Ajuda
vergonhosa a Kiev leva à destruição de uma geração inteira de ucranianos, diz
deputada dos EUA
O
prosseguimento do financiamento à Ucrânia pelos Estados Unidos levará à
destruição adicional de toda uma geração de ucranianos e é uma vergonha para o
governo dos Estados Unidos, afirmou a congressista norte-americana Marjorie
Taylor Greene, representante da Geórgia pelo Partido Republicano.
"Vocês
ouvem em Washington que devemos gastar os dólares de impostos dos americanos,
ganhos com tanto esforço, na Ucrânia para continuar matando ucranianos,
destruindo toda uma geração de homens ucranianos, deixando viúvas e
órfãos", disse durante um discurso no Congresso neste sábado (20) sobre a
ajuda à Ucrânia.
Segundo
Greene, 70% dos americanos não apoiam um novo pacote de assistência financeira
a Kiev de cerca de US$ 60 bilhões (R$ 313,8 bilhões). Ela enfatizou que os
próprios ucranianos já não têm pessoas suficientes para trabalhar nas empresas
por conta das mobilizações para o Exército.
"Vocês
realmente apoiam a Ucrânia? Que tipo de apoio é esse? Vergonha para o governo
norte-americano", acrescentou a deputada.
As
autoridades norte-americanas afirmam que, ainda em dezembro, esgotaram os
fundos para apoiar Kiev e, enquanto o Congresso não aprovar o projeto de
financiamento adicional, não serão capazes de fornecer armas e munições.
O
presidente dos EUA, Joe Biden, encaminhou a proposta ao Congresso ainda em
outubro, mas enfrentou divergências com a oposição republicana. Sem acordo com
o presidente democrata durante o período pré-eleitoral, o grupo tentou vincular
a ajuda à Ucrânia aos investimentos na segurança da fronteira com o México.
Em
fevereiro, republicanos e democratas no Senado elaboraram e aprovaram um
projeto de lei com base no pedido de Biden, porém o presidente da Câmara dos
Deputados, Mike Johnson, que é próximo ao ex-presidente Donald Trump, ainda não
determinou a votação do texto e até prometeu mudanças.
O
republicano explicou que entre os congressistas há uma maioria suficiente para
superar em breve o "veto" e levar o projeto de lei "do
Senado" a votação. O clima na Câmara é exemplificado pela votação que
ocorreu na última sexta-feira (19), quando democratas e um número suficiente de
republicanos aprovaram a ordem de discussão e um pacote legislativo. Os
congressistas planejavam dedicar a semana à regulamentação do mercado de
eletrodomésticos, mas os planos mudaram após o ataque aéreo do Irã a Israel.
Alguns
legisladores republicanos se opõem ao apoio à Ucrânia e acusam o regime de
Vladimir Zelensky de corrupção e comportamento antidemocrático, além de temerem
uma guerra em larga escala com a Rússia. Os deputados também ameaçam iniciar a
remoção de Johnson em caso de concessões aos democratas, que, por sua vez,
sugerem estar prontos para ajudá-lo a permanecer no cargo.
Já
a Casa Branca prometeu que, imediatamente após isso, a ajuda americana à
Ucrânia será retomada.
¨
Ex-assessor do
Pentágono considera insensata nova ajuda dos EUA à Ucrânia
Ex-conselheiro
do Pentágono, o coronel reformado Douglas McGregor, disse que o conflito
militar na Ucrânia acabou e "não faz sentido enviar dinheiro para
lá".
"A
guerra na Ucrânia acabou, não faz sentido enviar dinheiro para lá. Que tal
financiar a nossa fronteira?!" - escreveu MCGregor em seu perfil na rede
social X, após o legislativo norte-americano aprovar um novo apoio militar de
mais de US$ 60 bilhões à Ucrânia.
A
Câmara dos Representantes dos EUA aprovou neste sábado (20) um projeto de lei
sobre o confisco de bens russos a favor da Ucrânia. A Câmara também aprovou um
projeto de lei para o envio de quase US$ 61 bilhões (R$ 317,39) à Ucrânia. O
secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, admitiu que US$ 50 bilhões desses
fundos serão destinados para contratos com empresas militares-industriais
norte-americanas.
Após
aprovação na Câmara, o documento será encaminhado ao Senado para apreciação.
