quinta-feira, 4 de abril de 2024

Leonardo Attuch: A Folha está à procura de um "bolsonarista minimamente civilizado"

O jornalista Fernando Canzian, um dos quadros mais orgânicos da Folha de S. Paulo, publicou uma espécie de classificado político nas páginas do jornal, nesta terça-feira 2. No texto Lula por um triz, ele expressou o pensamento da direção da Folha e de um setor da classe dominante brasileira que é mais conectado aos interesses do capital financeiro parasitário. Segundo ele, "não é improvável que mais da metade do país só esteja à espera de um bolsonarista minimamente civilizado" para descartar o presidente Lula.

Lula, como todos sabem, foi eleito por uma frente ampla que atraiu setores da classe dominante que já estavam cansados da fuleragem bolsonarista. Pegava mal, nos salões daqui e de fora, ser representado pelo ogro miliciano que presidiu o Brasil entre 2019 e 2022. Com a volta do PT ao poder, esses mesmos setores vêm tentando enquadrar o presidente Lula dentro do receituário neoliberal.

Mas Lula é tinhoso. Já reviu a política de preços e dividendos da Petrobras, valorizou novamente o salário mínimo, retomou grandes projetos de infraestrutura e abandonou a ideia de estado mínimo que prevaleceu no Brasil durante a triste era Temer-Bolsonaro.

O Brasil agradece. O crescimento de 2023 foi seis vezes maior do que se previa. O de 2024 também ficará bem acima das previsões. Mas há quem não goste de uma prosperidade melhor distribuída. Estes, de fato, estão de saco cheio e, como diz o colunista da Folha, à procura de um "bolsonarista minimamente civilizado".

O ponto é que os adjetivos bolsonarista e civilizado não cabem na mesma frase. Nem mesmo com a ressalva do advérbio minimamente. Aliás, se alguém encontrar este espécime pode embalá-lo e enviá-lo num pacote à Alameda Barão de Limeira, na sede da Folha de S. Paulo, aos cuidados de Fernando Canzian.

Na real mesmo, o que a Folha está fazendo no dia de hoje é antecipar seu apoio ao governador Tarcisio de Freitas, que ontem encerrou a Operação Verão, deixando 56 mortos na Baixada Santista. Ao mesmo tempo em que comanda uma Polícia Militar que assassina os mais pobres, Tarcisio premia os mais ricos e prepara um plano de privatizações que começará pela Sabesp, entregando o patrimônio paulista ao capital financeiro local e internacional. Tarcisio é a cara do "bolsonarismo minimamente civilizado", mas há controvérsias se ele, de fato, representa a civilização, especialmente depois que decidiu ser papagaio de pirata do genocida Benjamin Netanyahu.

Em tempo: Lula não está por um triz e será reeleito em 2026.

¨      Bolsonaro volta a mostrar desespero sobre prisão: “Atirar para matar”

Jair Bolsonaro voltou a repetir o que disse a alguns interlocutores, entre eles um ministro do STF, em 2022, sobre a perspectiva de ser preso – hoje bem mais próxima.

Da primeira vez, Bolsonaro falou a um ministro do Supremo sobre atirar em quem tentasse prendê-lo, durante uma conversa no Palácio da Alvorada no primeiro fim de semana de agosto. Disse um agitado Bolsonaro na ocasião:

“Eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer”, afirmou Bolsonaro na época.

Agora, Bolsonaro voltou a falar em “atirar para matar”, numa conversa recente com um deputado de seu partido. E garantiu que não aceitará ser preso.

A propósito, o ex-presidente costuma flertar com uma bravata. Já disse que não acataria mais ordens no STF, que não haveria eleição em 2022 sem voto impresso e que não aceitaria o resultado do pleito daquele ano se não saísse vencedor.

 

Ø  Tarcísio é cria do fascismo bolsonarista mais medonho. Por Tiago Barbosa

 

O regime racista de violência naturalizada contra negro e pobre e de proteção incondicional a rico e branco é validado diariamente pela mídia corporativa.

