Vittorio Tantucci: ‘Como padrões de conversa
podem ajudar a identificar sinais precoces de autismo’
As crianças – e
adultos – autistas costumam se comunicar de forma diferente das pessoas
neurotípicas.
As principais
características da fala autista podem incluir pouco contato visual,
concentração nos detalhes e não na essência geral da conversa e valorização do
significado literal – as pessoas autistas podem ter dificuldade de entender se
algo está implícito e não diretamente expresso.
Estas diferenças podem
dificultar parte da comunicação entre as crianças autistas e os adultos ao seu
redor. Mas compreender as dificuldades pode ajudar.
Minha pesquisa, em
conjunto com meus colegas, explorou como as crianças autistas e neurotípicas
imitam a fala dos pais durante uma conversa.
A imitação é um
aspecto da linguagem e da comunicação que começa ao nascer. Quando as pessoas
falam entre si, elas costumam repetir o que as outras dizem, refletir seus
gestos, alinhar seu tom de voz e até mesmo seu sotaque.
Isso ocorre como um
processo de aprendizado, mas também para nos adaptarmos socialmente. O processo
demonstra engajamento, sinalizando aos participantes da conversa que eles estão
sendo ouvidos e compreendidos.
O tipo de imitação que
procuramos é conhecido como "ressonância". Ele envolve a reutilização
da fala dos demais durante uma conversa.
Imagine que eu
pergunte "você teve um bom fim de semana?" e você responda
"sim". Este é um caso em que não há ressonância na sua resposta. Você
responde a minha questão, mas não se envolve com as minhas palavras.
Mas, se você tivesse
respondido algo como "tive um fim de semana bastante interessante, na
verdade, viajei para Paris", você teria "ressoado" diversas
palavras da minha pergunta (como "fim de semana", "tive") e
se envolvido criativamente com elas (substituindo "bom" por
"interessante").
• Falar imitando
Na nossa pesquisa,
procuramos esta forma de imitação entre as crianças e suas mães. Ao todo, nosso
estudo envolveu 180 crianças falantes de mandarim, com 37 a 60 meses de idade
(aproximadamente, de três a cinco anos).
Incluímos crianças
neurotípicas e neurodiversas e procuramos suas imitações verbais – como elas
reutilizavam e reformulavam espontaneamente as palavras ditas para elas. E
concluímos que as crianças autistas foram muito menos propensas a fazer uso
deste tipo de imitação.
Um exemplo da nossa
pesquisa é uma mãe que abre um livro e diz: "A raposa estava tão assustada
que saiu correndo." Sua filha neurotípica ressoou a frase e se engajou com
suas palavras: "Ela estava tão assustada e saiu correndo rapidinho."
Mas este tipo de
imitação verbal era mais raro entre as crianças autistas. Elas reutilizaram as
palavras dos seus pais com muito menos frequência e criatividade.
A ressonância envolve
a capacidade de "improvisar" rapidamente com as palavras dos demais.
E descobrimos que as crianças diagnosticadas com o transtorno do espectro
autista apresentam menos probabilidade de fazer isso que as crianças neurotípicas.
Uma criança autista
pode repetir frequentemente a mesma frase usada pela mãe, mas sem adornos, nem
reutilização criativa das palavras.
Isso não significa que
elas não sejam capazes de ressoar criativamente as palavras da mãe, mas sim que
elas o faziam com frequência significativamente menor. Isso talvez ocorra
porque a criatividade das pessoas autistas pode ser expressa mais frequentemente
em isolamento social e fica mais difícil durante um diálogo.
Resumidamente, o
transtorno do espectro autista não impede a criatividade, mas as pessoas
autistas enfrentam dificuldade para criar com as palavras dos demais durante
uma conversa.
Esta descoberta nos
fornece uma nova consciência de como os pais, médicos e educadores podem
identificar os primeiros sinais de autismo no desenvolvimento das crianças.
