BAHIA É O QUARTO
ESTADO QUE MAIS VAI FATURAR COM O CARNAVAL
Projeções
da CNC – Confederação Nacional do Comércio indicam que o faturamento das
atividades turísticas no mês do carnaval na Bahia vai chegar a R$ 5,2 bilhões.
Segundo a
CNC, São Paulo deve ser o campeão de faturamento das atividades turísticas no
mês do carnaval com um montante de R$ 16,3 bilhões. Na sequência vem o Rio de
Janeiro, com R$ 5,3 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 5,2 bilhões, Bahia e Rio
Grande do Sul com previsão de R$ 2,7 bilhões.
Com a
melhora da situação financeira, o turista brasileiro deve gastar mais neste
carnaval, o que vai contribuir para a circulação de renda no comércio e nos
serviços durante o período.
“O
faturamento das atividades turísticas no mês do carnaval reflete a dinâmica
econômica geral de cada Estado e, quanto maior o fluxo turístico, a população
residente e a renda média, mais alta a projeção”, analisou o economista-chefe,
acrescentando que São Paulo fica na liderança isolada, uma vez que concentra
cerca de 20% da população brasileira” disse o economista-chefe da CNC, Felipe
Tavares.
Segundo
ele, o Carnaval não movimenta só atividades de turismo, pois é grande a
contratação de temporários em diversas áreas econômicas, especialmente no setor
de serviços, onde estão incluídas as atividades de turismo. A CNC prevê 66.699
postos temporários para 2024, com 3,1% de efetivação.
Segundo a
CNC, o carnaval vai cumprir o seu padrão de ocupação plena de vários segmentos
de hospedagem, demanda de alimentação fora do lar, serviços de fornecimento de
alimentação e outros serviços de catering para atendimento de grupos nas
avenidas e no carnaval de rua, como em Salvador, Rio e São Paulo.
ESTADOS
COM MAIOR FATURAMENTO COM ATIVIDADES TURÍSTICAS EM FEVEREIRO DE 2024
1. São Paulo – R$ 16,3 bilhões
2. Rio de Janeiro – R$ 5,3 bilhões
3. Minas Gerais – R$ 5,2 bilhões
4. Bahia e Rio Grande do Sul (empate) – R$
2,7 bilhões
Carnaval de Salvador movimenta R$1,8
bilhão e gera 215 mil empregos
Em 2020, a
folia em Salvador vai fazer jus ao tema: “O Carnaval dos Carnavais”. Isso
porque a movimentação econômica da festa, de acordo com a Secretaria Municipal
de Cultura e Turismo (Secult), deverá girar em torno de R$1,8 bilhão,
decorrente de gastos com itens como hospedagem, alimentação e serviços, além de
gerar 215 mil postos de trabalho temporários. Os números foram divulgados pelo
prefeito ACM Neto durante coletiva realizada nesta quinta-feira (6), no Wish
Hotel da Bahia, no Campo Grande, para apresentação dos serviços municipais e
atrações da folia.
O prefeito
salientou que o investimento total na festa deverá ser de R$60 milhões em dez
dias de folia (contando o pré-Carnaval), sendo R$20 milhões em recursos
municipais e os R$40 milhões restantes decorrentes do patrocínio da iniciativa
privada, captados pela Prefeitura. Este ano, os principais patrocinadores são
as empresas Ambev, através da marca Skol Puro Malte, a Veloe e a Hapvida. “Essa
é uma festa empregadora, geradora de renda e que movimenta a economia da cidade
o ano inteiro e não apenas nos dias de folia”, afirmou ACM Neto.
• Mais números
– Os 215
mil postos de trabalho temporários estarão distribuídos em até 40 áreas de
atuação em mais de 50 setores da economia. Somente na montagem, desmontagem e
operação de estruturas para a folia, a exemplo dos camarotes, serão 20 mil
vagas. No ramo artístico, ligado à indústria do espetáculo, serão 10 mil vagas
e, na hotelaria, 1,7 mil. No setor público, a Prefeitura terá 10 mil
colaboradores atuando na organização da festa, dentre alguns exemplos.
