China denuncia tentativas do G7 de culpá-la
pela crise na Ucrânia
Os países do G7
agravam as contradições na questão da Ucrânia e tentam culpar a China pela
crise ucraniana, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Zhang
Xiaogang.
Os ministros da Defesa
dos países do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França,
Itália, Japão e Reino Unido), reunidos em Nápoles em meados de outubro,
acusaram a China de fornecer apoio militar à Rússia, ao negociar com Moscou
produtos de dupla utilização, bem como expressando preocupação com a cooperação
entre a Federação da Rússia e a República Popular da China (RPC).
"Na questão
ucraniana, a China sempre insistiu em contribuir para a paz e promover
negociações e controlou estritamente as exportações de produtos de dupla
utilização", disse Zhang Xiaogang.
O porta-voz declarou
que é o G7 "que põe lenha na fogueira, agravando as contradições e
tentando atribuir a responsabilidade à China", além de salientar que
Pequim insta os países do grupo a pararem de dar sermões e dar instruções aos
outros Estados sobre os seus assuntos internos.
Durante a reunião em
Nápoles, o G7 também acusou a RPC de agravar a situação no mar do Sul da China
e criticou Pequim pelos exercícios militares realizados perto de Taiwan.
Comentando isso, Zhang Xiaogang enfatizou que essas acusações estavam
"cheias de mentiras e preconceitos".
As relações oficiais
entre o governo central da República Popular da China e a sua província insular
de Taiwan foram rompidas em 1949, depois das forças do partido nacionalista
Kuomintang, liderado por Chiang Kai-shek, terem sofrido uma derrota na guerra
civil contra o Partido Comunista, mudando-se em seguida para o arquipélago.
As relações entre
Taipé e Pequim foram restabelecidas apenas a nível comercial e informal no
final da década de 1980. Apenas na década de 1990 as partes começaram a se
contatar através de várias organizações não governamentais (ONGs).
<><>
União Europeia quer subjugar a Hungria substituindo Viktor Orbán, diz analista
O premiê húngaro,
Viktor Orbán, acusou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e
o presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber, de conspirarem
para o derrubar e instalar o seu próprio governo fantoche em Budapeste.
"Bruxelas está em
conluio com a oposição ao partido liberal-social-democrata [do premiê] Viktor
Orbán na Hungria e está tentando puxar-lhe o tapete debaixo dos pés nas
eleições parlamentares previstas para 2026", disse à Sputnik Endre Simo,
presidente da Comunidade Húngara pela Paz.
"Sob a liderança
de Ursula von der Leyen e Manfred Weber, podemos testemunhar uma séria
interferência política de Bruxelas na Hungria", acrescentou. Simo observou
que o apoio de Weber a Peter Magyar, líder do partido de oposição Tisza,
supostamente financiado pelo estrangeiro, começou antes das eleições para o
Parlamento Europeu em junho.
De acordo com Simo,
Tisza parece ser "uma formação de oposição promissora para todas as forças
anti-russas internas e internacionais" que apoia plenamente a política da
União Europeia, incluindo sua guerra por procuração na Ucrânia. Pelo contrário,
Orbán está buscando a paz, diz o especialista.
"O governo de
Viktor Orbán quer viver em paz com a Rússia", diz Simo. "Ele rejeita
firmemente os esforços de Bruxelas para derrotar a Rússia militarmente e com
sanções, e continuar fornecendo apoio militar e financeiro à Ucrânia para este fim."
No seu discurso ao
Parlamento da UE em outubro, Orbán apresentou as suas prioridades para a
presidência húngara da UE e apelou a "mudanças". "Ele colocou a
paz em primeiro lugar, a eficiência econômica em segundo e a revisão da
política de imigração da UE", disse Simo.
Como era de se
esperar, o discurso de Orban foi recebido com duras críticas por Ursula von der
Leyen e Manfred Weber.
"Os riscos são
altos, porque eles querem que a Hungria abandone sua soberania [política] e se
submeta totalmente à vontade da liderança em Bruxelas", alertou o
comentarista.
¨ Maior fornecedor de drones para Ucrânia enfrenta crise devido às
sanções da China, diz mídia
As entregas de drones
de reconhecimento dos EUA para a Ucrânia estão sofrendo impacto devido às
sanções recentemente impostas por Pequim, disse o jornal Financial Times,
citando fontes familiarizadas com a situação.
Em meados de outubro,
a China impôs sanções a três empresas de defesa dos EUA e seus executivos por
fornecerem ajuda militar a Taiwan.
