Eleições: Por que as esquerdas perderam
vereadores
Nos últimos anos, o
crescimento eleitoral da direita e extrema direita, especialmente do
bolsonarismo, gerou várias hipóteses explicativas. Uma delas, proposta pelo
professor Alysson Mascaro, aborda a politização do povo brasileiro pela
direita, exigindo uma reflexão crítica sobre as recentes mudanças no cenário
político. Mascaro argumenta que, nas últimas décadas, a conscientização
política da população foi direcionada por um viés conservador, influenciada por
crises econômicas, políticas e pela manipulação midiática, além do uso
estratégico das redes sociais.
Essa análise ressoa
com as obras de teóricos como Antonio Gramsci e Jürgen Habermas. Nos Cadernos
do Cárcere (1929-1935), Gramsci destacou o papel da hegemonia cultural na
formação da consciência política. Já Habermas, em Mudança Estrutural da Esfera
Pública (1962), critica a manipulação da opinião pública, argumentando que os
meios de comunicação podem direcionar o debate político de maneira tendenciosa.
Nesse contexto, o povo, em busca de respostas para suas frustrações, foi
politizado por valores conservadores, consolidando as estruturas de poder
existentes, como também discutido por Mascaro em suas obras Estado e Forma
Política (2013) e Crise e Golpe (2018).
A crise política e
econômica que se seguiu aos protestos de 2013 gerou forte polarização e abriu
espaço para o crescimento de discursos conservadores. Esse momento de crise foi
um ponto de inflexão, no qual setores da sociedade, inicialmente críticos ao sistema,
foram gradualmente capturados por narrativas de direita. O mal-estar social e
institucional gerado pela crise criou um terreno fértil para que forças
conservadoras ocupassem o vácuo político, apresentando-se como alternativas
viáveis.
Os discursos
conservadores, muitas vezes simplistas, apelavam para sentimentos de
insegurança, frustração e instabilidade. Em vez de análises profundas sobre as
causas estruturais das crises, as soluções oferecidas se baseavam em promessas
de ordem, recuperação econômica e combate à corrupção. A direita, nesse
contexto, apropriou-se do descontentamento popular e canalizou-o para suas
pautas, como Mascaro analisa em Crise e Golpe (2018), onde descreve como a
direita construiu um discurso de salvamento nacional após a crise de 2016 e o
impeachment de Dilma Rousseff.
Essa ascensão da
direita foi amplamente fortalecida por mecanismos de controle ideológico e
manipulação da opinião pública. Como Gramsci argumenta, a hegemonia cultural é
o principal instrumento pelo qual as elites asseguram sua posição de poder,
controlando as ideias dominantes na sociedade. Nesse caso, a direita foi
bem-sucedida em capturar as frustrações populares e transformá-las em um
consenso ideológico favorável às suas políticas conservadoras. Esse fenômeno se
manifestou no discurso de que a solução para a crise estava na restauração de
valores tradicionais e na desconfiança em relação às políticas progressistas.
Além disso, o papel da
mídia e das redes sociais foi central na disseminação dessas ideias. Habermas
discute como a esfera pública, que deveria ser um espaço para debate inclusivo
e racional, foi capturada por interesses privados que manipulam a opinião pública.
No Brasil, tanto a mídia tradicional quanto as novas plataformas digitais foram
amplamente utilizadas para difundir narrativas simplificadas, favorecendo a
direita e muitas vezes apelando para o medo e a desinformação. Isso ajudou a
construir um imaginário coletivo em que a guinada conservadora foi vista como
solução para as crises, enquanto a esquerda e os movimentos sociais se tornaram
os inimigos internos.
O fenômeno da
politização à direita, conforme Mascaro argumenta, não foi um processo
espontâneo, mas o resultado de uma combinação de fatores estruturais e
ideológicos. A crise econômica e política, somada à hegemonia cultural
conservadora e ao uso estratégico das mídias, criou um cenário no qual o povo,
em busca de respostas, foi direcionado para uma politização que perpetua as
desigualdades e reforça as estruturas de poder.
