segunda-feira, 22 de abril de 2024

Ajuda vergonhosa a Kiev leva à destruição de uma geração inteira de ucranianos, diz deputada dos EUA

O prosseguimento do financiamento à Ucrânia pelos Estados Unidos levará à destruição adicional de toda uma geração de ucranianos e é uma vergonha para o governo dos Estados Unidos, afirmou a congressista norte-americana Marjorie Taylor Greene, representante da Geórgia pelo Partido Republicano.

"Vocês ouvem em Washington que devemos gastar os dólares de impostos dos americanos, ganhos com tanto esforço, na Ucrânia para continuar matando ucranianos, destruindo toda uma geração de homens ucranianos, deixando viúvas e órfãos", disse durante um discurso no Congresso neste sábado (20) sobre a ajuda à Ucrânia.

Segundo Greene, 70% dos americanos não apoiam um novo pacote de assistência financeira a Kiev de cerca de US$ 60 bilhões (R$ 313,8 bilhões). Ela enfatizou que os próprios ucranianos já não têm pessoas suficientes para trabalhar nas empresas por conta das mobilizações para o Exército.

"Vocês realmente apoiam a Ucrânia? Que tipo de apoio é esse? Vergonha para o governo norte-americano", acrescentou a deputada.

As autoridades norte-americanas afirmam que, ainda em dezembro, esgotaram os fundos para apoiar Kiev e, enquanto o Congresso não aprovar o projeto de financiamento adicional, não serão capazes de fornecer armas e munições.

O presidente dos EUA, Joe Biden, encaminhou a proposta ao Congresso ainda em outubro, mas enfrentou divergências com a oposição republicana. Sem acordo com o presidente democrata durante o período pré-eleitoral, o grupo tentou vincular a ajuda à Ucrânia aos investimentos na segurança da fronteira com o México.

Em fevereiro, republicanos e democratas no Senado elaboraram e aprovaram um projeto de lei com base no pedido de Biden, porém o presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, que é próximo ao ex-presidente Donald Trump, ainda não determinou a votação do texto e até prometeu mudanças.

O republicano explicou que entre os congressistas há uma maioria suficiente para superar em breve o "veto" e levar o projeto de lei "do Senado" a votação. O clima na Câmara é exemplificado pela votação que ocorreu na última sexta-feira (19), quando democratas e um número suficiente de republicanos aprovaram a ordem de discussão e um pacote legislativo. Os congressistas planejavam dedicar a semana à regulamentação do mercado de eletrodomésticos, mas os planos mudaram após o ataque aéreo do Irã a Israel.

Alguns legisladores republicanos se opõem ao apoio à Ucrânia e acusam o regime de Vladimir Zelensky de corrupção e comportamento antidemocrático, além de temerem uma guerra em larga escala com a Rússia. Os deputados também ameaçam iniciar a remoção de Johnson em caso de concessões aos democratas, que, por sua vez, sugerem estar prontos para ajudá-lo a permanecer no cargo.

Já a Casa Branca prometeu que, imediatamente após isso, a ajuda americana à Ucrânia será retomada.

¨      Ex-assessor do Pentágono considera insensata nova ajuda dos EUA à Ucrânia

Ex-conselheiro do Pentágono, o coronel reformado Douglas McGregor, disse que o conflito militar na Ucrânia acabou e "não faz sentido enviar dinheiro para lá".

"A guerra na Ucrânia acabou, não faz sentido enviar dinheiro para lá. Que tal financiar a nossa fronteira?!" - escreveu MCGregor em seu perfil na rede social X, após o legislativo norte-americano aprovar um novo apoio militar de mais de US$ 60 bilhões à Ucrânia.

 

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou neste sábado (20) um projeto de lei sobre o confisco de bens russos a favor da Ucrânia. A Câmara também aprovou um projeto de lei para o envio de quase US$ 61 bilhões (R$ 317,39) à Ucrânia. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, admitiu que US$ 50 bilhões desses fundos serão destinados para contratos com empresas militares-industriais norte-americanas.

Após aprovação na Câmara, o documento será encaminhado ao Senado para apreciação.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a decisão da Câmara dos Representantes dos EUA de alocar dinheiro para Kiev era esperada, pois arruinaria ainda mais a Ucrânia ao passo que enriqueceria os EUA.

Desde 2022, a União Europeia e os países do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais russas, no valor de cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão). Pelo menos 200 bilhões de euros (R$ 1,1 trilhão) estão na UE, principalmente em contas da Euroclear, uma das maiores empresas de compensação e liquidação do mundo.

O bloco também discute formas de usar os ativos russos congelados para financiar a reconstrução da Ucrânia. Porém, o Banco Central Europeu alertou que isso poderia representar riscos à reputação da moeda europeia a longo prazo, e incentivou a "olhar além desse conflito específico" e buscar outras maneiras de financiar Kiev.

O Kremlin, por sua vez, declarou que a adoção de tais decisões "será mais um passo na violação de todas as regras e normas do direito internacional". O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou o congelamento de ativos russos na Europa como roubo, além de destacar que a UE está focada não apenas em fundos de particulares, mas também em ativos estatais russos.

¨      Novo financiamento dos EUA a Ucrânia 'vai matar ainda mais os ucranianos', diz Peskov

O porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, comentou neste sábado (20) a aprovação pela Câmara ´dos Representantes dos Estados Unidos de um novo pacote de financiamento ao regime do presidente Vladimir Zelensky em meio à operação militar especial na Ucrânia. Os parlamentares foram favoráveis ao envio de US$ 60,8 bilhões (R$ 316 bilhões) a Kiev.

Conforme Peskov, a medida vai matar ainda mais os ucranianos, apesar de já ser esperada pelo governo russo. O texto foi enviado ao Congresso em outubro do ano passado pelo presidente Joe Biden e passou pelo Senado em fevereiro. Após sua aprovação na Câmara, ela volta para nova votação no Senado.

"Isso enriquecerá ainda mais os Estados Unidos da América e arruinará ainda mais a Ucrânia, matando ainda mais ucranianos por causa do regime de Kiev", acrescentou.

Já com relação ao confisco dos ativos russos congelados, que chegam a cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão), Peskov alertou que o país vai responder caso os recursos sejam encaminhados à Ucrânia e que a ação vai causar danos irreparáveis ​​à imagem dos Estados Unidos.

"Quanto à lei sobre o confisco de ativos russos, se este for realmente o caso, os Estados Unidos terão de responder por isso, e nós faremos isso da maneira que melhor atender aos nossos interesses", afirmou.

Segundo o porta-voz, o confisco de bens russos por Washington "obrigará muitos investidores neste país a poupar os seus fundos, porque a propriedade privada será violada, especialmente a propriedade estatal", pontuou.

Já a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, enfatizou que a ajuda militar dos Estados Unidos a Ucrânia, Israel e Taiwan vai agravar ainda mais as crises globais. Além disso, Zakharova enfatizou que o financiamento do governo de Vladimir Zelensky é um patrocínio direto de atividades terroristas.

"O fornecimento pelos Estados Unidos de ajuda militar a Ucrânia, Israel e Taiwan vai agravar as crises globais: a ajuda militar ao regime de Kiev é um patrocínio direto de atividades terroristas; a Taiwan é uma interferência nos assuntos internos da China; e a Israel é um caminho direto para a escalada de um aumento sem precedentes da tensão na região", declarou em seu canal no Telegram.

·        Projetos de lei aprovados pela Câmara dos EUA

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei que permite confiscar os ativos russos congelados pelo Ocidente para serem usados pela Ucrânia. Os parlamentares também foram favoráveis ao novo pacote de financiamento de US$ 60,8 bilhões (R$ 316 bilhões) a Kiev.

A proposta que autoriza o uso dos ativos russos teve 360 votos favoráveis e outros 58 contrários e o texto segue para votação no Senado, que tem maioria democrata. Já o texto para o envio de recursos ao regime de Vladimir Zelensky recebeu 311 votos favoráveis e 112 contrários e também inclui o fornecimento de Sistemas de Mísseis Táticos do Exército de longo alcance (Atacms, na sigla em inglês) à Ucrânia.

Um dos projetos de lei ainda traz a proibição "do descongelamento de ativos soberanos russos", além de autorizar o envio dos recursos para serem usados na Ucrânia durante a operação militar especial russa e para a reconstrução do país.

Após o início da operação especial em 2022, a União Europeia e os países do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais russas, no valor de cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão). Pelo menos 200 bilhões de euros (R$ 1,1 trilhão) estão na UE, principalmente em contas da Euroclear, uma das maiores empresas de compensação e liquidação do mundo.

¨      Medvedev: ajuda à Ucrânia satisfaz o 'insaciável' setor de armas dos EUA

A decisão da Câmara dos Representantes dos EUA de aprovar um projeto de lei para fornecer quase US$ 61 bilhões à Ucrânia beneficiará principalmente a indústria de defesa dos EUA, disse o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev.

"É claro que venceremos, apesar dos US$ 61 bilhões de sangue que alimentarão principalmente o próprio setor insaciável da indústria de defesa [dos EUA]" escreveu Medvedev em seu canal Telegram.

Segundo o ex-presidente russo, a Câmara dos Representantes dos EUA votou a favor de "maximizar o número de vítimas desta guerra".

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou neste sábado (20) a Lei de Dotações Suplementares de Segurança da Ucrânia, com 311 votos a favor, 112 contra e uma abstenção.

Os legisladores rejeitaram uma série de emendas republicanas para cortar o financiamento do projeto.

O projeto aprovado inclui US$ 23,3 bilhões (R$ 121,87 bilhões) para reabastecer itens e serviços de defesa fornecidos à Ucrânia, US$ 13,8 bilhões (R$ 72,18 bilhões) para a aquisição de sistemas de armas avançados e US$ 11,3 bilhões ( R$ 59,11 bilhões) para operações militares dos EUA na região.

A legislação também inclui uma medida para fornecer sistemas de mísseis táticos de longo alcance à Ucrânia.

Após aprovação na Câmara dos Representantes, o projeto segue para votação no Senado. Caso passe pelo Senado, será apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para sua assinatura.

¨      Analista: projeto de lei de ajuda dos EUA à Ucrânia é 'insuficiente' para as necessidades de Kiev

Após mais de dois meses de duras negociações, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um pacote de ajuda externa caro. No entanto, o projeto de lei gerou debate e críticas, com especialistas questionando a sua eficácia e alocação.

David Pyne, ex-oficial do Departamento de Defesa dos EUA e vice-presidente executivo da Força-Tarefa para Segurança Nacional e Interna, fez uma avaliação crítica do pacote de ajuda. Para ele, os fundos alocados são "lamentavelmente insuficientes" para as necessidades da Ucrânia durante o conflito.

O projeto de lei "não mudará o resultado da guerra, que terminará inevitavelmente com uma vitória russa e com a Ucrânia sendo forçada a aceitar os termos de paz da Rússia", acredita Pyne.

Pyne também questionou a distribuição da ajuda, uma vez que o presidente da Câmara, Mike Johnson, indicou que apenas uma fração entre US$ 12 bilhões e US$ 14 bilhões (entre R$ 62,3 e R$ 72,7 bilhões), forneceria armas diretamente à Ucrânia.

No entanto, Pyne levantou preocupações de que uma parcela substancial, cerca de 80%, beneficiaria as indústrias de defesa dos EUA. Ele destacou o potencial para o presidente Joe Biden utilizar a autoridade de saque, permitindo o redirecionamento de fundos adicionais dos estoques militares existentes para a Ucrânia.

Além disso, Pyne lançou luz sobre a escassez crítica de projéteis de artilharia e mísseis de defesa aérea na Ucrânia. Ele descreveu o sucesso da Rússia em infligir baixas significativas às forças ucranianas e enfatizou os desafios na resolução dos déficits de munições da Ucrânia.

"A Rússia tem tido bastante sucesso no seu objetivo de 'desmilitarizar' tanto a Ucrânia como a Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN], fazendo com que os EUA e os seus aliados da aliança se desarmassem unilateralmente de dezenas de milhares dos seus sistemas de armas mais modernos e os transferissem para a Ucrânia", afirmou Pyne.

Pyne destacou a grande disparidade entre as capacidades de artilharia russa, ucraniana e da OTAN, observando que "a Rússia produz três vezes mais munições de artilharia do que toda a OTAN combinada".

"As forças russas tiveram sucesso em infligir meio milhão de baixas militares ucranianas, incluindo cerca de 250 mil mortos em combate e 250 mil gravemente feridos com tantas ou mais amputações ucranianas nos últimos dois anos do que a França sofreu [...] na Frente Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial", disse Pyne.

A avaliação sublinha a complexidade da prestação de apoio eficaz à Ucrânia em um contexto de escalada de conflitos. À medida que a lei da ajuda avança, é provável que persistam discussões em torno da sua implementação, distribuição e implicações geopolíticas mais amplas, bem como questões relativas aos verdadeiros propósitos e intenções dos EUA em relação à Ucrânia como nação.

 

Ø  Amorim vai à Europa defender participação da Rússia em negociação para a paz com a Ucrânia

 

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia será a principal pauta dos encontros entre autoridades europeias e o assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim.

Em entrevista ao jornal O Globo, Amorim afirmou que vai defender a participação da Rússia no grupo de países do Ocidente que estão discutindo possíveis soluções para conflito:

"A Suíça se envolveu no tema e tentou buscar um pouco de equilíbrio. Mas parece que esse equilíbrio ainda não foi alcançado, embora eles [os suíços] também admitam que não pode haver diálogo verdadeiro se não houver participação da Rússia", declarou o diplomata brasileiro ao jornal.

"Eles estão aceitando um pouco a visão ucraniana, de que isso seria em um outro momento. Só que acho que a gente nem chegará a um outro momento se não tiver uma conversa com os russos. Não sei se a célebre frase do Garrincha se aplica: já combinou com os russos?", brincou ele.

Ele também comentou as recentes declarações do presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, de que seria um erro Lula se reunir com Vladimir Putin e que não foi convidado para vir a Brasília.

"Todo mundo tem o direito de falar o que pensa. Não posso comentar declarações de um presidente. Temos interesse em ter um diálogo com ele, mas de forma adequada, em nível adequado", comentou.

Ele lembrou que foi a Kiev, no ano passado, e se encontrou com Zelensky e que Lula e o líder ucraniano se reuniram em Nova York, em setembro passado, na ocasião da Assembleia Geral da ONU.

Amorim citou ainda o BRICS como possível mediador do conflito entre os dois países que já dura mais de dois anos. Disse também que o "Brasil e China têm se coordenado nessa questão e poderiam contribuir" por meio de assuntos humanitários, ligados à segurança alimentar e à troca de prisioneiros, por exemplo.

"Temos de construir o clima para esse diálogo e acho que os países do BRICS podem contribuir, porque muitos deles — certamente é o caso do Brasil — têm uma boa relação com os vários lados. Essa não é uma questão que envolve só Ucrânia, mas também OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], EUA, França e Alemanha", ponderou ele.

Amorim tem reunião marcada neste sábado (20) com o conselheiro diplomático do presidente da França, Emmanuel Macron, Emmanuel Bonne, em Paris. Moscou e São Petersburgo serão os próximos destinos e a segurança do BRICS será o principal tema da agenda.

Em Moscou, tem reuniões marcadas com o chanceler Sergei Lavrov, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nicolai Patrushev, o assessor diplomático do presidente Vladimir Putin, Yuri Ushakov.

A Alemanha será o último destino do diplomata brasileiro que tem encontros agendados com o assessor especial do chanceler alemão Olaf Scholz, Jens Plotner, e o ministro federal para Assuntos Especiais, Wolfgang Schmidt.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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