"Crime está nas igrejas, no futebol, e
até no transporte", diz governador sobre expansão das facções criminosas
na Bahia
O governador da Bahia,
Jerônimo Rodrigues (PT), fez declarações sobre a expansão das facções
criminosas no estado, alertando para sua presença cada vez mais marcante em
diversos setores da sociedade. Segundo o petista, as facções criminosas se
estabeleceram de forma considerável e agora possuem uma influência
significativa em diferentes aspectos da vida cotidiana.
O governador enfatizou
que essas organizações não se limitam apenas ao âmbito da criminalidade, mas
também estão presentes em áreas como economia, política, religião e até mesmo
no esporte e no transporte coletivo. "O crime organizado avançou consideravelmente.
Eles estão bem estabelecidos e maduros em sua distribuição de inteligência,
infiltrando-se em vários setores da sociedade. Eles estão nas igrejas, no
futebol, e até mesmo no transporte coletivo, como já observado em São Paulo.
Eles também tentam recrutar jovens nas escolas, embora tenhamos conseguido
mitigar esse problema em parte", afirmou o governador durante sua
participação na 100ª edição do PodZé ontem.
Apesar da expansão das
facções, Jerônimo Rodrigues destacou os esforços das forças policiais,
ressaltando que também estão em constante desenvolvimento. Ele mencionou uma
suposta omissão ou incentivo à violência por parte do governo federal anterior,
liderado por Jair Bolsonaro, enfatizando a importância de uma parceria entre os
governos estadual e federal para lidar com a questão da segurança pública de
forma eficaz.
"Em compensação,
nós também amadurecemos. Tivemos quatro anos de um governo federal que
estimulou o armamento da sociedade, com nenhum equipamento de policiamento de
fronteiras entregue", disse Rodrigues, referindo-se à suposta falta de
apoio federal durante a gestão anterior.
Além disso, o
governador abordou a necessidade de melhoria nos salários dos policiais,
ressaltando que já houve avanços nesse sentido, mas que ainda há espaço para
revisões e melhorias. Ele também discutiu questões relacionadas à utilização
das câmeras corporais pelos policiais militares, destacando os desafios e os
progressos nesse aspecto.
• VLT
Jerônimo Rodrigues
desafiou o vereador Sidninho (PP) para discutir a obra do VLT de Salvador. "Vereador, venha para cá conversar
comigo. Vereador, quero saber que tipo de informação você quer?", reagiu o
gestor ao comentar a ação movida pelo edil soteropolitano para barrar a
licitação da obra. "Qualquer pessoa tem direito a ver o projeto. Agora,
quero que ele venha discutir comigo para saber o que ele quer", emendou.
Sidninho moveu uma
ação popular contra o edital alegando supostas irregularidades. No entanto, a
presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, ao analisar o pedido de suspensão
da liminar, considerou que a paralisação do processo licitatório poderia acarretar
sérios prejuízos à ordem pública, à economia e à população da cidade de
Salvador e sua região metropolitana.
Caso Binho Galinha: Enfim, Conselho de
Ética tem 1ª reunião
Os membros escolhidos
para integrar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia
Legislativa da Bahia (AL-BA) foram convocados para uma reunião marcada para
hoje (17), às 14h, na qual será decidida a presidência e vice-presidência da
comissão. O colegiado será responsável pelo processo que pode resultar na
cassação do mandato do deputado estadual Binho Galinha (PRD), apontado pela
Polícia Federal como líder de uma milícia que atua praticando crimes como
lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação
qualificada em Feira de Santana.
O tema foi levantado
durante a sessão de ontem (16) na Casa, quando os líderes tanto do governo
quanto da oposição foram questionados sobre a data da primeira reunião do
conselho. O presidente da Casa, Adolfo Menezes, reiterou a necessidade desse
encontro, destacando que a Assembleia Legislativa deve prestar esclarecimentos
à opinião pública sobre o "grave ocorrido" envolvendo Binho Galinha.
Diante disso, o líder
da oposição na Assembleia, deputado Alan Sanches (União Brasil) afirmou ter
cumprido com sua parte ao indicar os membros de sua bancada e instou os demais
a coordenarem a marcação da reunião. Na sequência, Rosemberg Pinto (PT), líder
da base governista, concordou com Alan e pediu ao presidente da Casa que
convocasse a reunião para o dia seguinte. Adolfo, posteriormente, agendou a
reunião para a tarde de hoje no Salão Nobre da Casa.
• Deputado garante que AL-BA irá cumprir
papel
O deputado estadual
Alex da Piatã (PSD) afirmou, ontem (16), em entrevista à rádio Salvador FM, que
avaliar a conduta de Binho Galinha (PRD), seu colega na Assembleia Legislativa
da Bahia (AL-BA), na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar será um desafio
complexo. Alex da Piatã, um dos membros
titulares indicados pela bancada governista na comissão, assegurou que o
colegiado cumprirá sua função apesar das dificuldades.
"É nosso papel,
mas não é algo simples. Alguns criam afinidades e outros divergências com
pessoas que estão dentro do mesmo ambiente todos os dias. No entanto, isso não
impede de termos que fazer o nosso papel", respondeu o parlamentar.
"Existe uma
manifestação do Ministério Público e da Justiça. A Casa vai instalar essa
comissão, os nomes já foram indicados e o presidente [Adolfo Menezes] vai
marcar a data de instalação da comissão", acrescentou o parlamentar.
"Vamos fazer o nosso papel e analisar a questão ética dentro da
Casa", completou o deputado.
Da mesma legenda de
Alex da Piatã, a deputada estadual Ivana Bastos corroborou que, embora não faça
parte do colegiado, existe um desconforto entre os colegas da Casa ao ter que
"julgar" outro deputado. Quanto ao caso de Binho Galinha, Ivana enfatizou
que é dever da Justiça decidir sobre o assunto e que essa responsabilidade não
deveria recair sobre a AL-BA.
A declaração da
parlamentar foi feita durante entrevista ao podcast Projeto Prisma no início da
semana. “A gente sente constrangimento. Quando qualquer colega está acusado do
que quer que seja, eu acho que isso constrange. Eu acho que quem tem que julgar
isso é a Justiça", justificou Ivana Bastos.
"Se o mandato do
deputado Binho Galinha deve ser mantido ou não, [isso] é um problema judicial.
A Justiça que deve apurar os fatos e julgar. Em um caso que foi fora [da
Assembleia Legislativa], eu acho que que não é papel nosso”, complementou. "Se
eu não me engano todas as Assembleias Legislativas têm uma Comissão de Ética.
Eu acho muito positivo. Não há nenhum problema”, emendou Ivana.
Fonte: A Tarde
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