segunda-feira, 1 de abril de 2024

Plano da Rússia para criar bolsa de grãos do BRICS será 'um choque no mercado mundial', diz mídia

A Rússia planeja abrir uma bolsa de cereais do BRICS, o que será um choque para o mercado agrícola mundial, escreve o The South China Morning Post.

Uma bolsa de cereais do BRICS uniria os maiores compradores e exportadores de cereais do mundo. Em 2023, os países membros do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) representavam cerca de 42% da produção mundial e 40% do consumo de cereais, segundo o Ministério da Agricultura russo.

A medida reforçará a influência de Moscou como principal fornecedor de cereais, melhorará a segurança alimentar do bloco e atingirá os exportadores ocidentais, dos Estados Unidos à Austrália, diz o jornal.

O presidente russo, Vladimir Putin, apoiou esta iniciativa para competir com o sistema de preços dos cereais dominado pelo Ocidente e desafiar o dólar americano como principal moeda global, destaca a mídia.

Em 2024, depois de incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e o Irã, a associação aumentaria a produção de cereais para 1,24 bilhão de toneladas e o consumo para 1,23 bilhão.

Como consequência, a troca de cereais entre os países BRICS poderia reforçar "a influência geoeconômica e diplomática de Moscou sobre os seus aliados", bem como aumentar a sua confiança econômica, explica o jornal.

"Para os membros do BRICS, este tipo de troca de cereais poderia reduzir a incerteza e ajudar a garantir um fluxo constante de mercadorias, apesar das perturbações nas cadeias de abastecimento globais e dos problemas crescentes de escassez de alimentos", acrescenta.

Ao mesmo tempo, como os países do grupo são ricos em recursos naturais, as trocas de cereais entre eles poderiam abrir caminho a um maior comércio inter-regional e até ao surgimento de uma "bolsa de mercadorias BRICS" mais ampla, prevê a mídia.

Quanto aos exportadores ocidentais de cereais e fertilizantes, a bolsa de cereais do BRICS poderá levar a um "aumento da concorrência na diplomacia agrícola" e a tentativas de encontrar mercados alternativos para os seus produtos.

Os exportadores, representados pelos Estados Unidos, Canadá e Austrália, poderão enfrentar "tanto dificuldades em manter a sua quota de mercado e negociar condições comerciais favoráveis ​​como a concorrência dos cereais russos mais baratos", detalha o artigo.

Apesar das restrições ocidentais ao setor agrícola russo, a Rússia continua a ser um importante ator na agricultura, com quase um quarto do mercado mundial de cereais. Em 2023, o país exportou produtos agrícolas no valor de pelo menos US$ 43,5 bilhões (R$ 218 bilhões) e, em 2024, planeja vender até 65 milhões de toneladas de cereais.

¨      Bancos austríacos recusam abrir contas para ONGs humanitárias russas

Bancos austríacos se recusam a abrir contas para organizações não governamentais russas que trabalham para cooperação humanitária e cultural bilateral, disse o embaixador russo em Viena, Dmitry Lyubinsky, neste sábado (30).

"Os bancos austríacos, por exemplo, se recusam a abrir contas para organizações não governamentais russas que trabalham no campo da cooperação humanitária e cultural bilateral", disse Lyubinsky no Telegram.

Além disso, a embaixada russa em Viena vive um processo de isolamento pela mídia local, acrescentou a autoridade russa.

"Nossa embaixada está em um bloqueio de informações puro e simples. Nossos comentários e artigos sobre questões atuais da agenda internacional quase nunca aparecem na mídia. Dizem que [comentários e artigos] são contrários à nossa política editorial", acrescentou o embaixador.

Lyubinsky apontou que suas entrevistas "raras" com a mídia austríaca sempre contêm uma nota editorial com uma explicação sobre por que um funcionário russo teve a palavra. Além disso, a embaixada tenta contato informal com jornalistas e meios de comunicação online, acrescentou o embaixador.

"Sempre apoiamos o diálogo aberto e imparcial. A única condição é que eles queiram ouvir o que temos a dizer", disse Lyubinsky.

No início de março, a oficial de fiscalização de sanções do Tesouro dos Estados Unidos, Anna Morris, foi a Viena para se reunir com autoridades do governo austríaco e representantes do Raiffeisen Bank International.

