terça-feira, 23 de abril de 2024

FMI ressalta força da economia russa e explica projeção de crescimento econômico para o país

O Fundo Monetário Internacional (FMI) garantiu que a forte atividade econômica, os volumes de exportação de petróleo e outros fatores explicam a previsão de crescimento da Rússia para, pelo menos, até 2025.

"O que temos previsto para a Rússia é na verdade um crescimento neste ano, e também vimos um crescimento bastante forte no ano passado, o que foi explicado pela atividade econômica que permaneceu forte porque os volumes de exportação de petróleo se mantiveram, enquanto os preços do petróleo estavam elevados", disse Alfred Kammer, diretor do departamento europeu do FMI.

A organização internacional previu que a Rússia crescerá 3,2% este ano, enquanto em janeiro estimou que o crescimento seria de 2,6%. Até 2025, o FMI prevê que a Rússia crescerá 1,8%, enquanto a estimativa anterior colocava o valor em 1,1%.

Segundo Kammer, houve uma recuperação do consumo, enquanto os mercados de trabalho estão fortes e os salários reais têm aumentado.

"Uma grande parte desse aumento do PIB foi, na verdade, explicada por um 'boom' de investimento que refletiu o investimento das empresas estatais, incluindo em questões relacionadas com a segurança e a defesa", observou.

"Também vimos um aumento do investimento para substituição de importações", acrescentou o diretor do FMI, que garantiu que, embora "não haja muito apoio do lado fiscal", a maior parte do apoio fiscal foi referente à segurança e defesa.

"Isto também explica a melhoria dos nossos números para a Rússia em 2023 e as perspectivas de crescimento para este ano", disse Kammer, que esclareceu que se trata de uma projeção de curto prazo.

Quanto à eventual apreensão dos bens da Rússia congelados pelos países ocidentais, Kammer disse que é algo que deve ser determinado e decidido pelas jurisdições e tribunais relevantes.

"O nosso diretor-geral sublinhou recentemente que devemos ter cuidado com as consequências não intencionais desses impactos", disse o gestor.

¨      Confisco de ativos russos pelos EUA vai 'alimentar ainda mais' a ideia de desdolarização

No sábado (20), a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou a lei REPO (lei de reintegração de posse) que permite ao presidente dos EUA, Joe Biden, confiscar cerca de US$ 6 bilhões em ativos russos congelados em bancos dos EUA e enviá-los para a Ucrânia.

A disposição faz parte de um pacote de leis que também inclui mais de US$ 95 bilhões (cerca de R$ 493,6 bilhões) em ajuda à Ucrânia, Israel e ao Indo-Pacífico, bem como a potencial proibição do TikTok pelo presidente norte-americano Joe Biden. Embora os US$ 6 bilhões (aproximadamente R$ 31,1 bilhões) representem apenas uma fração dos mais de US$ 300 bilhões (mais de R$ 1,5 trilhão) em ativos russos congelados pelos países do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) em 2022, a maior parte desse dinheiro é mantida na Europa e os legisladores dos EUA esperam que isso incentive os legisladores europeus a fazerem o mesmo.

"Estamos fazendo bons progressos na forma de acessar esses fundos em uma base acordada que penso que podemos levar adiante no G7", disse aos jornalistas o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, cujo governo já se manifestou a favor da apreensão de ativos russos no início deste mês.

A decisão de confiscar bens russos e fornecê-los à Ucrânia representa uma grande escalada na guerra de sanções do Ocidente contra a Rússia. No entanto, a medida é pouco sensata por parte dos EUA porque vai acelerar a desdolarização global, o que eliminará uma das ferramentas mais poderosas que os EUA possuem.

"Isso está alimentando ainda mais a necessidade de desdolarização por parte de países terceiros. Seja a Rússia, seja a China – seja qualquer outro, incluindo qualquer país do G7 que possa apoiar marginalmente os Estados Unidos. Isto é pura e simples chantagem econômica", disse Paul Goncharoff, diretor-geral da empresa de consultoria Goncharoff LLC à Sputnik. "Será que estou investindo em algo que poderá ser confiscado ou congelado? Portanto, a falta de controle [por parte dos proprietários] sobre os ativos não é uma boa base para qualquer moeda", afirmou.

"Portanto, isso apenas estimula a desdolarização. E isso não é bom, especialmente quando se tem uma América [do Norte] que está habituada a viver com dívidas cada vez maiores, contraídas por pessoas que depositam confiança e compram títulos do Tesouro e obrigações", acrescentou Goncharoff.

O estatuto dos EUA como a maior reserva do mundo lhes permite evitar os efeitos inflacionistas de suas despesas, especialmente as despesas militares. Em 1984, enquanto os EUA aumentavam os seus gastos militares sob o governo do ex-presidente Ronald Reagan, os economistas estudaram os efeitos inflacionários dos gastos militares examinando as despesas militares de quatro países nas décadas de 1950 e 1960, determinando que os gastos militares aumentam a inflação, a menos que sejam compensados pela folga na economia doméstica, ou para nações com uma moeda de reserva global, pela folga da economia global.