Nossas conclusões
podem ajudar os pais de crianças autistas a compreender por que os padrões de
fala dos seus filhos e sua forma de responder aos demais podem ser diferentes
das crianças neurotípicas.
• 'Fui diagnosticada com autismo aos 60
anos'. Por Sue Neison
Enquanto me recuperava
da covid-19 em janeiro, recebi mais um diagnóstico.
Os sintomas apareceram
primeiramente na infância, mas eu simplesmente não os havia reconhecido. Não
existe o equivalente médico a um teste rápido para essa condição. Ela exige a
avaliação de especialistas que montam quebra-cabeças de comportamento (usando
peças que parecem vir de quebra-cabeças diferentes) para criar um quadro novo e
inesperado.
Isso explica por que
só fui diagnosticada aos 60 anos de idade com um transtorno do desenvolvimento
que me acompanha pela vida inteira. É embaraçoso, mas esta ex-correspondente de
ciências da BBC perdeu a chance de dar a grande notícia sobre si mesma.
Sou autista.
É claro que há muito
para processar. Na linguagem comum da área, estou "no espectro". Ou
sou neurodiversa. Ou penso "diferente".
Sou aquela mulher sem
controle de volume, que provavelmente interrompeu sua conversa porque um
pensamento explodiu na cabeça e saiu imediatamente pela boca.
A mulher que é tão
brutalmente honesta que você poderá se lembrar dela como mal-educada. Que ficou
entusiasmada demais com selos sobre o espaço ou flores silvestres e insistia em
cobrir histórias de mulheres astronautas. Aquela que não se calava e não se
omitia.
Um médico disse que
sou o diagnóstico com mais idade que ele já conheceu. Muitos adultos contam que
se sentem empoderados com um diagnóstico tardio de autismo, mas não estou entre
eles. Pelo menos, não por enquanto. Minha reação inicial foi uma mistura de
choque e vergonha.
Eu me sentia com
defeito.
Desde o diagnóstico,
venho lentamente reenquadrando seis décadas de relacionamentos, ações e
comportamentos através dessa nova lente alternativa. Da mesma forma que um
prisma dispersa a luz branca em um arco-íris, minha compreensão de como e por
que eu me comporto da minha maneira está se expandindo. É, ao mesmo tempo,
revelador e angustiante.
Como jornalista de
ciências, é claro que fiz minha pesquisa e descobri que estou longe de estar
sozinha. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estima
que 1% da população mundial está no espectro autista.
Logo, sou uma em 74
milhões.
A maioria das pessoas
recebe o diagnóstico quando criança. E a maioria dessas crianças é de meninos.
A relação entre homens e mulheres no autismo, segundo a Sociedade Nacional do
Autismo do Reino Unido (NAS, na sigla em inglês) é de cerca de 3:1, mas o número
de mulheres sendo diagnosticadas com autismo está aumentando.
Os especialistas em
autismo perceberam há relativamente pouco tempo que algumas meninas
"apresentam-se" de forma diferente dos meninos, o que pode ter
causado subdiagnóstico no passado. As meninas eram avaliadas com base nas
observações de comportamento dos meninos. E elas nem sempre teriam assinalado
as alternativas "certas".
Como indica a palavra
"espectro", o autismo cobre uma série de condições. A Organização
Mundial da Saúde o define como "caracterizado por algum grau de
dificuldade na interação social e na comunicação", além de diferentes
formas de comportamento, "como dificuldade na transição de uma atividade
para outra, foco nos detalhes e reações incomuns às sensações".
Ah, sim, as
sensações...
Passo a maior parte do
meu tempo fora de casa usando óculos de sol, pois meus olhos são sensíveis à
luz brilhante. E tenho forte aversão a certas texturas e sons.
Certa vez, eu me
recusei a ir para a escola porque os colegas faziam muito barulho para comer e,
por muito tempo na minha juventude, minhas refeições eram apenas sopa de tomate
e pudim de chocolate. Quando estava na casa dos 20 anos, abandonei minha primeira
refeição japonesa, mesmo estando com muita fome, porque eu me engasguei ao
olhar para o sashimi.