Dos
turistas que vão chegar a Salvador no Carnaval, 435,8 mil são do interior da
Bahia e 331,5 mil de outros estados, com destaque para São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Distrito Federal. Também desembarcarão na
capital baiana 86,2 mil estrangeiros, oriundos principalmente da Argentina,
França, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Inglaterra.
• Sustentabilidade econômica
– Ao ser
questionado sobre a sustentabilidade da folia ao oferecer atrações em trios
pipoca com recursos públicos, o gestor enfatizou que o Carnaval de Salvador é o
mais democrático do país, por ter as melhores atrações desfilando sem cordas.
“Estamos gastando menos da metade da festa com recursos públicos e as
principais atrações desfilando sem cordas. O lugar que proporcionalmente gasta
e investe menos (com recursos públicos) é Salvador, pois tem vários blocos de
trio que continuam desfilando”.
O prefeito
também completou que o Carnaval é uma festa que precisa ter conteúdo e as
atrações sem cordas são uma demanda do próprio povo. “A gente democratiza,
permite que o sujeito que está desempregado, ou que é assalariado, possa curtir
o trio de Léo Santana, de Claudinha Leitte, do Harmonia, de Saulo, ou seja,
isso era um sonho das pessoas que jamais poderiam comprar um abadá. Enfim, a
Prefeitura conseguiu montar um modelo que possui uma grande capacidade de
sustentação, porque mais da metade da festa é bancada com recursos privados,
coisa que não existia em 2013”, finalizou ACM Neto.
Impactos do Carnaval na Economia Baiana
O impacto
do Carnaval da Economia Baiana é enorme. As atividades ligadas ao turismo
representam aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia e a
festa de momo contribui consideravelmente para um forte incremento deste setor,
anualmente. Além disso, muita gente trabalha durante os dias de festa. Um
número significativo de baianos começa meses antes para dar conta de que os
blocos, trios elétricos e camarotes garantam a diversão em grande escala nos
meses fevereiro e/ou março. A cadeia produtiva do Carnaval é complexa e envolve
diferentes setores da economia. Até que o primeiro bloco desponte na Avenida, o
Carnaval já influenciou diversas atividades, tais como os setores de comidas e
bebidas, vestuário, turismo, mercado fonográfico, entre tantos outros.
“A venda de abadás e fantasias subiu 22% este
ano. Além disso, certos itens geralmente são muito mais vendidos nesta época. É
o caso, por exemplo, de carnes para churrasco e bebidas, sobretudo cervejas e
refrigerantes. As pessoas também costumam comprar roupas novas e outros
adereços”, pontua o Economista Arthur Nemrod, membro do Conselho Regional de
Economia da Bahia (CORECON-BA). Ele acredita que “o Carnaval é sinônimo de um
grande aporte de recursos em poucos dias, o que gera um fluxo muito grande de
receita, com reflexos para o restante do ano”, diz.
Mesmo com
alguns pontos negativos, como a redução na produção dos setores que “param” em
virtude do feriado, e de alguns desafios a serem superados, o Carnaval
permanece sendo um período de extrema importância econômica e turística para o
Estado da Bahia. “O período eleva o número de empregos gerados e serviços
oferecidos, além de atrair muitos turistas. Devido ao alto nível de
informalidade nos dias de folia, é difícil quantificar os postos de trabalho
criados. Os números do turismo, por sua vez, são mais fáceis de serem
quantificados”, comenta Nemrod.
• Números relevantes
Um levantamento do Ministério do Turismo
realizado nas principais cidades brasileiras que celebram a maior festa popular
do País revelou que apenas os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco devem atrair
1,6 milhão de turistas para o Nordeste, o que significa um acréscimo de R$ 1,55
bilhão na economia da região. O acréscimo na economia do turismo é maior que
nos últimos anos – e ficará entre 6% e 7%, de acordo com a projeção. Entre as
localidades monitoradas, estima-se que o Carnaval reúna 6,6 milhões de turistas
e acrescente R$ 6,1 bilhões à economia do País.
