7
perguntas e respostas sobre miomas
Os miomas
afetam a saúde das mulheres em todo o mundo. Novas técnicas e métodos têm sido
desenvolvidos para tornar o tratamento desse tipo de tumor mais eficiente, mas,
apesar disso, dúvidas sobre o problema são comuns. Por isso, o especialista em
Ginecologia e Obstetrícia Dr. Alexandre Silva e Silva responde as principais
questões sobre o assunto. Confira!
·
1. O que são miomas?
Os miomas
são tumores benignos que surgem na matriz extracelular, o tecido que faz a junção
entre as fibras musculares uterinas. Geralmente, iniciam-se do tamanho de uma
célula e, com o passar do tempo, respondem aos estímulos hormonais e passam a
crescer e ganhar volume.
·
2. Quais são as causas dos
miomas?
De acordo
com o médico, as causas dos miomas não são totalmente conhecidas, mas sabe-se
que alterações das células tronco uterinas , mudanças nos níveis hormonais como o aumento da
quantidade de estrogênio, contato com substâncias químicas e herança genética
podem influenciar o seu desenvolvimento da doença.
·
3. Como identificar precocemente esse tipo
de tumor?
É preciso
sempre fazer um acompanhamento e check–up médico para identificar os miomas o
mais breve possível. Também é importante observar alguns sintomas
característicos como aumento do sangramento menstrual , dores abdominais, cólicas e aumento do volume
abdominal. “Em alguns casos, podem apresentar dores durante ou após as relações
sexuais, urgência miccional, obstipação intestinal (intestino preso) e
dificuldade para engravidar”, explica o Dr. Alexandre Silva e Silva.
·
4. Miomas têm cura?
Sim, mas a
cura, na grande maioria dos casos, só ocorre com a retirada do útero, o que não
é a melhor opção para mulheres que ainda desejam gestar. O controle da doença
pode ser feito com o uso de hormônios que podem ser veiculados através de DIUs
medicados com progesterona ou com implantes hormonais contendo antiestrogênicos
potentes, com a intenção de impedir o seu crescimento e controlar os
sintomas.
Publicidade
Infelizmente,
nem todas as pacientes respondem bem a esses tratamentos hormonais. O
tratamento cirúrgico conservador, preservando o útero, é com certeza o mais
indicado para aquelas mulheres que desejam gestar .
Através de procedimentos minimamente invasivos, os nódulos de mioma podem ser
removidos e a anatomia e função do útero podem ser restaurados, mantendo assim
a capacidade reprodutiva dessas pacientes.
“Vale
ressaltar que não são todos os casos em que são possíveis de preservação
uterina, pois em alguns deles, os miomas crescem tanto e estão tão grandes que
ao serem removidos não permitem mais a reconstrução e restauro do órgão. O
quanto antes as mulheres com diagnóstico de mioma tiverem acesso à tratamento
especializado, maiores serão as chances de preservação”, afirma o
ginecologista.
·
5. Mulheres negras têm mais chances de ter
miomas?
Sim,
mulheres afrodescendentes têm uma maior predisposição para desenvolver miomas
uterinos, sendo praticamente duas vezes maior que a média. “Não se sabe
exatamente o que causa esse maior risco, mas há indicativos que exista uma
relação com a maior concentração de estrogênio concentrada no sangue dessa
população”, explica o Dr. Alexandre.
·
6. Estilo de vida pode influenciar no
crescimento dos miomas?
Sim, pode.
A ingestão de alimentos à
base de soja, por exemplo, pode causar o crescimento dos miomas devido a
presença do que chamamos de fitoestrogênios em sua composição.
Publicidade
A dieta
rica em carne vermelha
e carne de frango (não orgânico), também pode influenciar no crescimento de
miomas uterinos. Tanto o gado quanto o frango de granja pode receber
tratamentos para crescer mais rápido e ganhar peso. Portanto, esse tipo de
carne contém substâncias que são ricas em fatores de crescimento que podem
estimular os miomas.
Consumir
líquidos em garrafas plásticas também pode ser um fator importante para o
crescimento dos miomas devido às substâncias químicas contidas no plástico e
que podem causar o crescimento de miomas. Por outro lado, dietas ricas em
frutas e vegetais (que não sejam soja) e a prática de exercícios físicos
parecem ser uma medida protetora.
·
7. Qual o melhor método para fazer o
diagnóstico?
O melhor
método para fazer o diagnóstico de miomas uterinos é a ultrassonografia pélvica
e transvaginal. Porém, ao receber o diagnóstico ultrassonográfico de miomas
uterinos, se houver interesse de preservar o útero , é necessária a realização de uma ressonância nuclear
magnética de pelve com contraste para esclarecer melhor as relações que os
miomas têm com o útero. Isso permite que o cirurgião faça um planejamento mais
detalhado e ofereça um tratamento mais preciso e eficaz.
Ø
Veja o que é adenomiose e as possíveis
causas
Doença que
atinge mulheres em período reprodutivo, a adenomiose, conforme a Organização
Mundial da Saúde (OMS), afeta uma em cada dez mulheres. A condição é
caracterizada pela presença de tecido endometrial misturado ao miométrio,
junção que causa dores e sangramento nas mulheres, acentuando-se no período
menstrual.
Publicidade
O
especialista em reprodução humana Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina
Reprodutiva, afirma que um terço das pacientes com a doença são assintomáticas e que o problema atinge mulheres entre 35 e 50 anos que já
engravidaram. “Nos casos em que as mulheres sofrem com os sintomas, como dores,
cólicas, também pode haver uma dificuldade para engravidar”, explica.
Ainda não
é definida uma causa específica para a adenomiose, porém existem algumas
teorias de que ela pode ser adquirida por resultado de traumas vivenciados pelo
útero. Algumas situações que contribuem para o aparecimento da condição são
curetagem, gravidez, cesariana e laqueadura de trompas.
·
Formas de diagnóstico da adenomiose
Para
chegar ao diagnóstico da doença, é preciso consultar um ginecologista e, ao
relatar os sintomas, fazer exames como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética, que constatará ou não o
problema.
“Em caso
em que os exames apontem a presença de adenomiose, o tratamento será definido
de acordo com o grau e a extensão da disfunção, que pode ser focal/localizada
ou difusa, e pode ser feito com remédios ou cirurgias. Tudo depende de cada
caso”, afirma o Dr. Nilo Frantz.
Publicidade
Na difusa,
segundo o especialista, existe a presença de glândulas e tecidos por toda a
extensão interna do útero, fazendo com que ele aumente de tamanho. Enquanto na
localizada, essas glândulas e tecidos ficam em uma determinada região do útero,
parecendo um mioma.
·
Adenomiose e gravidez
Grávidas e
mulheres com intenção de engravidar podem ser afetadas pela adenomiose. “A
doença pode afetar a gestação causando abortos de repetição, dificuldades de
fixação do embrião no útero, gravidez ectópica, entre outros problemas, já que
a adenomiose altera o funcionamento do organismo”, explica o Dr. Nilo Frantz.
·
Formas de tratamento e fertilidade
Nos casos
cirúrgicos, feitos por videolaparoscopia, o procedimento traz melhoras na taxa
de fertilidade e também de sucesso em gestações com o auxílio da
fertilização in vitro . Já nos casos em que o tratamento é
medicamentoso, com auxílio de anticoncepcionais, estes têm intuito de ajudar na
remissão da doença e no aumento da fertilidade, fator importante na hora da
implantação do embrião na FIV.
De
qualquer forma, a mulher que possui a doença precisa que o seu caso seja
avaliado com o ginecologista e, em seguida, com um profissional de reprodução
humana para a indicação do tratamento que a auxilie no processo de uma futura
gestação. Geralmente, a fertilização in vitro é a mais
indicada nessas situações.
Fonte:
Portal EdiCase
Nenhum comentário:
Postar um comentário