Eu também não fico
totalmente confortável quando alguém chega fisicamente muito perto ou
"invade meu espaço". Eu disfarço esse desconforto oferecendo um
aperto de mão ou um sorriso durante a apresentação, em vez da terrível
tendência social, cada vez maior, de abraçar ou beijar a pessoa.
Mas posso ser pega
desprevenida. Certa vez, um cientista francês inclinou-se em direção ao meu
rosto para um cumprimento típico da Europa continental. Eu entrei em pânico e
disse a ele, um tanto enérgica: "Para trás!"
E há também minhas
peculiaridades com cores. Não me pergunte por que, mas não consigo comer
alimentos amarelos e cor de laranja juntos. E pedir um café da manhã típico
inglês exige fazer com que o feijão (alaranjado) e o ovo não sejam servidos no
mesmo prato, a menos que uma barreira de salsicha seja usada para separá-los.
Com tudo isso, é claro que fui eleita a esquisita da família.
Mas todos nós temos
nossas peculiaridades, certo?
Na verdade, a não ser
por quase ter ofendido aquele cientista - que aceitou minha precipitada
explicação "sou britânica" por não ter gostado de receber três beijos
no rosto (sim, três, para minha agonia!) -, nenhuma dessas peculiaridades
interferiu na minha carreira razoavelmente bem sucedida no setor de
comunicação, para uma pessoa com transtorno de comunicação.
Isso porque sou
sociável e conversadora, apresento podcasts e consigo dar palestras públicas.
Ao contrário de muitos autistas, não tenho problemas para fazer contato visual.
Mas é nos bastidores
que as dores e dificuldades do autismo se revelam. Tenho dificuldade para
fingir interesse por um tema que não me motiva e sou terrível em conversa
fiada, que muitas vezes é importante para conhecer as pessoas. Isso às vezes me
causou isolamento e sensação de intensa solidão e rejeição.
Antes da maioria dos
eventos ou programas de TV, sofro cólicas estomacais de nervoso, ataques de
pânico ou - nos piores cenários - minicolapsos que poucas pessoas testemunham,
além do meu marido.
Como faço muitas
listas de tarefas diariamente, também fico permanentemente preocupada se as
coisas sairão como o planejado. Eu me preparo excessivamente e fico estressada
tentando relembrar todo o conteúdo de um livro que li para uma entrevista de
três minutos.
Depois que passa o
alívio da apresentação, minha tendência é sair na primeira oportunidade para
descomprimir e deitar. Muita interação social me deixa fisicamente exausta.
Aquela mulher que fala alto retira-se em busca de solidão.
Mas isso,
aparentemente, é o que muitas mulheres autistas fazem com frequência. Nós nos
"mascaramos" ou fingimos. Escondemos o desconforto com uma fachada de
cordialidade e comportamento social treinado.
E aí veio o
coronavírus...
Comecei a produzir um
novo documentário de rádio semanal com a equipe do programa OS (Outside
Source), do Serviço Mundial da BBC (em inglês). Enquanto todos batalhavam para
tentar entender uma nova e assustadora realidade, eu reunia pessoas de todo o
mundo para compartilhar conversas profundamente significativas.
Como se esperava,
muitas dessas conversas eram puras e emocionais. Meu trabalho incluía ouvi-las
repetidamente para editá-las.
Nas primeiras horas da
manhã, as conversas ressoavam novamente na minha cabeça, uma após a outra. O
médico do hospital na Índia que não conseguiu salvar seu pai da covid. A
solidão das pessoas isoladas nas pradarias do Canadá ou no interior da
Austrália. A tristeza e o luto insuportável dos que perderam entes queridos que
morreram sozinhos.
