Pesquisa global mostra que desilusão torna
jovens dos EUA mais conservadores
Uma grande pesquisa
global divulgada na sexta-feira mostrou um aumento no desespero e na desilusão
com a política, especialmente entre os jovens norte-americanos, o único grupo
populacional dos Estados Unidos que se tornou mais conservador na última
década.
O estudo da agência
internacional de pesquisa Glocalities, compartilhado com a Reuters, ofereceu um
contexto para a eleição presidencial de novembro nos EUA e uma série de
votações em todo o mundo, incluindo a eleição parlamentar da União Europeia em
junho.
A pesquisa fez
perguntas para determinar a posição dos entrevistados em uma escala de otimismo
entre "esperança" e "desespero", e em outra entre
"controle" e "liberdade" - em outras palavras,
conservadorismo e liberalismo.
Em média, o mundo se
tornou mais liberal entre 2014 e 2023, mesmo que tenha se tornado mais
pessimista, de acordo com mais de 300.000 pesquisas em 20 países, representando
quase 60% da população global.
Os jovens de todo o
mundo se sentem especialmente decepcionados com a sociedade, disse Martijn
Lampert, chefe de pesquisa da Glocalities, acrescentando que "o aumento do
desespero entre os jovens adultos nos EUA supera em muito o aumento do desespero
entre os jovens adultos nos países da UE".
O mais surpreendente é
que os jovens norte-americanos foram o único grupo populacional nos Estados
Unidos ou sete Estados membros da UE que realmente se tornou mais conservador
desde 2014 - ou, nos termos da pesquisa, que favorece mais controle em vez de
liberdade.
No total, 14.526
norte-americanos foram entrevistados entre 2014 e 2023, incluindo 2.242 homens
com idade entre 18 e 34 anos.
Em todo o mundo,
"sentimentos de desesperança, desilusão social e revolta contra os valores
cosmopolitas explicam em parte a ascensão de partidos radicais de direita
contra o establishment", disse Lampert, citando eleições em vários países
europeus.
Os algoritmos das
mídias sociais estavam ampliando a tendência ao atrair "jovens
moderadamente conservadores para modelos e visões de mundo masculinos
conservadores mais extremos e radicais".
O relatório também
destacou uma grande diferença entre os homens jovens e as mulheres jovens do
mundo.
Ambos estavam
preocupados com perspectivas de carreira, segurança financeira e educação, mas
enquanto os homens de 18 a 24 anos ultrapassaram os homens de 55 a 70 anos como
o grupo mais socialmente conservador, as mulheres de 18 a 24 anos se tornaram
mais liberais e antipatriarcais.
Em uma escala em que 1
representa o mais conservador e 5 o mais liberal, as mulheres de 18 a 24 anos
em todo o mundo passaram de 3,55 em 2014 para 3,78 em 2023 - ambos valores mais
altos para qualquer faixa etária.
Os homens da mesma
idade passaram de 3,29 para 3,36. E nos EUA, os homens de 18 a 34 anos se
tornaram menos liberais, caindo de 3,48 para 3,46.
"Globalmente, as
mulheres jovens são provavelmente o grupo mais liberal da história da
humanidade", afirma o relatório.
As pesquisas foram
realizadas em Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha,
Índia, Itália, Japão, México, Holanda, Polônia, Rússia, África do Sul, Coreia
do Sul, Espanha, Turquia, Reino Unido e EUA.
Ø
Kamala ataca Trump: 'Quer levar EUA de
volta a 1800' no tema do aborto
A vice-presidente dos
Estados Unidos, Kamala Harris, endureceu seu discurso em relação a Donald Trump
e sustentou que, se o republicano retornar à Casa Branca para um novo mandato,
promoverá retrocessos em matéria de direitos reprodutivos.
"Quer levar os
Estados Unidos a 1800", disse Harris em um comício em Tucson (Arizona),
parte de sua campanha junto com o mandatário democrata Joe Biden para as
eleições presidenciais de novembro.
