabalhar na campanha,
fazendo ligações, visitas de porta em porta etc.", explica Mair.
"Agora, elas não
estão particularmente motivadas por Trump, pois sua retórica sobre o aborto faz
com que ele pareça, para elas, um grande partidário do aborto. Além disso, elas
já conseguiram o objetivo principal que sempre almejaram: a revogação do caso
Roe vs. Wade."
A outra vertente de
eleitoras republicanas que Trump estaria perdendo é a das mulheres republicanas
que, apesar de se declararem "pró-vida", mantêm posições mais
flexíveis em relação ao aborto.
Uma pesquisa da
organização sem fins lucrativos KFF indica que 79% das mulheres republicanas
apoiam leis que protejam o direito ao aborto, quando as pacientes tiverem
emergências médicas relativas à gravidez. Já 69% delas acreditam que o aborto
deve ser permitido em caso de estupro ou incesto.
No caso das mulheres
republicanas em idade reprodutiva (18 a 49 anos), 53% defendem a criação de uma
lei federal que garanta o direito ao aborto.
"Acredito que
existam muitas pessoas que normalmente votariam nos republicanos e talvez
deixem de votar nesta eleição, unicamente por causa deste tema", indica
Mair.
Considerando os
reveses sofridos pelos republicanos no tema do aborto nos últimos meses, Trump
vem tentando não fixar posição a respeito. Ele diz que esta é uma
responsabilidade dos Estados.
Por outro lado, Harris
defende o direito das mulheres a decidir sobre o aborto. Ela declarou que
deseja consagrar em lei as proteções antes outorgadas pelo caso Roe vs. Wade.
·
Israel, Gaza e o
Oriente Médio
O surpreendente ataque
do grupo palestino Hamas contra Israel, no dia 7 de outubro de 2023, deu início
à guerra na Faixa de Gaza e colocou a crise no Oriente Médio na agenda da
campanha eleitoral americana.
Menos de duas semanas
depois do ataque, grupos pró-palestinos nos Estados Unidos já haviam apelidado
o presidente Joe Biden de "Joe, o Genocida". E, em Michigan, surgiu
um movimento para pressionar o presidente (na época, candidato à reeleição) a
exigir o fim da guerra e retirar seu apoio a Israel.
Michigan é um Estado-pêndulo (um
dos Estados decisivos para a eleição presidencial cuja maioria se mantém
indefinida e pode ser revertida em relação à eleição passada) e tem a maior
proporção de cidadãos com ascendência árabe do país.
O chamado movimento
dos não comprometidos obteve mais de 100 mil votos nas eleições primárias do
Partido Democrata em Michigan. O número equivale a mais de 13% do total e é
significativo para um Estado onde Biden venceu em 2020 por apenas 150 mil
votos.
Ao longo das primárias
democratas, os não comprometidos somaram mais de 700 mil votos em todo o país.
Este movimento
esperava encontrar maior receptividade em Harris, quando ela assumiu a
candidatura democrata. Mas, embora ela tenha sido mais dura que Biden ao
criticar a condução da guerra em Gaza pelo governo israelense de Benjamin Netanyahu, ela não
colocou em dúvida, em nenhum momento, o apoio dos Estados Unidos a Israel.
Tanto é verdade que,
em agosto, nenhum porta-voz do movimento foi autorizado a se pronunciar na
Convenção Nacional do Partido Democrata, realizada em Chicago, no vizinho
Estado de Illinois.
Durante o evento,
Harris declarou que o sofrimento na Faixa de Gaza era desesperador. Ela
garantiu estar trabalhando para pôr fim à guerra, permitindo que os palestinos
possam exercer seus direitos com dignidade, segurança, liberdade e
autodeterminação. Paralelamente, seria mantida a segurança de Israel e os
israelenses sequestrados pelo Hamas seriam libertados.
Em meados de setembro,
o movimento dos não comprometidos anunciou que não irá apoiar a candidatura de
Kamala Harris, pois ela não respondeu ao pedido do grupo para que se reunisse
com as famílias palestino-americanas que perderam entes queridos durante a
guerra na Faixa de Gaza.
O grupo também
convocou seus seguidores a não votar em Donald Trump, nem em nenhum outro
candidato. Mas como isso afeta a corrida eleitoral?
Para os eleitores que
desejarem oferecer seu voto com base na sua empatia pela situação dos moradores
de Gaza, estas eleições representam um dilema considerável. Afinal, a corrida
parece tão disputada que poucos milhares de votos em uma ou outra direção podem
ser decisivos.
A questão é que,
embora a abstenção massiva dos não comprometidos possa definir a derrota de
Harris em Michigan, ela estaria, ao mesmo tempo, favorecendo a vitória de
Trump, que se autodenominou "protetor de Israel".
De fato, durante seu
governo, o ex-presidente tomou certas decisões que foram rejeitadas pelos
palestinos e pelo mundo árabe em geral, como o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a consequente mudança da Embaixada americana naquele
país.
A situação no Oriente
Médio também poderia afetar o voto dos judeus americanos, especialmente na
Pensilvânia, o maior dos Estados-pêndulo.
Estima-se que haja, na
Pensilvânia, cerca de 300 mil eleitores judeus. Este número representa 3% do
eleitorado local, segundo dados do Projeto sobre a População Judaica Americana
da Universidade Brandeis, de Massachusetts, nos Estados Unidos.
Estimativas do Pew
Research Center indicam que, em 2020, cerca de 70% dos judeus americanos
votaram em Joe Biden e 27%, em Donald Trump. E uma pesquisa do mesmo instituto,
realizada antes do debate deste ano, indicava
65% de apoio a Kamala Harris, contra 34% para Trump neste grupo.
Mas o voto dos judeus
americanos pode ser afetado não só pela situação no Oriente Médio, mas pela
percepção de que, no último ano, o antissemitismo nos Estados Unidos aumentou.
Uma consulta da
empresa de pesquisas NORC, realizada na segunda quinzena de agosto, concluiu
que 43% dos judeus americanos afirmam que o antissemitismo irá influenciar o
seu voto.
Dentro deste grupo,
17% declararam que, embora votem normalmente nos democratas, desta vez irão
apoiar os republicanos. Já 9% indicaram o inverso – embora votem normalmente
nos republicanos, irão votar nos democratas, nesta ocasião.
E sobre os demais
eleitores?
Bem, segundo a
pesquisa do instituto Gallup, 31% dos eleitores americanos consideram a
situação no Oriente Médio "extremamente importante", enquanto outros
33% a consideram "muito importante".
Mas estes dados devem
ser tomados com cautela. Historicamente, a política externa não é o fator
determinante das eleições nos Estados Unidos, especialmente quando não está em
jogo o envio de soldados americanos ao combate – como é o caso atual.
Neste sentido, uma
pesquisa publicada em agosto pelo Conselho de Chicago sobre Assuntos Globais
questionou especificamente qual a importância da guerra na Faixa de Gaza sobre
o voto nas eleições deste ano. E 17% dos pesquisados responderam que teria muita
importância, enquanto 30% declararam que teria bastante importância.
Segundo esta última
pesquisa, existem dois temas de maior peso na hora de votar. Um deles é a
proteção da democracia americana, com 81% (59% responderam que este tema tem
muita importância e 22%, certa importância).
Esta foi uma das
principais bandeiras da candidatura de Biden antes de se retirar e que continua
sendo empunhada por Harris, embora sem grande protagonismo.
O outro tema que os
eleitores consideram muito importante (58%) ou de certa importância (27%),
parafraseando James Carville, continua sendo...
... "A economia,
idiota".
Fonte: BBC News Mundo
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