Tive insônia por quase
um ano. Na maior parte dos dias, eu trabalhava ouvindo em lágrimas as
fascinantes, comoventes, mas muitas vezes insuportáveis histórias humanas.
Como aconteceu com
muitas pessoas, a pandemia fez com que os buracos da minha psique se
aprofundassem. Eles se ampliaram até se transformarem em abismos de emoções e
sensibilidades intensificadas e incontroláveis.
Em alguns dias, ficava
deprimida. Em outros, não conseguia parar de pintar, normalmente planetas ou
luas, ou identificava flores silvestres compulsivamente.
Depois veio uma
obsessão por fungos. Eu andava por horas até encontrar um cogumelo específico.
Minhas idiossincrasias sensoriais saíram do controle. O ruído do ventilador do
banheiro através da parede do quarto me perturbava física e mentalmente.
Alguma coisa não
estava certa. Um médico concordou e me encaminhou para uma equipe de saúde
mental, mas todas as pessoas estavam tendo crises de saúde mental. Passaram-se
meses até eu chegar a receber uma ligação telefônica preliminar.
Uma pesquisa da
Sociedade Nacional de Autismo do Reino Unido (NAS) em 2019 relatou que a
ansiedade e a depressão são os problemas mentais mais comuns para os autistas e
que três em cada quatro adultos precisaram de auxílio com sua saúde mental nos
cinco anos anteriores. Nem me atrevo a imaginar quais serão os números atuais.
Felizmente, em 2021,
houve uma coincidência. Eu estava produzindo para o Serviço Mundial da BBC o
documentário radiofônico Smart Women, Male Genius ("Mulheres inteligentes,
homens gênios", em tradução livre), que analisa o sexismo das posturas sociais
e científicas com relação à inteligência.
As condições do
autismo variam desde a debilitação da fala, linguagem e problemas cognitivos
que exigem cuidados por toda a vida até problemas sociais mais leves. E, em
todas as pessoas, essa condição está presente em pessoas com uma série de QIs
diferentes.
Enquanto eu pesquisava
a inteligência, descobri que - embora essa correlação não tenha sido comprovada
- a genialidade muitas vezes é associada a uma forma de autismo conhecida como
Síndrome de Asperger. Isso alimenta erroneamente a noção de que os gênios são,
em sua maioria, homens, já que eles são a maioria dos diagnosticados com
Asperger.
O nome da síndrome vem
do pediatra austríaco Hans Asperger, que realizou importantes pesquisas sobre
autismo infantil. Mas a maioria dos profissionais evita utilizar o seu nome, já
que a história revelou que Asperger colaborou com o Terceiro Reich no assassinato
de crianças. A Associação Psiquiátrica Norte-Americana chegou a remover o termo
Asperger da quinta edição do seu Manual de Diagnósticos e Estatísticas em 2013.
Atualmente, a
expressão preferida para todos os tipos de autismo é Transtorno do Espectro
Autista (TEA). Mas TEA também não agrada a todos porque o termo
"transtorno" pode ter conotação negativa. Por isso, já se vê a
expressão Condição do Espectro Autista (CEA).
Eu marquei uma
entrevista com a bioquímica Camilla Pang para o programa. Ela foi diagnosticada
com Asperger quando criança e escreveu o premiado livro Explaining Humans
("Explicando os seres humanos", em tradução livre) sobre a sua
condição. Ler o seu livro me trouxe uma série de momentos de iluminação.
Depois da nossa
pré-entrevista, eu mencionei quantas das suas experiências coincidiam com as
minhas e que o livro me fez pensar em buscar uma avaliação de autismo. Ela
achou uma ótima ideia.
Existe onde moro uma
lista de espera de dois anos para obter um diagnóstico de autismo infantil.
Para os adultos, leva muito mais tempo, então procurei uma empresa conceituada
e paguei por uma avaliação particular.
A avaliação incluiu
diversos questionários longos e consultas com psicólogos. Um deles entrevistou
minha mãe por várias horas sobre meu comportamento quando criança.
