sábado, 2 de novembro de 2024

Novo líder do Hezbollah declara que dará continuidade a agenda de seu antecessor

Em seu primeiro discurso após se tornar secretário-geral do Hezbollah, o xeque Naim Qassem enfatizou a força do partido ao enfrentar os militares israelenses e reiterou o apoio contínuo a Gaza.

Qassem declarou que daria continuidade à agenda de seu antecessor, o xeque Hassan Nasrallah, em todas as áreas, incluindo política, esforços militares, iniciativas sociais e programas culturais.

“Meu mestre, Sua Eminência Sayyid Hassan Nasrallah (que Alá esteja satisfeito com ele), por 32 anos, você tem instilado fé, lealdade e resistência nos corações de jovens, mulheres, idosos e crianças”, disse Qassem sobre o falecido líder do Hezbollah, assassinado por Israel em 27 de setembro.

Qassem também homenageou o líder do Hamas, Yahya Sinwar, que foi morto enquanto lutava com soldados israelenses invasores em Gaza em 16 de outubro.

“O grande mártir Yahya Sinwar, um ícone de heroísmo e resistência para a Palestina e os livres do mundo, foi martirizado no confronto até seu último suspiro – forte, corajoso, fiel, íntegro, digno e livre”, disse Qassem.

“Você foi e continuará sendo a bandeira vitoriosa da resistência, amado pelos combatentes, o reservatório de esperança, o prenúncio da vitória e adorado por aqueles que anseiam por uma vida digna”, continuou o novo secretário-geral.

·        É imperativo apoiar Gaza

Qassem confirmou que a organização aderirá à sua estratégia militar estabelecida enquanto se ajusta aos novos acontecimentos, observando que, embora os recentes ataques de Israel tenham sido desafiadores, os combatentes do Hezbollah demonstraram sucesso em resposta.

“Continuaremos a implementar o plano de guerra delineado por Sayyed Nasrallah com a liderança da resistência e permaneceremos no caminho da guerra dentro das diretrizes políticas definidas”, disse Qassem.

“O apoio a Gaza foi imperativo para enfrentar a ameaça de Israel a toda a região através da porta de entrada de Gaza, e o povo de Gaza tem o direito de receber apoio, e todos devem apoiá-lo”, acrescentou.

Qassem também reiterou que nossa “resistência existe para confrontar a ocupação e suas ambições expansionistas e para libertar a terra”.

<><> Alianças regionais

Em resposta às acusações sobre a influência do Irã, Qassem afirmou que o Hezbollah opera de forma independente e não age em nome de nenhuma agenda externa, concentrando-se, em vez disso, na defesa e na libertação do Líbano e no apoio aos aliados palestinos.

Ele esclareceu que, embora o Irã ofereça apoio, ele não impõe sua agenda ao Hezbollah e tem enfrentado seus próprios desafios devido à sua posição em relação à Palestina.

“O Irã nos apoia sem pedir nada em troca, e damos as boas-vindas a qualquer país árabe ou islâmico disposto a nos apoiar contra Israel”, disse Qassem.

<><> ‘Campo de batalha prolongado’

“As capacidades do Hezbollah estão presentes e são adequadas para um campo de batalha prolongado”, disse o líder do Hezbollah, enfatizando que os ‘combatentes nas linhas de frente estão cheios de fé e coragem; eles buscam o martírio e ninguém pode passar por eles’.

Qassem disse que a “resistência do Hezbollah é lendária” e que “a ocupação reconheceu sua incapacidade contra os mísseis e drones do Hezbollah, que atacam dentro de um programa de campo estudado”.

“O inimigo deve saber que seu bombardeio de nossas vilas e cidades não nos fará recuar. A resistência é forte e conseguiu entregar um drone no quarto de Netanyahu”, afirmou ele, acrescentando:

“Netanyahu sobreviveu dessa vez; talvez sua hora ainda não tenha chegado.”

Qassem concluiu dizendo que tem certeza de que “o Hezbollah sairá desse confronto mais forte e vitorioso”.

Qassem também agradeceu aos aliados, especialmente no Iêmen e no Iraque, e expressou abertura a qualquer nação árabe ou islâmica disposta a se juntar à resistência contra Israel.

Ele enquadrou as ofensivas israelenses em Gaza e no Líbano como parte de uma iniciativa global mais ampla liderada pelos EUA e pelas potências europeias para desmantelar a resistência na região.

