terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Dados do FMI afirmam que dólar americano está perdendo seu domínio na comunidade internacional

A participação do dólar nas reservas globais caiu abaixo de 60% no terceiro trimestre de 2023, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A participação do dólar americano nas reservas globais dos bancos centrais continuou diminuindo, caindo para 59,2% no terceiro trimestre de 2023, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional. O declínio ocorre em meio à tendência de desdolarização que ganha impulso em todo o mundo.

As estatísticas do FMI mostram que a participação do dólar caiu em relação aos cerca de 70% em 2000. O dólar continua a ser a principal moeda de reserva do mundo, com o euro ocupando o segundo lugar, com participação de 19,6%. Já a proporção do iene japonês nas reservas mundiais cresceu para 5,5%, face a 5,3% no período de três meses anterior. O yuan chinês, a libra esterlina, o dólar canadense e o franco suíço permaneceram pouco alterados.

Entretanto, de acordo com dados compilados pelo serviço global de mensagens financeiras SWIFT, a participação do yuan nos pagamentos internacionais atingiu um máximo histórico em novembro, com o yuan se tornando a quarta moeda mais utilizada em todo o mundo. Os empréstimos transfronteiriços em yuans também aumentaram, enquanto o Banco Popular da China mantém mais de 30 swaps cambiais bilaterais com bancos centrais estrangeiros, incluindo da Arábia Saudita e da Argentina.

A crescente participação do yuan nas transações transfronteiriças reflete a tendência da China de se afastar do dólar, bem como os esforços de Pequim para promover a utilização de sua moeda, segundo o SWIFT.

A tendência global para a utilização de moedas nacionais no comércio, em vez do dólar americano, começou a ganhar impulso no ano passado, depois de as sanções relacionadas com a Ucrânia terem feito com que a Rússia fosse desligada do sistema financeiro ocidental e as suas reservas estrangeiras congeladas. O Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) alertou que o crescente comércio da Rússia em yuans chineses como resposta às sanções ocidentais poderia potencialmente corroer a força do dólar americano. Os economistas também têm indicado que as restrições comerciais ocidentais levaram a um aumento da utilização do yuan chinês a nível mundial, em detrimento do dólar.

 

Ø  Economia da zona do euro vai enfrentar um 2024 sombrio, diz mídia

 

De acordo com a maioria dos analistas consultados pelo Financial Times, a economia da zona do euro já está em recessão e pode registrar um crescimento bem moderado, prejudicando os resultados do bloco.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Financial Times (FT) com 48 economistas, o bloco do euro, composto por 20 países, pode registar apenas um crescimento econômico moderado, de cerca de +0,6% em 2024.

As perspectivas divulgadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) são mais otimistas, já que os analistas das instituições esperam que a economia do bloco cresça 0,8% e 1,2% em 2024, respectivamente.

Os especialistas consultados pelo FT afirmaram que a economia da zona do euro não deve conseguir ultrapassar os 0,6% de crescimento, apesar de se esperar que os salários cresçam mais rapidamente do que a inflação. Dois terços dos inquiridos afirmaram ver a economia do bloco entrar em recessão, comumente definida como dois trimestres consecutivos de contração do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com os economistas, o crescimento salarial na área da moeda única deve totalizar apenas 4% em 2024, enquanto os preços ao consumidor devem aumentar mais de 2,5%, em média, neste ano que se inicia, e ligeiramente abaixo de 2,1% em 2025.

O BCE tinha previsto anteriormente que os salários e a inflação no próximo ano aumentariam 4,6% e 2,7%, respetivamente, o que marcaria o crescimento dos rendimentos reais das famílias pela primeira vez em três anos. O regulador espera que os preços ao consumidor cresçam 2,1% em 2025. Entretanto, o desemprego deve aumentar de um mínimo histórico da zona euro de 6,5% em outubro para 6,9% no final do próximo ano, de acordo com a maioria dos economistas consultados.

As altas taxas de juros, a provável turbulência no mercado de energia e a instabilidade geopolítica devem levar a uma recessão mais profunda, alertaram os economistas, dizendo que a potencial eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, junto com a possibilidade de a Ucrânia perder o conflito militar com a Rússia, poderia enviar o bloco para um período de crescimento ainda mais fraco.

 

Ø  Vários membros da OPEP+ iniciam novos cortes voluntários na produção de petróleo

 

A Arábia Saudita e a Rússia anunciaram que vão prolongar em janeiro os seus cortes voluntários adicionais para o primeiro trimestre de 2024. Riad manterá 1 milhão de barris por dia e Moscou reduzirá ainda mais as exportações de petróleo, para 500 mil barris por dia.

Vários outros membros da aliança também farão reduções voluntárias na produção de petróleo num total de 700 mil barris. Além disso, as cotas da OPEP+ também serão reduzidas em 1,4 milhão de barris por dia em relação ao nível de 2023, conforme decidido em julho.

Desde a primavera de 2023, vários países da OPEP+, incluindo a Federação da Rússia e a Arábia Saudita, sofreram cortes superiores às quotas, totalizando 1,66 milhão de barris por dia. A redução vai até o final de 2024.

A Arábia Saudita já havia reduzido a sua produção em mais 1 milhão de barris por dia desde julho de 2023. O corte voluntário de produção de 1 milhão de barris por dia vai até o final de março.