Enquanto aguardava o
resultado, percebi que, se o autismo não justificasse meu comportamento, os
frequentes mal-entendidos e outros aborrecimentos não intencionais, minha
família então estava certa. Minha doença era falar sem pensar, mesmo.
Mesmo assim, o
diagnóstico positivo para CEA ainda me surpreendeu. Ficou terrivelmente claro
no relatório, por exemplo, que eu tinha pouca consciência de como meu
comportamento era percebido durante a avaliação.
Depois de ler como eu
realmente havia feito monólogos (minhas palavras, não deles) sobre alguns dos
meus temas favoritos, eu me senti muito constrangida. Alguns dos exercícios
sociais simples mostraram uma disparidade quase absurda entre como eu achava que
havia me saído e o julgamento clínico dos profissionais. E o meu contato visual
nem sempre era bom.
A avaliação descobriu
coisas que eu já sabia. Eu só comecei a falar aos 18 meses de idade e minhas
primeiras palavras foram "veja as luzes", no Natal. E também
descobriu coisas que eu não sabia ou que talvez me recusasse a relembrar, como
a minha perda de cabelo por estresse com 11-12 anos de idade.
Ao final da avaliação
detalhada com 30 páginas, seis dos nove livros recomendados eram sobre
Asperger.
A ativista do clima
Greta Thunberg, que também tem Asperger, descreveu suas diferenças de
pensamento resultantes do autismo como "superpoder". Ainda não
cheguei a esse estágio. Mas as características do autismo "escondidas à
vista de todos" estão esclarecendo o meu passado e o presente.
A avaliação está
ajudando a mim e ao meu marido a compreender meu comportamento e ansiedades.
Ele acredita que seja por isso que achei o trabalho como repórter de ciências
terrivelmente estressante.
O jornalismo, por
definição, lida principalmente com mudanças. Mas, ao contrário da maioria dos
jornalistas (incluindo ele), eu odeio atualizações ou notícias de última hora,
porque elas prejudicam meus planos. Basicamente, eu estava no pior emprego
possível para uma pessoa que fica ansiosa com mudanças inesperadas.
E isso também explica
por que eu gravitei em torno de documentários mais longos e escrevi meu livro,
Wally Funk's Race for Space ("A corrida para o espaço de Wally Funk",
em tradução livre). São atividades muito menos estressantes, que satisfazem
minhas obsessões e recompensam minha atenção aos detalhes, já que eu me
concentro nas minúcias. É uma boa qualidade para a edição, mas, às vezes,
perde-se o panorama geral.
Enfim, estamos vivendo
tempos estranhos (em muitas formas), mas posso imaginar um dia em que as partes
fragmentadas da minha vida, aqueles quebra-cabeças que não faziam sentido,
reaparecerão com mais clareza e entendimento.
Durante a consulta ao
final da avaliação, o psicólogo contou que muitos dos seus clientes autistas
também haviam relatado sintomas de piora durante a pandemia, de forma que o
mais importante agora é controlar minha ansiedade.
A família e os amigos
têm oferecido apoio incrível. Ninguém ficou muito surpreso. Na verdade, vários
dos meus familiares têm autismo - muitos mais do que eu imaginava.
E o mais importante é
que, mesmo nas minhas poucas discussões pessoais até aqui, já incentivei uma
jovem - cujos sintomas são iguais aos meus - a iniciar seu próprio processo de
diagnóstico. E outra amiga finalmente está buscando o diagnóstico da sua filha,
depois de perceber que ela é simplesmente igual a mim.
É por isso que
precisamos vir a público sobre o autismo. Essa nova compreensão da vida é um
enorme presente. Eu gostaria de ter conseguido o diagnóstico antes. Reconheço
que ainda estou processando a novidade, mas não acho mais que sou alguém com
defeito. Apenas meus fios estão ligados de outra forma. E tudo bem.
Fonte: The
Conversation/BBC Future
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