No entanto, ele expressou confiança de que a resistência demonstrada em Gaza e no Líbano estabeleceria as bases para as gerações futuras.

 

¨      ‘Israel quer sufocar os palestinos de todas as formas’, diz Ramzy Baroud sobre fechamento da UNRWA

O parlamento israelense aprovou um projeto que impede as operações da Agência da ONU para Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA) no território ocupado pelo sionismo e, consequentemente, impacta as atividades da agência em Gaza e na Cisjordânia.

“Israel quer fazer isso há anos. Isso já foi confessado em mensagens vazadas para Jared Kushner (ex-Conselheiro Sênior do Presidente do EUA)”, diz o Editor do portal Palestine Chronicle e Conselheiro Editorial de AND, Ramzy Baroud, em vídeo publicado no site internacional.

<><> Funções da UNRWA

A UNRWA foi fundada em 1949, depois da ocupação da Palestina por Israel e expulsão em massa de palestinos do território nacional.

Hoje, a agência, vinculada a autointitulada Organização das Nações Unidas (ONU), administra algumas escolas e outros serviços básicos no território palestino.

Funções que, sem o Estado de Israel, os palestinos fariam completamente por si só, através de seu Estado nacional, sem intermédio do organismo ligado à ONU.

<><> ‘Desejo coletivo de voltar para a casa’

“Israel está aproveitando do genocídio em Gaza para atingir alguns objetivos que planeja há anos”, defende Baroud. A guerra é, portanto, uma cobertura para planos mais profundos do sionismo. “[E o sionismo] conta com a ajuda dos Estados Unidos e de todos os outros parceiros ocidentais para investigar a UNRWA, desligar a UNRWA, bloquear fundos da UNRWA”.

“Eles querem sufocar os palestinos de todas as formas possíveis”, pontua Baroud. Para ele, é um plano que não vai dar certo, porque choca com a determinação intransigente do povo palestino de abandonar seu território.

“Os direitos dos palestinos e refugiados palestinos são defendidos pelo direito internacional. Mas os refugiados palestinos voltam à Palestina pelo seu próprio desejo coletivo de voltar para a casa”, defende ele. “E não há quantidade de leis do Knesset (parlamento israelense), de bombas ou de fogo de artilharia israelense que possa tirar isso de nós”.

<><> Chefe de agência humanitária da ONU diz que Israel destruiu escritório da organização na Cisjordânia

O chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) usaram escavadeiras para danificar um dos escritórios da organização na Cisjordânia.

"Usando escavadeiras, as Forças israelenses danificaram severamente hoje [quinta-feira, 31] o escritório da UNRWA no Campo Nur Shams, ao norte da Cisjordânia. O escritório não pode mais ser usado. Era o centro de entrega de serviços básicos para mais de 14 mil refugiados palestinos no campo", disse Lazzarini no X.

Ele acrescentou que estradas, assim como redes de água e eletricidade, também foram destruídas no campo durante a operação militar israelense.

O parlamento israelense aprovou dois projetos de lei proibindo a UNRWA de operar em Israel e impedindo autoridades israelenses de fazer contatos com a agência da ONU, principal provedora de ajuda humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza.

Lazzarini ressaltou que a medida deslegitimou os esforços da organização para fornecer assistência aos refugiados palestinos.

<><> República Tcheca defende transferir embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, diz primeiro-ministro

A República Tcheca vai transferir a sua embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém simultaneamente com alguns outros países, informou nesta quinta-feira (31) o primeiro-ministro Petr Fiala. Conforme a agência CTK, a declaração ocorreu durante sessão do Parlamento do país.

Ex-presidente do país que ficou no cargo entre 2013 e 2023 e aliado de Fiala, Milos Zeman também defendeu ativamente durante o mandato a transferência da embaixada tcheca para Jerusalém. Sob sua supervisão, inclusive, chegou a ser inaugurado um espaço na cidade para encontros entre o público de ambos os países.

Ao responder um questionamento da oposição no Parlamento, Fiala também afirmou que pessoalmente é a favor da mudança.

"Eu sou um dos que acreditam que devemos dar esse passo. A mudança da própria embaixada não é tão complicada. [O que] Não é totalmente simples [é a transferência] do ponto de vista político", disse Fiala.