"Os EUA usaram o estatuto de moeda-chave do dólar para exportar a sua inflação, registando [um] déficit na balança de pagamentos nas décadas de 1950 e 1960", escreveram. "Embora os EUA tenham tido, de longe, os gastos com defesa mais elevados em percentual do Produto Interno Bruto [PIB] de todos os países em estudo, a posição especial do dólar pode ter permitido aos EUA não só utilizarem a lentidão em sua própria economia para absorver possíveis efeitos inflacionistas de gastos com defesa, mas também aproveitar a folga na economia mundial."

Dois outros países incluídos no estudo, a Alemanha Ocidental e a França, registaram uma inflação elevada, enquanto o Reino Unido, cuja libra esterlina ainda era amplamente utilizada como moeda de reserva na época, também não registou uma inflação elevada.

Em um artigo de opinião para o The New York Times, o colunista Christopher Caldwell concordou: "Se a Rússia, a China e outros rivais diplomáticos decidirem que seus ativos em dólar são vulneráveis e que não podem mais confiar no dólar como meio de troca, vamos sentir a dor desses US$ 34 trilhões [cerca de R$ 176,6 trilhões] em dívida de uma forma que não sentimos agora".

A decisão "mina seriamente a imagem e a credibilidade do Ocidente", disse à Sputnik Lev Sokolschik, pesquisador do Centro de Estudos Europeus e Internacionais Abrangentes da Escola Superior de Economia. "Se, por exemplo, um país seguir uma política independente dos EUA, os seus bens podem estar em risco: podem ser congelados e finalmente confiscados."

Sokolschik observou que a Arábia Saudita, que é parcialmente responsável pelo domínio global do dólar norte-americano devido à criação do petrodólar, está aumentando a sua colaboração com a China, a Rússia e outras nações do BRICS. Já em 2022, a Arábia Saudita e a China mantiveram conversações sobre a liquidação das vendas de petróleo à China em yuan chinês, em vez de dólares norte-americanos.

¨      Scholz agradece à Noruega por fornecimento de gás após Alemanha romper relações com a Rússia

O chanceler alemão Olaf Scholz agradeceu à Noruega por fornecer gás ao país em vez da Rússia, acrescentando que Oslo se tornou o maior fornecedor de gás de Berlim.

Scholz participou da cerimônia de abertura da Feira de Hanover no domingo (21). O primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Store também participou do evento.

"Temos de agradecer à Noruega pelo fato de, em apenas alguns meses, termos conseguido tornar-nos completamente independentes da energia russa. Vocês nos forneceram gás de forma confiável e ainda mais do que o inicialmente acordado, e continuarão a ser o nosso maior fornecedor de gás nos próximos anos", disse Scholz durante o evento.

Para continuar como o maior fornecedor de gás da Alemanha, a Noruega desenvolve atualmente depósitos adicionais de gás, disse o chanceler.

Scholz afirmou ainda que a era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim, o que significa mudanças nos processos industriais.

A Alemanha, juntamente com vários outros países europeus, decidiu reduzir a sua dependência energética da Rússia após o início da operação militar especial de Moscou na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A interrupção do fluxo de gás russo para a Europa levou a um aumento nos preços da energia e à escassez, forçando países a procurarem alternativas, o que incluía também os Estados Unidos e as suas exportações de gás natural liquefeito.

 

Ø  Bem-vindo ao século XXI: drones russos de US$ 500 destroem os caros tanques Abrams, diz mídia

 

Na operação militar especial que a Rússia está levando a cabo na Ucrânia, um drone de US$ 500 destruiu poderosos tanques avaliados em mais de US$ 10 milhões, um fenômeno que revela como a natureza dos conflitos está sendo remodelada, cita a mídia norte-americana.

De acordo com declarações de um alto funcionário dos EUA citadas pelo The New York Times (NYT), só nos últimos dois meses, as forças russas destruíram cinco dos 31 tanques M1 Abrams fabricados nos EUA que o Pentágono enviou para a Ucrânia no outono europeu passado.

Pelo menos três outros sofreram danos moderados desde que os tanques foram enviados para o front no início deste ano, disse ao NYT o coronel Markus Reisner, historiador e ex-oficial de reconhecimento blindado que supervisiona o treinamento das forças austríacas na Academia Militar Teresiana, que acompanha de perto como as armas estão sendo usadas na Ucrânia.

De acordo com a análise, que cita dados do Oryx — site de análise militar que contabiliza perdas com base em evidências visuais, 796 tanques ucranianos foram destruídos, capturados ou abandonados desde o início da operação militar especial, em fevereiro de 2022.

Cerca de 140 veículos de combate eliminados foram entregues à Ucrânia por Estados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), notou o jornal.