A funcionária norte-americana teria incentivado o gigante bancário a evitar quaisquer negócios ligados ao complexo militar-industrial russo, ou então correria o risco de ser proibido de acessar o sistema financeiro dos EUA.

 

Ø  Chefe da BlackRock prevê 'cenário ruim' se os EUA não dominarem dívida de US$ 34 trilhões

 

Segundo Larry Fink, os EUA podem enfrentar "austeridade" e "estagnação" como a que o Japão enfrentou há mais de 20 anos se não controlarem a alta dívida governamental que têm.

A dívida do governo dos EUA está crescendo como uma bola de neve, o que pode resultar em austeridade e na estagnação no estilo do Japão nos anos 1990 e no início dos anos 2000, disse o diretor da empresa de investimentos americana BlackRock.

A dívida nacional total dos EUA, de acordo com o Federal Reserve dos EUA, totalizou 124,3% do PIB no final do ano passado, ultrapassando US$ 34 trilhões (R$ 170,52 trilhões). A percentagem não está longe do máximo de 130,6% do PIB no primeiro trimestre de 2021, enquanto o valor absoluto é o mais alto de todos os tempos.

"Mais líderes devem prestar atenção à dívida nacional da América, que está crescendo como uma bola de neve. Há um cenário ruim no qual a economia dos EUA começará a se assemelhar à do Japão no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, quando a dívida [governamental] excedeu o PIB e levou à austeridade e à estagnação", disse Larry Fink em sua carta anual aos investidores.

Nos EUA, altamente endividados, será muito mais difícil combater a inflação porque os decisores da política monetária não poderão aumentar as taxas de empréstimo sem aumentar o já enorme "cheque" da dívida, acrescentou.

Ao mesmo tempo, o economista acredita que é possível evitar uma crise da dívida soberana. Embora a disciplina fiscal seja uma ferramenta eficaz, pode ser muito difícil aumentar os impostos ou cortar os gastos do governo até o nível necessário para reduzir drasticamente a dívida, disse Fink.

"Mas há outra saída além da tributação e do corte de custos, que é o crescimento econômico. Se o PIB dos EUA crescer em uma média de 3% (em termos reais, e não nominais), nos próximos cinco anos, isso manterá a relação dívida/PIB do país em 120%, um nível alto, mas 'razoável'", diz Fink.

¨      Zelensky admite reação negativa dos EUA a ataques contra instalações petrolíferas russas

As forças ucranianas vão manter os ataques às instalações russas de refinação de petróleo com drones, apesar do descontentamento dos EUA com isso, disse o presidente Vladimir Zelensky em entrevista ao The Washington Post.

Os ataques irritaram os aliados de Kiev nos Estados Unidos, que estão preocupados com o aumento dos preços domésticos dos combustíveis em um ano eleitoral, conforme noticiado na semana passada.

"A reação dos EUA não foi positiva a este respeito [sobre as refinarias]", confirmou ele, mas Washington não pode limitar a utilização por parte da Ucrânia das suas próprias armas construídas internamente. "Usamos nossos drones. Ninguém pode nos dizer que você não pode", acrescentou o presidente em entrevista ao jornal.

Zelensky apelou mais uma vez à aprovação acelerada do Congresso de mais de US$ 60 bilhões (R$ 300 bilhões) em assistência militar que está suspensa há meses.

Caso contrário, disse ele, a Ucrânia será forçada a intensificar o bombardeamento de objetos militares russos e infraestruturas críticas, incluindo campos de aviação.

"Reconhecemos que existem opiniões divergentes na Câmara dos Representantes sobre como proceder, mas a chave é manter a questão da ajuda à Ucrânia como um fator unificador."

Sem novas infusões de munições e sistemas de defesa aérea, as tropas de Kiev serão forçadas a recuar e Moscou terá mais ganhos territoriais, inclusive em direção às grandes cidades, também afirmou Zelensky.

"Se você precisa de 8.000 tiros por dia para defender a linha de frente, mas só tem, por exemplo, 2.000 tiros, tem que fazer menos", disse ele. "Como? Claro, para voltar. Torne a linha de frente mais curta. Se quebrar, os russos poderão ir para as grandes cidades", declarou o presidente.

Por fim, o líder ucraniano instou os EUA a fornecerem mísseis de longo alcance. "ATACM-300, essa é a resposta", disse.

