O que é governança corporativa?
Saber o que é
governança corporativa é importante para garantir um desenvolvimento
sustentável e de longo prazo nas organizações.
A governança
corporativa surgiu com
o desenvolvimento do mercado financeiro mundial, em conjunto com a globalização
das economias e a expansão das instituições.
Isso porque, a partir
desse contexto, surgiu também a necessidade de coordenar as organizações,
orientando, monitorando e controlando o ambiente corporativo.
Mas o que é governança
corporativa?
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC), governança
corporativa é um conjunto de princípios que geram valor de longo prazo.
A governança
corporativa é composta por princípios, regras, estruturas e procedimentos,
que são base para o gerenciamento das organizações. Sua aplicação tem o
objetivo de gerar valor de forma sustentável para todos os agentes envolvidos,
funcionários, sócios e sociedade.
Além disso,
a governança corporativa é um sistema em que as empresas conduzem
seus negócios, buscando pelo equilíbrio e mitigando conflitos de interesses.
Esse modelo de gestão também contribui de forma sustentável para a sociedade e
o meio ambiente.
Nas palavras do IBGC,
a governança corporativa é um “sistema pelo qual as empresas
e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os
relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de
fiscalização e controle e demais partes interessadas”.
O IBGC também fornece
o Código das Melhores Práticas de Governança
Corporativa. Ele é usado para nortear as organizações
sobre o tema, aplicando boas práticas de governança.
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Quais são os princípios básicos da
governança corporativa?
A governança
corporativa conta com cinco princípios básicos, importantes para o
gerenciamento saudável das organizações. Conheça, a seguir, cada um deles.
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Integridade
A integridade fala
sobre ter uma conduta ética dentro e fora da organização. Ter coerência entre
palavras e ações, tomar decisões coesas que evitem conflitos de interesses, ter
lealdade à organização e zelar por seus colaboradores, fornecedores, clientes,
a sociedade e também o meio ambiente, atingindo todas as partes interessadas.
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Transparência
A transparência se
refere às informações disponibilizadas, que devem ser verdadeiras, claras e
dadas em sua totalidade, independente de seu teor. Devem ser incluídas em
relatórios informações sobre fatores ambientais, sociais e de governança, além
de informações sobre o desempenho econômico e financeiro da organização.
<<< Equidade
A equidade está
relacionada à imparcialidade, igualdade de direitos e oportunidades, empregando senso de justiça.
Todas as partes interessadas devem ser tratadas de maneira justa,
respeitando diversidade, pluralismo e
inclusão.
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Responsabilização
A responsabilização
(ou accountability) está relacionada ao ato de prestar contas de
forma transparente. É se responsabilizar pelos atos de gestão, assumindo o
objetivo de gerar valores sustentáveis ao longo prazo.
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Sustentabilidade
A sustentabilidade
está conectada com a responsabilidade corporativa, levando em consideração
a viabilidade econômica e financeira da organização. Além disso, a devida
importância deve ser dada a todos os pilares de sustentabilidade da empresa. Os
aspectos social, intelectual e humano, estrutural e natural devem ser
observados, valorizando sua reputação.
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Qual é a relação entre governança
corporativa e compliance?
Compliance é um termo em inglês que, em tradução livre, significa
“conformidade”. Ela está diretamente conectada ao princípio básico da
integridade, na governança corporativa.
O compliance se popularizou no Brasil a partir da Lei 12.846/13, a Lei
Anticorrupção.
A partir de então,
passou a ser empregado pelas organizações, que reconheceram a necessidade de
garantir que seus negócios fossem realizados de forma transparente e ética.
Um programa de compliance nada mais é do que um programa de integridade empresarial.
É uma ferramenta que tem como objetivo principal combater qualquer tipo de
fraude, aplicando políticas internas, seguindo padrões éticos e legais.
Para garantir o
sucesso de programas de compliance, a organização deve conhecer os
riscos presentes em suas atividades, além de saber quem são seus stakeholders e shareholders.
Além disso, programas
de compliance devem contar com canais de denúncia, auditorias e uma ferramenta
conhecida como due diligence.
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Qual é a importância da due
diligence?
A due
diligence (ou devida diligência, em português) é uma ferramenta que
busca reais e potenciais riscos em um negócio e seus impactos, de forma
detalhada. Ela analisa todas as informações e identifica questões relevantes,
que podem se tornar problemáticas para o desenvolvimento da organização.
Existem quatro passos
no processo de aplicação da due diligence: identificar, prevenir,
monitorar e comunicar.
Saber identificar
potenciais riscos e impactos, gerados a partir das atividades empresariais ou
de seus fornecedores, é básico e essencial. A partir disso, é possível tomar
medidas preventivas para que esses riscos, e seus consequentes impactos, sejam
evitados.
Daí, então, é
necessário monitorar as medidas preventivas, verificando sua eficácia. Na
sequência, entra o princípio da responsabilização, ou prestação de contas. É
indispensável a comunicação dos riscos, impactos e medidas preventivas tomadas,
de forma transparente para a sociedade.
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O que são os stakeholders e os
shareholders?
Stakeholders são pessoas (ou grupos de pessoas) impactadas pelas ações
e políticas praticadas por uma empresa. Ou seja, são partes interessadas na
organização.