O
porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a decisão da Câmara dos
Representantes dos EUA de alocar dinheiro para Kiev era esperada, pois
arruinaria ainda mais a Ucrânia ao passo que enriqueceria os EUA.
Desde
2022, a União Europeia e os países do G7 congelaram quase metade das reservas
cambiais russas, no valor de cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão).
Pelo menos 200 bilhões de euros (R$ 1,1 trilhão) estão na UE, principalmente em
contas da Euroclear, uma das maiores empresas de compensação e liquidação do
mundo.
O
bloco também discute formas de usar os ativos russos congelados para financiar
a reconstrução da Ucrânia. Porém, o Banco Central Europeu alertou que isso
poderia representar riscos à reputação da moeda europeia a longo prazo, e
incentivou a "olhar além desse conflito específico" e buscar outras
maneiras de financiar Kiev.
O
Kremlin, por sua vez, declarou que a adoção de tais decisões "será mais um
passo na violação de todas as regras e normas do direito internacional". O
Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou o congelamento de
ativos russos na Europa como roubo, além de destacar que a UE está focada não
apenas em fundos de particulares, mas também em ativos estatais russos.
¨
Novo financiamento dos
EUA a Ucrânia 'vai matar ainda mais os ucranianos', diz Peskov
O
porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, comentou neste sábado (20) a
aprovação pela Câmara ´dos Representantes dos Estados Unidos de um novo pacote
de financiamento ao regime do presidente Vladimir Zelensky em meio à operação
militar especial na Ucrânia. Os parlamentares foram favoráveis ao envio de US$
60,8 bilhões (R$ 316 bilhões) a Kiev.
Conforme
Peskov, a medida vai matar ainda mais os ucranianos, apesar de já ser esperada
pelo governo russo. O texto foi enviado ao Congresso em outubro do ano passado
pelo presidente Joe Biden e passou pelo Senado em fevereiro. Após sua aprovação
na Câmara, ela volta para nova votação no Senado.
"Isso
enriquecerá ainda mais os Estados Unidos da América e arruinará ainda mais a
Ucrânia, matando ainda mais ucranianos por causa do regime de Kiev",
acrescentou.
Já
com relação ao confisco dos ativos russos congelados, que chegam a cerca de 300
bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão), Peskov alertou que o país vai responder caso
os recursos sejam encaminhados à Ucrânia e que a ação vai causar danos
irreparáveis à imagem dos Estados Unidos.
"Quanto
à lei sobre o confisco de ativos russos, se este for realmente o caso, os
Estados Unidos terão de responder por isso, e nós faremos isso da maneira que
melhor atender aos nossos interesses", afirmou.
Segundo
o porta-voz, o confisco de bens russos por Washington "obrigará muitos
investidores neste país a poupar os seus fundos, porque a propriedade privada
será violada, especialmente a propriedade estatal", pontuou.
Já
a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria
Zakharova, enfatizou que a ajuda militar dos Estados Unidos a Ucrânia, Israel e
Taiwan vai agravar ainda mais as crises globais. Além disso, Zakharova
enfatizou que o financiamento do governo de Vladimir Zelensky é um patrocínio
direto de atividades terroristas.
"O
fornecimento pelos Estados Unidos de ajuda militar a Ucrânia, Israel e Taiwan
vai agravar as crises globais: a ajuda militar ao regime de Kiev é um
patrocínio direto de atividades terroristas; a Taiwan é uma interferência nos
assuntos internos da China; e a Israel é um caminho direto para a escalada de
um aumento sem precedentes da tensão na região", declarou em seu canal no
Telegram.
·
Projetos de lei aprovados pela Câmara dos
EUA
A
Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei que
permite confiscar os ativos russos congelados pelo Ocidente para serem usados
pela Ucrânia. Os parlamentares também foram favoráveis ao novo pacote de
financiamento de US$ 60,8 bilhões (R$ 316 bilhões) a Kiev.
A
proposta que autoriza o uso dos ativos russos teve 360 votos favoráveis e
outros 58 contrários e o texto segue para votação no Senado, que tem maioria
democrata. Já o texto para o envio de recursos ao regime de Vladimir Zelensky
recebeu 311 votos favoráveis e 112 contrários e também inclui o fornecimento de
Sistemas de Mísseis Táticos do Exército de longo alcance (Atacms, na sigla em
inglês) à Ucrânia.
Um
dos projetos de lei ainda traz a proibição "do descongelamento de ativos
soberanos russos", além de autorizar o envio dos recursos para serem
usados na Ucrânia durante a operação militar especial russa e para a
reconstrução do país.
Após
o início da operação especial em 2022, a União Europeia e os países do G7
congelaram quase metade das reservas cambiais russas, no valor de cerca de 300
bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão). Pelo menos 200 bilhões de euros (R$ 1,1
trilhão) estão na UE, principalmente em contas da Euroclear, uma das maiores
empresas de compensação e liquidação do mundo.
¨
Medvedev: ajuda à
Ucrânia satisfaz o 'insaciável' setor de armas dos EUA
A
decisão da Câmara dos Representantes dos EUA de aprovar um projeto de lei para
fornecer quase US$ 61 bilhões à Ucrânia beneficiará principalmente a indústria
de defesa dos EUA, disse o vice-presidente do Conselho de Segurança russo,
Dmitry Medvedev.
"É
claro que venceremos, apesar dos US$ 61 bilhões de sangue que alimentarão
principalmente o próprio setor insaciável da indústria de defesa [dos
EUA]" escreveu Medvedev em seu canal Telegram.
Segundo
o ex-presidente russo, a Câmara dos Representantes dos EUA votou a favor de
"maximizar o número de vítimas desta guerra".
A
Câmara dos Representantes dos EUA aprovou neste sábado (20) a Lei de Dotações
Suplementares de Segurança da Ucrânia, com 311 votos a favor, 112 contra e uma
abstenção.
Os
legisladores rejeitaram uma série de emendas republicanas para cortar o
financiamento do projeto.
O
projeto aprovado inclui US$ 23,3 bilhões (R$ 121,87 bilhões) para reabastecer
itens e serviços de defesa fornecidos à Ucrânia, US$ 13,8 bilhões (R$ 72,18
bilhões) para a aquisição de sistemas de armas avançados e US$ 11,3 bilhões (
R$ 59,11 bilhões) para operações militares dos EUA na região.
A
legislação também inclui uma medida para fornecer sistemas de mísseis táticos
de longo alcance à Ucrânia.
Após
aprovação na Câmara dos Representantes, o projeto segue para votação no Senado.
Caso passe pelo Senado, será apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Joe
Biden, para sua assinatura.
¨
Analista: projeto de
lei de ajuda dos EUA à Ucrânia é 'insuficiente' para as necessidades de Kiev
Após
mais de dois meses de duras negociações, a Câmara dos Representantes dos EUA
aprovou um pacote de ajuda externa caro. No entanto, o projeto de lei gerou
debate e críticas, com especialistas questionando a sua eficácia e alocação.
David
Pyne, ex-oficial do Departamento de Defesa dos EUA e vice-presidente executivo
da Força-Tarefa para Segurança Nacional e Interna, fez uma avaliação crítica do
pacote de ajuda. Para ele, os fundos alocados são "lamentavelmente
insuficientes" para as necessidades da Ucrânia durante o conflito.
O
projeto de lei "não mudará o resultado da guerra, que terminará
inevitavelmente com uma vitória russa e com a Ucrânia sendo forçada a aceitar
os termos de paz da Rússia", acredita Pyne.
Pyne
também questionou a distribuição da ajuda, uma vez que o presidente da Câmara,
Mike Johnson, indicou que apenas uma fração entre US$ 12 bilhões e US$ 14
bilhões (entre R$ 62,3 e R$ 72,7 bilhões), forneceria armas diretamente à
Ucrânia.
No
entanto, Pyne levantou preocupações de que uma parcela substancial, cerca de
80%, beneficiaria as indústrias de defesa dos EUA. Ele destacou o potencial
para o presidente Joe Biden utilizar a autoridade de saque, permitindo o
redirecionamento de fundos adicionais dos estoques militares existentes para a
Ucrânia.
Além
disso, Pyne lançou luz sobre a escassez crítica de projéteis de artilharia e
mísseis de defesa aérea na Ucrânia. Ele descreveu o sucesso da Rússia em
infligir baixas significativas às forças ucranianas e enfatizou os desafios na
resolução dos déficits de munições da Ucrânia.
"A
Rússia tem tido bastante sucesso no seu objetivo de 'desmilitarizar' tanto a
Ucrânia como a Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN], fazendo com
que os EUA e os seus aliados da aliança se desarmassem unilateralmente de
dezenas de milhares dos seus sistemas de armas mais modernos e os transferissem
para a Ucrânia", afirmou Pyne.
Pyne
destacou a grande disparidade entre as capacidades de artilharia russa,
ucraniana e da OTAN, observando que "a Rússia produz três vezes mais
munições de artilharia do que toda a OTAN combinada".
"As
forças russas tiveram sucesso em infligir meio milhão de baixas militares
ucranianas, incluindo cerca de 250 mil mortos em combate e 250 mil gravemente
feridos com tantas ou mais amputações ucranianas nos últimos dois anos do que a
França sofreu [...] na Frente Ocidental durante a Primeira Guerra
Mundial", disse Pyne.
A
avaliação sublinha a complexidade da prestação de apoio eficaz à Ucrânia em um
contexto de escalada de conflitos. À medida que a lei da ajuda avança, é
provável que persistam discussões em torno da sua implementação, distribuição e
implicações geopolíticas mais amplas, bem como questões relativas aos
verdadeiros propósitos e intenções dos EUA em relação à Ucrânia como nação.
Ø Amorim vai à Europa defender participação da Rússia em
negociação para a paz com a Ucrânia
O
conflito entre a Rússia e a Ucrânia será a principal pauta dos encontros entre
autoridades europeias e o assessor especial para Assuntos Internacionais do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim.
Em
entrevista ao jornal O Globo, Amorim afirmou que vai defender a participação da
Rússia no grupo de países do Ocidente que estão discutindo possíveis soluções
para conflito:
"A
Suíça se envolveu no tema e tentou buscar um pouco de equilíbrio. Mas parece
que esse equilíbrio ainda não foi alcançado, embora eles [os suíços] também
admitam que não pode haver diálogo verdadeiro se não houver participação da
Rússia", declarou o diplomata brasileiro ao jornal.
"Eles
estão aceitando um pouco a visão ucraniana, de que isso seria em um outro
momento. Só que acho que a gente nem chegará a um outro momento se não tiver
uma conversa com os russos. Não sei se a célebre frase do Garrincha se aplica:
já combinou com os russos?", brincou ele.
Ele
também comentou as recentes declarações do presidente da Ucrânia, Vladimir
Zelensky, de que seria um erro Lula se reunir com Vladimir Putin e que não foi
convidado para vir a Brasília.
"Todo
mundo tem o direito de falar o que pensa. Não posso comentar declarações de um
presidente. Temos interesse em ter um diálogo com ele, mas de forma adequada,
em nível adequado", comentou.
Ele
lembrou que foi a Kiev, no ano passado, e se encontrou com Zelensky e que Lula
e o líder ucraniano se reuniram em Nova York, em setembro passado, na ocasião
da Assembleia Geral da ONU.
Amorim
citou ainda o BRICS como possível mediador do conflito entre os dois países que
já dura mais de dois anos. Disse também que o "Brasil e China têm se
coordenado nessa questão e poderiam contribuir" por meio de assuntos
humanitários, ligados à segurança alimentar e à troca de prisioneiros, por
exemplo.
"Temos
de construir o clima para esse diálogo e acho que os países do BRICS podem
contribuir, porque muitos deles — certamente é o caso do Brasil — têm uma boa
relação com os vários lados. Essa não é uma questão que envolve só Ucrânia, mas
também OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], EUA, França e
Alemanha", ponderou ele.
Amorim
tem reunião marcada neste sábado (20) com o conselheiro diplomático do
presidente da França, Emmanuel Macron, Emmanuel Bonne, em Paris. Moscou e São
Petersburgo serão os próximos destinos e a segurança do BRICS será o principal
tema da agenda.
Em
Moscou, tem reuniões marcadas com o chanceler Sergei Lavrov, o secretário do
Conselho de Segurança da Rússia, Nicolai Patrushev, o assessor diplomático do
presidente Vladimir Putin, Yuri Ushakov.
A
Alemanha será o último destino do diplomata brasileiro que tem encontros
agendados com o assessor especial do chanceler alemão Olaf Scholz, Jens
Plotner, e o ministro federal para Assuntos Especiais, Wolfgang Schmidt.
Fonte:
Sputnik Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário