China diz que EUA deixam 'registro
desonroso na história' ao vetar Palestina na ONU
Pequim apoiou os
esforços para admitir um Estado palestino nas Nações Unidas, uma vez que seria
a "ratificação de uma injustiça", ao mesmo tempo, relembrou que a
política externa estadunidense declara ser a favor da solução de dois Estados.
Durante uma
conferência de imprensa em Papua-Nova Guiné, o ministro das Relações Exteriores
da China, Wang Yi, disse que a admissão do Estado palestino é uma medida para
terminar uma injustiça prolongada.
"Uma admissão
imediata da Palestina nas Nações Unidas é um movimento para retificar uma
injustiça histórica prolongada", afirmou o ministro, citado pela agência
estatal Xinhua.
Em sua visão, esta é
uma obrigação internacional que deve ser cumprida por cada Estado-membro da
ONU: "As Nações Unidas devem trabalhar para desempenhar o seu devido papel
na resposta aos desafios globais, e o Conselho de Segurança da ONU deve cumprir
o seu dever de manter a paz e a segurança internacionais", afirmou o
chanceler, observando que a comunidade internacional "tem profunda
insatisfação e decepção com os Estados Unidos" após seu veto negar a plena
adesão da Palestina.
"Os Estados
Unidos opõem-se mais uma vez abertamente à moralidade internacional e à
comunidade internacional, deixando mais um registro muito desonroso na
história", observou chanceler.
Ao argumentar o seu
veto, Washington disse que o reconhecimento palestino como Estado e sua adesão
às Nações Unidas precisam ser resultados de uma negociação bilateral com
Israel, e não de um debate na ONU.
No entanto, a
chancelaria chinesa tem uma visão diferente e relembrou que autoridades
norte-americanas declararam diversas vezes ser a favor da solução de dois
Estados.
"A adesão plena
da Palestina à ONU não deve surgir como resultado das negociações
Israel-Palestina, mas como uma pré-condição igual concedida à Palestina para
negociações, servindo como um passo fundamental para a concretização da solução
de dois Estados, [...] os Estados Unidos devem agir para mostrar o seu alegado
apoio à solução de dois Estados".
O representante russo
na ONU, Vasily Nebenzya, disse que "o uso do veto pela delegação dos EUA é
uma tentativa desesperada de parar o curso inevitável da história",
acrescentando que "a história não perdoará os Estados Unidos pelas suas ações",
conforme noticiado.
Também neste sábado
(20), o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que
reconsiderará as relações bilaterais com os EUA depois que Washington vetou o
pedido palestino nas Nações Unidas, segundo o The Jerusalem Post.
¨ Xi Jinping ordena maior reorganização militar da China em uma
década
O presidente da China,
Xi Jinping, modificou a estrutura das Forças Armadas chinesas, ao expandir a
atuação da Força de Apoio à Informação do Exército de Libertação Popular (ELP).
As mudanças visam uma melhor adaptação das tropas chinesas às condições informatizadas
da guerra moderna, indica um pesquisador chinês.
A Força de Apoio
Estratégico foi criada há nove anos, em 2015, para coordenar as ações na guerra
cibernética e na confrontação política. As unidades aeroespacial e cibernética,
antes subordinadas, agora são independentes e operarão em paralelo à Força de
Apoio à Informação.
A medida é uma decisão
importante do Comitê Central do Partido Comunista da China por conta da
necessidade de construir forças fortes, declarou Xi Jinping. O presidente ainda
destacou que o novo ramo é um pilar chave para coordenar a construção e a aplicação
de um sistema de informação em rede, conforme a agência de notícias estatal
chinesa Xinhua.
As tropas de
informática desempenharão um papel crucial para promover um desenvolvimento de
alta qualidade e a competitividade do Exército da China na guerra moderna,
enfatizou o mandatário chinês.
A reestruturação ainda
permitirá "melhorar o desdobramento" dos sistemas de satélites, do
ciberespaço e da condução da guerra eletrônica, declarou o pesquisador sênior
aposentado da Academia de Pesquisa Naval do Exército de Libertação Popular, Cao
Weidong, durante o Simpósio Naval do Pacífico Ocidental, realizado em Qingdao.
A reorganização chega
em um contexto de competição com os Estados Unidos pela influência global, além
de acusações por parte de países ocidentais de atividades de pirataria
informática, comenta o Bloomberg. Anteriormente, a chefe do Comando de
Transporte dos EUA, general Jacqueline Van Olst, estimou que a China tem 100
vezes mais capacidade de construção naval do que os EUA para dominar a
atividade marítima na região do Indo-Pacífico.
¨ Blinkem pode ameaçar
Pequim com sanções por apoiar a indústria de defesa russa
O secretário de Estado
dos Estados Unidos, Antony Blinken, durante sua visita à China, pode ameaçar
Pequim com sanções por supostamente apoiar o complexo industrial de defesa da
Rússia, informou o jornal Financial Times, citando fontes.
Um alto funcionário do
Departamento de Estado norte-americano revelou que Blinken, durante sua visita
à China, vai expressar preocupação com o apoio de Pequim ao complexo industrial
de defesa da Rússia, que para o governo norte-americano ameaça a segurança
europeia.