O aumento
de arrecadação se deve não só ao ganho de competitividade dos principais
destinos turísticos do País, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro, segundo o
Índice de Competitividade do Turismo Nacional, como também ao ganho de
visibilidade com os grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de
2016.
Segundo a
Secretaria do Turismo do Estado da Bahia (SETUR), só em Salvador, turistas
brasileiros, estrangeiros e baianos de outras cidades devem deixar R$ 1 bilhão
durante o Carnaval. A estimativa prevê a chegada de 526 mil turistas à capital
baiana, com 80% de ocupação dos hotéis, nos seis dias de folia.
Os
principais emissores brasileiros, que representam 87% dos turistas que chegam à
capital baiana no Carnaval, são Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro,
Distrito Federal e Sergipe. Os estrangeiros, por sua vez, vêm da Argentina,
EUA, Itália, Alemanha, França e Reino Unido. Os gastos preliminares dos
visitantes incluem a compra do pacote com hospedagem e bilhete aéreo. Já
durante a folia, a maior parte dos gastos é destinada para a compra do abadá e
camarotes, alimentação e transporte.
“Temos
turistas que chegam a gastar R$ 15 mil individualmente, pois são aqueles que
alugam embarcações, ficam em hotéis e camarotes top de linha”, afirma o
secretário do Turismo, Pedro Galvão. Há também os que gastam menos, que optam
por ficar em casa de parentes e amigos. Esse público representa 40% dos
visitantes.
A média de
permanência em Salvador, durante o Carnaval, é de sete pernoites, e o circuito
mais procurado pelos visitantes é o Dodô (Barra-Ondina). A maior média de idade
está entre os turistas que ficam hospedados no Centro Histórico, local que tem
a preferência dos estrangeiros.
• Pequenos municípios
O turista
que busca festejar o Carnaval em ritmo de nostalgia, ao som de marchinhas, em
cenário distante das grandes cidades verticais, têm em algumas regiões do
interior da Bahia a alternativa para os cinco dias de festas, o que acaba se
configurando num impulso para a economia local. “Cidades do interior que
oferecem opções para o período encontraram na época uma ferramenta forte para
desenvolver economicamente o município, gerando empregos e movimentando grandes
volumes financeiros”, destaca Arthur Nemrod.
“No
período de festa popular, as cidades que têm a tradição, têm necessidade de
contratar mão de obra temporária, aproveitando a local. Com isso, ela passa a
ter experiência e se promove um fluxo de qualificação. O trabalhador pode ter a
oportunidade de ser absorvido com um emprego definitivo. A festa gera
oportunidade de qualificar pessoas que não tinham muita opção de renda”,
explica o Conselheiro do Corecon-BA.
• Desafios
Para o
Economista Arthur Nemrod, a despeito de sua importância do ponto de vista
econômico, o Carnaval é uma festa com um conjunto imenso de desafios que
precisam ser enfrentados. Os três principais estão relacionados às políticas
culturais, à regulação e à governança. Em primeiro lugar, é preciso que a festa
seja compreendida como fenômeno no campo da cultura, como uma expressão do
patrimônio imaterial da cultura baiana e, nessa condição, ele seja tratado,
cuidado e pensado com políticas culturais.
A segunda
questão é que esse fenômeno da vida cultural baiana incorporou um conjunto de
práticas mercantis complexas, produtoras de riqueza. Como esse processo
aconteceu sem regulação, o estado se desobrigou de regular a festa. “O
resultado foi a geração e a concentração de muitas riquezas. Como não há como
separar o Carnaval das práticas mercantis capitalistas, o que precisa ser feito
é a regulação dos mercados envolvidos”, destacou Nemrod.
O terceiro
destaque do Economista é que uma festa do porte do carnaval, com a complexidade
que tem, precisa de um sistema de gestão amplo, democrático e transparente, que
inclua todos os atores da festa, ou seja, a governança carece de melhorias.
Fonte:
CNC/DeSal/Corecon
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