O primeiro-ministro lembrou ainda que a República Tcheca é tradicionalmente um dos aliados mais próximos de Israel, o que é claramente demonstrado, por exemplo, durante as votações sobre o país na Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar disso, Fiala não considera que a transferência da embaixada tcheca seja uma prioridade para Israel neste momento.

"Para transferir nossa embaixada [para Jerusalém], precisamos fazê-lo em colaboração com alguns outros Estados europeus. Isso não é impossível, mas requer certos prazos. Então esse passo terá o efeito que todos nós esperamos e terá um peso maior no ambiente internacional", afirmou o primeiro-ministro, acrescentando: "Estamos caminhando nessa direção".

Atualmente, estão localizadas em Jerusalém as embaixadas de Estados Unidos, Kosovo, Honduras, Guatemala e Papua-Nova Guiné.

Porém a transferência de uma embaixada para a cidade sagrada é considerada polêmica por representar o reconhecimento da cidade como a capital israelense, o que aumenta ainda mais as tensões com árabes, notadamente na Palestina.

 

¨      EUA preparam rascunho de plano para um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, diz mídia

Os EUA elaboraram um rascunho do plano para acabar com a guerra entre Israel e o Hezbollah que começaria com um cessar-fogo de 60 dias, mas ainda daria a Israel o direito de continuar atuando no espaço aéreo do Líbano com seus aviões de guerra.

A proposta delineada pelos EUA também daria às forças israelenses o direito de manter foco no Hezbollah "em autodefesa contra ameaças iminentes a Israel" e permitiria que seus aviões de guerra continuassem voando sobre o Líbano para "inteligência, vigilância e reconhecimento", de acordo com um rascunho vazado para a emissora estatal de Israel, Kann, na quarta-feira (30) à noite.

De acordo com o Financial Times, o vazamento ocorreu horas antes dos enviados dos EUA, Amos Hochstein e Brett McGurk, chegarem a Israel para discutir os esforços de Washington para acabar com o conflito que já dura mais de um ano.

Autoridades dos EUA confirmaram que o documento era autêntico e que deveria ser apresentado ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, mas também alertaram que edições foram feitas no rascunho vazado desde a semana passada, quando o documento foi datado.

Segundo fontes próximas ao governo libanês, o rascunho "ainda era inaceitável", já que os anexos dariam a Israel a capacidade de atirar em "autodefesa" no Líbano e garantir que o Hezbollah "não pudesse se reconstituir" no sul.

Os EUA têm tentado coordenar há meses os esforços diplomáticos para encerrar o conflito, em meio a temores de que isso arriscaria empurrar o Oriente Médio para uma guerra total. As hostilidades aumentaram em setembro depois que Israel assassinou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, lançou ondas de ataques aéreos pelo Líbano e invadiu o sul do país.

O esforço de Washington por um acordo se concentrou em fazer com que os lados em guerra concordassem com a implementação da resolução 1701 da ONU, que encerrou sua última guerra em 2006. Ela pedia a retirada do Hezbollah da fronteira sul do Líbano com Israel e o fim dos voos israelenses sobre o Estado árabe. Mas não foi totalmente implementada por nenhum dos lados.

O novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse em um discurso televisionado na quarta-feira que o grupo aceitaria o fim da guerra se Israel quisesse, "mas será em nossos termos", acrescentando que as discussões políticas até agora foram infrutíferas.

¨      Rússia tenta acordo com Israel e Hamas para libertar reféns capturados na Faixa de Gaza

A Rússia trabalha e mantém contatos com o movimento palestino Hamas e com Israel para recuperar os reféns capturados pelo Hamas na Faixa de Gaza, informou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov.

"Quanto à libertação de reféns – entre eles cidadãos russos – estamos em contato com Israel e o Hamas. [...] As embaixadas russas em Doha e Tel Aviv também continuam trabalhando ativamente", afirmou o diplomata.

Anteriormente, foi noticiada a viagem a Tel Aviv de uma delegação russa com representantes importantes do governo para falar com representantes israelenses sobre um possível acordo com o Hamas. Nem a Rússia nem Israel confirmaram oficialmente esta informação.

Além disso, o diplomata russo expressou a prontidão de Moscou em ajudar a estabelecer a paz entre Israel e o Líbano.

Militar israelense próximo à entrada de túnel que, segundo as Forças de Defesa de

No 23 de outubro, o vice-chefe do gabinete político do Hamas, Musa Abu Marzouk, visitou Moscou e se encontrou com Bogdanov para analisar a situação em Gaza.