Em particular, as
sanções visaram as empresas Edge Autonomy Operations, Huntington Ingalls
Industries e Skydio.
A última é conhecida
por ser o maior produtor de veículos aéreos não tripulados para as Forças
Armadas dos Estados Unidos e fornecedor de drones para a Ucrânia.
Segundo o artigo, as
autoridades chinesas proibiram suas empresas de fazerem negócios com a Skydio,
o que afetou as cadeias de suprimento de drones, inclusive para a Ucrânia.
"A Skydio está
correndo para encontrar fornecedores alternativos após a medida de Pequim, que
também bloqueia o fornecimento de baterias de seu único fornecedor",
disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
De acordo com o
Financial Times, a empresa já informou a seus clientes que vai limitar o número
de baterias fornecidas com os drones.
A Skydio também disse
que não espera encontrar novos fornecedores até a primavera (no Hemisfério
Sul).
¨ 'Plano de vitória' de Zelensky levanta preocupação entre aliados
dos EUA, diz Departamento de Estado
O "plano de
vitória" de Vladimir Zelensky levanta preocupações entre os aliados dos
Estados Unidos, e as consultas sobre o tema continuam, informou nesta
quarta-feira (30) o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano,
Matthew Miller.
"Não acho que
isso complique a questão, mas acredito que certamente levanta preocupações
entre alguns de nossos aliados da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico
Norte]. Ouvimos isso diretamente em nossas conversas com os aliados da
OTAN", disse Miller em uma coletiva de imprensa.
Questionado sobre a
resposta à Republica Popular Democrática da Coreia (RPDC), após esta
supostamente enviar tropas para participar do conflito russo-ucraniano ao lado
de Moscou, o porta-voz afirmou que as consultas com os aliados ainda estão em
andamento.
Zelensky apresentou
seu "plano de vitória" este mês e garante que, caso seja adotado, o
conflito na região poderia ser encerrado até o próximo ano.
O documento inclui
cinco cláusulas e três anexos secretos. Em particular, sugere a entrada da
Ucrânia na OTAN, além do fim das restrições aos ataques contra o território
russo e a implantação de um "pacote abrangente de dissuasão não
nuclear".
Porém, o plano foi
alvo de críticas na União Europeia e na OTAN por detalhar múltiplas obrigações
para os aliados ocidentais da Ucrânia, mas sem atribuir compromissos a Kiev.
A mídia
norte-americana chegou a informar, na última terça (29), que solicitou na
proposta o envio de mísseis Tomahawk de longo alcance ao regime de Kiev.
As autoridades
anônimas dos EUA expressaram ao The New York Times que o novo plano de Zelensky
é uma exasperação irrealista e dependente quase inteiramente da ajuda
ocidental.
Um alto funcionário
abordou, em particular, a cláusula do plano sobre um "pacote de dissuasão
não nuclear", que não foi tornado público, mas supostamente inclui uma
solicitação de mísseis Tomahawk. O funcionário considera essa solicitação totalmente
inviável, conforme citado na matéria, pois o alcance de cerca de 2.400
quilômetros do Tomahawk é mais de sete vezes maior do que o dos mísseis ATACMS,
que os EUA enviaram à Ucrânia este ano após longas deliberações.
Além disso, a Casa
Branca hesita em enviar à Ucrânia os mísseis que acredita que podem servir a um
propósito melhor no Oriente Médio ou na Ásia, já que a lista de alvos
potenciais de Kiev dentro da Rússia requer muito mais mísseis do que Washington
inicialmente reservou, disse o funcionário.
¨ Lavrov chama 'fórmula de paz' de estúpida e 'plano de vitória'
de Zelensky de esquizofrênico
A chamada
"fórmula de paz" do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky promovida
pelo Ocidente é estúpida, enquanto o "plano de vitória" de Kiev é
esquizofrênico, declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei
Lavrov.
Falando na Conferência
Internacional de Minsk sobre Segurança Eurasiática, Lavrov observou que o
Ocidente tem ignorado por muitos anos a discriminação contra a população de
língua russa da Ucrânia.
Em particular, ele
notou a proibição consistente desde 2014 do uso do idioma russo em várias
esferas da vida e a adoção pelo parlamento ucraniano de um projeto de lei para
banir a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica.
"O Ocidente fecha
os olhos para essa violação grosseira da Carta [da ONU] pelo regime russofóbico
e racista de Kiev, continuando a promover a 'fórmula de paz' sem saída de
Zelensky, eu diria até mesmo estúpida, que exige a rendição da Rússia. E há algumas
semanas, esse cidadão [Zelensky] revelou mais um 'plano de vitória'
esquizofrênico", disse o ministro russo.
Ele destacou que a
fórmula, o plano e "fantasias sobre a adesão da Ucrânia controlada por
Kiev ou à OTAN ou à União Europeia" não aproximam a paz na Europa.
Sergei Lavrov antes de
reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou. <><> Do
que trata o plano de Zelensky?
Recentemente, Zelensky
apresentou um plano para resolver o conflito na Ucrânia. O documento inclui
cinco pontos e três anexos secretos.
O primeiro ponto é a
Ucrânia ser convidada a aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte, o
que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa.
O segundo é a Ucrânia
ser autorizada a usar armas de longo alcance ocidentais contra territórios
russos longe da zona de conflito. O presidente da Rússia Vladimir Putin disse
que isso significaria o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito, já
que esses golpes não podem ser realizados sem a participação dos militares da
OTAN.
O terceiro é a
implantação de um pacote abrangente não nuclear de dissuasão da Rússia em solo
ucraniano.
Há poucos dias, o
jornal The New York Times, citando autoridades dos EUA, informou que o
parágrafo sobre um pacote de dissuasão não nuclear, que ele não apresentou
publicamente, implicava um pedido de entrega de mísseis Tomahawk de longo
alcance para a Ucrânia.
O Tomahawk tem um
alcance de quase 2,5 mil quilômetros, o que é mais de sete vezes o alcance dos
mísseis ATACMS a que o governo norte-americano já impôs restrições no uso pelos
ucranianos.
As fontes observaram
que esse pedido era absolutamente impossível de satisfazer.
¨ Kiev não quer resolver o conflito porque pede armas nucleares à
União Europeia, diz premiê eslovaco
Kiev não quer resolver
o conflito com a Rússia porque fala em armas nucleares no seu território, disse
o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, em entrevista ao programa 60
Minutos, do canal de televisão Rossiya 1.
"Se alguém quiser
aumentar as tensões, é exatamente isso que dirá: 'Traga armas nucleares para o
meu terreno, me dê mísseis de médio e longo alcance, e os usaremos contra
objetivos russos'", afirmou Fico, explicando que assim foi o plano apresentado
por Vladimir Zelensky ante o Conselho Europeu.
"Felizmente a
União Europeia tem instinto de autoconservação", ponderou o
primeiro-ministro eslovaco.
Zelensky apresentou o
chamado "plano de vitória" ao Parlamento ucraniano há duas semanas,
iniciativa que, segundo ele, resolveria o conflito até no máximo 2025. O
documento produzido inclui cinco pontos e três anexos secretos.
Um dos pontos é a
garantia de a Ucrânia ser convidada a aderir à Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), o que de fato foi uma das razões da operação militar
especial russa. Outro é a autorização para o uso de armas de longo alcance
ocidentais contra territórios russos longe da zona de conflito.
Para Fico, no entanto,
o plano de Zelensky não promete nada além de poder agravar ainda mais o
conflito.
¨ Zelensky proíbe seus militares de dizerem que estão se retirando
de zona de conflito, diz jornalista
Os militares
ucranianos disseram que Vladimir Zelensky os proibiu de falar sobre a retirada,
informou a jornalista da Ucrânia, Diana Panchenko, na rede social X.
"Hoje falei com
os soldados ucranianos no front. Zelensky proíbe-os de dizer: "Nós estamos
nos retirando", escreveu ela.
De acordo com a
jornalista, os militares riem de tais proibições e sugerem que terão de dizer
no futuro que estão avançando rumo a Kiev.
"O front está em
colapso", concluiu a jornalista.
Nesta terça-feira
(29), o coronel do Exército ucraniano, Dmitry Marchenko, disse que o front das
Forças Armadas da Ucrânia entrou em colapso sob a pressão do Exército da Rússia
devido ao desequilíbrio de comando, à fadiga de pessoal e à falta de reservas.
Hoje (31), o
Ministério da Defesa da Rússia informou que o agrupamento de tropas Vostok
libertou o povoado de Yasnaya Polyana na República de Donetsk.
¨ 'Há muito medo': recrutamento militar do Exército ucraniano tem
sido pesadelo para homens no país
O recrutamento para o
serviço militar obrigatório através de operações de fiscalização pelos
militares em ruas, lojas e estradas, que visa recrutar homens entre os 25 e os
60 anos para alimentar a frente de batalha, está a gerar "medo" e
descontentamento entre os ucranianos, informou a revista Foreign Affairs.
Muitos estão cansados da "privação diária" e dos
"métodos intrusivos"
de recrutamento, segundo o veículo.