Funcionários,
gestores, executivos, acionistas e proprietários, os próprios sindicatos
trabalhistas, além de clientes, fornecedores, governos e seus órgãos, e a
sociedade civil podem formar os stakeholders de uma
organização.
Segundo o Sebrae, “o
gerenciamento de stakeholders é importante para garantir que as necessidades e
expectativas deles sejam consideradas e atendidas na tomada de decisões e na
implementação de projetos. Isso pode ajudar a assegurar o sucesso da
organização a longo prazo e a construir relações positivas com as partes
interessadas”.
Já um shareholder é
também considerado um stakeholder. Shareholder, em
português, significa acionista, portanto uma parte interessada nas ações e
políticas da organização, afinal ele investe seu capital nela.
No entanto, um shareholder tem
um grau de influência muito maior do que os outros stakeholders.
Os shareholders foram,
por muito tempo, o principal foco na hora de traçar as estratégias de uma
organização. Isso porque são eles que investem na empresa, então a gestão tinha
como objetivo principal obter lucros.
Com as práticas de
governança corporativa e a inserção dos conceitos de ESG – Environmental, Social and Governance –
as organizações têm adotado cada vez mais um modelo de gestão com foco
nos stakeholders. Esse é um caminho que promete um desenvolvimento sustentável da
organização, contemplando sociedade e meio ambiente.
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Qual é a relação entre a governança
corporativa e as práticas da ESG?
ESG é um termo que se popularizou em
meados dos anos 2020, mas foi criado quase 15 anos antes.
O termo apareceu pela
primeira vez no relatório conhecido como Who Cares Wins. Esse relatório foi fruto da parceria entre o Banco Mundial e a
Organização das Nações Unidas (ONU), que fundou, nessa ocasião, o Pacto
Global.
Na época, o
ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, fez um chamado a 50 CEOs das
maiores financeiras do mundo, desafiando-os sobre a possibilidade de integrar
fatores ambientais, sociais e de governança aos seus negócios.
Já em 2006, foram
criados os Princípios para Investimentos Responsáveis (PRI). O intuito foi
encorajar as grandes empresas financeiras e seguradoras a incorporar o ESG em
suas análises de risco e oportunidades.
Em outras palavras, o
objetivo era fazer com que os investidores tivessem uma política de governança,
adotando critérios responsáveis para seus investimentos, para beneficiar
empresas engajadas com práticas socioambientais.
No entanto, o ESG só
ganhou notoriedade em 2019, graças a uma carta aberta
de Larry Fink, CEO de uma das maiores empresas de investimentos do mundo. Na
carta, Fink afirma que: “o lucro e o propósito estão intimamente ligados”. Essa
carta representou um divisor de águas para o ESG, que vem se solidificando cada
vez mais no mundo corporativo.
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O papel da governança corporativa no Pacto
Global da ONU
O Pacto Global da
Organização das Nações Unidas (Pacto Global da ONU) é uma iniciativa de
sustentabilidade corporativa. Ele tem como objetivo promover dez
princípios relacionados a trabalho, direitos humanos, meio ambiente e
anticorrupção entre empresas e outras organizações.
A proposta reforça que
a prática da governança corporativa é fundamental para a manutenção
da ética, dentro e fora das organizações. Essa prática é uma forma de garantir
que os negócios sejam feitos de forma consciente, respeitando o meio ambiente e
a sociedade, evitando riscos para a organização. O Pacto Global abrange 160
países e conta com mais de 21 mil membros. O Brasil participa com mais de 2 mil
empresas.
No Brasil, a
iniciativa atua com 11 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os temas de atuação são Água e Oceanos, Contra a Corrupção, Direitos Humanos,
Clima, Agricultura Sustentável e
Comunicação e Engajamento de Stakeholders.
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Governança corporativa e responsabilidade
social
Um artigo, publicado pela
Universidade Estadual de Londrina (UEL), analisou o papel da governança
corporativa aplicada ao princípio dos direitos humanos, do Pacto Global da
ONU.
Segundo a publicação,
as organizações que aderem ao Pacto Global acreditam estarem prontas para
demonstrar, com suas ações, que podem fazer a diferença na sociedade, e sabem
que serão avaliadas por seus atos. Ainda, essas ações tendem a influenciar
positivamente seus stakeholders.
Uma coisa leva a
outra, e quando as organizações passam a se envolver com questões de cooperação, comportamento ético e solidariedade, elas passam a desempenhar
um papel integrador na sociedade.
Além disso, muitas
organizações ferem os direitos humanos, tendo uma visão absolutamente voltada
para o lucro. O artigo cita como exemplo a pandemia de Covid-19, demonstrando o
desequilíbrio nessas relações. Na época da pandemia, quando tantas pessoas perderam o emprego, as dez empresas com
as maiores receitas do mundo ficaram ainda mais ricas.
A importância da
responsabilidade social corporativa se justifica, à medida que as ações das
organizações podem violar, direta ou indiretamente, os direitos humanos.
A governança bem
feita não só define uma boa reputação para as organizações, como também resulta
no aumento dos lucros. Empresas inteligentes encontram na governança
corporativa uma boa fórmula, para garantir a continuidade e o desenvolvimento
sustentável de seus negócios.
Fonte: eCycle
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