Após a reunião, Marzouk disse à Sputnik que o Hamas está disposto a libertar dois reféns com cidadania russa, mas apenas no âmbito do respectivo acordo com Israel.

Em mais de um ano de conflito na Faixa de Gaza, cerca de 43 mil palestinos morreram e mais de 100,8 mil ficaram feridos. Entre os israelenses, cerca de 1,1 mil morreram e 5,5 mil ficaram feridos após o ataque do Hamas em 7 de outubro do ano passado.

¨      EUA e Reino Unido lançam novos ataques em porto estratégico do Iêmen, mirando houthis, diz mídia

Após quase dez meses de confrontos dos EUA e seus aliados com o grupo militante xiita do Iêmen Ansar Allah, mais conhecido como houthis, o mar Vermelho continua um terreno perigoso para navios do Ocidente ligados a Israel.

Nesta quinta-feira (31), a coalizão EUA-Reino Unido lançou novos ataques em Hodeida, estratégica cidade portuária controlada pelos houthis, de acordo com a televisão iemenita. Moradores relataram uma "enorme explosão" antes do amanhecer à agência de notícias Xinhua, da China.

Ainda segundo a mídia local, dois ataques aéreos visaram o aeroporto da cidade ontem (30), logo após os houthis anunciarem que haviam lançado um míssil balístico hipersônico conhecido como Palestine-2 contra uma base militar israelense perto de Tel Aviv.

Os ataques desta semana dos EUA e Reino Unido ocorreram após os houthis exibirem um novo drone naval submersível conhecido como Al-Qaria ("A Grande Calamidade", em tradução livre) e lançarem outro ataque com drone visando à zona industrial na cidade israelense de Ashkelon.

Hodeida tem sido alvo de bombardeios regulares pelos EUA, Reino Unido e Israel nos últimos meses, com os aviões de guerra geralmente mirando a infraestrutura local após drones e mísseis houthis conseguirem percorrer mais de 2 mil km de território controlado pela milícia até Israel.

Os houthis tomaram a cidade portuária em 2021. Com mais de 735 mil habitantes, ela é polo de importação e exportação no mar Vermelho desde o século XIX.

Durante a Guerra Civil Iemenita, as instalações portuárias da cidade se tornaram o ponto de entrada para cerca de 75% da ajuda humanitária internacional enviada ao Iêmen, além de entregas de combustível e bens essenciais.

Nos últimos meses, as cargas que entram no porto da cidade têm sido inspecionadas por agentes das Nações Unidas para garantir que não entrem armas para a milícia iemenita.

Em resposta ao envio de um drone houthi que acertou um prédio em Tel Aviv, a cerca de 100 metros de uma representação diplomática dos EUA, em julho, as Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram o porto iemenita, matando 14 pessoas e ferindo mais de 90. Guindastes do porto, uma estação de geração de energia, uma refinaria de petróleo e infraestrutura de armazenamento de petróleo foram danificados no ataque.

Quase um ano após os houthis iniciarem sua campanha de sequestros de navios e ataques com mísseis e drones para negar acesso a Israel e seus aliados ao mar Vermelho, em solidariedade a Gaza, e quase dez meses após Washington anunciar sua operação naval Guardião da Prosperidade, para degradar as capacidades houthis e interromper os ataques, a milícia permanece resiliente.

Na semana passada, um jornal militar dos EUA revelou que os houthis quase atingiram navios de guerra americanos no mar Vermelho em duas ocasiões distintas ao longo do último ano. Em uma delas, em junho, um projétil da milícia passou a 200 metros do porta-aviões USS Eisenhower.

Nesta semana, o Ministério da Defesa da Alemanha determinou a mudança de rota de dois navios da Marinha, atualmente em missão na Ásia, para que evitassem o mar Vermelho. As embarcações voltarão para a Europa contornando o cabo da Boa Esperança, pela costa ocidental da África.

Os EUA sozinhos gastaram mais de US$ 2,5 bilhões (R$ 12,5 bilhões) em desdobramentos anti-houthis, cerca de um décimo dos estimados US$ 22,76 bilhões (R$ 113,5 bilhões) comprometidos na crise do Oriente Médio neste ano.

 

Fonte: A Nova Democracia/Sputnik Brasil

 

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