"Bolsonaro taxou você” viraliza nas
redes: população descobre quem aumentou "imposto de blusinhas"
Na noite desta
terça-feira (28), a Câmara dos Deputados aprovou projeto que taxa as compras de
até US$ 50 em portais como Shein, Shopee e Aliexpress em 20%.
A taxação das compras
internacionais foi incluída no projeto de lei que cria o Programa Mobilidade
Verde e Inovação (Mover), que visa descarbonizar o setor automotivo.
Durante conversa com a
imprensa na semana passada, o presidente Lula (PT) declarou que era contra a
taxação de compras em sites importados, que ele classificou como
"blusinhas e bugigangas".
“A tendência é vetar,
mas a tendência também pode ser negociar. Cada um tem uma visão a respeito do
assunto. Quem é que compra essas coisas? São mulheres na maioria, jovens, e tem
muitas bugigangas. Eu nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras,
nem sei”, iniciou Lula.
Em seguida, o
presidente disse que tratou do assunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
"Quando discuti [o assunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin], falei
pro Alckmin: ‘tua mulher compra, minha mulher compra, tua filha compra, a filha
de todo mundo compra, a filha do Lira compra, todo mundo compra’. Então, o que
precisamos é tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros,
mas tentar fazer uma coisa uniforme. E estamos dispostos a conversar e
encontrar uma saída”, acrescentou Lula.
A votação da taxação
das compras internacionais ocorreu de maneira simbólica, visto que houve acordo
entre os líderes. Agora, a medida segue para análise no Senado.
Após a aprovação da
medida, deputados da direita e da extrema-direita, principalmente a
bolsonarista, correram para culpar o presidente Lula e emplacar a narrativa de
que o governo federal havia trabalhado para criar um novo imposto contra os
trabalhadores, o que é fake news.
Um dos principais
articuladores da taxa sobre as compras importadas de até US$ 50 foi o
ex-presidente Jair Bolsonaro, que deu sinal verde para os deputados do PL
votarem a favor da medida.
Um dos deputados do PL
que vocalizou a ordem de Bolsonaro para atuarem em favor da “taxa das
blusinhas” foi Bibo Nunes (PL-RS). "Se não aprovarem para que cobrem
impostos dessas empresas, quebrarão as empresas do Brasil e acabarão os
empregos", disparou o deputado bolsonarista.
Outra figura que foi a
campo defender a taxação das compras internacionais foi o empresário Luciano
Hang, dono da Havan. "Essas mercadorias entram no Brasil e os empresários
de lá [China] não pagam nada. Entra destruindo a indústria nacional, destruindo
os empregos dos brasileiros, destruindo o comércio brasileiro. Lá na frente não
vai ter mais brasileiros empregados", afirmou o empresário bolsonarista.
A trama articulada
pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para aprovar a taxa das compras de até US$ 50
foi exposta pelos internautas, que subiram a tag "Bolsonaro taxou
você".
• Após pressionar por imposto sobre Shein,
ex-presidente tenta se justificar
Um dos principais
articuladores para aprovação do imposto de 20% sobre compras em sites
internacionais - como Shein, Shopee e AliExpress -, Jair Bolsonaro (PL) sentiu
a pressão dos internautas, que levantaram o tema "Bolsonaro taxou
você" na rede X.
Antes da votação na
última terça-feira (28), uma mensagem de Bolsonaro foi lida para os deputados
do PL. No recado, o ex-presidente pedia aos parlamentares para concordar com
alguma taxação federal sobre compras internacionais de até US$ 50 em plataformas
on-line.
O texto foi lido pelo
líder, Altineu Cortes (PL-RJ) e escrito por Bolsonaro como resposta a Luciano
Hang, o véio da Havan, que reclamou nas redes do impacto das vendas dos sites
nas vendas de produtos de pequeno valor, especialmente em sua rede de lojas.
Depois da mensagem, o
PL sinalizou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que os parlamentares
da legenda estavam à favor da medida, incluída no PL do Mover, programa que
incentiva a produção de veículos sustentáveis, do deputado Átila Lira (PP-PI).
O texto foi aprovado
determinando imposto de 20% nas compras até US$ 50 feitas nos sites
estrangeiros, principalmente chineses.
Após a divulgação de
que o ex-presidente participou ativamente da aprovação do novo imposto, o tema
"Bolsonaro taxou você" entrou entre os mais comentados da rede X - e
permanece até a manhã desta quinta-feira (30).
Diante da revelação,
Bolsonaro publicou uma curta mensagem tentando negar que atuou pela taxação.
"Informo que o
meu governo sempre foi contra qualquer taxação, majoração ou criação de novos
impostos. Portanto, somos contrários qualquer projeto que onere ainda mais o
cidadão brasileiro", escreveu.
"Tão contra
imposto que quando deputado pregava a sonegação do Imposto de Renda e como presidente decidiu que não pagaria
imposto para contrabandear joias. E não esqueça: Tarciso de Freitas cobra ICMS de mercadorias
da SHOPEE. Poderia ignorar como faz o Gov Lula, mas não o faz pq quer a grana
dos pobres", rebateu um seguidor.
• "Bolsonaro taxou você" provoca
chilique do filho Carlos: PT está culpando o capitão
"Especialista"
do clã em redes sociais, Carlos Bolsonaro (PL-RJ) teve um chilique após a
campanha "Bolsonaro taxou você" inundar as redes sociais, mesmo com a
tentativa do ex-presidente de se justificar pela ação junto aos parlamentares
do PL para aprovação do imposto.
Antes da votação na
última terça-feira (28), uma mensagem de Bolsonaro foi lida para os deputados
do PL. No recado, o ex-presidente pedia aos parlamentares para concordar com
alguma taxação federal sobre compras internacionais de até US$ 50 em plataformas
on-line.
O texto foi lido pelo
líder, Altineu Cortes (PL-RJ) e escrito por Bolsonaro como resposta a Luciano
Hang, o véio da Havan, que reclamou nas redes do impacto das vendas dos sites
nas vendas de produtos de pequeno valor, especialmente em sua rede de lojas.
Depois da mensagem, o
PL sinalizou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que os parlamentares
da legenda estavam à favor da medida, incluída no PL do Mover, programa que
incentiva a produção de veículos sustentáveis, do deputado Átila Lira (PP-PI).
O texto foi aprovado
determinando imposto de 20% nas compras até US$ 50 feitas nos sites
estrangeiros, principalmente chineses.
Após a repercussão nas
redes, Bolsonaro tentou se justificar, mas a curta publicação no perfil na rede
X - que é comandada pelo filho "02" - não surtiu efeito.
Nesta sexta-feira
(31), Carlos Bolsonaro surtou e tenta conclamar a horda fascista a fazer uma
campanha "veta Lula", para que o presidente vete o imposto aprovado
pelo Congresso sob articulação de seu pai.
"O PT está
culpando Bolsonaro pela taxação de
compras por aplicativos como Shopee, AliExpress e Shein, mesmo o projeto sendo
de lula, o mandatário sendo o AUTOR da proposta e o Capitão já ter afirmado
inúmeras vezes desde seu mandato que assim não o faria", surtou o
vereador.
"Então dizem os
petistas amorosos: 'toda vez que você pagar um tributo lembre-se que Bolsonaro
taxou você'", emenda.
Em seguida, Carlos
lança a campanha e diz que a ajuda do pai para aprovação do imposto é
"fake news democrática e difundida pela lisura do processo
eleitoral", em alusão à narrativa de fraude nas urnas eletrônicas, que
levou o pai à inelegibilidade.
• Líder da Marcha para Jesus diz que
recepção a Lula poderia ser hostil e aponta desgaste de Bolsonaro
Se fosse à Marcha para
Jesus pela primeira vez, o presidente Lula (PT) seria bem recebido pelo
apóstolo Estevam Hernandes. Mas talvez não encontrasse um ambiente acolhedor
entre fiéis, diz o religioso, que idealizou a edição brasileira do evento em
1993 e desde então só viu um líder do Palácio do Planalto participar dela, Jair
Bolsonaro (PL).
"Neste momento,
há um clima que pode ser hostil a ele [Lula], o que obviamente seria um
constrangimento extremamente desnecessário, e acredito que se resguardar nesse
sentido é importante", diz Hernandes à Folha de S.Paulo, no backstage do
evento.
"Caso viesse,
iríamos orar por ele", afirma, lembrando se tratar de uma praxe dispensada
a governantes na Marcha --pela manhã, o prefeito Ricardo Nunes foi e recebeu
sua oração. "Quer queira, quer não queira, ele é o presidente." E a
Bíblia manda orar pelas autoridades constituídas por Deus, caso dos políticos
eleitos em um país.
Lula enviou pelo
segundo ano consecutivo uma carta ao líder, que também preside a Igreja
Renascer em Cristo. Hernandes a definiu como "bonita" e "muito
respeitosa". Nela, o petista lembra que sancionou o projeto de lei que
incluiu a Marcha para Jesus no calendário nacional em 2009, enquanto presidente
em segundo mandato.
O apóstolo apoiou
Bolsonaro na eleição de 2022 e esteve com ele nesta quarta (29), em Campinas. O
político do PL não irá à Marcha neste ano nem foi em 2023, tendo comparecido em
seu primeiro ano como presidente, em 2019, e no último, o eleitoral 2022.
Hernandes diz que o
convidou, mas entende que Bolsonaro, que ficou hospitalizado por 12 dias neste
mês, esteja "muito cansado" e tenha outros compromissos.
O líder religioso
especula se o candidato que apoiou no pleito presidencial passado teria a mesma
força entre evangélicos agora. Acha que não, apesar de ainda ser querido por
uma maioria. "O tempo desgasta muitas coisas, e a própria ausência, a inelegibilidade
[de Bolsonaro], acredito que possa de alguma forma ter enfraquecido, que ele
não tenha exatamente aquilo que praticamente era uma unanimidade. Acho que hoje
isso não existe, mas que uma maioria muito, muito grande o apoia."
Para Hernandes, a
Marcha vem para "quebrar o radicalismo desta polaridade que temos no
Brasil". Se tantas pessoas veem crente como sinônimo de radical, diz,
fazem "uma leitura errada do sentimento evangélico".
É um segmento
inclinado ao conservadorismo nos costumes, claro, mas segundo ele "não tem
tabu que impeça vias para o diálogo".
Fonte:
Fórum/FolhaPress
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