É ela quem bajula personagens centrais para a manutenção de uma polícia acostumada a atirar a ermo na favela e se curvar em área "nobre"

É ela quem normaliza um delinquente fascista publicamente conhecido por defender a tortura e a cultura das armas sob slogan de "bandido bom é bandido morto".

A exaltação recente ao governador de SP - uma cria do fascismo bolsonarista mais medonho - como político de centro é um novo aval às atrocidades autorizadas por ele.

Foi esse "centrista" quem disparou um "Tô nem aí" quando questionado sobre métodos selvagens da PM em operações repletas de assassinatos.

É ele quem libera as ações denunciadas por moradores de áreas pobres como sessões de terror para "vingar" outros policiais.

Essa mídia antilulista acima de tudo fecha os olhos para reportar como natural o acúmulo de cadáveres em face das ações executadas pela PM.

Nenhum veículo enquadra esse cenário de horror permanente como uma desumanidade merecedora de ação enérgica das instituições para interromper o derramamento de sangue.

Pelo contrário: todos os sinais emitidos pelas matérias minimizam as barbaridades e endossam a ideologia punitivista, racista e aporofóbica na raiz da desumanização das vítimas.

A morte de um pai de família por um dono de um Porsche em alta velocidade, nesta semana, é destituída de autoria e - pasmem! - atribuída à potência do carro.

Não há questionamento contundente pela punição a quem liberou o motorista sem sofrer as devidas sanções da lei após o episódio.

A condescendência com o empresário é oposta à truculência na abordagem a trabalhadores negros na favela - como flagrou um vídeo chocante de espancamento do filho de um pai cadeirante em frente à família.

A naturalização sucessiva da inferiorização da vida negra pela mídia - com silêncios, omissões diante de violações e elogios incabíveis a quem chancela a selvageria - é a fiadora de um modelo falido de sociedade.

Fracassado, violento e letal para quem tem o destino determinado pela classe social, a cor da pele e a indiferença desumana e cúmplice de um jornalismo vassalo do poder e do dinheiro.

 

Ø  Derrite transferiu PM da Rota filho de deputado para ele não ir à Operação Escudo

 

Um jovem tenente da Polícia Militar de São Paulo é transferido repentinamente de seu posto na Rota, a unidade de elite da corporação paulista, para um batalhão da Zona Oeste da capital bem no momento em que se iniciava a chamada Operação Escudo, na Baixada Santista, no segundo semestre de 2023. Após o assassinato de um PM da Rota em Guarujá, no litoral, uma mega ação na Baixada Santista, que durou cinco semanas e foi recheada de tiros de fuzil, um total de 28 pessoas foram mortas. A história passaria despercebida se não fosse por um detalhe.

O oficial em questão é Rafael Mecca Sampaio, filho do deputado estadual bolsonarista Major Mecca (PL), um veterano PM da reserva e influente parlamentar da chamada ‘bancada da bala’ da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O pedido para tirar o filho da Rota, e consequentemente dos ‘confrontos’ perigosos nas favelas da Baixada, teria sido feito diretamente pelo deputado ao secretário de Segurança Pública do estado, o também PM da Rota Guilherme Derrite (PL), que é deputado federal e está licenciado para chefiar a pasta no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A informação foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira (3).

A Folha reporta que oficiais da PM ouvidos pelo jornal estariam revoltados com a situação. Na versão deles, o pedido do Major Mecca “era para que o filho não se envolvesse em ocorrências com morte, o que poderia prejudicar a carreira dele na PM”. Se foi isso, ou se o pedido foi para tirar o filho da linha de frente por medo de que algo ocorresse com o tenente, não é possível afirmar.