Harris chegou a Tucson
nesta sexta-feira (12) para sacudir a campanha eleitoral a três dias de a
Suprema Corte estadual restabelecer uma lei de 1864 que penaliza o acesso
ao aborto.
O tema se tornou o
foco da campanha no Arizona, um dos estados que, por serem variáveis em
intenção política, promete ser palco de uma guerra entre os dois partidos.
"Apenas esta
semana, aqui no Arizona retrocederam o relógio para 1800 para tirar de cada
mulher um dos direitos mais fundamentais: o direito de decidir sobre seu
próprio corpo", comentou.
"Assim parece um
segundo mandato de Trump: mais proibições, mais sofrimento e menos
liberdade", disse Harris.
A lei de 1864
restabelecida no Arizona proíbe o aborto quase completamente, permitindo o
procedimento apenas quando é necessário para salvar a vida da mãe, e estabelece
penas de prisão de dois a cinco anos para quem o praticar.
O veredicto derruba a
legalização vigente que permitia a interrupção da gravidez no estado até as 15
semanas de gestação.
"Esta decisão da
Suprema Corte do estado do Arizona agora significa que as mulheres aqui vivem
sob uma das proibições ao aborto mais extremas de nossa nação", criticou
Harris.
"Sem exceções
para estupro ou incesto. Penas de prisão para médicos e enfermeiras. O aborto
criminalizado antes mesmo de as mulheres saberem que estão grávidas",
acrescentou.
- 'Não se esqueçam' -
Na segunda-feira,
Trump se gabou em um vídeo de ter modificado a correlação de forças na Suprema
Corte dos Estados Unidos, que, em 2022, reverteu o acesso ao aborto a nível
federal, assentando as bases para que os estados legislassem sobre o tema.
Contudo, com a maioria
dos americanos a favor do direito, e depois que alguns de seus candidatos
contrários ao aborto perderam as eleições de meio de mandato
("midterms") em 2022, o republicano tem tratado do assunto com
cuidado.
Nesta sexta-feira,
embora tenha mostrado mais uma vez o seu peso no máximo tribunal do país,
instou o Arizona a mudar a lei de 1864, que inclusive precede a consagração do
estado.
"O governador e o
legislativo do Arizona devem usar O CORAÇÃO, O SENSO COMUM, E AGIR DE IMEDIATO,
para remediar o que ocorreu", escreveu em seu site.
"Lembrem-se,
agora depende dos estados e da Boa Vontade daqueles que representam o POVO.
Idealmente, devemos ter as três Exceções por Estupro, Incesto e Vida da
Mãe", prosseguiu.
Trump evita se
manifestar sobre o prazo de tempo que considera aceitável para o procedimento,
preso entre sua base mais religiosa e aquela que não se opõe ao direito.
A decisão no Arizona
sacudiu a cena política deste estado-chave.
Em 2020, Biden venceu
por cerca de apenas 10.000 votos a Trump no Arizona, o que deu pé a teorias
conspiratórias em um lugar onde ambas as forças disputam eleitores.
Os democratas não
perderam tempo para tentar capitalizar o descontentamento após a decisão da
Suprema Corte, criticado inclusive por seguidores de Trump nas redes sociais.
"Durante sua
campanha em 2016, Donald Trump disse que as mulheres deveriam ser punidas por
buscarem um aborto. Não se esqueçam disso", frisou Harris.
¨ Trump oferece apoio ao ameaçado presidente da Câmara dos
Representantes
O ex-presidente dos
Estados Unidos Donald Trump lançou nesta sexta-feira (12) um salva-vidas ao
presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, ao dizer que o líder
republicano do Congresso está fazendo "um trabalho muito bom".
Trump defendeu Johnson
diante da iniciativa da incendiária congressista republicana Marjorie Taylor
Greene, a quem Trump chamou de amiga, de pedir uma votação para sua
destituição.
"Não é uma
situação fácil para nenhum presidente da Câmara", disse Trump, com Johnson
ao seu lado na propriedade de Mar-a-Lago do ex-presidente.
Johnson viajou nesta
sexta-feira para a Flórida (sul) para se encontrar com Trump em uma mostra
recente da liderança informal, mas indiscutível, do candidato presidencial
sobre a extrema direita no partido republicano.
Após o encontro, ambos
expressaram sua preocupação com uma possível fraude nas eleições presidenciais
de novembro, ecoando as alegações infundadas de Trump sobre sua derrota em
2020.
Também discutiram a
ajuda à Ucrânia, uma questão que tem causado divisões no partido republicano.
Trump recuperou seu
impulso político na direita enquanto busca um surpreendente retorno à Casa
Branca nas eleições de novembro, e exerce um controle rígido no Congresso.
Para Johnson, a viagem
de Washington para ver Trump ocorre enquanto ele tenta se salvar de uma
rebelião na extrema direita de seu partido, que ameaça expulsá-lo do cargo.
Johnson, leal a Trump
há muito tempo, está em uma situação difícil ao tentar equilibrar as demandas
dos moderados de seu partido e dos democratas para aprovar projetos de lei,
incluindo a ajuda à Ucrânia.
O resultado até agora
tem sido em grande parte a paralisia na Câmara dos Representantes.
¨ 'Fraqueza': não aconteceria se estivéssemos no poder, diz Trump
sobre ataque iraniano a Israel
O ex-presidente dos
EUA, Donald Trump, afirmou que o ataque maciço do Irã contra Israel é o
resultado da fraqueza dos Estados Unidos sob a administração Biden.
"Eles [Israel]
estão sendo atacados neste momento. Isso porque demonstramos grande
fraqueza", disse o republicano num evento de campanha na Pensilvânia neste
sábado (13).
"A fraqueza que
demonstramos é incrível; não teria acontecido se estivéssemos no poder”,
continuou Trump.
¨ Netanyahu está 'perturbado' e apoio dos EUA é uma 'loucura', diz
ex-funcionário do FMI
Hossein Askari diz à
Sputnik temer que o primeiro-ministro israelense faça algo para trazer os
Estados Unidos diretamente para o conflito, escalando a tensão no Oriente
Médio.
O apoio incondicional
dos Estados Unidos a Israel encoraja o primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, a assumir riscos elevados que podem agravar a crescente agitação no
Oriente Médio.
É o que afirmou à
Sputnik Hossein Askari, ex-membro do Conselho Executivo do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e conselheiro especial do ministro das Finanças da Arábia
Saudita neste sábado (13).
Hoje, o Irã lançou
dezenas de drones e mísseis contra Israel, em retaliação ao ataque contra o
consulado iraniano na Síria, que matou sete membros da elite do Corpo de
Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) na semana passada.
"Posso assegurar
que o Irã não quer uma guerra com Israel ou com os Estados Unidos. Mas o Irã
teve de retaliar. Os EUA sabiam disso, tal como Israel. Mas tudo depende de
[Benjamin] Netanyahu porque, infelizmente, [Joe] Biden deu a Netanyahu carta branca
para fazer o que quisesse e os EUA correrão em defesa de Israel. Assim, dado o
histórico de Netanyahu, sim, acredito que as coisas vão piorar", disse
Askari.
Askari disse ainda
temer que Netanyahu faça algo para trazer os Estados Unidos diretamente para o
conflito.
"Netanyahu está
perturbado e é uma loucura que os Estados Unidos continuem a apoiar Israel
incondicionalmente", acrescentou Askari.
Anteriormente, um
oficial de defesa dos EUA disse à Sputnik que as forças dos EUA estão abatendo
drones iranianos que seguem em direção a Israel e que estão prontas para
fornecer apoio defensivo adicional.
Fonte: Reuters/AFP
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