No mês passado, a queda de Avdeevka e de vários povoados próximos alimentaram temores de que as defesas de Kiev possam não ser capazes de resistir, com as autoridades ucranianas preocupadas com a possibilidade de os avanços russos ganharem um impulso significativo até o verão europeu.

¨      Zelensky inicia nova onda de demissões, incluindo de assessor que promoveu sua carreira

O presidente ucraniano demitiu três conselheiros, duas comissárias e um assessor, o último dos quais fundou o estúdio Kvartal-95, que lançou a carreira de Zelensky.

Vladimir Zelensky demitiu neste sábado (30) vários conselheiros e assessores, incluindo Sergei Shefir, diretor e fundador do estúdio Kvartal-95, de acordo com o site de seu escritório.

O decreto publicado pelo gabinete do mandatário ucraniano estabelece:

"Demitir Sergei Nakhmanovich Shefir do cargo de primeiro assessor do presidente da Ucrânia".

Zelensky também demitiu os conselheiros Oleg Ustenko, Sergei Trofimov, Mikhail Radutsky, além de Alyona Verbitskaya, "comissária presidencial para garantir os direitos dos defensores da Ucrânia", e Natalia Pushkareva, "comissária presidencial para o voluntariado", ambas também conselheiras.

As fontes abertas indicam que Shefir foi o principal assessor de Zelensky desde 2019. Ele produz séries televisivas e é diretor do estúdio Kvartal-95, o qual permitiu a Zelensky ingressar na grande política.

¨      Escritório de Zelensky revela aumento de renda de sua família no ano passado

O escritório do presidente da Ucrânia divulgou os dados da renda de sua família em 2023, que inclui propriedades, renda de salários, despesas e obrigações financeiras.

A renda familiar de Vladimir Zelensky totalizou quase 12,5 milhões de grívnias (R$ 1,59 milhão) em 2023, relatou na sexta-feira (29) seu escritório.

"Zelensky divulgou a declaração como pessoa que desempenha funções de governo estatal ou local, sobre suas propriedades, renda, despesas e obrigações financeiras no ano de 2023", indica a presidência ucraniana.

Assim, de acordo com a declaração, a renda da família do presidente ucraniano totalizou 12,423 milhões de grívnias, incluindo valores resultantes da venda de títulos de empréstimo estatal interno que totalizaram 7.455.972 grívnias (R$ 954.550).

O comunicado explica que a renda de sua família consiste principalmente de salários, juros sobre depósitos e renda proveniente do aluguel de imóveis, cuja quantia atingiu em um ano 4.967.036 grívnias (R$ 635.904).

 

Ø  ONU não é parcial com relação a grupo de especialistas que avaliam a Coreia do Norte, diz Zakharova

 

A atividade do grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Coreia do Norte não pode ser considerada imparcial, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

O comentário sobre o objetivo da entidade em comprometer Pyongyang ocorreu após a decisão da Rússia vetar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com relação às sanções sobre o país.

Na última quinta-feira (28), a Rússia vetou o projeto de resolução dos Estados Unidos para prorrogar o mandato dos especialistas do comitê de sanções do Conselho de Segurança sobre a Coreia do Norte por um ano. O documento propôs a prorrogação até 30 de abril de 2025.

Justificando a posição da Rússia, o representante permanente da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, disse que há uma tentativa de renovar o regime de sanções contra a Coreia do Norte estava, em um discurso dos países ocidentais em punir e destruir o país asiático.

"A atividade do grupo de especialistas, que não pode ser considerada independente e imparcial, não visava resolver questões de segurança internacional e regional, mas comprometer Pyongyang e desacreditar os amigos da Coreia do Norte", disse Zakharova.

A diplomata acrescentou que os especialistas da ONU "ainda não conseguiram investigar adequadamente o impacto direto ou indireto das sanções do Conselho de Segurança da ONU sobre as pessoas comuns".

"Do nosso lado, trabalhamos cuidadosamente com as solicitações dos especialistas e podemos afirmar com confiança que a maioria delas não tinha fundamentos sólidos suficientes. No entanto, nem todos estão tão comprometidos com a interação com os especialistas. Caso contrário, por exemplo, há muito tempo poderíamos ter identificado e eliminado os canais de contrabando de armas para o Haiti", enfatizou.

Anteriormente, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, disse que o veto da Rússia à resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a prorrogação do mandato dos especialistas em sanções contra a Coreia do Norte atende aos interesses de Moscou.

 

Fonte: BBC News Brasil

 

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