A solicitação do deputado foi encaminhada por Derrite para o então comandante do Policiamento de Choque da PM, coronel José Augusto Coutinho, que retirou Rafael Mecca da Rota (que é o 1° Batalhão de Choque da PM de São Paulo), o alocando no 4° BPM/M, sediado na Vila Leopoldina. Segundo a SSP, a mudança “foi técnica” e não mantém qualquer conexão com o “suposto pedido” do parlamentar da Alesp. Coutinho, o coronel que efetuou a retirada do tenente da mais temida unidade policial paulista, foi meses depois colocado por Derrite como subcomandante-geral da PM de São Paulo.

 

Ø  Derrite tem mais assessores policiais militares do que o contingente de 588 municípios paulistas

 

O número de assessores policiais militares à disposição do secretário Guilherme Derrite (PL), da Segurança Pública de São Paulo, supera o contingente da Polícia Militar empregado em 588 municípios paulistas, conforme relatado pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (2).

De acordo com o levantamento mais recente, o secretário teria supostamente contado com 241 assessores PMs em novembro de 2023. A quantidade de oficiais na função seria ainda superior ao ano anterior, que supostamente contou com 183 assessores à disposição de Derrite.

O serviço de assessoria policial militar geralmente é responsável pela proteção do secretário, familiares do agente público e da sede da pasta. Durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), PMs também foram nomeados para outras funções, como a postagem de imagens nas redes sociais.

Os oficiais da equipe de assessores da SSP podem receber uma gratificação extra de cerca de R$ 7 mil no salário mensal.

¨      Secretário da Segurança de SP elabora proposta que pode aposentar 40% dos coronéis na ativa em meio a racha na corporação

O secretário Guilherme Derrite (PL), da Segurança Pública de São Paulo, está elaborando um projeto de lei que propõe novas regras para a aposentadoria compulsória na Polícia Militar, conforme reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira (1). Se a medida for aprovada, cerca de 40% dos coronéis em atividade poderão ser imediatamente transferidos para a reserva.

Membros da PM e especialistas em segurança interpretam a proposta como uma tática para lidar com o grupo de coronéis que se opõem ao avanço politização nos altos cargos da instituição militar.

Em fevereiro deste ano, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) movimentou, de uma vez só, 34 coronéis da Polícia Militar de São Paulo. Na época, o número 2 da corporação, o coronel José Alexander de Albuquerque Freixo, ainda foi exonerado.

 

Ø  PSDB de SP quer lançar a prefeito ex-deputado condenado por assédio

 

Condenado em primeira instância na Justiça paulista por importunação sexual contra a então colega Isa Penna (imagem em destaque), o ex-deputado estadual Fernando Cury deve sair pré-candidato do PSDB à Prefeitura de Itatinga, no interior do estado.

O anúncio será feito na tarde deste sábado (6/4) na Arena Bol, no centro da cidade, em meio à cerimônia simbólica de filiação de Cury ao partido – o ex-deputado consta como filiado do PSDB desde março deste ano.

No ano passado, Cury foi condenado a um ano e dois meses de reclusão em regime aberto por apalpar Isa Penna (PCdoB) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em dezembro de 2020.

A Justiça substituiu a pena de prisão por uma multa de 20 salários mínimos que devem ser destinados a uma entidade pública ou privada, além da prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período determinado pela sentença.

A cena foi registrada pela transmissão ao vivo da TV Alesp. Na ocasião, Cury era filiado ao Cidadania, partido do qual foi expulso após o episódio, e que atualmente possui federação com o PSDB – o acordo foi firmado em maio de 2022, um ano após Cury deixar a sigla.

·        Deputado não reeleito

Após o episódio, Cury teve o mandato suspenso por seis meses. Ele tentou a reeleição à Alesp em 2022 pelo União Brasil, mas não foi eleito.

Natural da cidade vizinha de Botucatu, a menos de 40 km de Itatinga, o ex-deputado mudou seu domicílio eleitoral para concorrer em um município cujo eleitorado é de 13,8 mil pessoas.

Um convite ao ato de filiação, divulgado em aplicativos de mensagens, aponta Cury como o “o deputado que mais fez por Itatinga” e responsável pelo envio de milhares de reais em emendas ao município.

 

Fonte: Brasil 247/Metropoles

 

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