Em 20 de março, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, informou que até agora, só neste ano, as forças russas destruíram quatro tanques Abrams norte-americanos, cinco tanques Leopard alemães, 27 veículos Bradley norte-americanos, seis lançadores múltiplos de foguetes Himars e 11 baterias de mísseis norte-americanos, incluindo cinco Patriot.

O Abrams é amplamente considerado um dos tanques mais poderosos do mundo.

O fato de ser mais fácil abatê-lo pela explosão de drones do que algumas autoridades e especialistas inicialmente presumiram mostra "outra forma como o conflito na Ucrânia está remodelando a própria natureza da guerra moderna", disse Can Kasapoglu, analista de defesa no Instituto Hudson em Washington, ao NYT.

Segundo a análise da mídia, apesar de sua potência, os tanques não são impenetráveis, e são mais vulneráveis onde sua blindagem pesada é mais fina, ou seja, "no topo, o bloco do motor traseiro e o espaço entre o casco e a torre".

Durante anos, foram atacados principalmente com minas terrestres, dispositivos explosivos improvisados, granadas lançadas por foguetes e mísseis guiados antitanque, tais como sistemas portáteis "atira e foge". Estes últimos foram amplamente utilizados no início do conflito ucraniano porque podiam atacar tanques de cima e atingi-los em até 90% das vezes.

No entanto, diz o jornal, os drones que agora são usados contra tanques na Ucrânia são ainda mais precisos.

Conhecidos como drones de visão em primeira pessoa (FPV, na sigla em inglês), eles são equipados com uma câmera que transmite imagens em tempo real ao seu controlador, que pode direcioná-los para atacar tanques em seus pontos mais vulneráveis. Em vários casos, FPVs foram enviados para "acabar" com tanques que já haviam sido danificados por minas ou mísseis antitanque, de modo que não pudessem ser recuperados do campo de batalha e reparados, disse Reisner ao canal.

"Dependendo do seu tamanho e sofisticação tecnológica, os drones podem custar apenas US$ 500 [R$ 2.603,85], um investimento insignificante para destruir um tanque Abrams de US$ 10 milhões [cerca de R$ 52 milhões]. E alguns deles podem transportar munições para aumentar o impacto da sua explosão. [...] bem-vindo ao século XXI — é realmente incrível", disse Reisner.

¨      Forças russas assumem controle de Novomikhailovka, na República Popular de Donetsk, diz MD da Rússia

As tropas russas eliminaram centenas de militares e equipamentos ucranianos nas últimas 24 horas, tendo conseguido libertar a localidade de Novomikhailovka.

Os militares russos libertaram durante as últimas 24 horas a localidade de Novomikhailovka, comunicou nesta segunda-feira (22) o Ministério da Defesa da Rússia.

"As unidades do agrupamento de tropas Yug [Sul], em resultado de ações bem-sucedidas, libertaram completamente a localidade de Novomikhailovka na República Popular de Donetsk e melhoraram a posição tática ao longo da linha de frente", disse o ministério, acrescentando que foram eliminados até 410 soldados, nove veículos, um sistema de artilharia autopropulsado Gvozdika, uma estação de guerra eletrônica Anklav e um depósito de munição, e que foram impedidos três contra-ataques adversários.

Enquanto isso, nas áreas dos povoados de Staromaiorskoe, Ugledar e Urozhainoe (República Popular de Donetsk) e na região de Zaporozhie, os agrupamentos de tropas russos Vostok (Leste) e Dniepre aniquilaram até 140 efetivos, além de dois carros, duas picapes e um obuseiro FH-70 ucranianos, tendo ocupado melhores posições no terreno, adicionou o ministério.

Também na República Popular de Donetsk, os agrupamentos de tropas Tsentr (Centro) e Zapad (Oeste) eliminaram até 390 soldados, 15 veículos militares, um obuseiro D-30, três estações de guerra eletrônica e uma peça de artilharia autopropulsada Gvozdika, assumiram melhores posições e repeliram 13 ataques do inimigo.

"A aviação tático-operacional, as tropas de mísseis e artilharia dos agrupamentos de tropas das Forças Armadas da Federação da Rússia atingiram: uma área de defesa antiaérea, um ponto de armazenamento de embarcações não tripuladas", referiu ainda a declaração, adicionando que em 24 horas foram abatidos 240 drones ucranianos.

No total, durante a realização da operação militar especial, foram destruídos 592 aviões, 270 helicópteros, 22.529 veículos aéreos não tripulados, 508 sistemas de defesa antiaérea, 15.817 tanques e outros veículos blindados de combate, 1.269 lançadores múltiplos de foguetes, 9.040 peças de artilharia de campanha e morteiros e 21.232 unidades de veículos militares especiais ucranianos, resumiu o Ministério da Defesa da Rússia.

 

Fonte: Sputnik Brasil

Nenhum comentário: