sexta-feira, 19 de abril de 2024

Saúde dos olhos pode indicar risco de Alzheimer com 12 anos de antecedência

A saúde dos olhos pode ser um indicativo importante sobre a saúde do cérebro. Um novo estudo, publicado na revista científica Scientific Reports, mostrou que a perda de sensibilidade visual pode ser um sinal precoce de Alzheimer e pode se manifestar até 12 anos antes de a doença ser diagnosticada.

estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, foi feito com 8.623 pessoas saudáveis residentes de Norfolk, na Inglaterra. Elas foram acompanhadas por vários anos e, ao final do estudo, 537 participantes haviam desenvolvido demência. A partir disso, foi possível observar quais fatores poderiam estar associados ao diagnóstico.

No início do estudo, os pesquisadores realizaram um teste de sensibilidade visual, que é a capacidade de uma pessoa detectar e processar informações visuais com precisão e eficiência. Para isso, eles precisaram apertar um botão assim que vissem um triângulo se formando em um campo de pontos em movimento.

De acordo com os pesquisadores, as pessoas que, mais tarde, desenvolveriam demência demoraram mais tempo para notar o triângulo se formando na tela do que as pessoas que não desenvolveram a doença.

·        Problemas visuais podem ser um indicador precoce de Alzheimer

De acordo com um artigo escrito pelos autores do estudo e publicado no The Conversation, problemas visuais podem ser um indicador precoce de declínio cognitivo, uma vez que o acúmulo de placas amiloides (característica do Alzheimer) pode afetar primeiro as áreas do cérebro relacionadas à visão.

Diante disso, testes de visão podem encontrar déficits cognitivos antes mesmos dos testes de memória, que podem detectar sinais de Alzheimer quando a doença já está progredindo.

De acordo com os pesquisadores, existem vários aspectos do processamento visual que podem ser afetados pelo Alzheimer, como a capacidade de ver contornos de objetos e de discernir cores. Além disso, existem evidências que sugerem que pessoas com demência podem processar os rostos de novas pessoas de forma ineficiente.

Em entrevista ao Medical News Today, Eef Hogervorst, presidente de Psicologia Biológica e diretor de Pesquisa em Demência da Universidade de Loughborough, e principal autor do estudo, a pontuação baixa em testes de sensibilidade visual — realizados no estudo em questão — pode indicar um risco futuro de demência, em média 12 anos antes do diagnóstico, especialmente quando o exame é combinado com outros testes de memória e de funcionamento cognitivo global.

Agora, os pesquisadores pretendem investigar o potencial de testes de sensibilidade visual como ferramenta de monitoramento do Alzheimer.

 

Ø  Exercícios físicos podem reverter efeitos do envelhecimento, sugere estudo

 

A prática de exercícios físicos oferece diversos benefícios para a saúde, como a redução do estresse, melhora do metabolismo, diminuição do risco de diversas doenças, entre outros. Agora, um novo estudo feito por pesquisadores da Amsterdam UMC sugere um novo benefício da atividade física: reverter o processo de envelhecimento.

Os pesquisadores descobriram que um tipo de gordura se acumula em diversos tecidos do corpo conforme envelhecemos, mas esse acúmulo pode ser revertido através do exercício físico. As descobertas foram publicadas no último dia 12 na revista científica Nature Aging.

“A ideia de que poderíamos reverter o envelhecimento é algo que há muito é considerado ficção científica, mas essas descobertas nos permitem entender muito mais sobre o processo de envelhecimento”, diz Riekelt Houtkooper, professor do laboratório de Doenças Genéticas Metabólicas da Amsterdam UMC, em comunicado.

“Ao compreender mais sobre o processo de envelhecimento, também podemos procurar novas formas de intervir”, completa Georges Janssens, primeiro autor do artigo e professor assistente na Amsterdam UMC.

Os pesquisadores explicam que, nos últimos anos, estudos laboratoriais demonstraram que é possível combater doenças relacionadas à idade, intervindo em processos fundamentais que levam ao envelhecimento. No entanto, ainda há muitos mecanismos relacionados ao envelhecimento a serem descobertos.

Diante disso, a equipe investigou como a composição de lipídeos (gorduras) muda em ratos ao longo dos anos. Eles analisaram dez tecidos diferentes, incluindo músculos, rins, fígado e coração.

Os pesquisadores observaram que um tipo de lipídio, chamado bis(monoacilglicero)fosfato (ou BMPs), estava elevado em todos os tecidos dos roedores mais velhos, o que sugere um acúmulo dessa gordura durante o envelhecimento.

Portanto, eles decidiram investigar se isso também acontece em humanos. Apesar de não ter sido possível obter tantos tecidos diferentes, o acúmulo de BMP também foi visível nas biópsias musculares de idosos.

Por fim, os pesquisadores realizaram mais biopsias musculares em pessoas antes e depois de uma intervenção que consistiu em uma hora de exercício por dia. Segundo a pesquisa, foi possível notar uma diminuição do nível de BMP nos participantes que eram fisicamente ativos.

“Esses resultados são um novo passo importante para a nossa compreensão do processo de envelhecimento, mas certamente não são a resposta final. Planejamos realizar estudos de acompanhamento para entender melhor como as BMPs contribuem para o envelhecimento, quais são as consequências do acúmulo de BMP no processo de envelhecimento, e se isso só pode ser influenciado pelo exercício ou são outras formas de afetar os níveis de BMPs”, conclui Houtkooper.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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