Embora essa análise
seja valiosa, ela é insuficiente ao não enfatizar a responsabilidade das
organizações de esquerda nesse processo. De fato, as lideranças da esquerda
institucional, em vez de confrontar essa tendência, optaram por manter o status
quo. Defendendo uma ordem desigual e suas instituições, deixaram de lado a
construção de um programa de transformação social e crítica estrutural.
Enquanto a direita oferece um conservadorismo moral e se posiciona como
desafiadora do sistema, a esquerda acabou se associando a um projeto que
favorece o conservadorismo socioeconômico; em alguns casos desviando o foco
para debates sobre valores e moral, em outros adotando posições e discursos ad
hoc em determinadas eleições, como é o caso de Lúdio Cabral (candidato à
prefeito pelo PT em Cuiabá-MT).
Também contribuiu para
o enfraquecimento da esquerda o abandono das políticas de base classista. Como
alertou Tiaraju Pablo D’Andrea, coordenador do CEP (Centro de Estudos
Periféricos), disse em entrevista ao UOL:
Havia uma hegemonia de
esquerda nas periferias quando as políticas públicas eram mais eficazes nesses
territórios — quando havia um mundo onde os direitos trabalhistas faziam mais
sentido, quando tinha a CLT estendida. Nesse mundo, o discurso da esquerda
fazia mais sentido.
A luta pelo
reconhecimento possui importância indiscutível, mas não subsiste sem a luta
pela redistribuição. Por isso, é necessário salientar que a fragmentação e
flexibilização do mundo do trabalho não elimina as contradições de classe, cujo
contexto atual alerta para a intensificação da precarização do trabalho e da
degradação da condição de vida da classe trabalhadora.
Por fim, a esquerda
vem se distanciando da cultura popular, enquanto a direita recruta lideranças
de movimentos como o funk, as torcidas organizadas, o futebol de várzea, as
associações de bairros, etc.
Diante desse cenário,
os resultados das eleições municipais de 2024 são ilustrativos. O eleitorado
cresceu 5,4% em relação a 2020, enquanto os votos válidos aumentaram 9,6%, em
parte devido à redução da abstenção e dos votos brancos e nulos. Esses dados nos
fornecem um panorama inicial para a análise dos resultados. Embora o avanço de
partidos conservadores e de direita em várias cidades brasileiras seja
evidente, é crucial analisar os números para entender as tendências, vejamos a
tabela 1:
Tabela 1: Total de
votos para o Legislativo dos partidos registrados como Centro-esquerda e
Esquerda (2020 e 2024) ou vinculados por Federação (em milhões)
Partido .........2024..........2020..........Variação
(em milhões).....Variação (%)
PT .........7,13...........5,68.....................1,45..........................26%
PDT .........4,86...........5,42....................-0,56.........................-10%
PSB .........6,61...........5,00....................1,61...........................-
32%
PCdoB .........0,88...........1,70.....................-0,82..........................-48%
PCB ............0.............0,02....................-0,02..........................-100%
PSTU ..........0,02..........0,02........................0..............................0%
UP ..........0,04..........0,03.......................0,01..........................33%
PSOL ..........1,70..........1,71.......................-0,01.........................-1%
Rede ..........0,71..........0,72.......................-0,01..........................-1%
PV ..........1,24..........1,90.......................-0,66..........................-35%
PCO ..........0............0...........................0................................ 0%
Total .........23,19......22,2.....................0,99............................. 4,5%
Fonte: TSE.
Observação: partidos com 0 obtiveram menos de 10 mil votos.
Os partidos de
esquerda e associados, em conjunto, ganharam quase 1 milhão de votos nas
eleições de 2024 em relação à 2020. Porém, o crescimento (4,5%) foi menor que o
aumento do eleitorado (5,4%) e que o crescimento dos votos válidos (9,6%).
Assim, a participação das legendas de esquerda no total de votos válidos caiu
de 22% em 2020 para 21% em 2024. Essa leve queda relativa, no entanto, resultou
na perda de 557 cadeiras de vereadores.
Existe um movimento
coerente com o sentido das reformas eleitorais pós-2015: o fortalecimento das
maiores legendas. Nesse sentido, o PT cresceu a ponto de neutralizar a redução
dos outros partidos da Federação Brasil da Esperança (PCdoB e PV). O PSB, com
sua grande “amplitude” (ou flexibilidade) ideológica, teve aumento de votos
maior que do que as perdas somadas dos partidos da esquerda ou associados fora
da Federação Brasil da Esperança. Porém, em vereadores eleitos, a situação é
diferente. Embora, PT, PSB e Rede tivessem equilibrado as perdas do PCdoB, PSOL
e da própria Rede, a retração do PDT (perda de 927 cadeiras) foi apenas
parcialmente compensada (o conjunto do bloco perdeu, incluindo o PDT, perdeu
557).
A situação do PDT é
particularmente complexa. O partido perdeu votos e vereadores, mesmo com acesso
a uma quantidade significativa de recursos do fundo partidário, do fundo
eleitoral e das emendas parlamentares individuais (RP6), incluindo as chamadas
“emendas Pix”. Uma possível explicação para esse desempenho negativo está na
postura ideológica errática do partido, especialmente devido ao desentendimento
entre o grupo de Ciro Gomes e pedetistas próximos ao PT. Em certos casos,
lideranças pedetistas chegaram a apoiar candidatos bolsonaristas, motivando
forte reação pública de Carlos Luppi (ministro do Trabalho e presidente
licenciado do partido).
É preciso avaliar o
crescimento das demais legenda, vejamos a tabela 2:
Tabela 2: os seis
partidos que mais obtiveram votos para o Legislativo municipal (em milhões)
Partido............2024.......... 2020..........Variação (em milhões)...Variação
(%)
MDB ............11,34......... 8,62........... 2,72
..............................32%
PSD ............10,54......... 7,93........... 2,61
..............................33%
PP ............10,19......... 7,52............ 2,67................................36%
PL ............10,10......... 5,32............ 4,78................................ 90%
União .............9,34 ..........9,68.............-0,34............................... -4%
Republicanos ...8,17.......... 5,48..............2,69............................... 49%
Total ............59,68......... 44,55............15,13............................. 34%
Fonte: TSE.
Observação: o União Brasil nasceu da fusão entre PSL e DEM. Por isso, para
aferir os votos de 2020 foram somados os votos dos referidos partidos.
Uma conclusão óbvia é
que os seis mais votados são de direita ou centro-direita, não necessariamente
bolsonarista. Entre eles, apenas o União Brasil teve menos votos que em 2020.
Naquelas eleições, antes da fusão que originou o partido, o PSL disputou ainda
com muitos candidatos associados ao então presidente Jair Bolsonaro e seus
aliados, mesmo com o rompimento entre eles já estar em curso. De modo oposto, o
PL se consolidou como o partido de Bolsonaro e de suas principais lideranças, o
que pode ajudar a explicar seu crescimento.
Esses vínculos com o
bolsonarismo não podem jamais estarem desconectados do acesso aos recursos. O
PL é o partido com mais representação no Congresso e, por isso, mais acesso aos
fundos partidário e eleitoral, bem como às emendas individuais RP6 (incluindo
emendas Pix). Isto é, a ideologia conta, mas não pode ser uma variável isolada
das condições institucionais (dinheiro, capilaridade, estrutura de campanha,
etc.). Para demonstrar esse argumento, vejamos a tabela 3:
Tabela 3: Quantidade
de votos para o Legislativo Municipal por partidos, exceto os seis mais votado
e a Esquerda, Centro-esquerda e vinculados (em milhões)
Partido.............2024........2020............Variação
(em milhões).......Variação (%)
Podemos 5,60 6,83 -1,23 -18%
PSDB 4,78 6,70 -1,92 -29%
PRD 3,51 6,26 -2,75 -44%
Avante 3,30 2,37 0,93 39%
Solidariedade 2,98 4,66 -1,68 -36%
Novo 1,70 0,71 0,99 139%
DC 1,41 0,74 0,67 91%
Agir 1,29 0,92 0,37 40%
Cidadania 1,17 3,1 -1,97 -63%
Mobiliza 1,05 0,75 0,3 40%
PRTB 0,67 1,03 -0,36 -35%
PMB 0,66 0,41 0,25 61%
Total 28,12 34,52 -6,4 -19%
Fonte: TSE.
Observação: o Podemos incorporou o PSC, o Solidariedade incorporou o PROS, o
União Brasil nasceu da fusão entre PSL e DEM e o PRD da fusão entre PTB e
Patriota. Por isso, para aferir os votos de 2020 foram somados os incorporados
e/ou que se fundiram.
O mesmo movimento
destacado em relação ao PT e ao PSB, ocorreu na direita: a migração de votos
para os maiores partidos. Porém, a direita conseguiu avançar junto ao
crescimento do eleitorado atraindo a maioria dos votos válidos adicionais, em
relação à 2020. Em números: os seis partidos mais votados ganharam cerca de 15
milhões de votos, os outros dezoito partidos perderam 6,4 milhões. Mas, por que
esse processo de concentração de votos nas maiores legendas é um dado mais
forte do que simplesmente o crescimento da direita?
Retomamos, o sociólogo
D’Andrea, coordenador do CEP:
Quando fazemos análise
reduzida de que a esquerda é algo exterior à periferia, caímos no erro de dizer
que a esquerda morreu. Não é verdade que ela não tenha nada a dizer para as
periferias. Talvez quem não tenha a dizer nada é uma classe média intelectualizada
cujas proposições se esgotaram […] Há muita gente sindicalizada nas periferias,
que se organiza por meio do mundo do trabalho, que reivindica ser de esquerda.
Tem muita gente que está dispersa e que também tem um sentimento de que a
esquerda acolhe melhor a sua proposição de mundo.
Mas, então, como
compreende os resultados?
Há uma presença forte
das igrejas neopentecostais nas periferias, que acodem a população quando ela
está necessitada. Após a questão material, vem o discurso conservador —
antiesquerda, da família, patriarcal, antifeminista […] A direita sabe
operacionalizar melhor as redes sociais e existem muitas pessoas de direita no
Brasil que recebem financiamento de fora para aumentar a capilaridade no país.
Notem que não é
possível dissociar a politização à esquerda da capacidade de aportar recursos –
indiscutivelmente maior nos partidos de direita. Isso está refletido na
assimetria de condições competitivas entre os partidos. Para completar o
quadro, dos partidos de esquerda, centro-esquerda e seus aliados, quatro não
elegeram nenhum vereador, obtendo juntos apenas cerca de 60 mil votos. Em
contrapartida, o menor partido de direita ou centro-direita conquistou 97 vagas
nas Câmaras de Vereadores, e todos os partidos desse espectro elegeram ao menos
um prefeito, sendo que o menos votado obteve mais de 660 mil votos.
Ou seja, apenas sete
partidos de esquerda, centro-esquerda e seus associados são competitivos contra
18 partidos de direita e extrema-direita. Esse panorama ajuda a entender por
que as esquerdas e seus aliados conquistaram apenas 746 prefeituras dentre as
5.544 definidas no primeiro turno (13,5%). Esse dado fica melhor
contextualizado quando adicionamos o número de candidaturas: “[…] das 8.089
candidaturas lançadas pelos cinco principais partidos do país, apenas 82,54%
delas eram de legendas de direita ou centro-direita.” Na mesma matéria que
apresenta esse número, o pesquisador do Ipespe Analítica, Vinícius Alves,
destaca que, historicamente, as legendas de direita têm mais vantagem nas
eleições municipais do que as de esquerda.
É óbvio que a perda
relativa das legendas de esquerda sugere uma análise sobre os sucessos da
direita nas eleições municipais. No entanto, é importante considerar que dois
movimentos estão ocorrendo simultaneamente: um de natureza institucional e
outro de natureza ideológica.
No plano
institucional, as reformas eleitorais implementadas a partir de 2015 visaram
fortalecer os partidos maiores, com medidas como a cláusula de desempenho, a
cláusula de barreira e novos critérios para o acesso aos fundos eleitorais e
partidários. Essa disparidade foi ampliada pelas mudanças nas regras de emendas
impositivas a partir de 2019. O orçamento secreto e as emendas individuais
drenaram recursos do Executivo federal, limitando sua capacidade de implementar
políticas públicas e realizar obras nos municípios, ao mesmo tempo em que
aumentaram o capital político dos parlamentares, que puderam distribuir esses
recursos em troca de apoio. Esse movimento fortaleceu os partidos maiores, cuja
maior quantidade de parlamentares ampliou sua capilaridade. Além disso, o uso
das emendas individuais, especialmente com a opacidade das chamadas emendas
“Pix”, levantou questões sobre a falta de transparência e a maior possibilidade
de uso político dos recursos, com menores exigências de impessoalidade.
No plano ideológico,
Alysson Mascaro observa que a politização à direita ocorreu em um cenário de
esgotamento e crise do projeto de esquerda no Brasil, agravado pelo impeachment
de Dilma Rousseff em 2016. O governo de Dilma foi marcado por turbulências políticas
e econômicas, associadas a uma forte campanha midiática de deslegitimação, que
fez com que grande parte da população passasse a enxergar a esquerda como
ineficaz ou corrupta. Tradicionalmente associada à defesa de direitos sociais e
políticas redistributivas, a esquerda viu sua capacidade de articulação
política fragilizada, criando espaço para que a direita capitalizasse a
insatisfação popular.
Nesse vácuo político,
a direita soube explorar o ressentimento coletivo, consolidando uma narrativa
de oposição ao establishment político. Paradoxalmente, essa narrativa, embora
se colocasse como uma ruptura com o sistema tradicional, frequentemente defendia
os interesses de setores conservadores e empresariais, que historicamente
controlam as estruturas de poder. Esse discurso mobilizou amplos setores da
sociedade, unindo a crítica ao governo anterior à promessa de uma restauração
moral e à ordem econômica.
Conforme Mascaro
aponta, essa politização à direita está associada ao fortalecimento de
discursos autoritários, antidemocráticos e excludentes. Em vez de promover a
participação popular e a inclusão social, a consciência política que emergiu
nesse processo reforça as desigualdades e deslegitima pautas relacionadas a
direitos humanos, pluralidade e justiça social. Essa forma de politização
frequentemente se apoia em soluções simplistas e punitivistas, que enxergam a
repressão e o conservadorismo como respostas para os problemas sociais. Mascaro
critica essa tendência como um retrocesso para a emancipação popular, uma vez
que a “consciência de direita” adquirida pelo povo não promove autonomia
crítica nem a construção de uma sociedade mais justa, mas reafirma a dominação
de grupos já privilegiados e limita o espaço para o debate plural e inclusivo.
A politização pela
direita, portanto, não deve ser vista como um processo espontâneo ou natural,
mas como o resultado de forças estruturais que moldaram a percepção coletiva e
canalizaram as demandas populares para projetos políticos que preservam as desigualdades
e reforçam o status quo. Esse fenômeno remete ao conceito de hegemonia cultural
de Gramsci, que explica como as elites conseguem moldar o senso comum das
massas para manter sua dominação. A direita, ao se apresentar como a solução
para a crise, consolidou uma hegemonia política que dificulta a organização de
alternativas populares.
Nesse sentido, a
politização à direita deve ser entendida como parte de um movimento mais amplo
que reafirma um modelo de sociedade excludente, onde a manutenção das
desigualdades é justificada por discursos de ordem, segurança e moralidade.
Fonte: Por Andre Luiz
de Souza e Jefferson Ferreira do Nascimento, em Outras Palavras
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