sábado, 1 de junho de 2024

"Bolsonaro taxou você” viraliza nas redes: população descobre quem aumentou "imposto de blusinhas"

Na noite desta terça-feira (28), a Câmara dos Deputados aprovou projeto que taxa as compras de até US$ 50 em portais como Shein, Shopee e Aliexpress em 20%.

A taxação das compras internacionais foi incluída no projeto de lei que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que visa descarbonizar o setor automotivo.

Durante conversa com a imprensa na semana passada, o presidente Lula (PT) declarou que era contra a taxação de compras em sites importados, que ele classificou como "blusinhas e bugigangas".

“A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar. Cada um tem uma visão a respeito do assunto. Quem é que compra essas coisas? São mulheres na maioria, jovens, e tem muitas bugigangas. Eu nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras, nem sei”, iniciou Lula.

Em seguida, o presidente disse que tratou do assunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin. "Quando discuti [o assunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin], falei pro Alckmin: ‘tua mulher compra, minha mulher compra, tua filha compra, a filha de todo mundo compra, a filha do Lira compra, todo mundo compra’. Então, o que precisamos é tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros, mas tentar fazer uma coisa uniforme. E estamos dispostos a conversar e encontrar uma saída”, acrescentou Lula.

A votação da taxação das compras internacionais ocorreu de maneira simbólica, visto que houve acordo entre os líderes. Agora, a medida segue para análise no Senado.

Após a aprovação da medida, deputados da direita e da extrema-direita, principalmente a bolsonarista, correram para culpar o presidente Lula e emplacar a narrativa de que o governo federal havia trabalhado para criar um novo imposto contra os trabalhadores, o que é fake news.

Um dos principais articuladores da taxa sobre as compras importadas de até US$ 50 foi o ex-presidente Jair Bolsonaro, que deu sinal verde para os deputados do PL votarem a favor da medida.

Um dos deputados do PL que vocalizou a ordem de Bolsonaro para atuarem em favor da “taxa das blusinhas” foi Bibo Nunes (PL-RS). "Se não aprovarem para que cobrem impostos dessas empresas, quebrarão as empresas do Brasil e acabarão os empregos", disparou o deputado bolsonarista.

Outra figura que foi a campo defender a taxação das compras internacionais foi o empresário Luciano Hang, dono da Havan. "Essas mercadorias entram no Brasil e os empresários de lá [China] não pagam nada. Entra destruindo a indústria nacional, destruindo os empregos dos brasileiros, destruindo o comércio brasileiro. Lá na frente não vai ter mais brasileiros empregados", afirmou o empresário bolsonarista.

A trama articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para aprovar a taxa das compras de até US$ 50 foi exposta pelos internautas, que subiram a tag "Bolsonaro taxou você".

•        Após pressionar por imposto sobre Shein, ex-presidente tenta se justificar

Um dos principais articuladores para aprovação do imposto de 20% sobre compras em sites internacionais - como Shein, Shopee e AliExpress -, Jair Bolsonaro (PL) sentiu a pressão dos internautas, que levantaram o tema "Bolsonaro taxou você" na rede X.

Antes da votação na última terça-feira (28), uma mensagem de Bolsonaro foi lida para os deputados do PL. No recado, o ex-presidente pedia aos parlamentares para concordar com alguma taxação federal sobre compras internacionais de até US$ 50 em plataformas on-line.

O texto foi lido pelo líder, Altineu Cortes (PL-RJ) e escrito por Bolsonaro como resposta a Luciano Hang, o véio da Havan, que reclamou nas redes do impacto das vendas dos sites nas vendas de produtos de pequeno valor, especialmente em sua rede de lojas.

Depois da mensagem, o PL sinalizou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que os parlamentares da legenda estavam à favor da medida, incluída no PL do Mover, programa que incentiva a produção de veículos sustentáveis, do deputado Átila Lira (PP-PI).

O texto foi aprovado determinando imposto de 20% nas compras até US$ 50 feitas nos sites estrangeiros, principalmente chineses.

Após a divulgação de que o ex-presidente participou ativamente da aprovação do novo imposto, o tema "Bolsonaro taxou você" entrou entre os mais comentados da rede X - e permanece até a manhã desta quinta-feira (30).

Diante da revelação, Bolsonaro publicou uma curta mensagem tentando negar que atuou pela taxação.

"Informo que o meu governo sempre foi contra qualquer taxação, majoração ou criação de novos impostos. Portanto, somos contrários qualquer projeto que onere ainda mais o cidadão brasileiro", escreveu.

"Tão contra imposto que quando deputado pregava a sonegação do Imposto de Renda  e como presidente decidiu que não pagaria imposto para contrabandear joias. E não esqueça:   Tarciso de Freitas cobra ICMS de mercadorias da SHOPEE. Poderia ignorar como faz o Gov Lula, mas não o faz pq quer a grana dos pobres", rebateu um seguidor.

