terça-feira, 23 de abril de 2024

Zakharova: EUA sofrerão na Ucrânia 'um fiasco humilhante' como no Vietnã e no Afeganistão

O envolvimento dos Estados Unidos no conflito na Ucrânia terminará em um fiasco tão contundente quanto o que ocorreu no Vietnã e no Afeganistão, alertou o Ministério das Relações Exteriores russo após a Câmara dos Representantes aprovar um pacote de ajuda de US$ 61 bilhões (R$ 317 bilhões) para Kiev.

"As ações dos EUA como parte do conflito enfrentarão uma rejeição incondicional e determinada. Um envolvimento cada vez maior de Washington em uma guerra híbrida contra a Rússia resultará em um fiasco igualmente escandaloso e humilhante para os EUA como o que ocorreu no Vietnã e no Afeganistão", declarou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

Segundo Zakharova, em qualquer caso, "as tentativas de salvar o regime neonazista de [o presidente ucraniano, Vladimir] Zelensky estão condenadas ao fracasso. Os objetivos e metas da operação militar especial serão plenamente alcançados".

O resultado da votação na Câmara dos Representantes, de acordo com a representante oficial, deixa claro que "as elites governantes nos EUA, independentemente de sua afiliação partidária, estão dispostas a saturar o regime de Kiev com armas para que ele possa lutar até o último ucraniano, incluindo ataques terroristas contra alvos civis em território russo, ataques de sabotagem e assassinatos de jornalistas".

"Para isso, Washington recorre ao roubo banal dos ativos russos congelados, para o qual o Congresso deu luz verde à administração do [presidente Joe] Biden", acrescentou Zakharova.

A autoridade russa ainda supôs que a Casa Branca busca, com o pacote, manter as Forças Armadas da Ucrânia até as eleições presidenciais norte-americanas em novembro "sem prejudicar a imagem de Joe Biden". "É por isso que eles prolongam a agonia de Zelensky e seu círculo, enquanto os ucranianos comuns são levados à força para o abate, como carne de canhão. Os republicanos também têm seus interesses, pressionando em favor da indústria militar norte-americana, que receberá a maior parte das verbas destinadas à Ucrânia", afirmou Zakharova.

·        Novos recursos aprovados

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou no último sábado (20), por 311 votos a favor e 112 contra, um pacote de ajuda que destina US$ 23,3 bilhões (R$ 121,2 bilhões) para reposição de artigos e serviços de defesa para a Ucrânia, US$ 13,8 bilhões (R$ 71,8 bilhões) para compra de sistemas avançados de armas e US$ 11,3 bilhões (R$ 58,8 bilhões) para operações militares norte-americanas na região.

Além disso, o pacote prevê a entrega de sistemas de mísseis de longo alcance Atacms, embora o presidente dos EUA possa reter essa transferência se considerar que seria prejudicial para os interesses da segurança nacional.

Após receber o aval da Câmara dos Representantes, o projeto de lei será encaminhado ao Senado para votação. Em seguida, será apresentado ao presidente dos EUA, Joe Biden, para sua assinatura.

Os Estados Unidos e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de acordo com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, participam diretamente do conflito na Ucrânia, tanto com o fornecimento de armas quanto com treinamento de pessoal no Reino Unido, Alemanha, Itália e outros países.

A Rússia já alertou repetidamente que os comboios estrangeiros com armas para a Ucrânia seriam "alvos legítimos" para seu exército assim que cruzassem a fronteira.

¨      Chefe da OTAN admite que atraso na ajuda dos EUA à Ucrânia gerou consequências ao país

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, afirmou que o novo pacote de ajuda à Ucrânia não chegou tarde demais, mas admitiu que o atraso teve consequências. O pacote, enviado ao Congresso dos Estados Unidos no fim do ano passado, só foi aprovado na Câmara dos Representantes no último sábado (20).

"Não é tarde demais, mas, claro, o atraso teve consequências reais. Os ucranianos estão há meses sendo superados em poder de fogo por cerca de um para cinco, um para dez, dependendo da parte da linha de frente de que se fala", disse à emissora norte-americana MSNBC.