Além disso, há
consternação com as mudanças fiscais que impõem um imposto militar de 5% para
financiar as Forças Armadas ucranianas. Organizações como o Veteran Hub, que
presta serviços a antigos militares, salientam que é "compreensível que
haja muito medo".
"Há muito medo, é
compreensível. Temos que ter em mente que não há uma única pessoa neste país
cuja vida não tenha sido perturbada pelo conflito", disse Ivona Kostina,
diretora do Veteran Hub, à revista americana.
A mídia também
observou que as forças ucranianas não têm procedimentos de desmobilização para
as suas tropas, tornando o recrutamento apenas uma "passagem só de
ida". Esta condição parece injusta para aqueles que estão no campo de
batalha, bem como para aqueles que consideram se alistar, acrescentou.
O serviço militar
também está gerando um ''debate acalorado" entre aqueles que são a favor
de tornar esta atividade obrigatória como em Israel, e aqueles que são a favor
do modelo voluntário como nos Estados Unidos, segundo a mídia.
Em abril passado, Kiev
reduziu a idade de mobilização de 27 para 25 anos e aumentou os incentivos
monetários para voluntários, além de implementação de uma campanha nos meios de
comunicação.
O Ministério da Defesa
ucraniano garantiu que o alistamento voluntário continua a ter números
elevados, mas "não é suficiente" para competir com os números da
Rússia. Casos de suborno para evitar o alistamento também estão
"degradando a confiança do público no Estado e no Exército", observou
a revista.
Kostina garantiu à
mídia que na capital Kiev se percebe que a Ucrânia não funciona como uma
"economia de guerra" dado o nível de vida relativamente elevado, mas
que a situação vai mudar em breve; devido a isso o Exército "precisa de
reforços no terreno e de fundos para as suas operações". Se ambas as
coisas não forem alcançadas, Kiev terá de impor medidas, acrescentou.
Recentemente, o jornal
norte-americano The Wall Street Journal publicou uma matéria sobre as
dificuldades que a Ucrânia enfrenta no recrutamento de tropas, dados os
milhares de baixas que registou em quase três anos de conflito, razão pela qual
a sua rede de busca de novos soldados está se expandindo até "lugares
luxuosos" e "casas noturnas".
¨ Mídia: aumento na produção de armas pequenas e médias da Europa
fracassa ante ajuda à Ucrânia
Após enviar grandes
remessas de armas para o "saco sem fundo" do apoio à Ucrânia, os
facilitadores europeus de Kiev têm lutado para aumentar sua própria produção de
armas, enfrentando burocracia, falta de dinheiro e outros desafios.
Pequenas e médias
empresas de defesa europeias estão lutando para expandir a produção, pois o
apoio à Ucrânia continua a sangrar os estoques de armas do Ocidente.
Fabricantes de armas
de fogo têm sinalizado que a falta de recursos está sendo intensificada pela
falta de acesso a financiamento público, burocracia e relutância dos bancos em
conceder empréstimos a participantes menores do setor, disseram fontes à Reuters.
Enquanto as despesas
militares globais dispararam para uma alta histórica de US$ 2,44 trilhões
(cerca de R$ 13,8 trilhões) em 2023, de acordo com o Instituto Internacional de
Pesquisa para a Paz de Estocolmo, obter financiamento é problemático para empresas
menores.
A produção vai
continuar estagnada até que os governos europeus descubram como melhorar os
fluxos de caixa, disseram fabricantes de armas, funcionários do governo e
especialistas em defesa.
As pequenas e médias
empresas de defesa da União Europeia enfrentam uma lacuna de financiamento de
dívida entre US$ 1,08 bilhão (cerca de R$ 10,3 bilhões) e US$ 2,2 bilhões
(aproximadamente R$ 12,6 bilhões), estimou um relatório da Comissão Europeia no
início do ano.
Ao mesmo tempo, não
apenas a máquina de guerra dos EUA tem lucrado com a guerra por procuração da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Ucrânia, como o
investimento de capital de risco em startups militares está crescendo nos EUA.
Os recursos deste capital têm sido canalizados para startups de defesa nos
Estados Unidos e dobrou de tamanho para atingir US$ 33 bilhões (mais de R$
190,4 bilhões) entre 2019 e 2022, informou o Financial Times.
Moscou declarou
repetidamente que as entregas contínuas de armas para a Ucrânia impedem a
resolução do conflito, com remessas destinadas a Kiev designadas como alvos
legítimos para a Rússia.
Fonte: Sputnik Brasil
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