A Rússia vem reduzindo as exportações de petróleo desde agosto: no primeiro mês, em 500 mil barris por dia, e em setembro-dezembro, em 300 mil barris por dia.

Após reunião em 30 de novembro, a OPEP+ não tomou decisões gerais sobre as quotas, mas o Kuwait, os Emirados Árabes, o Iraque, o Cazaquistão, a Argélia e Omã anunciaram novos cortes voluntários num total de 700 mil barris por dia, que entrarão em vigor no primeiro trimestre de 2024.

A Rússia decidiu que continuará a reduzir as exportações de petróleo, aprofundando-as para 500 mil barris por dia, dos quais 300 mil barris são de petróleo e 200 mil são produtos petrolíferos.

Apesar de a principal solução consistir em cortes voluntários, as quotas para 2024 ainda foram alteradas para vários países africanos. A OPEP+ reduziu o nível máximo de produção de petróleo para Angola em 180 mil barris por dia do nível aprovado em junho para 1,11 milhão de barris por dia, e para o Congo e Nigéria aumentou em 1 mil e 120 mil barris, para 277 mil e 1,5 milhão de barris por dia, respectivamente. No entanto, após a reunião, Angola anunciou que não concordava com a sua quota e planeava produzir mais do que o nível exigido.

O vice-primeiro-ministro russo Alexandr Novak, após a reunião de novembro, afirmou que as decisões sobre os níveis de produção de petróleo no âmbito da OPEP+ contribuirão para a passagem do inverno, um período de baixa procura.

 

Ø  Rede social X já perdeu cerca de 71% de seu valor desde que foi comprada por Elon Musk

 

Para a Fidelity, corporação de serviços financeiros norte-americana que ajudou Elon Musk a comprar a agora rede social X (ex-Twitter) por US$ 44 bilhões, considera que a plataforma perdeu cerca de 71% desde que o contrato de aquisição foi fechado.

Conforme noticiou a Axios, citando a divulgação realizada pela Fidelity com informações coletadas até o final de novembro de 2023, o valor das ações do X caíram novamente.

A publicação diz que a corporação não tem muitas informações privilegiadas sobre o desempenho financeiro da rede social, apesar de ter ajudado Elon Musk a comprar o X e possuir ações da plataforma.

A Fidelity também acredita que, só em novembro, a rede social perdeu cerca de 10,7% do seu valor — mês em que Musk atacou anunciantes num evento online por se recusarem a fazer negócios com o X.

Elon Musk comprou o Twitter por cerca de US$ 44 bilhões (R$ 213 bilhões) em outubro de 2022. A Twitter Corporation deixou de existir como uma empresa independente como resultado de sua fusão com a X Corp, em abril de 2023. No final de julho deste ano, o logotipo do Twitter mudou de um pássaro azul para um "x" preto e branco. Musk especificou que o novo logotipo simboliza "as imperfeições em todos nós que nos tornam únicos".

 

Ø  China ultrapassa Japão e lidera mercado mundial de exportação de carros

 

Pela primeira vez na história, a China pode se tornar neste ano a maior exportadora mundial de automóveis, apontam os dados preliminares da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM, na sigla em inglês) divulgados pela revista Nikkei.

Entre janeiro e novembro, foram cerca de 4,41 milhões de veículos exportados, uma alta de 58% na comparação com o mesmo período do ano passado. Diante desses números, a indústria automobilística chinesa conseguiu superar o Japão na quantidade de veículos exportados: apesar de ter alcançado uma alta de 15%, o país exportou 3,99 milhões de carros e a expectativa é que alcance 4,3 milhões de unidades em todo o ano.

"A China aspira a se tornar uma potência automotiva e vê a mudança global para veículos elétricos como uma forma de alcançar esse objetivo", aponta a publicação. A última vez que o Japão foi superado como liderança mundial no setor automotivo aconteceu em 2016, quando foi ultrapassado pela Alemanha.

Crescimento nos mercados da Rússia e México

A revista apontou que uma das causas da liderança chinesa é por conta do aumento das exportações para a Rússia, diante da retirada de fabricantes japoneses e ocidentais do mercado local. Só entre janeiro e outubro, cerca de 730 mil automóveis foram exportados para o país, número sete vezes maior que o registrado em todo o ano passado.

Também houve crescimento nas exportações para o México, que viu o volume de carros chineses crescer 71% no período, ao atingir 330 mil unidades. "Os fabricantes de automóveis chineses buscam criar uma base de clientes no país que sirva como ponto de apoio para uma eventual expansão nos mercados americano e canadense", acrescenta a publicação.

Uma das justificativas para o crescimento do setor automotivo chinês é o subsídio dado ao setor pelo governo, segundo o diretor-geral da consultoria AlixPartners, Tomoyuki Suzuki. "A injeção maciça de subsídios pelo governo chinês ampliou a cadeia de suprimentos para a fabricação e venda de automóveis além das fronteiras", explicou.

Além disso, nos primeiros dez meses de 2023, as vendas externas, principalmente para a Europa e países do Sudeste Asiático, de veículos elétricos ou impulsionados por novas energias, tiveram uma alta de 77%, totalizando 1,43 milhão de unidades.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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