•        "Bolsonaro taxou você" provoca chilique do filho Carlos: PT está culpando o capitão

"Especialista" do clã em redes sociais, Carlos Bolsonaro (PL-RJ) teve um chilique após a campanha "Bolsonaro taxou você" inundar as redes sociais, mesmo com a tentativa do ex-presidente de se justificar pela ação junto aos parlamentares do PL para aprovação do imposto.

Antes da votação na última terça-feira (28), uma mensagem de Bolsonaro foi lida para os deputados do PL. No recado, o ex-presidente pedia aos parlamentares para concordar com alguma taxação federal sobre compras internacionais de até US$ 50 em plataformas on-line.

O texto foi lido pelo líder, Altineu Cortes (PL-RJ) e escrito por Bolsonaro como resposta a Luciano Hang, o véio da Havan, que reclamou nas redes do impacto das vendas dos sites nas vendas de produtos de pequeno valor, especialmente em sua rede de lojas.

Depois da mensagem, o PL sinalizou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que os parlamentares da legenda estavam à favor da medida, incluída no PL do Mover, programa que incentiva a produção de veículos sustentáveis, do deputado Átila Lira (PP-PI).

O texto foi aprovado determinando imposto de 20% nas compras até US$ 50 feitas nos sites estrangeiros, principalmente chineses.

Após a repercussão nas redes, Bolsonaro tentou se justificar, mas a curta publicação no perfil na rede X - que é comandada pelo filho "02" - não surtiu efeito.

Nesta sexta-feira (31), Carlos Bolsonaro surtou e tenta conclamar a horda fascista a fazer uma campanha "veta Lula", para que o presidente vete o imposto aprovado pelo Congresso sob articulação de seu pai.

"O PT está culpando Bolsonaro pela taxação  de compras por aplicativos como Shopee, AliExpress e Shein, mesmo o projeto sendo de lula, o mandatário sendo o AUTOR da proposta e o Capitão já ter afirmado inúmeras vezes desde seu mandato que assim não o faria", surtou o vereador.

"Então dizem os petistas amorosos: 'toda vez que você pagar um tributo lembre-se que Bolsonaro taxou você'", emenda.

Em seguida, Carlos lança a campanha e diz que a ajuda do pai para aprovação do imposto é "fake news democrática e difundida pela lisura do processo eleitoral", em alusão à narrativa de fraude nas urnas eletrônicas, que levou o pai à inelegibilidade.

 

•        Líder da Marcha para Jesus diz que recepção a Lula poderia ser hostil e aponta desgaste de Bolsonaro

Se fosse à Marcha para Jesus pela primeira vez, o presidente Lula (PT) seria bem recebido pelo apóstolo Estevam Hernandes. Mas talvez não encontrasse um ambiente acolhedor entre fiéis, diz o religioso, que idealizou a edição brasileira do evento em 1993 e desde então só viu um líder do Palácio do Planalto participar dela, Jair Bolsonaro (PL).

"Neste momento, há um clima que pode ser hostil a ele [Lula], o que obviamente seria um constrangimento extremamente desnecessário, e acredito que se resguardar nesse sentido é importante", diz Hernandes à Folha de S.Paulo, no backstage do evento.

"Caso viesse, iríamos orar por ele", afirma, lembrando se tratar de uma praxe dispensada a governantes na Marcha --pela manhã, o prefeito Ricardo Nunes foi e recebeu sua oração. "Quer queira, quer não queira, ele é o presidente." E a Bíblia manda orar pelas autoridades constituídas por Deus, caso dos políticos eleitos em um país.

Lula enviou pelo segundo ano consecutivo uma carta ao líder, que também preside a Igreja Renascer em Cristo. Hernandes a definiu como "bonita" e "muito respeitosa". Nela, o petista lembra que sancionou o projeto de lei que incluiu a Marcha para Jesus no calendário nacional em 2009, enquanto presidente em segundo mandato.

O apóstolo apoiou Bolsonaro na eleição de 2022 e esteve com ele nesta quarta (29), em Campinas. O político do PL não irá à Marcha neste ano nem foi em 2023, tendo comparecido em seu primeiro ano como presidente, em 2019, e no último, o eleitoral 2022.

Hernandes diz que o convidou, mas entende que Bolsonaro, que ficou hospitalizado por 12 dias neste mês, esteja "muito cansado" e tenha outros compromissos.

O líder religioso especula se o candidato que apoiou no pleito presidencial passado teria a mesma força entre evangélicos agora. Acha que não, apesar de ainda ser querido por uma maioria. "O tempo desgasta muitas coisas, e a própria ausência, a inelegibilidade [de Bolsonaro], acredito que possa de alguma forma ter enfraquecido, que ele não tenha exatamente aquilo que praticamente era uma unanimidade. Acho que hoje isso não existe, mas que uma maioria muito, muito grande o apoia."

Para Hernandes, a Marcha vem para "quebrar o radicalismo desta polaridade que temos no Brasil". Se tantas pessoas veem crente como sinônimo de radical, diz, fazem "uma leitura errada do sentimento evangélico".

É um segmento inclinado ao conservadorismo nos costumes, claro, mas segundo ele "não tem tabu que impeça vias para o diálogo".

 

Fonte: Fórum/FolhaPress

 

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