Stoltenberg enfatizou que a Rússia tinha muito mais munição, enquanto os ucranianos foram forçados a racionar. O chefe da OTAN acrescentou ainda que o Exército ucraniano vinha lutando para abater mísseis e drones porque não tinha materiais suficientes para os sistemas de defesa aérea.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei de US$ 61 bilhões (R$ 317 bilhões), por 311 votos a favor e 112 contra, para auxílio financeiro para a Ucrânia. O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse que espera que a Casa vote o projeto o mais rápido possível, antes de ser enviado para a mesa do presidente.

O pacote de ajuda destina US$ 23,3 bilhões (R$ 121,2 bilhões) para reposição de artigos e serviços de defesa para a Ucrânia, US$ 13,8 bilhões (R$ 71,8 bilhões) para compra de sistemas avançados de armas e US$ 11,3 bilhões (R$ 58,8 bilhões) para operações militares norte-americanas na região.

·        'Vai matar ainda mais os ucranianos'

Após a aprovação do projeto, o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, declarou que a medida vai matar ainda mais os ucranianos, apesar de já ser esperada pelo governo russo. "Isso enriquecerá ainda mais os Estados Unidos da América e arruinará ainda mais a Ucrânia, matando ainda mais ucranianos por causa do regime de Kiev", acrescentou.

Já a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, enfatizou que a ajuda militar dos Estados Unidos a Ucrânia, Israel e Taiwan vai agravar ainda mais as crises globais. Além disso, Zakharova destacou que o financiamento do governo de Vladimir Zelensky é um patrocínio direto de atividades terroristas.

Os Estados Unidos e seus aliados da OTAN, de acordo com o chanceler russo, Sergei Lavrov, participam diretamente do conflito na Ucrânia, tanto com o fornecimento de armas quanto com treinamento de pessoal no Reino Unido, Alemanha, Itália e outros países.

Ø  Decisão da Câmara em aprovar ajuda de US$ 61 bi à Ucrânia é 'sinal forte nestes tempos', diz Scholz

O chanceler alemão, Olaf Scholz, elogiou a Câmara dos Representantes dos EUA neste domingo (21) por aprovar um projeto de lei que vai desbloquear quase US$ 61 bilhões (cerca de R$ 317 bilhões) em assistência militar relacionada com a Ucrânia.

"A decisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos de apoiar a Ucrânia é um sinal forte nestes tempos. Apoiamos os ucranianos que lutam pelo seu país livre, democrático e independente", escreveu o chanceler alemão nas redes sociais.

O homólogo holandês de Scholz, Mark Rutte, classificou a aprovação de um novo pacote de ajuda à Ucrânia como "notícias muito boas".

"Este é um passo importante para garantir o apoio contínuo à Ucrânia enquanto ela se defende contra a agressão russa", escreveu o primeiro-ministro nas redes sociais.

A Câmara aprovou a Lei de Dotações Suplementares de Segurança da Ucrânia por 311 votos a 112 no sábado (20), depois de rejeitar uma série de emendas republicanas para cortar o financiamento do projeto. Agora vai para o Senado.

A legislação inclui US$ 23,3 bilhões (cerca R$ 121,1 bilhões) para reabastecer os stocks de defesa dos EUA, US$ 13,8 bilhões (aproximadamente R$ 71,7 bilhões) para a aquisição de armas avançadas e US$ 11,3 bilhões (mais de R$ 58,7 bilhões) para operações militares dos EUA na região.

O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, argumentou que o projeto de lei foi elaborado para beneficiar a indústria de defesa dos EUA. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que isso enriqueceria ainda mais os EUA, ao mesmo tempo que devastaria a Ucrânia e os ucranianos.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse no sábado (20) que a decisão da Câmara dos EUA apenas agravará as tensões no mundo.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, comentando o novo pacote de ajuda financeira aceite pela Câmara dos Representantes dos EUA, afirmou neste domingo (21) que as ações de Washington, sendo de fato parte do conflito, terão uma resposta incondicional e decisiva.

O ministério apontou que as elites do governo nos EUA estão prontas para inundar Kiev de armas, a fim de lutar até o último ucraniano, e por isso decidiram roubar os ativos congelados da Rússia.

Segundo o MRE russo, a Casa Branca está apostando não na mítica vitória de Kiev, mas espera que a Ucrânia resista até pelo menos as eleições nos EUA para não estragar a imagem do presidente Joe Biden.

 

Ø  Extermínio palestino será uma das mais trágicas heranças da dominação imperial dos EUA. Por Jeferson Miola

 

A Administração Biden vetou no Conselho de Segurança [18/4] a admissão da Palestina como membro pleno da ONU.

A medida desrespeita a Resolução 181 de 29/11/1947 da própria ONU, aquela que arbitrariamente criou dois Estados às custas da partilha da Palestina.

Na prática, esta decisão significa que, do ponto de vista legal e formal, a Palestina continuará não existindo como um país soberano, e continuará sendo não-membro observador das Nações Unidas.

Esta condição absurda retira dos palestinos o poder de participar de instâncias relevantes da ONU, como o Conselho de Segurança, e de exercer prerrogativas legais, como votar e propor resoluções. E é, obviamente, algo totalmente kafkiano.

Além da Palestina, só o Vaticano tem o status de não-membro observador da ONU. Com a diferença, contudo, de que ao contrário da cidade-sede da Igreja Católica, os palestinos possuem uma população permanente e reconhecida étnica, histórica e culturalmente enquanto povo.

Os palestinos também possuem seu território milenar, que foi permanentemente espoliado e roubado pelos sionistas no marco da estratégia colonialista, em especial a partir dos anos 1920 do século passado.

Os palestinos também elegem seus governos, que são desrespeitados por Israel. Além disso, são reconhecidos como Nação legítima e soberana por mais de 140 países.

O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, abusou da hipocrisia.

Ao explicar o inexplicável, ele argumentou que os EUA não se opõem à criação de um Estado palestino, mas “apenas” defendem que o reconhecimento da Palestina deverá vir “de negociações diretas entre as partes”, ou seja, da concordância que nunca acontecerá do regime nazi-sionista de Israel, que neste exato momento está empenhado em executar a “solução final” de limpeza étnica com a inteira devastação dos territórios palestinos.

Dois dias depois do veto na ONU, em pleno sábado [20/4] o Congresso estadunidense aprovou a liberação de mais 26 bilhões de dólares para Israel acelerar o genocídio do povo palestino confinado no Gueto de Rafah.

bestialidade israelense que já assassinou pelo menos 41 mil pessoas e deixou feridas mais de 76 mil, a imensa maioria delas crianças, mulheres e idosas, não poupa hospitais, escolas, igrejas, mesquitas, escritórios da ONU, ambulâncias, comboios de ajuda humanitária e residências das famílias.

Nem mesmo a memória arquitetônica é preservada, pois tudo deve ser inteiramente destruído.

A ideia é fazer terra arrasada; apagar os mínimos resquícios da memória palestina; exterminar todos e quaisquer traços e reminiscências da “raça inferior”.

Neste empreendimento genocida, terrorista e criminoso, Israel conta com a solidariedade, o apoio e a cumplicidade integral do establishment estadunidense.

Os EUA não permitem a adoção de nenhuma solução política, negociada ou pacífica para superar esta terrível realidade, assim como vetam todas tentativas de cessar-fogo e de socorro humanitário aos palestinos.

O império estadunidense é responsável pelas maiores tragédias da humanidade, a começar pelo uso extemporâneo criminoso da bomba nuclear, detonada para afirmar seu poder mundial já quando não se fazia necessário; e, depois, nas sucessivas guerras, massacres e ataques a vários povos considerados inimigos ao redor do mundo.

O extermínio do povo palestino será uma das mais trágicas heranças do poder imperial que os EUA exercem no mundo.

Dramaticamente, esta tragédia tem todas as condições de acontecer antes da chegada do fim deste poder imperial, que está em curso.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Viomundo

 

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