"O secretário de
Estado dos EUA, Antony Blinken, avisará a China que os EUA tomarão medidas
punitivas se ela não parar de enviar tecnologias relacionadas a armas para a
Rússia", diz o artigo do jornal.
O Financial Times
destaca ainda que Blinken "não planeja revelar quais medidas os EUA
tomarão". No entanto, fontes do jornal informaram que elas poderiam
incluir a imposição de sanções contra instituições financeiras chinesas e
outras organizações.
Uma das fontes afirmou
que o aviso de Blinken será o mais claro dentre os que os funcionários dos EUA
já fizeram diretamente aos seus colegas chineses. De acordo com uma das fontes,
a China está cada vez mais preocupada com a possibilidade de medidas ocidentais
contra seus bancos.
·
Crise no Oriente Médio e situação na China
Blinken visitará a
China de 24 a 26 de abril. Durante as reuniões com autoridades chinesas, o
secretário de Estado dos EUA discutirá temas como a crise no Oriente Médio e a
situação no mar do Sul da China, informou o Departamento de Estado.
O vice-porta-voz do
órgão, Vedant Patel, chegou a declarar que os EUA estavam preparados para tomar
"medidas adicionais" contra empresas chinesas supostamente por apoiar
o complexo industrial de defesa russo.
O representante da
embaixada chinesa em Washington, Liu Pengyu, afirmou à Sputnik que Pequim faz
esforços construtivos para promover a possibilidade de uma resolução política
para a crise na Ucrânia e ainda pediu que os EUA não interferissem nos "relacionamentos
normais" entre China e Rússia.
·
Parceria estratégica
No início do mês, o
ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participou de um
encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, e reforçou a parceria estratégica
com o país. Na reunião, o presidente chinês reforçou a disposição de Pequim
para fortalecer a cooperação com a Rússia nas organizações multilaterais, a
exemplo do BRICS e da Organização para Cooperação de Xangai (OCX),
estabelecendo o fortalecimento de um diálogo de alto nível entre os países.
Já Lavrov lembrou que
o diálogo entre Moscou e Pequim tem desagradado os EUA e seus aliados.
"Por isso eles estão promovendo na região suas abordagens baseadas em
blocos, enfatizando particularmente a necessidade de a Organização do Tratado
do Atlântico Norte [OTAN] entrar na região", declarou.
Na ocasião, o
chanceler ainda alertou que Washington tenta criar alianças politicas e
militares na região da Ásia-Pacífico e, diante disso, ressaltou a necessidade
de assegurar a estabilidade na região.
Ø Apesar da ênfase em laços 'mutuamente benéficos', diplomacia do
Japão emite sinais duplos à China
O Japão divulgou um
relatório anual em que enfatiza a busca por laços "mutuamente
benéficos" com a China, mas também culpa Pequim pela situação de segurança
"severa e complexa" na região da Ásia-Pacífico.
De acordo com
observadores que falaram ao South China Morning Post (SCMP), o Japão está
enviando sinais ambíguos e contraditórios sobre a China.
Após a publicação de
seu relatório anual oficial sobre política externa, o Diplomatic Blue Book
(Livro Azul Diplomático), Tóquio se comprometeu a perseguir uma "relação
mutuamente benéfica baseada no interesse estratégico comum" ao mesmo tempo
em que sinaliza a responsabilidade chinesa na instabilidade no mar do Sul da
China.
"O envolvimento e
o diálogo são úteis mesmo que não haja acordo. O fato de o lado japonês estar
ampliando essa possibilidade é positivo", disse Chong Ja Ian, professor
associado de ciência política na Universidade Nacional de Cingapura. "Se
[a China] vai retribuir é algo a se observar", afirmou o acadêmico.
Mas as críticas
severas dirigidas à China, incluindo acusações de que os desafios de segurança
do Japão são, em grande medida, apresentados por Pequim, sugerem que os sinais
de Tóquio são ambíguos ou contraditórios.
"Restabelecer as
relações estratégicas mutuamente benéficas após cinco anos é suposto ser uma
coisa boa, mas a menção consistente da 'ameaça da China' eliminou o efeito
positivo trazido pela reintrodução dos elementos cooperativos nos laços
bilaterais", disse Zhang Yun, professor associado de relações
internacionais na Universidade Niigata do Japão.
Em um discurso ao
Congresso dos EUA no início deste mês, o premiê japonês, Fumio Kishida, disse
que "as ações militares da China apresentam um desafio estratégico sem
precedentes e o maior" não só para o Japão, mas para o mundo em geral.
"A Ucrânia de hoje pode ser o Leste Asiático de amanhã", disse
Kishida.
Pequim expressou na
terça-feira (16) sua "firme objeção" ao Livro Azul japonês, com o
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, dizendo que o Japão
"recorreu às mesmas velhas acusações falsas contra a China e ao exagero da
'ameaça chinesa'".
Ainda de acordo com a
apuração do SCMP, os sinais construtivos são bem-vindos, mas precisam ser
acompanhados de ações concretas que não enalteçam a rivalidade regional.
Fonte: Sputnik Brasil
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